23 maio 2009

TRANSCOMUNICAÇÃO INSTRUMENTAL E O ESPIRITISMO

Novos avanços na
Transcomunicação Instrumental
Nesta entrevista, Sonia Rinaldi fala como estão as pesquisas de TCI
e os avanços mais recentes

A transcomunicação instrumental é um recurso que permite a comunicação entre encarnados e desencarnados por meio de aparelhos eletrônicos. Segundo os transcomunicadores, ela pode ser utilizada como prova científica de que realmente a morte não existe. As técnicas evoluíram muito desde o início dos experimentos. Segundo Sonia Rinaldi, fundadora da Associação Nacional de Transcomunicadores – ANT – e uma das grandes pesquisadoras do assunto, o Brasil tem hoje os melhores resultados do mundo. Sonia passou a se interessar pelo assunto em 1988, quando freqüentava o Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas – IBPP – dirigido pelo dr. Hernani Guimarães Andrade. Foi ele quem sugeriu que iniciasse as gravações, e como naquela época não havia qualquer tipo de orientação, resolveram então seguir a intuição. Os resultados foram positivos, mas foram cerca de 16 anos para alcançar uma evolução notável, que começou com um simples gravador e evoluiu para os telefonemas para o "outro lado", com sincronia de imagens.

Sua primeira experiência ocorreu em uma noite em que acionou o gravador e deixou um rádio ligado ao lado, técnica que hoje se sabe que não é a ideal. Acabou se distraindo e quando percebeu, a voz do locutor havia mudado para uma voz grave e arrastada. Relata também que tem acompanhado de perto vários experimentos realizados por amigos do exterior, mas diz que ainda utilizam processos antiquados de gravações, com gravadores. Metodologia considerada ultrapassada para atualidade, já que desde 1998 introduziram a gravação direta em computador, conseguindo inúmeros avanços que têm sido usado por outros pesquisadores.

Qual é o país mais avançado em termos de pesquisa no campo da TCI?

Não há país como o Brasil, onde ocorre o fenômeno da forma que conseguimos aqui. Temos registros e documentação completa de cerca de 300 telefonemas para o "outro lado", devidamente testemunhados por cerca de 260 pessoas que participaram das experiências. O nosso índice de reconhecimento da voz do falecido é de 83%, ou seja, altíssimo. Em outras palavras, foram centenas de pais que perderam seus filhos e puderam reconhecer a voz deles em dezenas de gravações. Cada telefonema que fazemos registra em média 50 ou 60 respostas, mas temos casos com até 160 frases-respostas dos falecidos. Isso tudo gravado em cd e ofertado gratuitamente aos pais que falaram com seus filhos falecidos por telefone, para que possam elaborar um relatório comentando o conteúdo das respostas e a possível identificação da voz do ente querido.
Há cerca de um ano, iniciamos, por orientação dos "comunicantes", a gravação simultânea de telefonemas e vídeo, com sucesso. Já recebemos imagens em vídeos que duram até 15 minutos, de sete falecidos, devidamente reconhecidos pelos pais. No vídeo, alguns falecidos têm até expressão facial, mas esse trabalho simultâneo ainda está se iniciando.

Como a transcomunicação pode ajudar no avanço das pesquisas sobre o mundo espiritual?

Na minha opinião, nenhum outro fenômeno paranormal pode ser comprovado com a mesma facilidade; nenhum comporta uma investigação matemática; nenhum é concreto o suficiente para atestar a sobrevivência. Como todos um dia morreremos, seria fundamental nos prepararmos e saber o que vamos encontrar. Portanto, entendemos que isso deveria interessar muito a todas as pessoas, mais ainda aos espíritas em particular, pois é a forma mais simples para comprovar as bases da doutrina, em confronto com as idéias que negam a realidade da sobrevivência após a morte.

Como o movimento espírita encara atualmente as pesquisas de TCI?

No começo, foi difícil fazer as pessoas entenderem que essa é a forma mais concreta e poderosa para comprovar a sobrevivência após a morte, a base maior do espiritismo. Como, infelizmente, o espiritismo no Brasil fortaleceu apenas o seu aspecto religioso, dispensando o científico, a coisa ficou um pouco complicada. Kardec propôs um tripé como base da doutrina, ou seja, os aspectos religioso, filosófico e científico. No entanto, a alma boa do brasileiro não exige comprovações e investigações. Isso é ruim, porque indica que ele "acredita" com facilidade e isso vale para o que é verdadeiro e o que é falso. Não vemos tanta gente acreditando em tantas bobagens? Se fossem mais exigentes não endossariam falsas religiões. Mas nada disso importa, nós fazemos nossa pesquisa de forma a cumprir aquilo que temos como meta; comprovar cientificamente a realidade da vida depois da morte. E temos feito inúmeros avanços neste sentido, tendo nos unido a vários centros internacionais de pesquisas.

Como as pesquisas de TCI são vistas pela comunidade científica?

A caminhada é lenta, porque a ciência oficial é ciosa de seus preceitos, ou seja, não arreda pé daquilo que está estabelecido e evidenciado durante séculos, e para ela, é certo que a morte é o fim. A ciência e a lógica dizem isso. Claro. Como tirar a razão de algo tão óbvio. Você morre, é enterrado. Acabou-se. Cadê as evidências que provam que ocorre outra coisa? Para atingirmos a ciência é preciso falar a linguagem dela, que está longe de ser a religiosa. Esse é o motivo pelo qual até hoje, raramente, os fenômenos paranormais despertaram qualquer interesse no mundo acadêmico. Penso que a lógica e a fé não se afinam, por isso procuramos falar a linguagem da ciência. Temos nos cercado de físicos, engenheiros e cientistas. Vamos ver até onde conseguimos ir.

Na sua opinião, falta mais apoio para as pesquisas do mundo espiritual?

No Brasil, as pessoas preferem acreditar em qualquer coisa a investigar e ter certeza racional baseada em evidências concretas. Mas isso não diminui o nosso ânimo, pois os resultados apontam que estamos no caminho certo.
Não existe apoio, porque qualquer pesquisa, como a que fazemos, inclui custos de equipamentos e análises técnicas de engenheiros e físicos. Fomos encontrar apoio apenas em um Instituto Americano, com o qual assinamos um contrato de pesquisa. Isso fez com que suspendêssemos, ainda que temporariamente, as reuniões para os cadastrados da Associação Nacional dos Transcomunicadores.

Como o aspecto moral dos transcomunicadores pode influenciar as comunicações em uma reunião?

Como dependemos em 100% de emissores, para podermos ter qualquer gravação, é de se imaginar que eles escolherão pessoas dignas como parceiros de trabalho. Sem ética, bons objetivos e decência, os contatos poderão ser estabelecidos com outras camadas de comunicantes.

Pode existir fraude em uma reunião de transcomunicação instrumental?

Dependendo da moral e do objetivo das pessoas, pode ocorrer fraude em qualquer coisa. Se estiver vinculada a dinheiro ou fama, isso pode ocorrer. Felizmente não envolvemos dinheiro nem muito menos temos interesse em aparecer. Faz uns três anos que estamos afastados do público para poder tocar a pesquisa.

Quantos livros de sua autoria já foram publicados? Quais são?

São seis livros publicados especificamente sobre nossa pesquisa, que é uma forma de informar aos interessados nossos erros e acertos, progressos e descobertas nesses 16 anos de trabalho. Os títulos são: Missão Alpha I – editado em 1996; Transcomunicação Instrumental – Contatos com o Além por Vias Técnicas – Ed. FE, 1997; Transcomunicação, Espiritismo e Ciência – Ed. DPL , em 2000;

Contatos Interdimensionais – Ed. Pensamento, em 2000 (vem com CD de vozes paranormais); Espírito: o Desafio da Comprovação – Ed. Elevação, em 2001 (vem com CD de vozes paranormais); O Além da Esperança – Ed. & A, em 2002 (esgotado – também trazia CD de vozes paranormais).

Qualquer pessoa pode desenvolver a TCI?

Sim, claro. Por isso estamos elaborando cursos individuais – ou no máximo para 2 ou 3 pessoas – para que possam aprender as técnicas que usamos. Como no momento isso teria que ser feito em minha casa, tenho que elaborar com calma as coisas. Mas se os leitores se interessarem, podem pedir informações através da Caixa Postal 67.005 – CEP 05391-970, São Paulo, SP.
Interessados que venham a escrever para a caixa postal, por gentileza, acrescentar dois selos para resposta... já que a Associação não tem fins lucrativos.
Daremos preferência para associados da ANT (Associação Nacional dos Transcomunicadores) e pais que perderam filhos. Vale lembrar, também, que todos os livros da Associação trazem uma ficha que pode ser enviada para o mesmo endereço.


ste artigo foi publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 28

2 comentários:

Universalistas disse...

Muito interessante. Mas eu não entendo bem como se dá essa comunicação. Precisa haver um médium por perto?

E também deve-se tomar cuidado com essa fácil acesso ao outro lado. Devemos nos preocupar em receber informações que edifiquem nosso espírito e nos ajudem a melhorar moralmente.

Paz e luz!

Tamoporraquí disse...

Nota-se que os espíritas mostram grande sensibilidade para essa questão. Talvez devido ao trato constante com as sessões mediúnicas que se levam a efeito há tantos anos, as quais se tornaram o principal atrativo das reuniões espíritas, muitos adeptos da Doutrina Espírita viram com desconfiança as afirmativas de que a TCI dispensa o médium durante as comunicações.
De fato, as transcomunicações efetuadas através de aparelhos, obviamente, não necessitam de um intermediário humano para recebê-las e transmiti-las. Especialmente no caso das TCIs mais avançadas tecnicamente, a operação de emissão e recepção é efetuada no mesmo padrão de uma transmissão por rádio. Há uma “estação” que envia ondas semelhantes às das radioemissoras terrenas. A recepção dessas ondas e a decodificação são efetuadas pelos nossos aparelhos electrônicos convencionais: gravador, rádio, televisão, secretária electrônica (telefone), Fax e computador. Esses aparelhos estão no lugar de um médium. São eles que funcionam como médiuns. Logo não há necessidade do medianeiro humano, aquele que recebe a comunicação do Espírito e transmite a sua mensagem.