25 maio 2009

CHICO XAVIER TEMIA PUBLICAR "NOSSO LAR"

Francisco Cândido Xavier psicografou 436 livros em 75 anos e um deles, "Nosso Lar", lançado em 1943 e que já vendeu quase dois milhões de exemplares, o preocupou antes de editado. Seu autor espiritual se apresentava apenas como André Luiz, médico em reencarnação no Brasil. O jornalista Marcel Souto Maior, no seu livro-reportagem As Vidas de Chico Xavier, comenta : “O texto pegou o mineiro de surpresa. Era diferente de tudo o que ele já tinha escrito. Descrevia o cotidiano numa cidade espiritual próximo à Terra, uma zona de transição fundada por portugueses em algum ponto do espaço, mais perto do Sol do que da Terra, no século 16. Era para ali, ou para comunidades parecidas com aquela, que muita gente ia após a morte. Nada de céu, de inferno, de purgatório. A população, formada por cerca de um milhão de habitantes, vivia às voltas com uma burocracia tão intrincada quanto à terráquea. Os moradores de 'Nosso Lar' se submetiam a regras ditadas por estâncias como a Governadoria Geral e os ministérios da Regeneração, do Esclarecimento e da Elevação".
Marcel considera "Nosso Lar" um marco para o Espiritismo. Convenceu muita gente da necessidade de trabalhar pelos necessitados. Quem se dedicasse à caridade evoluiria mais depressa. Quem ajudasse o outro se ajudaria. Ele conta que Chico Xavier tremeu ao traduzir aquelas lições do outro mundo. Escutava as frases e vacilava com o lápis na mão, perplexo diante do mundo novo. Numa das noites de trabalho, se sentiu fora do corpo e, durante duas horas, ao lado de André Luiz e de Emmanuel, seu instrutor espiritual, visitou uma faixa suburbana da cidade insólita que lhe era descrita. A viagem, uma das maiores surpresas de sua vida, não ocorreu por merecimento, mas por necessidade: só assim ele conseguiria passar para o papel, sem trair a realidade, o clima descrito por André Luiz.
Quando a obra foi publicada, obviamente choveram as críticas. Emmanuel não permitiu que o médium se ofendesse ou as refutasse: "Chico, ressentimento é vaidade. Você não pode exigir que os outros acreditem naquilo em que você acredita. Ninguém está obrigado a seguir a sua cartilha". Décimo nono livro do médium, da série André Luiz vieram depois: Os Mensageiros, Missionários da Luz, Obreiros da Vida Eterna, No Mundo Maior, Agenda Cristã, Libertação, Entre a Terra e o Céu, Nos Domínios da Mediunidade, Ação e Reação, Evolução em Dois Mundos, Mecanismos da Mediunidade, Conduta Espírita, Sexo e Destino, Desobsessão e A Vida Continua...
O filósofo Huberto Rohden chama a atenção para o fato do homem acreditar, mesmo quando afirma só crer naquilo que vê: “Tenho de crer em quase todas as teses e hipóteses da ciência, porque ultrapassam os horizontes da minha capacidade de compreensão.” No final da década de 80, a revista Crescer, da Editora Globo, trazia em suas páginas genial mensagem, simulando uma chapa radiográfica do interior do ventre materno, onde dois fetos, gêmeos, conversavam. Dizia o primeiro:

– Você acredita em vida após o parto?
O segundo respondia:
– Não sei. Nunca ninguém voltou para contar...

3 comentários:

Denise disse...

Lembro-me que qdo o li pela primeira vez não conseguia assimilar,ia e voltava as paginas.
Eu que leio com facilidade e bem rapido,demorei semanas para conclui-lo,já que anotava,perguntava,tentava mais q entender sentir.
Todos os outros maravilhosos ,foram e são ate hoje de muita valia.

A D O R E I a historia dos bebes no ventre materno conversando.

carinho meu

Denise

Dona Sra. Urtigão disse...

Penso em outras perspectivas reencarnacionistas, a do budismo Tibetano, a do hinduismo, que apontam algumas coisas diferentes e que são bastante diferentes. Depende da escolha em vida o tipo de reencarnação a ser experimentada? No hinduismo, posso voltar como animal, ou mesmo planta...

Haroldo Matias disse...

Naõ é pelo fato de se escolher a religião que se muda as regras.Kardec recebeu milhares de comunicações,vindas através de médiuns escolhidos pelo próprio Kardec, mas também mensagens vindas de outras pertes do mundo que passavam por sua análise e nunca houve segundo ele nenhum fundamento do ser humano retroagir ou seja ser menos do que é.Não conheço a fundo o induísmo mas sei que se isso fosse possível apareceria nas minuciosas pesquisas de Kardec.Por isso fique tranquila Dona Sra Urtigão as coisas serão daqui pra melhor.