30 maio 2011

Universidade Internacional da Paz

O nascimento formal da Universidade Internacional da Paz de Brasília (UNIPAZ), localizada na Granja do Ipê, mantida pela Fundação Cidade da Paz, ocorreu em 14 de abril de l988, com uma palestra inaugural do professor Israel Vargas, presidente do Conselho Executivo da Unesco.

As idéias-semente capazes de disseminar uma cultura de paz em nosso país já haviam ancorado em muitos corações, mesmo antes da instituição oficial da Universidade. No ano anterior (1987), presidido por Pierre Weil e Roberto Crema, Brasília havia sediado o I Congresso Holístico Internacional e, na ocasião, foi criada a Fundação Cidade da Paz, iniciativa histórica que recebeu total apoio do governador do Distrito Federal, à época, José Aparecido de Oliveira. A Fundação, como reza seu estatuto, teve por objetivo “conceber, criar, implantar, desenvolver, gerenciar e manter a Universidade Holística Internacional de Brasília”, a terceira Universidade da Paz do mundo, depois das de Tóquio e Costa Rica.

A partir da Universidade Holística Internacional de Brasília multiplicaram-se os centros universitários e núcleos, no país e no mundo. Hoje, a menos de vinte anos da sua instituição, a UNIPAZ é uma rede internacional, graças aos seus mentores e colaboradores, com destaque para Pierre Weil, que, desde o início, abraça a causa da paz e, convidado, assume, inicialmente, a responsabilidade de presidir e consolidar a Fundação Cidade da Paz. Na condição de Reitor da UNIPAZ, vem dedicando sua vida à educação para uma cultura de paz como incansável pesquisador, escritor e formador através de seus livros, seminários, cursos e palestras. Cabe-lhe o mérito de haver estruturado o programa “A arte de viver em Paz”, reconhecido pela 26ª.Assembléia Geral da Unesco como um novo método holístico de Educação para a Paz.

Apoiada pela ONU, através de seu programa de desenvolvimento, a UNIPAZ mantém convênios com várias universidades federais, faculdades, órgãos governamentais e instituições variadas, promovendo cursos, seminários, bem como congressos nacionais e internacionais. Dentro de um movimento mundial de renovação da consciência e afirmação de novos valores, a UNIPAZ se expande, visando estabelecer uma cultura de paz no mundo, educando para a plenitude do ser humano e para o desvelar da consciência para a paz numa tríplice dimensão: pessoal, social e planetária. (www.unipaz.org).


29 maio 2011

NOSSO LAR


"A essa altura, atingíramos uma praça de maravilhosos contornos, ostentando extensos jardins. No centro da praça, erguia-se um palácio de magnificente beleza, encabeçado de torres soberanas, que se perdiam no céu..."

"Decorridas algumas semanas de tratamento ativo, saí, pela primeira vez, em companhia de Lísias.
Impressionou-me o espetáculo das ruas. Vastas avenidas, enfeitadas de árvores frondosas. Ar puro, atmosfera de profunda tranqüilidade espiritual. Não havia, porém, qualquer sinal de inércia ou de ociosidade, porque as vias públicas estavam repletas. Entidades numerosas iam e vinham. Algumas pareciam situar a mente em lugares distantes, mas outras dirigiam-me olhares acolhedores. Incumbia-se o companheiro de orientar-me em face das surpresas que surgiam ininterruptas. Percebendo-me as íntimas conjeturas, esclareceu solícito:
- Estamos no local do Ministério do Auxílio. Tudo o que vemos, edifícios, casas residenciais, representa instituições e abrigos adequados à tarefa de nossa jurisdição. Orientadores, operários e outros serviçais da missão residem aqui. Nesta zona, atende-se a doentes, ouvem-se rogativas, selecionam-se preces, preparam-se reencarnações terrenas, organizam-se turmas de socorro aos habitantes do Umbral, ou aos que choram na Terra, estudam-se soluções para todos os processos que se prendem ao sofrimento.
- Há, então, em "Nosso Lar", um Ministério do Auxílio? - perguntei?
- Como não? Nossos serviços são distribuídos numa organização que se aperfeiçoa dia a dia, sob a orientação dos que nos presidem os destinos.
Fixando em mim os olhos muitos lúcidos, prosseguiu:
- Não tem visto, nos atos da prece, nosso Governador Espiritual, cercado de setenta e dois colaboradores? Pois são os Ministros de "Nosso Lar". A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Temos os Ministérios da REGENERAÇÃO, do AUXÍLIO, da COMUNICAÇÃO, do ESCLARECIMENTO, da ELEVAÇÃO e da UNIÃO DIVINA. Os quatro primeiros nos aproximam das esferas terrestres, os dois últimos nos ligam ao plano superior, visto que a nossa cidade espiritual é zona de transição. Os serviços mais grosseiros localizam-se no ministério da Regeneração, os mais sublime no da União Divina. Clarêncio, nosso chefe amigo, é um dos Ministros do Auxílio.
Valendo-me da pausa natural, exclamei, comovido:
- Oh! nunca imaginei a possibilidade de organizações tão completas, depois da morte do corpo físico!...
- Sim - esclareceu Lísias -, o véu da ilusão é muito denso nos círculos carnais. O homem vulgar ignora que toda manifestação de ordem, no mundo, procede do plano superior. A natureza agreste transforma-se em jardim, quando orientada pela mente do homem, e o pensamento humano, selvagem na criatura primitiva, transforma-se em potencial criador, quando inspirado pelas mentes que funcionam nas esferas mais altas. Nenhuma organização útil se materializa na crosta terrestre, sem que seus raios iniciais partam de cima.
- Mas "Nosso Lar" terá igualmente uma história, como as grandes cidades planetárias?
- Sem dúvida. Os planos vizinhos da esfera terráquea possuem, igualmente, natureza específica. "Nosso Lar" é antiga fundação de portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI. A princípio, enorme e exaustiva foi a luta, segundo consta em nossos arquivos no Ministério do Esclarecimento. Há substâncias ásperas nas zonas invisíveis à Terra, tal como nas regiões que se caracterizam pela matéria grosseira. Aqui também existem enormes extensões de potencial inferior, como há, no planeta, grandes tratos de natureza rude e incivilizada. Os trabalhos primordiais foram desanimadores, mesmo para os espíritos fortes. Onde se congregam hoje vibrações delicadas e nobres, edifícios de fino lavor, misturavam-se as notas primitivas dos silvículas do país e as construções infantis de suas mentes rudimentares. Os fundadores não desanimaram, porém. Prosseguiram na obra, copiando o esforço dos europeus que chegavam à esfera material, apenas com a diferença de que, por lá, se empregava a violência, a guerra, a escravidão, e, aqui, o serviço perseverante, a solidariedade fraterna, o amor espiritual.
A essa altura, atingíramos uma praça de maravilhosos contornos, ostentando extensos jardins. No centro da praça, erguia-se um palácio de magnificente beleza, encabeçado de torres soberanas, que se perdiam no céu.
- Os fundadores da Colônia começaram o esforço, partindo daqui, onde se localiza a GOVERNADORIA - disse o visitador.
Apontando o palácio, continuou:
- Temos, nesta praça, o ponto de convergência dos seis ministérios a que me referi. Todos começam da Governadoria, estendo-se em forma triangular.
E, respeitoso, comentou:
- Ali vive o nosso abnegado orientador. Nos trabalhos administrativos, utiliza ele a colaboração de três mil funcionários; entretanto, é ele o trabalhador mais infatigável e o mais fiel que todos nós reunidos. Os Ministros costumam excursionar noutras esferas, renovando energias e valorizando conhecimentos; nós outros gozamos entretenimentos habituais, mas o Governador nunca dispõe de tempo para isso. Faz questão que descansemos, obriga-nos a férias periódicas, ao passo que, ele mesmo, quase nunca repousa, mesmo no que concerne às horas de sono. Parece-me que a glória dele é o serviço perene. Basta lembrar que estou aqui há quarenta anos e, com exceção das assembléias referentes às preces coletivas, raramente o tenho visto em festividades públicas. Se pensamento, porém, abrange todos os círculos de serviço, sua assistência carinhosa a tudo e a todos atinge.
Depois de longa pausa, o enfermeiro amigo acentuou:
- Não faz muito, comemorou-se o 114o. aniversários da sua magnânima direção.
Calara-se Lísias, evidenciando comovida reverência, enquanto eu a seu lado contemplava, respeitoso e embevecido, as torres maravilhosas que pareciam cindir o firmamento..."


(Do livro "Nosso Lar", cap. 8, André Luiz/Chico Xavier, FEB)


27 maio 2011

NUNCA, A SÓS

Não poucas vezes, no turbilhão da vida moderna de hoje, qual aconteceu na monotonia dos dias transatos, a criatura humana tem a impressão de que se encontra a sós, lutando contra a correnteza dos acontecimentos, que a leva inapelavelmente na direção do abismo.

Falta de estímulo para continuar na faina pela conquista do pão, desinteresse por si mesma, sofrimento interior sem aparente explicação, ausência de compreensão dos amigos, frustração ante as ocorrências que esperava lhe fossem favorecer com plenitude ou paz, tormentos íntimos perturbadores, são fenômenos do dia-a-dia na agenda de incontáveis criaturas, que se sentem desamparadas e solitárias...

A ausência de uma fé religiosa robusta que possa apontar o rumo da imortalidade, abre espaço para comportamentos inquietadores, empurrando para a depressão e para a revolta surda, silenciosa.

As aspirações materialistas, trabalhadas pelos conceitos de felicidade sem jaça e de harmonia sem desafios, transformam-se em desencanto, gerando cepticismo a respeito de qualquer conquista que possa equacionar esses transtornos, submetendo-a ao açodar de ressentimentos da existência e das pessoas à sua volta.

Enquanto o vozerio do prazer enganoso e a gargalhada estentórica da alucinação no gozo imediatista, dominam as paisagens humanas, convidando ao afogamento dos conflitos no mar tumultuado da embriaguez dos sentidos, mais aflição desencadeia em quem se encontra em angústia por ausência de objetivo existencial.

Sucede que o homem da atualidade, após as conquistas externas que persegue, não se preocupou quanto deveria pela autopenetração, descobrindo os valores que se lhe encontram ínsitos, desenvolvendo-os e harmonizando-os com as aquisições de fora. Priorizou demasiadamente a face material em detrimento da realidade espiritual, agonizando, agora, nos favores do poder e do prazer, sem preencher-se de paz, porquanto lhe ocorrem saturação e cansaço, enquanto permanece com sede de realização íntima e de maior contato com a Vida em si mesma.

Confundindo a transitoriedade do corpo com a eternidade do Espírito, desfruta das sensações e das emoções do primarismo orgânico, sem as correspondentes expressões da emotividade superior.

A arte, a cultura, a tecnologia, o pensamento filosófico, vinculados ao impositivo de oferecer respostas imediatas, perdem em beleza o que adquirem em agressividade, expressando o momento moral do planeta, conduzindo à excitação e logo depois à exaustão, sem contribuírem com harmonia, esperança, alegria ou paz.

Não se trata de uma observação pessimista, mas de uma constatação de resultados, contabilizando-se a hediondez do crime e da violência que se multiplica em toda parte, em prejuízo da cultura e da civilização.

***

No passado, quando a Humanidade estorcegava sob a chibata do Império Romano, que dominava praticamente o mundo, e o abuso do poder aliado à desgovernança moral dos indivíduos, fomentavam o sofrimento de milhões de outros, veio Jesus, que inaugurou a Era da esperança, prometendo jamais deixar a sós quem quer que nEle confiasse ou que se entregasse a Deus.

A partir de então, ninguém mais ficou em solidão.

Maria, a pecadora arrependida, que se Lhe dedicou, experimentou vicissitudes diversas, mas nunca ficou ao desamparo.

Pedro, reconhecendo a loucura momentânea da negação, prosseguiu sem desânimo, e jamais deixou de receber-Lhe a presença.

Saulo, tocado pela Sua misericórdia, transformou-se, tornando-se-Lhe arauto incomparável, que O levou a quase todo o mundo do seu tempo.

João, que Lhe permaneceu fiel, prosseguiu amparado, e narrou-Lhe a saga incomparável, visitado pelo Seu psiquismo afável e inspirador.

Mais tarde, Agostinho, travando contato com o Seu pensamento, renovou-se, e fez-se piloti de segurança da Sua mensagem.

Francisco Bernardone, fascinando-se pelo Seu convite, experimentou padecimentos incessantes, nunca, porém, a sós...

Terezinha de Lisieux, tocada pela Sua palavra, dedicou-Lhe a rápida juventude, experimentando o Seu apoio.

Tereza de Calcutá, em Sua homenagem, tomou a cruz dos sofrimentos humanos e carregou-a nos ombros frágeis até o fim da existência, sentindo-Lhe a força revigorante.

... E milhares de outros exemplos, que se Lhe vincularam, conseguiram enfrentar todas as vicissitudes, sem perder o entusiasmo ou jamais recear, com a Sua companhia.

Experimenta, por tua vez, identificar-te com Jesus, penetrar-lhe os ensinamentos, reflexionar nele, assimilá-los, aplicando-os ao comportamento, e verificarás que uma transformação vigorosa se operará em teu ser interior, propiciando-te coragem e valor para prosseguires sem qualquer desânimo ou perturbação.

E quando te advierem as lutas e os testemunhos, que são inevitáveis na economia espiritual de todos os seres que rumam na direção do Infinito, e que não te pouparão, nEle encontrarás amparo e estímulo para o prosseguimento com incomum alegria, aquela que caracteriza todo aquele que se encontra viajando na direção do Grande Lar, e esperam o momento da chegada feliz.

Desse modo, não fujas do mundo nem te atires a ele, buscando soluções que nessa conduta não encontrarás.

Reconsidera, portanto, as tuas atuais atitudes, e experimenta renovação com Jesus, facultando-te uma nova oportunidade para enriquecer-te de alegria de viver e poderes expandir o teu pensamento e as tuas realizações.

***

Quem O visse na cruz, naquela tarde funesta e tenebrosa, entre dois ladrões e sob a zombaria dos trêfegos e aturdidos do mundo, pensaria que estava diante de um vencido e abandonado, que a morte logo iria colher. No entanto, Ele estava em vinculação estreita com Deus, muito além das percepções humanas, cercado por legiões de cooperadores espirituais do Seu reino, preparando-Se para a libertação, a fim de logo mais retornar em gloriosa ressurreição, demonstrando a Sua e a imortalidade de todas as criaturas.

Desse modo, quando te sintas em abandono, aparentemente desamparado e sem amigos, sob sofrimentos e angústias, pensa em Jesus, e jamais experimentarás solidão.

Joanna de Ânge)lis (espírito

(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 9 de julho de 2000, em Paramirim, Bahia.)


21 maio 2011

RACIOCINE E TIRE A SUA PRÓPRIA CONCLUSÃO


Peço atenção total para este artigo, principalmente as colocações feitas pelo próprio Allan Kardec, que coloco abaixo.

Não é inteligente que ninguém forme conceitos e muito menos verdades, em cima de opinião ou argumentação de outras pessoas, por mais que sejam pessoas as quais temos simpatia e admiração.

Eu, particularmente, coloco-me em primeiro lugar, pedindo aos amigos que, também, não formem verdades, com base no que escrevo aqui, sem passar as argumentações colocadas, por mim, pelo crivo da SUA inteligência, do bom senso, da coerência e da razão.

Seria eu presunçoso demais em querer sair formando cabeças, por conclusões cegas, porque me consideraria, também, uma besta quadrada em saber que estaria escrevendo para um público bobo, que idolatraria um escritor, um expositor espírita, um médio, um homem de televisão ou um “formador” de opinião qualquer.

Pois bem. Quero conduzir este email, sugerindo aos amigos queRACIOCINEM, pelo amor de Deus, no passo-a-passo que vou colocar aqui, para depois tirar conclusão cem por cento pela sua cabeça.

Espíritas que querem ser "mais bonzinhos" do que Jesus e Kardec

Jesus, o mesmo modelo e guia que temos, foi tolerante e calmo com quase todas as falhas humanas, todavia, agiu sempre com energia, rigor e se mostrava até muito irritado diante da hipocrisia, do falso moralismo e da canalhice do seu tempo. Quando chamava alguns de "raças de víboras", "serpentes", "sepúlcros caiados por fora e podres por dentro", "até quando terei que suportá-los", com certeza não estaria chamando ninguém de "meu irmãozinho querido", "meu amorzinho" e coisas parecidas. Muito pelo contrário, se fôssemos traduzir numa linguagem de hoje, ele estaria falando em "bando de sem vergonhas, pilantras que não tem vergonha na cara". Fingir que não seria isto, é tentar enganar-se a si próprio, se fazer de bobo, fazer os outros de bestas e emprestar a Jesus nada mais que uma bajulação barata.

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, o bom senso encarnado, nunca foi "bonzinho" com ninguém, nunca deixou sem resposta as diatribes contra o Espiritismo, sempre foi enérgico nas suas respostas, tanto verbais como por escrito e em inúmeras passagens da "Revista Espírita", bem como de "Obras Póstumas" e "Viagem Espírita", se refere a muita gente,principalmente espíritas da sua época, como RIDÍCULOS, LEVIANOS e HIPÓCRITAS.

Portanto, meus amigos e minhas amigas, quando alguns espíritas(poucos, uma minoria mesmo), mesmo sendo amigos, se utilizam de argumentos, do tipo: "Você foi muito duro e agressivo com Fulano, faltou com a caridade, poderia tratar do assunto, mas sem usar aquelas palavras", certamente não tiveram o cuidado de observarem bem a personalidade de Jesus e nem a de Kardec, ou querem ser "mais bonzinhos" do que eles.

Não tenhamos a menor dúvida de que, se Jesus ou Kardec se materializassem hoje em vários centros espíritas, adotando o mesmo estilo que ambos praticaram quando estiveram encarnados, certamente serão repreendidos e talvez teriam até as suas vozes cerceadas por muitos espíritas.

Eu não relacionaria apenas uma, duas, quatro ou seis passagens de Allan Kardec, relacionaria DEZENAS dele se referindo a espíritas, com todo rigor, principalmente nos momentos em que a canalhice da época lhe emprestava todas as calúnias, difamações, agressões e injustiças, pelo mesmo problema que estamos questionando hoje: DINHEIRO.

Não se limite a acreditar no Alamar, vá você mesmo, ver com os seus próprios olhos nas obras, lendo com atenção.

A suposta “bondade” em relação aos “pobres”

Tente comprar, você, cem livros e distribua, DE GRAÇA, para cem pessoas, enquadradas neste universo que muitos espíritas identificam como “pobres”. Mas, por favor, é para distribuir só aqui no Brasil, na Argentina não vale.

Sei que é difícil, mas, se possível, como quem não quer nada, procure visitar as casas dessas pessoas, pra ver se elas estão lendo mesmo ou onde estão esses livros, em suas casas.

Depois de uns três meses, mais ou menos, também como quem não quer nada, tente encontrar cada uma dessas pessoas, puxe uma boa conversa e entre no assunto do conteúdo do livro, quando, então, você terá a condição de saber se a pessoa leu mesmo.

Vou lhe adiantar o que você, lamentavelmente, vai encontrar: Mais de 95% das pessoas não terão lido o livro.

Se duvidar, achando que é pessimismo meu, vá a campo, faça o teste e comprove.

Outro teste que você pode fazer:

Estabeleça a programação de um centro espírita, que tenha somente palestras, mas não tenha passes nem água magnetizada para oferecer a ninguém. Convide bons expositores para fazer as palestras, ponha boas cadeiras, boa iluminação e até ar condicionado, caso o tempo esteja quente, convide um monte de “pobres” e deixe bem claro que é DE GRAÇA.

Providencie alguém para filmar toda a sessão da noite, e vire as lentes bem o auditório do centro, por vários ângulos e, durante a palestra, mantenha uma câmera focando a platéia, para que tudo fique bem registrado.

Por que a câmera, registrando as imagens?

Porque, se eu sugerir para que coloque uma pessoa, sentada à mesa do centro, com as vistas voltadas para a platéia, observando a cara de cada pessoa presente e perceber que a maioria não estará prestando a atenção ao que está sendo falado e que, ao final, se essa maioria for questionada sobre o que foi falado, não saberá relatar o que o expositor falou, os bonzinhos de mau gosto vão dizer que a pessoa está sendo pessimista e que a coisa não é bem assim.

Conclusão

Você vai ter uma decepção enorme, ao verificar que de fato a maioria dos chamados “pobres coitadinhos” não estarão nem aí, pra nada do que foi dito e nem estarão dispostos a ler livro nenhum.

Mas, pelo amor de Deus, faça o teste você, não se deixe levar pelo que o Alamar acha ou não acha disto e nem acredite, prontamente, nas experiências que ele possa dizer que já fez várias vezes.

Não duvide de uma meia dúzia de palhaços dizer que "O Alamar está defendendo um espiritismo elitizado", porque é só isto que inteligências atrofiadas concluem.

Por que, esta abertura com estes exemplos?

Para que você, com a sua própria capacidade de raciocinar e averiguar, chegue a conclusão se a decisão do Alamar em questionar, energicamente e não violentamente, aqueles “bonzinhos de plantão” que se acham os anjos defensores dos pobres, são ou não são verdadeiros demagogos, querendo fazer jogo de cena, ao criticarem tanto os eventos espíritas que são realizados em grandes auditórios ou centros de convenções, com ingressos pagos.

Uai. Se o tal “pobre” nunca se interessa por livros que lhes são dados de graça, por inúmeras palestras que são proferidas de graça, o ano inteiro, em diversos centros espíritas da sua cidade, por que teria tanta necessidade assim de ir ao auditório onde é realizado um evento, uma vez só no ano, para assistir palestra ou preleção espírita?

Não é estranho?

Meus amigos. A primeira vez que um órgão governamental tomou a iniciativa de construir casas populares, para oferecer um lar, de graça, para famílias que moravam em favelas imundas e carentes de saneamento básico, sabe o que a maioria dos beneficiados fez?

Vendeu a sua casa, pegou a grana, gastou toda e voltou a morar na favela. Muitos usaram o dinheiro para comprar mais cachaça.

Hoje eles não podem mais fazer isto, porque os órgãos que oferecem este benefício, movidos pela experiência que tiveram, já amarram a coisa de uma maneira tal que fica praticamente impossível. Em princípio, o imóvel não é mais colocado em nome do homem e sim da mulher da casa e dos seus filhos.

Durante quase nove anos, diariamente, eu, com a minha família, alimentávamos uma média de cem pessoas nas noites de Belém do Pará, entre mendigos, meninos de rua e prostitutas. Ingenuamente e idiotamente eu estava crente que tava abafando, junto a Espiritualidade, por estar dando comida para pobre. Achava que Caridade necessariamente era aquilo, do mesmo jeito que muito espírita acha que Caridade se resume em dar sopa pra pobre.

Me empolguei tanto que não fiquei só na comida não, parti para dar roupas quando, no dia seguinte ao presente, percebia que o mendigo continuava vestido com a mesma roupa podre e imunda do dia anterior.

Cadê a calça, a cueca e a camisa que lhe dei ontem? Perguntava eu.

Na falta de resposta dele, o vendedor de cachorro quente da rua o denunciava:

- “Ele trocou a roupa, que você deu, por um litro de cachaça!”

Quem primeiro me chamou a atenção pelo tipo de “caridade” que eu vinha fazendo em Belém, sugerindo que eu analisasse e repensasse bem a tarefa, foi o Divaldo Franco e eu fingi que não ouvi, achando que, talvez, ele não estivesse nos seus melhores dias de amor ao próximo.

A grande realidade é que tem muito espírita besta, por aí, crente que está abafando, nos seus discursos de bondade aparente e teatralizada, preocupado com os “pobres”, sem procurar analisar profundamente quem de fato é pobre, precisa de ajuda e quer ser ajudado, e quem está pobre porque é vagabundo, preguiçoso e não faz o menor esforço para sair do estado em que está.

Foi com base nesta experiência, meus queridos amigos, que eu soltei aquilo que estava atravessado na garganta há muito tempo, em relação ao universo hipócrita do movimento espírita, tipo Jorge Hessen, que é tão contundente e perseguidor daqueles espíritas outros, que realizam eventos com entradas pagas, destinando os recursos exclusivamente para as obras espíritas as quais dirigem, chamando os eventos de “industrialização dos eventos espíritas”.

Ainda bem que a maioria me respondeu favoravelmente, e eu botei uma amostra das opiniões das pessoas lá, no site da Rede Visão, apesar de não ter condições de colocar todas, porque sempre chegam aos milhares.

Vamos para uma segunda linha de raciocínio

Visualize a realidade de uma instituição espírita:

Sempre é instalada em um imóvel que possui energia elétrica que, por sua vez, gera conta mensal, que deve ser paga com DINHEIRO.

Já que consome água, também, existe uma conta mensal, que deve ser paga com DINHEIRO.

Muitos centros possuem funcionários que cuidam da limpeza, da livraria, vigilância, etc... e são pessoas que, legalmente, devem ser remuneradas e que geram encargos sociais, que são pagos COM DINHEIRO.

Naturalmente os centros precisam, também, de papel higiênico, material de limpeza, trocas de lâmpadas que queimam, etc. São coisas que a gente compra COM DINHEIRO.

Várias vezes, ao ano, há ocorrências eventuais diversas, tipo necessidade de pintura, telhas quebradas que causam goteiras, indenização de um funcionário que precisa ser demitido, vidros quebrados, conserto de um móvel que quebra... enfim, coisas que necessitam de DINHEIRO.

Estou falando de um centro que não tem creche nem obra social nenhuma.

Agora, imagine um que tenha estas coisas!

Você tem idéia, por exemplo, da despesa da Mansão do Caminho, com mais de 4.000 pessoas atendidas, diariamente? Ou das Casas André Luiz, com aquele número enorme de pessoas internadas, com estrutura de hospital, lavanderia, cozinha industrial, etc...?

Eu não vou nem falar nas despesas com rádio e televisão, porque isto, para o radical extremista espírita é coisa absolutamente condenável, posto que eles não conseguem entender a relevância da divulgação da doutrina.

Quando eu estava com o meu programa "Espiritismo via Satélite" no ar, transmitindo todo domingo para o Brasil inteiro, eu pagava mensalmente, para a EMBRATEL, uma média de 16 mil reais. Isto o que era pago somente para a Embratel, fora aluguel, energia elétrica, funcionários, etc. et. etc.

Não tínhamos anunciantes e nem patrocinadores.

Porque anunciávamos livros e fitas de vídeo para vender, essas pragas diziam que o programa era "mercantilização da doutrina" e que o Alamar estava ficando rico, à custa do Espiritismo. Do mesmo jeito que os espíritas do tempo de Kardec diziam que ele estava, também, ficando rico à custa da doutrina, quando ele vendia os livros, que eram impressos com dinheiro do seu próprio bolso.

Os críticos nunca se disponibilizaram a procurar saber do Alamar, quanto custava a EMBRATEL e as demais despesas, se disponibilizando a ajudar, do mesmo jeito que os críticos de Kardec nunca se disponibilizaram a ajudá-lo a pagar as despesas com as gráficas que imprimiam as obras. O negócio é só criticar por criticar e baixar o cacete.

Todo mundo sabe que é impossível espírita pagar qualquer conta ou despesa com passes ou com litros de água magnetizada

Outro dia, conversando com os amigos da EMBRATEL, em Salvador, eu disse pra eles:

- "Amigos, eu queria fazer uma proposta pra vocês. Toda sexta-feira, a tarde, eu quero vir aqui e aplicar passes em todos os funcionários da Embratel, e ainda trago o Carlos Bernardo Loureiro e sua equipe de médiuns, que é muito boa. Alguns médiuns são, inclusive, videntes. Poderemos magnetizar água, pra vocês. Dá para os programas ficarem de graça, por este pagamento que estamos fazendo a vocês?"

Não precisa nem dizer que o pessoal achou graça, né? Só poderia ser piada, como de fato foi.

Pois bem. Mas aí uns dizem que os centros espíritas tem as suas livrarias, cuja venda dos livros servem para bancar as despesas da casa.

Por falar em livraria, vamos identificar aqui outra hipocrisia que os espíritas adoram falar:

- “A nossa instituição não tem fins lucrativos”.

Êita, mentira desgraçada.

Enchem a boca para dizer isto, como se o fato de não ter fins lucrativos tivesse algum componente de virtualidade. Parece que a palavra “lucro” é uma das palavras mais imorais e indecentes do dicionário.

Estamos raciocinando? Estamos, né? Então vamos lá.

Todo centro espírita compra os livros numa editora, ou distribuidora, por um determinado valor e vende por um valor MAIOR.

Se vende por um valor maior, obviamente obtém um LUCRO. Claro.

Compro por X e vendo por X+Y, o Y é lucro. Queiram ou não queiram.

Como é, então, que podem afirmar que a instituição não tem fins lucrativos?

Está aí, então, a primeira mentira e falsidade.

Para a sua informação, já que eu conheço demais a relação de percentuais entre editoras e casas espíritas, vou lhe passar os números.

O tradicional e normal é o centro espírita obter 30% de desconto, na compra do livro em atacado.

Por exemplo: Se o preço de capa do livro é 20 reais, ele compra por 14, vende por 20, LUCRA 6 REAIS.

Acontece que descobriram o macete de quererem comprar direto das editoras, sob a argumentação de que são Distribuidoras, exigindo, portanto, desconto de 50% e não mais 30%. Isto é porque a instituição santa "não tem finalidade lucrativa".

E as editoras, que são muitas, numa concorrência cada vez maior, querendo vender de qualquer jeito, terminam cedendo.

Algumas editoras pagam o frete, mas na maioria das vezes quem paga é o próprio centro.

Será que o lucro dos livros é suficiente?

Será que a livraria do centro consegue bancar todo o compromisso financeiro mensal da instituição?

O pior é que tem outro aspecto horrível, que o movimento espíritaINVENTOU, que Allan Kardec nunca deu respaldo e sempre foi contra, que é a mania de achar que livro espírita tem que ser vendido bem baratinho, para ostentar humildade e bondade.

Há centros que vendem os livros abaixo do seu preço de tabela, por conta deste entendimento maluco e equivocado.

Todos sabemos que em Espiritismo não há dízimos e nem há passagem de sacolinha.

Agora pergunta-se: Onde o centro vai achar dinheiro para bancar com as despesas da casa?

É por este motivo que muitos centros espíritas, muitos mesmo, em vários meses ficam num sufoco enorme para conseguir dinheiro para pagar a conta de luz e sempre recorrem a um ou outro trabalhador, o qual a direção da casa se acostuma a pedir dinheiro, quando diante de situações semelhantes.

E é aí que se deve, mais uma vez, perguntar a esse esquema estúpido que se instalou, que condena todo e qualquer evento que espíritas fazem, para angariar recursos para manutenção da obra:

  • Que milagre podemos operar para materializar dinheiro, se tudo deve ser proibido, em nome dessa moralidade de fachada?

Alguns centros têm cantina, mas os recursos advindos delas são também baixíssimos e pouco representam nos números da casa. Raro é o centro em que a sua cantina traz um recurso razoável.

Vejam que maluquices:

1) Se o centro faz um bingo, de vez em quando, o radical baixa a língua porque acha que bingo não é compatível com o Espiritismo.

2) Se faz feijoadas e jantares, também diz que não é compatível, porque o ambiente do centro não é para isto. Vêem o espaço físico do prédio do centro como se fosse uma “coisa sagrada”, ou, talvez, “a casa de Deus”. Só faltam botar um sacrário lá, pra dizer que o corpo de Jesus está ali, prsente.

3) Se sorteia um carro, como faz o Simonetti, mesmo sendo um procedimento rigorosamente dentro da Lei, transparente, com todo cuidado, prestação de contas rigorosa, também metem a língua.

4) Se fazem eventos fora, tipo os eventos com inscrição cobrada, começam a dizer que é “industrialização de eventos espíritas” ou “elitização dos Espiritismo” e baixam a língua venenosa.

5) O expositor que publicou livros, ou CDs, com objetivos de fazer recursos para manter a instituição, quando vai a um centro, faz uma viagem e disponibiliza as suas obras para venda, o que ouve? Que é mercantilista, que está mercantilizando a doutrina, que só pensa em ganhar dinheiro e que está ficando rico à custa do Espiritismo. É ou não é verdade?

6) Se faz pintura mediúnica e realiza leilão dos quadros, porque as pessoas que gostam de arte adoram, baixam a língua também.

Enfim, gente, baixam a língua em tudo o que envolve dinheiro, porque determinaram que o dinheiro é um pecado, é a expressão do diabo, é a perdição, é desgraça e é tudo o que não presta.

Não prestaram atenção em Jesus, quando recomendou que devemos dar de graça apenas O QUE DE GRAÇA RECEBEMOS.

Ninguém recebe energia elétrica de graça! ninguém recebe material de limpeza de graça! a maioria das coisas que a instituição espírita usa não é conseguida de graça!

Desde os tempos de Kardec, conforme já afirmei em outros emails, há espíritas infernizando a vida dos realizadores espíritas, e vou colocar aqui, texto do próprio Allan Kardec, que pouquíssimos espíritas conhecem, onde ele responde a esse mesmo tipo de gente que já infernizava a sua vida, no seu tempo.

Conheçamos um pouco sobre Allan Kardec. Mas preste bem atenção nos detalhes das falas dele.

16 maio 2011

JESUS, O PAI ESPIRITUAL DA MEDICINA


Carlos Bernardo Loureiro

Entre os gregos, salienta a Dra. Jeanne Pontius Rindge, do "Human Dimension Institute", de Nova Iorque, existia uma divisão crescente entre a mente (nous) e o corpo (physis), notavelmente criticada por Platão, cujas instituições transcendiam os limites sensoriais: Se a cabeça e o corpo devem andar bem, deveis começar por curar a alma; esta é a primeira coisa... O grande erro da nossa época, no tratamento do corpo humano, é que os médicos separam a alma e o corpo.

Jesus tratou de desarticular essa dicotomia, emprestando novas e magníficas dimensões ao processo de cura. Sua preocupação pela saúde física e espiritual representou, sem embargo, um ponto de partida revolucionário. Embora tenha sido chamado de xamã, admite a Dra. Rindge, devido a sua função de mediador entre Deus e os homens, isso não foi, em absoluto, para abrandar os ímpetos de uma divindade vingativa e arbitrária (Agora que eu sou, Eu somente, e mais nenhum Deus além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém de minha mão. Deuteronômio, 32-39), mas, antes, para canalizar o amor, como uma energia curativa que emana da fonte de todos os seres, descrita por ele como Pai Amoroso.

O Mestre pregou a necessidade de se efetivar a harmonia do ser com essa fonte de amor, evidenciando, entretanto, que a energia para curar pode ser ministrada através dele próprio e de outrem:

"O que eu faço - disse ele aos homens de sua época e de todas as épocas – podeis fazer e melhor!".

Os Evangelhos registram 26 curas individuais e 27 em grupo, por Jesus, e 9 curas múltiplas por seus apóstolos. Os métodos empregados eram, realmente, notáveis. O toque, as exortações, as preces, a desobsessão, a fé íntima ou da família e dos amigos, o estranhíssimo emprego da saliva misturada à poeira do chão etc.

Em seu livro "Faith Healing and Cristian Faith", o Dr. Wade Boggs afirma que a Medicina negligenciou o extraordinário trabalho de cura levado a efeito por Jesus, em meios, diga-se de passagem, os mais diversos possíveis, e isentos de quaisquer procedimentos antis-sépticos.

"Sem o seu espírito – escreve Dr. Boggs – a Medicina degenera em uma metodologia despersonalizada e o seu código de ética num simples sistema legal. Jesus induz a correção do amor, sem a qual a verdadeira cura raramente é possível na realidade. O pai espiritual da Medicina não foi Hipócrates, da ilha de Cos, porém, Jesus!"

O certo é que, com advento da chamada Idade da Razão e o avanço da ciência, a Medicina ortodoxa, cada vez mais familiarizada com o universo físico, investiu, com ênfase sempre crescente, contra a provável eficácia da magia.

"A medicina empreendeu – esclarece a Dra. Rindge – uma função cuidadosa baseada em fatos científicos adequados ao mecanismo Newtoniano, às observações cada vez mais fisicistas, hipóteses agora reivindicadas pelos pensadores evoluídos, como descrições incompletas da Realidade."

Entre esses pensadores evoluídos apontados pela editora da revista "Human Dimensions", permitimo-nos destacar aqueles que, em 1882, iniciaram uma séria e pioneira investigação dos fenômenos paranormais, incluindo a telepatia, a clarividência, o contato com desencarnados, as curas espirituais, fundando-se, então, a célebre "Society for Psychical Research – SPR".

O trabalho notável desses pesquisadores teria sua continuação, nas primeiras décadas do século XX, pelo Dr. Joseph Banks Rhine e sua esposa Louise, da Universidade de Duke (USA), e por outros atuais destemidos investigadores da fenomenologia supranormal, que ainda abrem caminho, nas florestas densas dos preconceitos e da ortodoxia, para a consolidação, em futuro ignoto, da Medicina Espiritual de que Jesus, de fato e de direito, é o Grande Pai!

(Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1998)

10 maio 2011

LEI DO CAMPO MENTAL

"É imperioso salientar que se desconhece ainda, no mundo, a Lei do Campo Mental, que rege a moradia energética do Espírito, segundo a qual a criatura consciente, seja onde for no Universo, apenas assimilará as influências a que se afeiçoe."

Lamentam-se amargamente os metapsiquistas de a maioria dos fenômenos mediúnicos se encontram eivados de obscuridades e extravagâncias, e de quem por isso mesmo, a doutrina da sobrevivência, para eles, se mostra repleta de impossibilidades.
Estabelecem exigências e, depois de atendidos, acusam a instrumentação mediúnica de criar personalidades imaginárias; exageram a função dos chamados poderes inconscientes da vida mental, estranhando que a força psíquica, como recurso mediador entre encarnados e desencarnados, não procede na balança da observação humana à maneira, por exemplo, das combinações do cloro com o hidrogênio.
Com referência ao assunto, é imperioso salientar que se desconhece ainda, no mundo, a Lei do Campo Mental, que rege a moradia energética do Espírito, segundo a qual a criatura consciente, seja onde for no Universo, apenas assimilará as influências a que se afeiçoe.
Cada mente é como se fora um mundo "de per si", respirando nas ondas criativas que despede - ou na psicosfera em que gravita para esse ou aquele objetivo sentimental, conforme os próprios desejos -, sem que a lei de responsabilidade não subsistiria.
Um médium, ainda mesmo nas mais altas situações de amnésia cerebral, do ponto de vista fisiológico, não está inconsciente de todo, na faixa da realidade espiritual, e agirá sempre, nunca à feição de um autômato perfeito, mas na posição de uma consciência limitada às possibilidades próprias e às disposições da própria vontade.

(Mecanismos da Mediunidade, XVII, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

MEDIUNIDADE E VIDA - Eminentes fisiologistas e pesquisadores de laboratório procuraram fixar mediunidade e médiuns a nomenclaturas e conceitos da ciência metapsíquica; entretanto, o problema, como todos os problemas humanos, é mais profundo, porque a mediunidade jaz adstrita à própria vida, não existindo, por isso, dois médiuns iguais, não obstante a semelhança no campo das impressões.
Por outro lado, espiritualistas distintos julgam-se no direito de hostilizar-lhe o serviço e impedir-lhe a eclosão, encarecendo-lhe os supostos perigos, como se eles próprios, mentalizando os argumentos que avocam, não estivessem assimilando, por via mediúnica, as correntes mentais intuitivas, contendo interpretações particulares das Inteligências desencarnadas que os assistem.
A mediunidade, no entanto, é faculdade inerente à própria vida e, com todas as suas deficiências e grandezas, acertos e desacertos, é qual o dom visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e tantos infortúnios na Terra.
Ninguém se lembrará, contudo, de suprimir os olhos, porque milhões de pessoas, em face de circunstâncias imponderáveis da evolução, deles se tenham valido para perseguir e matar nas guerras de terror e destruição.
Urge iluminá-los, orientá-los e esclarecê-los.
Também a mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas sim, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o corpo espiritual, modelando o corpo físico e sustentando-o, possa igualmente erigir-se em filtro leal das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da Humanidade aos domínios da luz.

(Evolução em Dois Mundos, XVII, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)


08 maio 2011

O CÉU E O INFERNO

Allan Kardec apresenta a verdadeira face do desejado Céu, do temido Inferno, como também do chamado Purgatório. Põe fim às penas eternas, demonstrando que tudo no universo evolui.
Lendo-se este livro com atenção vê-se que a sua estrutura corresponde a um verdadeiro processo de julgamento. Na primeira parte temos a exposição dos fatos que o motivaram e a apreciação judiciosa, sempre serena, dos seus vários aspectos, com a devida acentuação dos casos de infração da lei. Na segunda parte o depoimento das testemunhas. Cada uma delas caracteriza-se por sua posição no contexto processual. E diante dos confrontos necessários o juiz pronuncia a sua sentença definitiva, ao mesmo tempo enérgica e tocada de misericórdia. Estamos ante um tribunal divino.
Os homens e suas instituições são acusados e pagam pelo que devem, mas agravantes e atenuantes são levados em consideração à luz de um critério superior.
A 30 de Setembro de 1863, como se pode ver em Obras Póstumas, Kardec recebeu dos Espíritos Superiores este aviso: "Chegou a hora de a Igreja prestar contas do depósito que lhe foi confiado, da maneira como praticou os ensinamentos do Cristo, do uso que fez de sua autoridade, enfim, do estado de incredulidade a que conduziu os espíritos". Esse julgamento começava com a preliminar constituída pelo Evangelho Segundo o Espiritismo e devia continuar com O Céu e o Inferno. Dentro de dois anos, em seu número de Setembro de 1865, a Revista Espírita publicaria em sua seção bibliográfica a notícia do lançamento do quarto livro de Codificação Espírita: O Céu e o Inferno. Faltava apenas A Gênese para completar a obra da Codificação da III Revelação.
Dois capítulos de O Céu e o Inferno foram publicados antecipadamente na Revista: o capítulo intitulado Da apreensão da morte, vigorosa peça de acusação, no número de Janeiro de 1865, e o capítulo Onde é o Céu, no número de Março do mesmo ano. Apareceram ambos como se fossem simples artigos para a Revista, mas o último trazia uma nota final anunciando que ambos pertenciam a uma "nova obra que o Sr. Allan Kardec publicará proximamente". Em Setembro a obra já aparece anunciada como à venda.
Kardec declara que, não podendo elogiá-la nem criticá-la, a Revista se limitava a publicar um resumo do seu prefácio, revelando o seu conteúdo. Os capítulos antecipadamente publicados aparecem, o primeiro com o mesmo título com que saíra e o segundo com o título reduzido para O Céu.
Estava dado o golpe de misericórdia nos dogmas fundamentais da teologia do cristianismo formalista, tipo inegável de sincretismo religioso com que o Cristianismo verdadeiro, essencial e não formal conseguira penetrar na massa impura do mundo e levedá-la à custa de enormes sacrifícios. Kardec reafirma o caráter científico do Espiritismo. Como ciência de observação a nova doutrina enfrenta o problema das penas e recompensas futuras à luz da História, estabelecendo comparações entre as idealizações do céu e do inferno nas religiões anteriores e nas religiões cristãs, revelando as raízes históricas, antropológicas, sociológicas e psicológicas dessas idealizações na formulação dos dogmas cristãos.
A comparação do inferno pagão com o inferno cristão é um dos mais eficazes trabalhos de mitologia comparada que se conhece. A mitologia cristã se revela mais grosseira e cruel que a pagã. Bastaria isso para justificar o Renascimento. O mergulho da humanidade no sorvedouro medieval levou a natureza humana a um retrocesso histórico só comparável ao do nazi-fascismo em nosso tempo. Os intelectuais materialistas assustaram-se com o retrocesso do homem nos anos 40 do nosso século e puseram em dúvida a teoria da evolução. Se houvessem lido este livro de Kardec, saberiam que a evolução não se processa em linha reta; mas em ascensão espiralada.
Vemos assim que este livro de Kardec tem muito para ensinar, não só aos espíritas, mas também aos luminares da inteligência néo-pagã que perdem o seu tempo combatendo o Espiritismo, como gregos e romanos combateram inutilmente o Cristianismo. O processo espírita se desenvolve na linha de sequência do processo cristão. A conversão do mundo ainda não se completou. Cabe ao Espiritismo dar-lhe a última demão, como desenvolvimento natural, histórico e profético do Cristianismo em nosso tempo.
A leitura e o estudo sistemático deste livro se impõem a espíritas e não-espíritas, a todos os que realmente desejam compreender o sentido da vida humana na Terra. Mesmo entre os espíritas este livro é quase desconhecido. A maioria dos que o conhecem nunca se inteirou do seu verdadeiro significado. Kardec nos dá nas suas páginas o balanço da evolução moral e espiritual da humanidade terrena até os nossos dias. Mas ao mesmo tempo estabelece as coordenadas da evolução futura. As penas e recompensas de após a morte saem do plano obscuro das superstições e do misticismo dogmático para a luz viva da análise racional e da pesquisa científica. É evidente que essa pesquisa não pode seguir o método das ciências de mensuração, pois o seu objetivo não é material, mas segue rigorosamente as exigências do espírito científico moderno e contemporâneo.
O grave problema da continuidade da vida após a morte despe-se dos aparatos mitológicos para mostrar-se com a nudez da verdade à luz da razão esclarecida.

Autor: J. Herculano Pires

05 maio 2011

DESENCARNAÇÃO NA INFÂNCIA

Podemos considerar a desencarnação da alma, em plena infância, como sendo
uma punição das Leis Divinas, na maioria das vezes?

Muitas existências são frustradas no berço, não por simples punição externa da Lei Divina, mas porque a própria Lei Divina funciona em nós, desde que todos existimos no hausto do Criador.
Freqüentemente, através do suicídio, integralmente deliberado, ou do próprio desregramento, operamos em nossa alma calamitosos desequilíbrios, quais tempestades ocultas, que desencadeamos, por teimosia, no campo da natureza íntima.
Cargas venenosas, instrumentos perfurantes, projéteis fulminatórios, afogamentos, enforcamentos, quedas calculadas de grande altura e multiformes viciações com que as criaturas responsáveis arruínam o próprio corpo ou o aniquilam, impondo-lhe a morte prematura, com plena desaprovação da consciência, determinam processos degenerativos e desajustes nos centros essenciais do psicossoma, notadamente naqueles que governam o córtex encefálico, as glândulas de secreção interna, a organização emotiva e o sistema hematopoético.
Ante o impacto da desencarnação provocada, semelhantes recursos da alma entram em pavoroso colapso, sob traumatismo profundo, para o qual não há termo correlato na diagnose terrestre.
Indescritíveis flagelações que vão da inconsciência descontínua à loucura completa, senhoreiam essas mentes torturadas, por tempo variável, conforme as atenuantes e agravantes da culpa, induzindo as autoridades superiores a reinterná-las no plano carnal, quais enfermos graves, em celas físicas de breve duração, para que se reabilitem, gradativamente, com a justa cooperação dos Espíritos reencarnados, cujos débitos com eles se afinem.
Eis porque um golpe suicida no coração, acompanhado pelo remorso, causará comumente diátese hemorrágica, com perda considerável da protombina do sangue, naqueles que renascem para tratamento de recuperação do corpo espiritual em distonia; o auto-envenenamento ocasionará, nas mesmas condições, deploráveis desarmonias nas regiões psicossomáticas correspondentes à medula vermelha, conturbando o nascimento das hemácias, tanto em sua evolução intravascular, dentro dos sinusóides, como também na sua constituição extravascular, no retículo, gerando as distrofias congênitas do eritrônio com hemopatias diversas; os afogamentos e enforcamentos, em identidade de circunstancias, impõem naqueles que os provocam os fenômenos da incompatibilidade materno-fetal, em que os chamados fatores Rh, de modo geral, após a primeira gestação, permitem que a hemolisina alcancem a fronteira placentária, sintonizando-se com a posição mórbida da entidade reencarnante, a se externarem na eritroblastose fetal, em suas variadas expressões; e o voluntário esfacelamento do crânio, a queda procurada de grande altura e as viciações do sentimento e do raciocínio estabelecem no veículo espiritual múltiplas ocorrências de arritmia cerebral, a se revelarem nos doentes renascituros, através da eclampsia e da tetania dos lactentes, da hidrocefalia, da encefalite letárgica, das encefalopatias crônicas, da psicose epilética, da idiotia, do mongolismo e de várias morboses oriundas da insuficiência glandular.
Claro está que não relacionamos nessa sucinta relação os problemas do suicídio associado ao homicídio, os quais, muita vez, se fazem seguidos, em reencarnação posterior do infeliz ato, por lamentáveis reações, com a morte acidental ou violenta na infância, traduzindo estação inevitável no ciclo do resgate.
No que tange, porém, às moléstias mencionadas, surgem todas elas nos mais diferentes períodos, crestando a existência do veículo físico, via de regra, desde a vida "in útero" até os dezoito e vinte anos de experiência recomeçante, e, como vemos, são doenças secundárias, porquanto a etiologia que lhes é própria reside na estrutura complexa da própria alma.
Urge ainda considerar que todos os enfermos dessa espécie são conduzidos a outros enfermos espirituais - os homens e as mulheres que corromperam os próprios centros genésicos pela delinqüência emotiva ou pelos crimes reiterados do aborto provocado, em existências do pretérito próximo, para que, servindo na condição de atendentes e guardiães de companheiros que também se conspurcaram perante a Eterna Justiça, se recuperem, a seu turno, regenerando a si mesmos pelo amoroso devotamento com que lutam e choram, no amparo aos filhinhos condenados à morte, ou atormentados desde o berço.
Segundo observamos, portanto, as existências interrompidas no alvorecer do corpo denso, raramente constituem balizas terminais de prova indispensáveis na senda humana, porque, na maioria dos sucessos em que se evidenciam, representam cursos rápidos de socorro ou tratamento do corpo espiritual desequilibrado por nossos próprios excessos e inconseqüências, compelindo-nos a reconhecer, com o Apóstolo Paulo (I Coríntios, 6:19-20 - Nota do autor), que o nosso instrumento de manifestação, seja onde for, é templo da Força Divina, por intermédio do qual, associando corpo e alma, nos cabe a obrigação de aperfeiçoar-nos, aprimorando a vida, na exaltação constante a Deus.


Há casos de desencarnação estando o Espírito desdobrado, por exemplo, nas zonas umbralinas e o corpo em estado comatoso?

Isso pode acontecer perfeitamente, do ponto de vista da exteriorização do pensamento, porque céu e inferno, exprimindo equilíbrio e perturbação, alegria e dor, começam invariavelmente em nós mesmos.


Os Espíritos encarnados que sofreram desequilíbrio mental de alta expressão voltam imediatamente à lucidez espiritual após a desencarnação?

Isso nunca sucede, porquanto a perturbação dilatada exige a convalescença indispensável, cuja duração naturalmente varia com o grau de evolução do enfermo em reajuste.


(Evolução em Dois Mundos, Parte II, Cap. XVII, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)