Luiz Carlos D. Formiga
Inicialmente vamos examinar três palavras: titânio, argumento e crise.
O titânio (Ti), nono elemento mais abundante da terra, é um metal, de
toxicidade nula, de brilho prateado, mais leve do que o ferro, quase tão
forte quanto o aço, e quase tão resistente à corrosão como a platina. Ele
possui diversificado campo de utilização pelas propriedades de tenacidade,
leveza, resistência à corrosão, opacidade, inércia química, elevado ponto de
fusão, brancura, alto índice de refração e alta capacidade de dispersão. É
por isso muito utilizado nas indústrias aeronáuticas e aeroespaciais.
Argumento é raciocínio pelo qual se tira uma conseqüência ou dedução. Crise
é manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio. Estado de
dúvidas e incertezas. Fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos
fatos, das idéias. Tensão, conflito.
Do relacionamento entre diferentes surgem tensões, conflitos e deduções diversas. É nesta hora que percebemos que a coexistência pacífica, proporcionada pela fraternidade autêntica, é o ambiente favorável à tolerância das diferenças. Já se disse que num Estado de Direito, a liberdade só tem sentido em condições de reciprocidade e o direito de igualdade pressupõe o direito à diferença. Somos iguais, mas diferentes e, diferentes, mas, sobretudo, iguais (1, 2, 3)
No livro (4) “As drogas e suas conseqüências” (crises) há uma pergunta no capítulo Aids, Tóxicos e Reencarnação: o que fazer quando temos diversos passageiros no trem da agonia? Qual o argumento para responder?
Certamente se falará sobre a necessidade imperiosa de se pensar em novas alternativas para a abordagem do problema, com uma tentativa mais incisiva da correção das razões sociais, psicológicas e espirituais, perpetuadoras do hábito. Pode-se argumentar que nesse problema, as medidas a serem tomadas são muito mais de ordem educacional, social, cultural, econômica e espiritual, do que propriamente de ordem médica e psiquiátrica. O aborto também nos fará pensar suprapartidariamente o momento bio-psico-cultural e o político-econômico-social.
A CPI do Aborto está trazendo um estado de dúvidas e incertezas. Com o título “Mulheres seguram instalação da CPI do Aborto”, lemos no Último Segundo (5) que “o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tem pela frente uma Comissão Parlamentar de Inquérito com potencial para provocar muito barulho antes mesmo de ser instalada. Um grupo de deputados vai fazer pressão para que se iniciem logo as investigações sobre a prática de aborto.”
“O pedido de criação da comissão, feito pelo deputado Luiz Bassuma (PT-BA), foi deferido pelo antecessor de Temer, Arlindo Chinaglia (PT-SP). A instalação da CPI, no entanto, esbarra numa representação contra o parlamentar espírita e baiano feita pela Secretaria de Mulheres do PT, com o argumento de que Bassuma descumpre uma resolução partidária de 2007 que aprova o direito ao aborto.”
Bassuma responde a um processo na Comissão de Ética do PT por ser
declaradamente contra o aborto. A deputada Cida Diogo (PT-RJ) destaca que a Bancada Feminina da Câmara e a própria bancada petista da Casa é contrária à instalação desse colegiado. Cida avalia que os líderes partidários não vão indicar os membros dessa CPI e, dessa forma, a comissão será arquivada em poucos meses.
O deputado Geraldo Tenuta Filho (DEM-SP) – Bispo Ge, presidente da Igreja Renascer – explica que a CPI "não será contra as mulheres", mas contra estabelecimentos que promovam a prática. Tenuta avalia que a que a comissão será um "grande momento". "É uma questão de vida e morte", “a prevenção do aborto é uma questão de saúde pública.” O deputado Pastor Manoel Ferreira (PTB-RJ), da Assembléia de Deus, diz que "a CPI já existe” e "é bom isso ser apurado."
Bassuma relata diálogo com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos articuladores da candidatura do atual presidente da Casa: "Ele se
comprometeu que o Michel iria instalar a CPI do Aborto." Eduardo Cunha
reiterou ao Congresso em Foco a promessa de campanha feita ao petista baiano: "a causa é boa. Vou honrar a confiança que ele depositou". Cunha é evangélico e também contra o aborto.
A comissão será arquivada em poucos meses? Em 14 de novembro de 2008 o editorial do Jornal do Brasil nos comentou o escândalo do mensalão e disse: “Justiça lenta é inevitavelmente injusta, para o bem ou para o mal. Os inocentes pagam pela suspeita. Os culpados ganham com a enrolação. A prescrição pesa nas contas e sempre acaba por beneficiar os criminosos. Perde a sociedade.”
Uma médica-ministra disse que os contrários ao aborto são da idade média (7). Agora que o titânio está sendo utilizado, como técnica do terceiro milênio, será que ela, representante do governo, vai destinar esforços, e os nossos impostos, no sentido da nova técnica de laqueadura? Indago porque o perfil das mulheres que praticam aborto, segundo docentes-pesquisadores da UNB e UERJ já está bem definido.
A maioria dos abortos é feito por mulheres de 20 a 29 anos de idade, que trabalham, têm pelo menos um filho, usam contraceptivos, são católicas e mantêm relacionamentos estáveis. Elas têm até oito anos de escolaridade e estão no mercado de trabalho com renda de até três salários mínimos, exercendo funções como as de doméstica e cabeleireira. O perfil foi traçado por um estudo que reuniu resultados de mais de 2 mil pesquisas sobre o aborto no Brasil, elaboradas nos últimos 20 anos, com base principalmente em informações de mulheres atendidas em serviços públicos de saúde de grandes cidades depois de induzir o aborto em casa.(6)
Apesar da fase difícil, grave, na evolução das coisas conseguimos vislumbrar uma luz de prevenção no fundo da crise do aborto, embora não saibamos com precisão ainda quais serão as conseqüências no domínio espiritual. O ato da laqueadura de trompas sem indicação ético-moral poderá selecionar aqueles espíritos que serão futuramente candidatas a fertilização in vitro, correndo o risco de serem como Nadya Suleman? (7). Certamente será melhor utilizar-se do novo contraceptivo do que recorrer ao homicídio “in útero”.
A notícia na Folha de Pernambuco merece destaque (8). É que o Brasil começou a experimentar este novo tipo de contraceptivo definitivo, como alternativa ao método tradicional da laqueadura. A novidade foi introduzida pelo Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo. Trata-se de um dispositivo à base de titânio, importado dos EUA, com espessura equivalente a um fio de cabelo e 4 centímetros de comprimento. Esse produto é introduzido via vaginal até o tubo uterino, impedindo o movimento de captação dos óvulos e o contato desses com os espermatozóides. Isso evita que a mulher possa engravidar.
O Ministério da Saúde, que recentemente usou dinheiro do contribuinte para produzir um documentário tendencioso a favor do aborto, agora possui nova técnica que pode ser feita em cinco minutos e não requer afastamento por 15 dias do trabalho. Ninguém precisa mais ter um "Temporão"!
http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=4982
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/02/08/mulheres+seguram+instalacao+da+cpi+do+aborto+3919925.html
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