27 agosto 2009

OS ORIXÁS NO DIVÃ

Este é o título da entrevista que a psicóloga clínica e ialorixá (do templo Guaracy de Umbanda, SP), Tina de Souza concedeu a Luis Pellegrini, publicada na conceituada revista PLANETA. Não vamos nos alongar nos comentários sobre a insólita entrevista. Destacamos, apenas, alguns pontos que nos parecem obscuros. V.g., a entrevistada citou que a "essência sutil é o núcleo central da pessoa, a sua identidade primordial". adiante, afirma que a "essência sutil é constituída pelos elementos fogo, terra, água, e ar, os quais podem ser entendidos como relacionados respectivamente a novos aspectos energéticos, material, psíquico e mental." E disse mais: "As forças que vibram nesses elementos recebem o nome iorubá de orixás. Que confusão, Dra. Tina!
Será que os umbandistas sabiam de toda essa geringonça ideológica? Ademais, que são os aspectos psíquico e mental? Onde ficam? Na "essência sutil". E a "essência sutil" fica onde? Será que tudo tem sede no cérebro? Se não for no cérebro, onde ficaria? E o que é mente e o que é psiquismo? E mais além da entrevista a Dra. Tina fala em "inconsciente primitivo". Ela "explica", a propósito: " O inconsciente primitivo é uma zona de ligação entre a essência e as demais partes que constituem a pessoa". Brilhante, vocês não acham? Mas onde fica, na verdade, o "inconsciente primitivo"? No cérebro? Em que lugar do cérebro. Para a Psicologia tudo fica no cérebro, mesmo? Em seguida a Dra. Tina afirma que, na visão dela (ainda bem), o "inconsciente primitivo" é uma membrana permeável (!). Nela podem ser encontrados todos os requisitos das memórias espirituais do indivíduo relacionadas às suas qualidades "mediúnicas" (é incrível essa definição de mediunidade), os requisitos armazenados no presente ciclo de vida e dos ciclos anteriores, caso se aceite a idéia da existência de encarnações passadas". E se não fossem aceitas? Essa é apenas uma questão ideológica ou uma realidade existencial, independentemente de crença ou descrença?
Paremos por aqui, diante de tanta maluquice. Algumas revistas que hoje circulam no Brasil teimam em impor aos seus leitores assuntos que tais, sem quaisquer bases científicas. Saudades da PLANETA de outrora!
Outro tema, na mesma edição de PLANETA, sobre o título "Entendendo o Poltergeist", de autoria do médico-psiquiatra e psicoterapeuta do Encantamento (!), Paulo Urleam, que com dúvidas escreve: "Creio (ele apenas crê) que a psicologia junguiana é o melhor modelo para explicar os fenômenos parapsicológicos, particularmente no que se refere ao conceito analítico de sincronicidade..." Sincronicidade? Eis aí uma questão assaz duvidosa. Sincronicidade é a mesma coisa que coincidência. E o que é coincidência? Até hoje ninguém conseguiu firmar um conceito aceitável de coincidência. Ademais, Jung não apenas presenciou manifestações de efeitos físicos, ele fez extraordinários contatos com os Espíritos, materializações nas sessões do Dr. Schrenk-Notzing, na Alemanha, às da faculdade mediúnica de ectoplasmia de Rudi Schneider. Além do mais, Jung era um excelente médium de escrita automática. Vide sua obra "Os sete Sermões aos Mortos". Na verdade, Jung ficou, como o próprio Freud, em cima do muro. Ou mais precisamente, não foi honesto o bastante para afirmar a imortalidade da alma e suas naturais manifestações no mundo corpóreo. Atribuir as comunicações de poltergeist ao inconsciente é temerário; é um atestado de desconhecimento total da realidade espiritual do ser humano. O Dr. Hernani Guimarães Andrade, amigo nosso de longa data, já infelizmente desencarnado, concluiu pelo menos para este escriba, que os fenômenos de poltergeist ainda precisavam ser analizados com extrame cautela. Devê-los a estados emocionais alterados é infantilidade. Ali estão os Espíritos manfiestando-se acintosamente, tal como fizeram no passado e no presente. O problema é o funcionamento; arraigado preconceito. E para finalizar, que tal se os psiquiatras e psicólogos explicassem o que aconteceu no Monte Tabor, quando Jesus materializou dois Espíritos Moisés e Elias, utilizando-se do ectoplasma de Pedro, João e Tiago. Será que aquilo ali foi uma fraude? Qual o objetivo de Jesus em trazer do mundo espiritual dois dos grandes profetas hebreus? Será que Jung explicaria aquele fenômeno tomando por base as suas especulações psicológicas?

Um comentário:

JUREMA disse...

Sabe Dalailam,eu concordo com voce em genero ,numero e grau ,quanto a saudade da antiga planeta.
Sempre fui grande admiradora da mesma e a coleciono desde tempos passados,mas ultimamente não tenho tido mais paciencia com a abertura da mesma para tanta gente viajar.
Nossa quanta coisa sem noção ali falado .
Na verdade uma frase afirma e a outra se contradiz ,realmente as vezes o silencio é a melhor arma de defesa.
Muito bem colocado seu posicionamento .
abraços