04 junho 2009

FÓRUM ALLAN KARDEC OU FORA ALLAN KARDEC?

O evento, patrocinado pela Federação Espírita do Estado da Bahia, propõe-se a definir metas para captação de recursos, objetivando viabilizar as ações sociais desenvolvidas pelas instituições espíritas participantes do fórum. É realmente interessante o tema a ser abordado; entretanto, o que a FEEB se propõe a realizar é a mesma coisa que as diversas correntes religiosas vêm tentando pôr em prática há longo tempo, sem alcançarem o sucesso desejado.
A verdade é que a nossa sociedade, como diz o folder do encontro, é “uma sociedade complexa”, dificultando, então, qualquer tipo de investida no que diz respeito à captação de recursos, especialmente destinados às ações sociais das casas espíritas. Far-se-ia necessário, antes, uma divulgação sistemática do que é o Espiritismo e os seus objetivos nessa sociedade complexa, o que não vem ocorrendo há muitos e muitos anos aqui na cidade do Salvador.
Estranhamos que seja um fórum “Allan Kardec”, porque de Kardec, na realidade, não tem nada. A única captação de recursos de que Kardec se utilizou foi uma espécie de “caixa dos necessitados”, onde pingavam as moedas dos freqüentadores da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, como acontecia no gasofilácio posto à entrada do templo de Jerusalém.
O certo é que a maior caridade que se pode fazer em nome do Espiritismo é a sua própria divulgação. Em vez de se atender aos que passam fome, aos que não têm teto, aos que não têm assistência médica, obrigações do Governo, em face dos bilhões de impostos que nós pagamos, os espíritas deveriam estar preocupados em politizar o povo, a fim de que ele possa pleitear os seus justos direitos. Só mesmo em países de terceiro, quarto ou quinto mundos, como o nosso, é que proliferam essas “ações sociais” que fazem com que o Governo, diante delas, durma em berço esplêndido.
Tudo isso quer dizer que os espíritas estão contribuindo, assim, para que o Governo se acomode e não cumpra os desígnios constitucionais. A preocupação, a nosso ver, deveria se voltar para a divulgação do Espiritismo numa sociedade a ele ainda refratária.
Em suma, e diante do exposto, consideramos que o título do encontro sofreu alguma alteração: parece que eles queriam dizer “Fora, Allan Kardec!”.

Um comentário:

OLHAR CIDADÃO disse...

Fora da Caridade não há salvação, e caridade no conceito espírita é ampla, e não exclui o atendimento das necessidades materiais das pessoas que batem à porta dos Centros Espíritas.

Os EUA, país com certeza na sua opinião de "primeiro mundo", está distribuindo 30 milhões de cestas básicas para famílias carentes americanas, o Programa BOLSA FAMÍLIA do governo brasileiro é reconhecido pela ONU e tem servido de modelo para vários países.

A casa espírita, como toda casa religiosa, tem uma função dentro da sociedade, e dela não pode fugir.

A difusão da Doutrina Espírita e da Mensagem do Cristo, por si só, já são um importante fator de tornar o indivíduo consciente de seus direitos e deveres. Não existe melhor "política" do que divulgar solidariedade, caridade e amor, baseados na justiça.

Quando as religiões fazem isso, já estão em grande parte dando importante contribuição para o "PLANETA"