HISTÓRIA DA CHAVE
Com a saída do chefe da casa dos filhos mais velhos para o trabalho e com a ausência das crianças na escola, Dona Cidália era obrigada, por vezes, a deixar em casa, a sós, porque devia buscar lenha, à distância.
Aí começou a dificuldade.
Certa vizinha, vendo a casa fechada, ia ao quintal e colhia as verduras.
A madrasta bondosa preocupou-se.
Sem verduras não haveria dinheiro para o serviço escolar.
Dona Cidália observou... observou...
E ficou sabendo quem lhes subtraia os recursos da horta; entretanto, repugnava-lhe a idéia de ofender uma pessoa amiga por causa de repolhos e alfaces.
Chamou, então, o Chico e lembrou.
- Meu filho, você diz que, às vezes, encontra o Espírito de Dona Maria. Peça-lhe um conselho. Nossa horta está desaparecendo e, sem ela, como sustentar o serviço da escola?Chico procurou o quintal à tardinha e rezou e, como de outras vezes, a mãezinha apareceu.
O menino contou-lhe o que se passava e pediu-lhe socorro.
D. Maria então lhe disse:
- Você diz a Cidália que realmente não devemos brigar com os vizinhos que são sempre pessoas de quem necessitamos. Será então aconselhável que ela de a chave da casa à amiga que vem lhe talando a horta, sempre que precise ausentar-se, porque, desse modo, a vizinha ao invés de prejudicar os legumes, nos ajudará a tomar conta deles.
Dona Cidália achou o conselho excelente e cumpriu a determinação.
Foi assim que a vizinha não mais tocou nas hortaliças, porque passou a responsabilizar-se pela casa inteira.
O HOMEM MAIS RICO
Certa vez, um amigo abordou o médium e perguntou-lhe:
- Chico, na sua opinião, qual é o homem mais rico?
Como se estivesse a ouvir a voz de Emmanuel nos escaninhos da alma, o médium respondeu:
-Para mim, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades...
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
-E o homem mais justo e sábio?...
Com a mesma espontaneidade, ele esclareceu:
-O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever...
-Mas – insistiu, certamente, interessado em alguma revelação que lhe facilitasse a vida – o que você está me dizendo é o óbvio...
Com o fraterno sorriso de sempre, sem se deter na tarefa de atendimento aos que lhe procuravam a palavra, Chico redargüiu:
-Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio...
Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a Verdade!
O nosso problema é justamente este: queremos alcançar Céu, vivendo fora do óbvio na Terra!...
DOR DE CABEÇA
Era uma sexta-feira. Muita gente aglomerava-se em volta de Chico. Zeca Machado tomava providências para o início da reunião. O irmão Barbosa postou-se à cabeceira da mesa, Lico, Dr. Rômulo e outros dirigentes do “Luiz Gonzaga” puseram-se a postos.
Chico, de pé, abraçava um, dirigia a palavra a outro.
Aproximou-se dele uma jovem senhora, reclamando de forte dor de cabeça. Chico a ouviu atentamente e convidou-a a sentar-se na assistência para participar.
A palestra transcorreu normalmente, com os colaboradores dando sua parcela de cooperação nos comentários.
Depois da meia-noite, finda a reunião, a senhora que reclamara da dor de cabeça achegou-se ao médium, com a fisionomia radiante e feliz. A dor de cabeça cessara nos primeiros minutos das tarefas. Chico sorriu docemente, despedindo-se dela com carinho.
Instantes depois, explicou:
- Emmanuel me disse que aquela senhora teve uma discussão muito forte com o marido, chegando quase a ser agredida fisicamente. O marido desejou dar-lhe uma bofetada e não o fez por recato natural. Contudo, agrediu-a vibracionalmente, provocando uma concentração de fluidos deletérios que lhe invadiram o aparelho auditivo, causando a dor de cabeça. Tão logo começou a reunião, Dr. Bezerra colocou a mão sobre sua cabeça e vi sair de dentro de seu ouvido um cordão fluídico escuro, negro, que produzia a dor. Eu estava psicografando mas, orientado por Emmanuel, pude acompanhar todo o fenômeno.
BEIJOU O BURRINHO
De S. Paulo chegou a Pedro Leopoldo um conhecido e estimado confrade. Ao entrar, às 20 horas, no Centro Espírita LUIZ GONZAGA, esbarra com o Chico e, demonstrando saudade e apreço pelo grande Médium, declara:
- Vim de S. Paulo, para lhe dar um beijo. E conclui: beijando-o, tenho a impressão de que beijei seu querido guia Emmanuel...
- E o Chico, com toda cantidez e humildade: Não, meu caro Irmão, você não beijou Emmanuel mas sim o seu burrinho, que sou eu.
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