14 janeiro 2009

SANTO AGOSTINHO

Aurélio Agostinho destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos. E como Tomás de Aquino se inspira na filosofia de Aristóteles, e será o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspira-se em Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Agostinho, pela profundidade do seu sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina, ainda que os problemas que fundamentalmente o preocupam sejam sempre os problemas práticos e morais:
o mal,
a liberdade,
a graça,
a predestinação.
Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica (Santa Mônica), pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; dominou-o longamente, moral e intelectualmente, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal, julgando achar neste dualismo maniqueu a solução do problema do mal e, por conseqüência, uma justificação da sua vida. Tendo terminado os estudos, abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda, por razões de ordem espiritual.

Entrementes - depois de maduro exame crítico - abandonara o maniqueísmo, abraçando a filosofia neoplatônica que lhe ensinou a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal. Destarte chegara a uma concepção cristã da vida - no começo do ano 386. Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. Finalmente, como por uma fulguração do céu, sobreveio a conversão moral e absoluta, no mês de setembro do ano 386. Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retira-se, durante alguns meses, para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e dalguns discípulos, perto de Milão. Aí escreveu seus diálogos filosóficos, e, na Páscoa do ano 387, juntamente com o filho Adeodato e o amigo Alípio, recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio, cuja doutrina e eloqüência muito contribuíram para a sua conversão. Tinha trinta e três anos de idade.
http://www.mundodosfilosofos.com.br/agostinho.htm
Para compreender a filosofia de Santo Agostinho há que ter em conta os conceitos augustinianos de e razão e o modo como se serve deles. Com efeito, não pode considerar-se Agostinho de Hipona um filósofo, se por tal se entende o pensador que se situa no âmbito exclusivamente racional, pois, como crente, apela à fé. Santo Agostinho não se preocupa em traçar fronteiras entre a fé e a razão. Para ele, o processo do conhecimento é o seguinte:
a razão ajuda o homem a alcançar a fé;
de seguida, a fé orienta e ilumina a razão;
e esta, por sua vez, contribui para esclarecer os conteúdos da fé.
Deste modo, não traça fronteiras entre os conteúdos da revelação cristã e as verdades acessíveis ao pensamento racional.
Para Santo Agostinho, «o homem é uma alma racional que se serve de um corpo mortal e terrestre»; expressa assim o seu conceito antropológico básico. Distingue, na alma, dois aspectos:
a razão inferior (A razão inferior tem por objeto o conhecimento da realidade sensível e mutável: é a ciência, conhecimento que permite cobrir as nossas necessidades.)
e a razão superior. (A razão superior tem por objeto a sabedoria, isto é, o conhecimento das idéias, do inteligível, para se elevar até Deus. Nesta razão superior dá-se a iluminação de Deus.)
O problema da liberdade está relacionado com a reflexão sobre o mal, a sua natureza e a sua origem. Santo Agostinho, maniqueu na sua juventude (os maniqueus postulam a existência de dois princípios ativos, o bem e o mal), aceita a explicação de Plotino, para quem o mal é a ausência de bem, é uma privação, uma carência. E ao não ser alguma coisa positiva, não pode atribuir-se a Deus. Leibniz, no século XVII, «ratifica» esta explicação
http://www.vidaslusofonas.pt/santo_agostinho.htm
Começa a sua grande obra, suas "Confissões", dizendo: "Senhor, criaste-nos para Vós, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar em Vós". Foi um dos homens mais importantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente
o Maniqueísmo,
o Donatismo
e o Pelagianismo, de Pelágio, que desprezava a graça de Deus.
Santo Agostinho escreveu muitas obras. Morreu em 28 de agosto em 430, aos 76 anos, em Hippo Regius, na Argélia. Santo Agostinho exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de "Doutor da Graça", pois como ninguém soube compreender os seus efeitos. Na sua grande obra "A Cidade de Deus", que gastou 13 anos para escrever, afirma: "Dois amores fundaram, pois, duas cidades, a saber:
o amor próprio, levado ao desprezo de Deus, a terrena;
o amor a Deus, levado ao desprezo de si próprio, a celestial".
http://www.gojaj.com.br/santos/santo_agostinho.htm
Embate travado por Santo Agostinho contra Pelágio. Esse monge galês poderia ter destruído o Cristianismo nascente se não fosse pela força moral, filosófica e religiosa de Agostinho. Pelágio simplesmente negava e idéia do Pecado Original, o que equivale a negar a missão do Cristo Redentor.
http://www.nivaldocordeiro.org/damoralemeconomia.html
Santo Agostinho é considerado, ao lado de São Tomás de Aquino o pensador mais importante da Idade Média, seus questionamentos servindo de base a todas as investigações teológicas posteriores.
INSTRUÇÕES MEDIÚNICAS DADAS POR SANTO AGOSTINHO
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo encontra-se algumas comunicações deste insigne Espírito. São elas:
Os Mundos de Expiações e de Provas, Mundos Regeneradores e Progressão dos Mundos (Cap. 3, 13 a 19),
O Mal e o Remédio (Cap. 4, 19),
O Duelo (Cap. 12, 11 e 12),
A Ingratidão dos Filhos e os Laços de Família (Cap. 14, 9)
e Alegria da Prece (Cap. 27, 23).
Em O Livro dos Médiuns há anotações Sobre o Espiritismo (Cap. 31, 1) e Sobre as Sociedades Espíritas (Cap. 31, 16).

O PONTO DE VISTA DO ESPÍRITO ERASTO
O Espírito Erasto, discípulo de São Paulo, em uma de suas comunicações enfatiza:
Santo Agostinho é um dos maiores divulgadores do Espiritismo; ele se manifesta quase que por toda parte.
Como muitos, ele também foi arrancado do paganismo.
Em meio de seus excessos, sentiu o alerta dos Espíritos superiores: a felicidade se encontra alhures e não nos prazeres imediatos.
Depois de ter perdido a sua mãe, disse: “Eu estou persuadido de que minha mãe voltará a me visitar e me dar conselhos, revelando-me o que nos espera a vida futura”.
Hoje, vendo chegada a hora para a divulgação da verdade que ele havia pressentido outrora, se fez dela o ardente propagador, e se multiplica, por assim dizer, para responder a todos aqueles que o chamam. (Kardec, 1984, cap. 1, item 11, p. 41)
http://www.ceismael.com.br/tema/tema061.htm
Ano 331 (?) — Nascimento de Mônica, futura mãe de Santo Agostinho.
354 — Nascimento de Agostinho em Tagasta, cidade da Numídia, na África.
366 — Agostinho, aos 12 anos, vai estudar em Madaura.
370 — Agostinho de férias em Tagasta. Arranja uma concubina. Morte de seu pai Patrício.
371 — Agostinho vai estudar num curso superior em Cartago graças à ajuda financeira de Romaniano, amigo de seu pai Patrício. Conselhos de Mônica.
372 — Agostinho, aos 18, é pai de um menino, Adeodato (dádiva de Deus). Os hunos atravessam o Volga.
373 — Agostinho, aos dezenove anos, abraça o maniqueísmo.
374 — Agostinho ensina em Tagasta.
375-383 — Agostinho ensina em Cartago.
383 — Aos 29 anos, Agostinho deixa Cartago e vai lecionar retórica em Roma, enganando sua mãe.
383-384 — Agostinho se afasta do maniqueísmo, ficando tentado a abraçar a filosofia ceticista da Academia Cética.
384 — Agostinho, graças ao apoio dos maniqueus, passa de Roma a Milão, onde assume o cargo de professor oficial de retórica da cidade. Nessa cidade dá-se o encontro com o bispo Ambrósio, que lhe ensina o modo correto de abordar a Bíblia.
384-386 — Através de reflexões espirituais, Agostinho amadurece sua conversão ao cristianismo.
386 — Mônica arranja uma noiva de 10 anos para Agostinho. Este concorda em aguardar que ela complete 12 anos, idade válida para o casamento. Agostinho então separa-se de sua concubina, mandando-a de volta para a África (ela entra para um convento). Apesar disso, ele não se casa, arranjando outra concubina.
387 — Agostinho (aos 33 anos), Alípio e Adeodato são batizados em Óstia por Santo Ambrósio. Mônica assiste à cerimônia. Morte de Mônica (aos 56 anos). Agostinho, antes de voltar para Tagasta, permanece em Roma quase um ano.
388 — Em Roma, Agostinho escreve A quantidade da alma. Agostinho escreve a obra Sobre o livre-arbítrio (escrito contra os maniqueístas, concluída em 391/395). Agostinho volta para Tagasta, vende os bens paternos e funda uma comunidade religiosa (a Ordem de Santo Agostinho), a mais antiga irmandade do Ocidente cristão.
388-389 — Agostinho escreve a obra sobre os costumes da Igreja Católica e os costumes dos maniqueus (escrito contra os maniqueístas).
388-391 — Em Tagasta, Agostinho escreve as obras O mestre e A música.
Tratam-se de escritos próximos aos de Cassiciano.
390 — Agostinho escreve a obra A verdadeira religião (escrito contra os maniqueístas).
391 — Valério, bispo de Hipona, pede a Agostinho que o auxilie na administração de sua diocese e o ordena sacerdote. Ali ele funda um monastério.
392 — Fortunato, bispo maniqueu, abandona Hipona após um debate público de dois dias com Agostinho.
395 — Agostinho é consagrado bispo.
396 — Valério, alegando idade avançada, pede à congregação que eleja um sucessor. Agostinho é eleito bispo efetivo de Hipona por unanimidade.
396-426 — Agostinho escreve a obra A doutrina cristã (escrito exegético).
397 — Agostinho escreve a obra Confissões.
398 — Agostinho escreve a obra sobre o Gênesis contra os maniqueus (escrito contra os maniqueístas).
399-419 — Agostinho escreve sua obra-prima dogmático-filosófico-teológica, A Trindade.
400 — Pelágio chega a Roma. Agostinho escreve a obra Contra a Epístola de Parmeniano (escrito contra os donatistas).
401 — Alarico invade a Itália mas é contido por Estilicão. Agostinho escreve a obra sobre o batismo contra os donatistas (escrito contra os donatistas).
401-414 — Agostinho escreve a obra Comentários literais ao Gênesis (escrito exegético).
410 — Alarico saqueia Roma. Orósio, sacerdote cristão e historiador espanhol refugia-se na África com Agostinho quando os bárbaros invadem sua terra natal.
411 — O imperador Honório ordena que se faça um concílio em Cartago para dar um basta à crise donatista. Comparecem 279 bispos donatistas e 286 bispos católicos. Marcelino, emissário do imperador, ordena que os donatistas entreguem suas igrejas. Reação donatista: morte de Restituto, sacerdote de Hipona, além de outro companheiro de Agostinho.
412 — Agostinho polemiza particularmente com Pelágio, escrevendo a obra O espírito e a letra.
413-427 — Agostinho escreve sua obra-prima apologética A Cidade de Deus.
414-417 — Agostinho escreve a obra Comentários a João (escrito exegético).
415 — Orósio, vai à Palestina a mando de Agostinho para prevenir Jerônimo contra Pelágio. Hipácia, filósofa pagã, é linchada por uma multidão cristã em Alexandria, fato que horrorizou muitos cristãos.
417 — Seguindo ordens de Agostinho, Orósio escreve sua História contra os pagãos. Agostinho escreve a obra sobre a gesta de Pelágio (escrito antipelagiano).
418 — Agostinho escreve a obra A graça de Cristo e o pecado original (escrito antipelagiano).
419-421 — Agostinho escreve a obra Contra Gaudêncio, bispo dos donatistas (escrito contra os donatistas).
426-427 — Agostinho escreve a obra Retratações.
430 — Os vândalos sitiam Hipona. Durante o terceiro mês do sítio, morreAgostinho, aos 76 anos de idade.

Um comentário:

André disse...

Esse texto de Santo Agostinho é realmente fascinante... conhecer a origens dos divulgadores da doutrina espírita sempre é uma grande satisfação e alegria.

Eu tb tenho um blog no qual acrescentei o "tamoporai" na minha lista.

Quando puder, visitem meu blog tb.

www.salgadousp.blogspot.com

abraços a todos