19 setembro 2009

OS ESPÍRITAS E AS ELEIÇÕES

"O Espiritismo não cria a renovação social: a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina para secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados". (In A Gênese, de Allan Kardec - Ed. FEB). Esclarecem os Espíritos, em O Livro dos Espíritos que o progresso moral decorre do progresso intelectual, porém nem sempre a ele se segue. (Questão n.º 780). Nós espíritas sabemos que temos um compromisso intransferível com a reforma íntima: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações". (Cap. XVII, item 4, "in fine" de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec). Mas, esse aperfeiçoamento pessoal deve refletir-se em nossa atuação consciente para transformar a sociedade em uma sociedade justa e amorosa, pois advertem os Espíritos: "Numa sociedade organizada segundo as leis do Cristo, ninguém deve morrer de fome" e adita Allan Kardec: "...Quando praticar (o homem) a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor ". (Questão 930 de O Livro dos Espíritos). Destaca-se, então, o compromisso do espírita com uma nova ordem social, fundada no Direito e no Amor. Obviamente, essa transformação dependerá da ação consciente dos bons e ao lado deles, os espíritas atuando com uma "consciência política", fundamentada nos princípios éticos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos. Portanto, não pode o espírita alienar-se da sociedade e não agir, com conhecimento e amor, nessa transformação, em importante momento histórico da civilização humana: " Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade". (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5º). Observando a ousadia da maldade e a confusão entre bondade e omissão, Allan Kardec indagou aos Espíritos: "Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
-Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão". (Questão 932 de O Livro dos Espíritos)
A resposta é clara e precisa, não permite dúvidas àqueles que pretendem ser bons. O mundo e, especificamente, a estrutura social brasileira, está precisando de transformações urgentes para coibir a ação dos maus que solapam os bons costumes, que semeiam a miséria, que se utilizam dos instrumentos da corrupção, da fraude e da mentira para atingirem seus objetivos egoísticos e anti-éticos. Momento significativo para a transformação da sociedade é a realização de eleições para os poderes Legislativo e Executivo. Em breve seremos chamados às urnas. O espírita precisa estar consciente da sua responsabilidade nesse momento, seja pleiteando cargos eletivos, seja simplesmente depositando o seu voto na urna. O voto é uma procuração que se passa ao candidato para que, se eleito, ele aja em nosso nome a bem da coletividade. É a maior manifestação de amor ao povo. Não votar, anular o voto, omitir-se é apoiar as forças do mal, é permitir que maus sobrepujem os bons.
Para que o espírita tenha critérios de avaliação do candidato, compare a sua conduta como membro da família, na atividade profissional, seu interesse e envolvimento com a comunidade e os princípios contidos em O Livro do Espíritos - 3ª Parte - Das Leis Morais, onde estão os conceitos sobre: o Bem e o Mal, a Sociedade, o Trabalho, o Progresso e a Igualdade, Justiça e Amor.
Porém, não se pode levar as questões político-partidárias para dentro do Centro ou Instituição Espírita.
Vote consciente. VOTE COM AMOR!

Aylton Paiva
(Jornal Mundo Espírita )

2 comentários:

OLHAR CIDADÃO disse...

A Política como um dos instrumentos de renovação e de aprimoramento da sociedade, pode e deve fazer parte da análise sob a ótica das doutrinas religiosas.

Concordo porém que posicionamentos partidários devam ficar de fora.

UM BOM E ESCLARECEDOR ARTIGO

PARABÉNS.

UM FRATERNO ABRAÇO

Jorge Nectan disse...

Acredito que devemos observar e ler, nos candidatos,não o programa se for eleito, mas o seu passado, pois aquele que nada fez antes, não fará depois.

E concordo ser este artigo bem esclarecedor e reflexivo.

Parabéns!