01 novembro 2009

DE KHALIL GILBRAN

Quando o amor te acenar, segue-o, ainda que por caminhos ásperos e íngremes.
E quando suas asas te envolverem, rende-te a ele, ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa ferir-te.
E quando ele te falar, acredita no que ele diz, ainda que sua voz possa destroçar teus sonhos, assim como o vento norte açoita o jardim.
Pois, se o amor te coroa, ele também te crucifica. Se te ajuda a crescer, também te diminui. Se te faz subir às alturas e acarcia teus ramos mais ternos, que tremem ao sol, também te faz descer às raízes e abala a tua ligação com a terra.
Como os feixes de trigo, ele te mantém íntegro. Debulha-te até que fiques nu. Transforma-te, retirando a tua palha.Tritura-te, até que estejas branco.Amassa-te, até que te tornes macio; e então te apresenta ao fogo, para que te transformes em pão, no banquete sagrado de Deus.Todas essas coisas pode o amor realizar, para que saibas dos segredos do teu coração, e com esse conhecimento sejas um fragmento do coração , da vida.

Um comentário:

Nanda Botelho disse...

Muito lindo! Gosto de Khalil Gilbran!

O amor é um ótimo catalizador, ele nos joga enfurecido para uma transformação dolorosa, a perda do ego e nos deixa nu,sem defesas, prontos para a mais maravilhosa das experiências: o encontro com nosso divino!