De um lado está Jesus com uma roupa sumária, do jeito em que é representado na cruz. Talvez esteja magro demais, mas ele se mostra extremamente ágil, cheio de truques, entre os quais o arremesso de uma pomba.
Do outro, está Maomé vestido impecavelmente de verde com uma adaga à cintura. Ele também é ligeiro nas artes marciais: dá saltos incríveis, e uma de suas armas secretas é uma bola de fogo.
Quem vai ganhar?
Depende da habilidade do usuário desse game, o Faith Fighter (Combate da Fé), uma versão do conhecido Street Fighter.
O usuário tem como opções outros combatentes, como o Deus cristão (do Velho Testamento, claro), um divertido Buda e Ganesh, um deus hindu meio mulher e meio elefante. Na abertura, o jogo informa que o usuário colocará à prova a sua tolerância religiosa.
Um porta-voz da italiana Molleindustria, que desenvolveu o game, disse que a ideia foi fazer com que “os jogadores reflitam sobre como as suas religiões muitas vezes são usadas para justificar conflitos entre nações ou pessoas”.
Há uma versão censurada onde o rosto de Maomé está encoberto por uma bola preta porque, para os muçulmanos, é uma ofensa a representação física do seu líder espiritual.
O que não foi suficiente para a OIC (Organização da Conferência Islâmica), que acusa o jogo de ser um profundo desrespeito em relação à crença dos muçulmanos e cristãos.
A empresa respondeu que só dois jogadores cristãos se queixaram desde o lançamento do game, há um ano.
Afirmou não ter simpatia por nenhuma religião e que não cederia a pressões fundamentalistas, mas cedeu: nesta terça (28) deletou o jogo do seu site como quem pede desculpas.
Ocorre que o jogo se encontra disseminado na internet, de onde fundamentalismo algum conseguirá retirar. Nem o de Jesus nem o de Maomé.
Um comentário:
excelente a observação amigo. Tão lúcida...
Obrigado
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