O ano é 1971. Chico Xavier é entrevistado pelo programa Pinga Fogo, da TV Tupi, parecido com nosso atual "Roda Viva", onde ele foi sabatinado por entrevistadores e pelo público, ao vivo, durante mais de duas horas. Foi a maior audiência da TV brasileira na época, maior do que a da Copa de 70, e um marco para o espiritismo no Brasil. A partir daí a figura de Chico Xavier ganhou a simpatia e respeito de todos no Brasil (menos do padre Quevedo). Com certeza estes programas foram e são o melhor cartão de visitas que o espiritismo pode oferecer, pois Chico estava assessorado nas respostas por Emmanuel (por mediunidade auditiva), e as perguntas foram todas de alto nível, difíceis de responder "na lata".
Uma delas foi de um repórter da Globo que estava na platéia, e perguntou "se ainda em nossa civilização o homem poderá entrar em contato com civilizações de outros planetas". Chico, intuído por Emmanuel, respondeu:
Tais cidades não são sonhos da ciência, e com muito sacrifício da humanidade poderão ser feitas, e com elas poderão obter azoto, oxigênio, usinas de alumínio e formações de vidro e matéria plástica na própria Lua, e a água será fornecida pelo próprio solo lunar.
Teremos, quem sabe, a possibilidade de entrar em contato com outras comunidades da nossa galáxia, então vamos definitivamente encerrar o período bélico na evolução dos povos terrestres, pois vamos compreender que fazemos parte de uma grande família universal, pois não somos o único mundo criado por Deus.
Portanto nós precisamos prestigiar a paz nos povos, com a delegação máxima para a ciência, para que possamos auferir esses benefícios num futuro talvez mais próximo do que remoto, se nós fizermos por merecer.
Nesta época o programa espacial norte-americano estava entrando em descrédito. Viagens à Lua já eram comuns, e não davam mais audiência, e seus custos exorbitantes eram constantemente criticados pelos contribuintes (como se a evolução da ciência dependesse de entreter os norte-americanos na frente da TV...). O que Chico falou, nas entrelinhas, foi que, se gastarmos fortunas indo ao espaço, não estaremos gastando em armas, contribuindo assim para a paz e o nosso progresso. Isso provou ser bem verdade não apenas na guerra fria, mas explicitamente na guerra do golfo, onde um dos maiores motivos para a entrada na guerra foi a pressão da indústria de armamentos, que estava estagnada e iria começar a demitir em massa (vejam no documentário Fahrenheit 9/11). Principalmente a McDonnell Douglas, que fabrica caças. Ora, essa empresa era um dos pilares no programa espacial, e se fosse investido grandes recursos em pesquisa aeroespacial, já teríamos um novo ônibus espacial há anos e os astronautas não precisariam usar aqueles modelos ultrapassados - como a lata velha da Discovery - que, pelos planos da NASA, já deveria ter sido aposentado e só não o foi por falta de dinheiro.
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