13 novembro 2010

A SUAVE MAGIA DO NATAL

Joanna de Ângelis (espírito)

No turbilhão dos conflitos, quando Israel havia perdido a própria identidade sob o jugo impiedoso do conquistador romano implacável, as expectativas de paz e as necessidades de equilíbrio espiritual de todo o povo eram superlativas.

À semelhança do que havia ocorrido várias vezes, no passado, quando sob o talante cruel das Nações que o escravizaram por largos períodos de miséria e aflição, o país esperava, como outrora, a libertação que lhe permitisse encontrar o rumo para a felicidade dos seus filhos.

As paixões inferiores, no entanto, governavam as mentes e os corações que se sentiam asfixiados pelo bafio dos interesses inconfessáveis, transformando as criaturas em servas da situação infeliz, assim tornando muito difícil que se cumprissem as Escrituras...

Anteriormente, no ano 444 a.C., quando Esdras, doutor judeu, foi libertado da escravidão na Babilônia, com mais 1.775 companheiros, por Artaxerxes Longímano, e retornou a Jerusalém, restabeleceu o culto a Jeová, restaurou a nacionalidade judaica e trabalhou pela reconstrução das muralhas da cidade. Reuniu todos os livros de Moisés, examinou-os detidamente e estabeleceu o Cânone das Escrituras, realizando atividades dignificadoras, que deveriam servir de modelo para sempre...

Nos dias da dominação romana, porém, as paisagens morais eram sombrias, em razão da corrupção que se tornara uma doença incurável, levando as criaturas a situações morais deploráveis.

De um lado, as ambições desmedidas de muitos, e de outro, o fanatismo religioso ímpar, geravam comportamentos agressivos e infelizes, que produziam calamitosas situações nas criaturas desequipadas de valores éticos para se libertarem da canga da escravidão.

Tornando-se insuportável a luta de bastidores e públicas entre os dominadores políticos e os pseudo-espirituais do Templo, o povo sofria o abandono e a perseguição inclemente dos esbirros de ambos os lados, que os afligiam impiedosamente.

Nessa paisagem moral de sofrimentos nasceu Jesus, sinalizando a Era da Esperança para os sofredores de todo jaez e para a transformação moral dos triunfadores de mentira, que sempre se arvoraram em condutores do mundo.

A singeleza do Seu berço, na noite estrelada e silenciosa, foi acompanhada por uma suave melodia de amor, que se espraiaria desde então por toda a Terra, e jamais desapareceria dos ouvidos do mundo.

Vivendo a sublime experiência do amor, Jesus desenhou nos painéis espirituais da Humanidade a incomparável diretriz de segurança para a felicidade, ensinando que somente através dos sentimentos de misericórdia, de bondade e de abnegação, a criatura atinge a meta para a qual se encontra na Terra.

A Sua mensagem, toda tecida de sabedoria, ternura e paz, tornou-se o clímax das conquistas do pensamento histórico, que um dia esplenderá soberana entre os seres humanos.

Desse modo, sempre que as alucinações humanas desbordam em crimes e violências, em desmandos e destruição, paira, acima das sombras dominadoras, a claridade sublime do Seu berço, anunciando a Sua chegada à Terra, na inesquecível e suave noite do seu Natal.

Tocado por essa melodia de amor, deixa-te dominar pelos sentimentos de fraternidade e converte os teus sentimentos em harpa delicada, espalhando a mensagem de solidariedade a todos os irmãos que se encontram pelo caminho, aguardando uma migalha que seja de misericórdia e de carinho.

Homenageando-O, torna-te Seu instrumento, e amplia os horizontes do Bem, que Ele iniciara naquela noite inesquecível de Natal.

Fonte: Jornal Mundo Espírita

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