Por volta de 1884 fundava-se, em Boston (USA), a Sociedade Americana para Pesquisas Psíquicas por iniciativa de um grupo de pesquisadores em que se incluía o psicólogo e o professor William James (1842-1910). A sociedade objetivava “o estudo sistemático das leis da natureza mental”. Criaram-se, de início, cinco comissões de estudo: transmissão de pensamento, aparições, casas assombradas, hipnotismo e fenômenos da atividade do médium.
Em 1888, a Comissão relativa à transmissão de pensamento apresenta à apreciação da sociedade o seu relatório sobre as experiência em estudantes da Universidade de Harward pelo professor William James. O relatório suscitou acerba polêmica, chegando a se levantar a hipótese de fraude. Esse revés não abateu o ânimo do ilustre pesquisador. Mais tarde, teria a oportunidade de examinar minudentemente, casos extraordinários de transmissão por escrita automática, tendo como protagonista a médium norte-americana Leonore E. Piper, pesquisada pelo Dr. Richard Hodgson, professor James H. Hyslop, Sir Oliver Lodge, Dra. Mildred Sidgwick (presidente da Sociedade para Pesquisas Psíquicas de Londres), professor Charles Richet (Prêmio Nobel de Medicina) e pelo professor Frederic Myers (autor da magnífica obra “Human Personality and its survival of Bodily Death”). Afirma-se que o professor William James foi, não apenas o introdutor da médium no mundo fantástico da ciência psíquica, mas também se constitui no orientador e amigo da Sra. Piper. Em 1897, já conhecido pela publicação de seus “Princípios de psicologia”, William James lança o livro sob o título “A Vontade de Crer e Outros Ensaios”, uma coletânea de conferências e artigos diversos. Dela extraímos os trechos seguintes, que traduzem o seu amor pela realidade concreta e fluente:
“Entre os resíduos não classificados, não há nenhum que tenha sido tratado com o maior desprezo científico que o grupo dos fenômenos chamados geralmente místicos. A fisiologia não quer nada com eles. A Psicologia ortodoxa volta-lhe as costas. A Medicina considera-os ‘efeitos da imaginação’ – pura forma evasiva cujo sentido, nesta ordem de idéias, é impossível de precisar. E, entretanto, aí estão apesar de tudo os fenômenos espalhados em toda a extensão da História”.
Em outubro de 1909, o “American Magazine” estampa um artigo de autoria de William James, sob o título “Confidências de um Psiquista”, onde admite que será através do estudo da fenomenologia supra-normal “que conseguirão levar-se a cabo as maiores conquistas científicas da geração vindoura”. A geração evidentemente, do século XXI, quando temos a certeza, terá início a Era do Espírito...
William James desencarnou em 26 de agosto de 1910, em New Hampshire, legando à Humanidade opulenta bibliografia.
Carlos Bernardo Loureiro
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