O PENSAMENTO É UMA SECREÇÃO DO CÉREBRO?
Se a inteligência dos vivos fosse capaz de produzir levitações tomar os tecidos incombustíveis, falar línguas e discorrer sobre temas que jamais aprendeu, premunir acontecimentos próximos ou remotos, compor obras de arte comparáveis aos dos grandes mestres, criar fantasmas de seres reais etc., haver-se-ia de atribuir ao Homem poderes quase divinos.
O professor Charles Henry, no seu livro “O Homem depois da Morte”, citado pelo pesquisador Faure da Rosa, não teve dúvidas em proclamar: “A morte de modo nenhum implica a perda da consciência e da personalidade.”
Maurice Blondel, que escreveu “Ensaio de uma Crítica da Vida”, por sua vez admite: “A inteligência não carece da integridade cerebral para se manifestar.” O Dr. Agostinho Itunicha, em discurso da Sociedade Antropológica da La Plata, comunicava que um jovem de 14 anos, tratado pelo Dr. Fernando Ortiz, autor da obra “A Filosofia Penal dos Espíritas”, morrerá no pleno uso das suas faculdades intelectuais apesar de ter a
Massa encefálica completamente destacada do bulbo raquidiano, nas mesmas condições que as de um homem realmente decapitado.
Na necropsia que fizeram no cadáver, com a maior estupefação dos cirurgiões, descobriu-se que as meningites estavam cheias de sangue e que um obsesso ocupava uma parte do cérebro e a protuberância cerebral. No entanto, pensava como qualquer pessoa saudável algum tempo antes de morrer.
“Les Annales des Sciences Psychiques” de 1917 referem-se a um caso curioso apresentado por Edmond Perrier à Academia de Ciência de Paris, acerca de uma observação do Dr. L.J. Robson: “Um homem que viveu um ano sem sofrimento, sem nenhuma perturbação aparente pensando, portanto, apesar de ter o cérebro que não era mais que um enorme abcesso purulento.”
Um só desses caos, segundo Henri Bergson (1859-1941), autor de “Ensaios sobre os Dados Imediatos da Consciência”, citado por Charles Richet, devia ser bastante para demonstrar que a inteligência funciona independentemente da integridade do cérebro. Também para Bergson, ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1927, cérebro e consciência correspondem-se porque ambos medem, um pela complexidade de sua estrutura e o outro pela veemência de sua atividade, o quantitativo de seleção que o ser vivo dispõe. Mas esta correspondência nada tem de equivalência nem paralelismo. Precisamente porque um estado cerebral exprime, simplesmente, o que nada há de ação incipiente no estado do psicológico correspondente; o estado psicológico excede infinitamente o estado cerebral.
De uma maneira mais simples, mais clara e probatória, segundo Faure da Rosa: “A consciência de um ser vivo é solidária com seu cérebro da mesma maneira que uma faca pontiaguda é solidária com sua ponta; o cérebro é a ponta acerada onde a consciência penetra o tecido compacto dos acontecimentos, mais não é co-extensivo à consciência que a ponta o é da faca.”
Ainda é H. Bergson que reconhece de uma maneira precisa que o cérebro não é mais que um instrumento de ação.
O cérebro não determina o pensamento; por conseguinte, o pensamento, em grande parte, pelo menos, é independente do cérebro. O cérebro é um órgão de pantomia. O seu papel é minar a vida do espírito... O Espírito ultrapassa o cérebro e a atividade cerebral corresponde, apenas, a uma ínfima parte da atividade mental. Isto quer dizer também que a vida do Espírito não pode ser o efeito da vida do corpo, que tudo se passa ao contrário como se o corpo fosse, simplesmente, utilizado pelo Espírito e que, portanto, nenhuma razão temos se supor que o corpo e o Espírito estejam inseparavelmente ligado um ao outro.
Entre outros testemunhos, Maurice Blondel cita o caso de Claude Bernard, autor da consultadíssima “Introdução ao Estudo da Medicina Experimental”:
“Dizer que o cérebro segrega o pensamento eqüivale a dizer que o relógio segrega a idéia de tempo. O cérebro e o relógio são mecanismos, um vivo, o outro inerte: eis toda diferença”.
Uma lâmpada elétrica ilumina com a energia que atua o filamento metálico da ampola... exemplifica Blondel. Se esta ampola se quebrar, a luz extingue-se. Segue-se daí que a corrente deixou de existir? A prova de que existe é uma nova lâmpada intacta, ajustada, iluminará imediatamente.
Dá-se o mesmo com a inteligência: “É uma força, uma corrente espiritual que ilumina o nosso cérebro. Se o cérebro morrer, segue-se, daí, que a corrente que o fazia atuar deixou de existir?”
Para Edmond Wietrich, o Espírito não pode conceber-se fora de suas manifestações, de suas múltiplas formas de atividade. É o sinônimo de pensamento, de consciência, de liberdade. O é o indispensável veículo da alma; é a sua mecânica. O corpo permite que a alma tenha uma consciência nítida de si mesma; é o amálgama de estanho que faz a alma um espelho mágico. Sem ele, a alma regressaria à noite do inconsciente...
A PRECE, O PENSAMENTO E A VONTADE
Pensamento é a única força, a grande causa. Se toda a humanidade orasse, formar-se-ia sobre o planeta um manto magnético inimaginável em suas propriedades positivas. Haveria mais saúde, mais paz geral. Se já em pequenos locais, onde se costumam seguidamente orar, se sente a energia espiritual das coisas, que seria da Terra se ela fosse um maravilhoso templo de oração constante?
O indivíduo que ora se fortalece mentalmente. E tendo vigor mental, tem vigor físico, férrea e natural conseqüência. Física e espiritualmente, o homem é o que pensa. O que ora, pois, consegue a realização em si do sonhado binômio integral: paz – saúde. Todo o equilíbrio celular é comandado pelo pensamento. Em nós, portanto, está a chave da felicidade. Se a quisermos, obtê-la-emos.
Por outro lado, através da prece podemos aliviar as dores de inúmeros sofredores. Aliás, sobre isso, há já antiquíssimo conhecimento e uso através das civilizações milenares. A alma do povo sente a intuição coletiva, universal, das verdades eternas.
Podemos erradicar vibrações poderosas em benefício de doentes e de Espíritos sofredores. As energias são aproveitadas pelos guias e dirigentes, depois de ampliados e modificados em seu tônus espiritual para objetivos seguros. E quanto maior número de mentes harmonizadas, melhor a sintonia, mais extensa as possibilidades de recursos.
A capacidade volitiva, enfim, é o principal fator do êxito da prece. Deve haver desejo, predisposição `renovar-se. A vontade aumenta com a compreensão e o próprio exercício. A vontade está diretamente vinculada à força da fé. Fé e sublimação da vontade, é confiar, é acreditar, é ter certeza, de que as rogativas sinceras e equilibradas encontrarão a receptividade.
A prece pressupõe fé, e fé compreende vontade!
A prece, finalmente, é uma solene introspecção, isto é, atenção dirigida para o íntimo ser. Há diferentes fases nessa introspecção:
Superficial: que se verifica no período intelectual da prece. A pessoa tenta afastar-se, aos poucos, do mundo objetivo para refugiar-se dentro dela mesma e sentir-se espiritualmente;
Profunda: aquela m que o ser, conseguido o isolamento do mundo exterior busca contatar com Deus. Quanto maior a capacidade atencional – em duração e intensidade – maior ressonância espiritual conseguirá registrar.
Tais procedimentos, entretanto, não anulam as repercussões dolorosas motivadas ao longo da vida-de-relação da pessoa, segundo os atos que praticou, concede-lhe a força de que precisa para enfrentá-las sem queixumes e revoltas considerando-as imprescindíveis ao seu crescimento moral. Não foi sem razão, a propósito, que os gênios tutelares da Codificação do Espiritismo revelaram que a Lei de Deus se encontra registrada no íntimo do ser imortal. É aí que ele vai construir racional ente-de-razão em torno dos seus cruciais problemas do seu destino e de suas dores...
Carlos Bernardo Loureiro
2 comentários:
Interessante estudo cientifico sobre o nosso cérebro.Nossos Pensamentos bem educados são capazes de produzir energias restauradoras de tda a dor da alma.Consequentemente a cura do corpo fisico.
Oi, amigo tudo bem?
Real e espiritual: o espírito supera o cérebro!
Deixei uma mensagem para vc em meu Blog!
Um abraço e tudo de bom!
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