11 junho 2009

ENTREVISTA COM FREDERICO MENEZES

Estamos trazendo para os nossos leitores uma série de entrevistas com pessoas,ao nosso ver,que têm dado grande contribuição à doutrina espírita.Esperamos que todos gostem e procurem aprofundar os estudos através da obra destes trabalhadores abnegados.


Publicitário e consultor de empresas, Frederico Menezes é um dos mais queridos e requisitados expositores espíritas brasileiros. Radicado em Pernambuco onde realiza trabalhos mediúnicos, além de dirigir a Sociedade Espírita Casa do Caminho onde desenvolve um belíssimo trabalho com crianças.

Médium e escritor, Fred, como é carinhosamente chamado esteve em Fortaleza para proferir o seminário “Transformando-se com Jesus – Os vícios e os desvios de conduta” e a Equipe da Terra Espiritual teve oportunidade de conversar com ele. Abaixo reproduzimos o diálogo


TE – Quais os principais desvios de conduta e vícios que estão presentes na humanidade atualmente?

FM – Toda atitude que cria um comportamento de automatismo negativo é uma viciação. Lamentavelmente, por exemplo, no campo da sexualidade, a pedofilia, o desregramento sexual de variadas naturezas, o alcoolismo, a droga, a viciação das chamadas drogas legais, a dependência das pessoas de antidistônicos e antidepressivos, mas sobretudo também a viciação de ordem moral, aquela espiritual. Por exemplo, os sentimentos destrutivos, o pessimismo, a falta de auto-estima, são pensamento que ciclicamente vão se renovando no sentido negativo. Eles vão se realimentado de falta de perspectiva existencial. A angústia, a ansiedade são viciações da alma em que a Doutrina Espírita vem fazendo um trabalho de esclarecimento das pessoas para que se possa quebrar esse mecanismo de realimentação negativo para criar um automatismo do bem.

TE – O que leva as pessoas a enveredar por esses caminhos de vício?

FM – A imaturidade espiritual, a fragilidade emocional, a não compreensão sobre o porquê das lutas e dos sofrimentos, a pressão do meio ambiente, as formas-pensamento desencontradas que nós temos envolvendo a atmosfera psíquica do planeta, os problemas obsessivos, a influência dos espíritos sobre as pessoas, a deseducação moral.

TE – Num cenário em que temos a mídia, principalmente a televisiva, explorando tanto a sexualidade e a violência, qual sua avaliação sobre a mídia?

FM – Lamentavelmente ela se alimenta da tendência das pessoas, tendência patológica, das emoções ruins. E ao mesmo, ela sabe que provocando notícias de impacto negativo chama a atenção do público. A mídia, lamentavelmente, tem um poder extraordinário e tem contribuído de uma forma assustadora para desregramentos sexuais, emocionais e desequilíbrios nas famílias. O senso de responsabilidade de quem trabalha na mídia deveria ser bem maior. Então nós esperamos que este trabalho de espiritualização possa contribuir para que no futuro nós tenhamos, utilizando a mídia, meios de comunicação em massa com pessoas com senso espiritualidade, de respeito à vida e que possam contribuir a fim de não criar tantas imagens degradantes, como são criadas para as crianças e os adultos nos dias de agora.

TE – Como as pessoas podem se prevenir desses desvios de conduta?

FM – Com estudo sobre si mesmo, a coragem de olhar para dentro e identificar as necessidades e buscar o conhecimento espiritual, porque à medida que você se auto-reconhece, se auto-observa e você procura o fortalecimento numa doutrina como no nosso caso, a Doutrina Espírita, que proporciona uma visão tão larga da vida, tão profunda, isso vai sem dúvida alguma nos alicerçar, dar a criatura a sustentação e as pilastras necessárias para a superação de problemas que muitas vezes são milenares, sedimentados nos ser há séculos. Então, superado isso que está sedimentado a tanto tempo é preciso também uma vontade férrea e uma determinação sabedores que passamos a ser de que as Leis de Deus trabalham para que sejamos felizes e que a lei do progresso é inexorável. Vamos alcançar patamares mais avançados de vida, então isso deve nos servir de estímulo para que a gente vença os problemas das viciações.

TE – Como o senhor vê o trabalho do movimento espírita no sentido de orientação das pessoas?

FM – Existe um grande cuidado, uma preocupação, das casas espíritas de lidar com essa realidade direta do ser humano. As casas espíritas hoje, não apenas tratam de abordar, por exemplo, o que O Livro dos Espíritos vem abordando, que já é uma coisa avançadíssima, mas as casas também se voltaram para a realidade cotidiana das pessoas, a realidade emocional das criaturas, ninguém melhor do que o Espiritismo para falar sobre depressão, para falar sobre ansiedade, sobre as doenças da alma como um todo. Ninguém melhor do que a Doutrina Espírita. Então acho que com isso o movimento ganhou muito e tomou a atitude adequada quando partiu em socorro a tantas almas, a tantas vidas que atravessam experiências dessa natureza, esclarecendo-as e mostrando também o outro lado da enfermidade que é o lado espiritual.

TE – Nesse seminário “Transformando-se com Jesus” o senhor coloca uma proposta de modificação através do Evangelho. Como é este processo de mudança de quem está caído e busca o reerguimento?

FM - É um processo de reconhecimento da sua realidade, de quem somos nós. A ignorância a respeito de nós mesmos é que propicia que sejamos pessoas enfermas. A partir do instante que tomamos consciência que nós somos herdeiros da luz, filhos do Divino e que, portanto, toda lei existe para que a gente cresça e seja poderoso, no sentido dos valores espirituais em profundidade, então o encaminhamento, a proposta, a fundamentação que se tem no Espiritismo, no Evangelho é exatamente essa, da criatura tomar ciência da sua realidade íntima, tomar consciência de si, ter a certeza do que ele é, e a partir daí traçar diretrizes de auto-superação para a conquista da felicidade que é o que tomo mundo almeja.

TE – Um sentimento comum nas pessoas que passaram por fase de viciações e iniciam este processo de mudança é o sentimento da culpa. Como é que a culpa contribui para que as pessoas não consigam se reerguer?

FM – O sentimento de culpa, de imediato, ele é salutar porque é o grito da consciência, onde está escrita a lei de Deus, apontando o caminho de modificação. Permanecer com este sentimento é improdutivo porque paralisa as possibilidades da criatura e não é o objetivo da lei de Deus deixar-nos em punição, ao contrário, as leis de Deus são educativas. Devemos sair deste sentimento de culpa para ver que se tivemos culpa num determinado ponto, devemos tomar consciência e vamos refazê-lo, além de podermos ter méritos em outros pontos importantes. Então ficar no complexo de culpa é uma atitude patológica, doentia e improdutiva. A consciência de culpa é o alerta da consciência, é o alerta da intimidade do ser, porém, não para permanecermos nele, mas para buscarmos a solução.

TE – Qual a importância da experiência de estarmos encarnados?

FM – Reencarnar está cada dia mais difícil. Uma encarnação aqui na Terra mobiliza energias sublimes e poderosas na dimensão espiritual, toda existência é organizada de uma forma que nós possamos crescer e desenvolver as nossas potencialidades, não podemos desprezar o valor de uma encarnação, há muitos espíritos desejando reencarnar e a dificuldade é enorme por conta da quantidade de contraceptivos, de abortos criminosos, do próprio planejamento natural e justo que se faz na atualidade quando antigamente as famílias tinham diversos filhos e hoje só querem ter um, dois no máximo. Portanto nós devemos valorizar a oportunidade que estamos tendo nesse momento histórico da humanidade e, sobretudo nós, que conhecemos o Espiritismo, porque temos recursos extraordinários para transformar essa nossa vida num êxito e num salto qualitativo de ordem espiritual

TE – No movimento espírita encontramos atualmente, grupos apegados apenas a Kardec e grupos que valorizam apenas o lado evangélico. Como encontrar o meio termo?

FM – À medida em que a gente vai amadurecendo espiritualmente na Doutrina, vamos percebendo que ele possui um tríplice aspecto e naturalmente vamos equilibrando esses pontos, mostrando que a casa espírita terá seu campo de pesquisa científico, se tiver pessoas voltadas para este campo, a filosofia para interpretar a vida, para interpretar esses conhecimentos na prática existencial de cada um, mas principalmente a religiosidade assim como a ligação profunda com Deus. Segundo Emmanuel o grande vértice é a religiosidade. Então, a partir daí, você começa a pensar com amor e a sentir com a inteligência. É o equilíbrio entre a razão e o sentimento.

TE – Pediríamos agora para o senhor deixar a sua mensagem final.

FM – O amor é imbatível, isto está sendo descoberto pela própria ciência, e o amor não é simplesmente este conhecimento que nós temos, mas é o próprio respirar do universo, o respirar da vida. Nós vamos chegar a conclusão que para sermos criaturas saudáveis, para sermos pessoas equilibradas e realizadas precisamos fazer a opção pelo amor e que Deus no dê uma fatalidade sublime, a fatalidade transcendente de um dia sermos felizes. Muita paz!

TE – Obrigado.

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