30 março 2009

PERDOAR NÃO SETE MAS, SETENTA VEZES SETE

Por uma análise livre de condicionamentos é fácil perceber que os ensinamentos de Jesus podem ser vistos como preceitos religiosos, mas também como verdades científicas que refletem a ciência do bem-viver.

Vejamos, por exemplo, a importância do Seu ensinamento sobre o perdão, visto à luz do conhecimento atual.

Quando nutrimos mágoa, ódio, ressentimentos, ou mesmo mera rejeição por alguém, estamos gerando energia psíquica de baixo teor.

Esse tipo de energia, quando incompatível com nosso grau evolutivo, produz uma série de problemas, desde os mais diversos tipos de mal-estar, doenças no corpo físico, conhecidas como psicossomáticas, até desarmonias e desequilíbrios nos estados de espírito, tais como irritação, desassossego, depressão e muitos outros. Também atrai espíritos em condições negativas, porque no terreno espiritual os semelhantes se atraem, e eles vêm somar as suas baixas emoções às nossas, em incentivo a mais ódio, mágoas e ressentimentos, que, além de tudo, podem vir a gerar outros tantos problemas, que não cabe aqui enumerar.

Vemos assim que odiar alguém NOS FAZ MAL em vários sentidos; nutrir mágoas e ressentimentos igualmente NOS FAZ MAL. Já a emoção gerada pelo perdão produz energias de elevado teor, benéficas em todos os sentidos, que, além disso, abrem canais para faixas mais altas da vida espiritual.
Portanto, a mais sábia atitude é perdoar de forma incondicional, porque isto NOS FAZ BEM.
O perdão também alivia o coração, abrindo caminho para a alegria, e a ciência informa que o contentamento é um verdadeiro elixir de vida, saúde e bem-estar, prevenindo a depressão, fortalecendo o sistema imunológico e gerando inúmeros outros benefícios.
Então, é do nosso próprio interesse, perdoar.

Está aí, no ensinamento do perdão, a sabedoria de um verdadeiro mestre.

PERGUNTA NATURAL

Se é verdade que essa energia procedente de sentimentos negativos faz mal à saúde, por que então os malfeitores de toda natureza, aqueles que odeiam, têm inveja, etc., não vivem doentes, por causa das más energias que desenvolvem?

Dissemos anteriormente que esse tipo de energia, quando incompatível com nosso grau evolutivo, produz uma série de problemas.

Isto significa que aqueles que estão vivenciando fases mais primárias da evolução, estão em seu próprio elemento, da mesma forma como o porco se sente bem na lama e nas imundícies. Mas as pessoas com maior idade sideral, cuja consciência já se encontra mais desperta, encontram-se em patamares espirituais mais elevados e a própria tessitura de seu corpo espiritual, é mais delicado. Por isso, a energia incompatível com seu momento evolutivo, lhes causa inúmeros males.

PERGUNTA FREQÜENTE

Por que Jesus recomendou amar os inimigos, fazer o bem aos que nos odeiam e orar pelos que nos perseguem e maltratam?
O amor é a grande lei universal, não pelo simples fato de ter sido decretado pelo Criador, mas porque é mecanismo da evolução e do bem-estar.

Quem segue essa lei, ou seja, quem ama, está desfazendo o circulo vicioso do ódio e da vingança. Quando uma vibração de ódio ou de desejos malfazejos alcança uma pessoa que é capaz de amar os inimigos e que ora por eles, essa vibração é neutralizada pela energia de elevado teor que essa pessoa desenvolve.

Mas há casos em que pessoas que vivenciam o amor são também, por vezes, alcançadas pelo mal.

O médium e orador Divaldo Pereira Franco diz que o nosso inconsciente é um verdadeiro porão, saturado de imagens carregadas de ódios, frustrações, mágoas, angústias de toda natureza, acumuladas em nossas passadas reencarnações. Esse material funciona, então, como elemento de ligação com energias afins, abrindo brechas em nossas defesas espirituais.

Por isso é tão importante vivenciarmos o amor e o perdão em profundidade, para que essa energia superior possa alcançar nosso inconsciente, começando a eliminar as energias pesadas que ali ainda se encontram. Isto é trabalho para muita determinação em “N” encarnações, mas quanto mais formos implementando o amor em nosso interior, menos “brechas” teremos em nossas defesas espirituais e mais rapidamente caminhamos em nossa evolução.

PERGUNTA NATURAL

É possível amar um inimigo?

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap XII) temos uma explicação interessante sobre esta questão:

“Se o amor ao próximo é o princípio da caridade, amar a seus inimigos é sua aplicação sublime, pois essa virtude é uma das maiores vitórias sobre o egoísmo e o orgulho.

Entretanto, engana-se muitas vezes a respeito do sentido da palavra amar nessas circunstâncias. Jesus não entendia, por essa palavra, que se deve ter para com o inimigo a ternura que se tem para com um irmão ou amigo. Ternura pressupõe confiança. Ora, não se pode ter confiança em quem sabemos querer-nos mal; não se pode ter com ele efusão de amizade, por sabê-lo capaz de abusar disso. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não poderia haver os arrebatamentos de simpatia que existem entre os que estão em comunhão de pensamento. Enfim, não se pode ter o mesmo prazer encontrando-se com um inimigo do que com um amigo.”

“Amar a seus inimigos não é, portanto, ter por eles uma afeição que não é natural. Pois o contato com um inimigo faz o coração bater de uma forma bem diferente do que com um amigo. Amar os inimigos é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. É perdoar-lhes, sem segundas intenções e incondicionalmente, o mal que nos fazem. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em lugar de desejar-lhes o mal. É alegrar-se, em vez de se afligir com o bem que lhes acontece. É estender-lhes mão segura em caso de necessidade. É abster-se, em palavras e ações, de tudo o que pode prejudicá-los. Enfim, é devolver-lhes sempre, ao mal, o bem, sem intenção de humilhá-los. Qualquer um que faça isso cumpre as condições do mandamento: Amai vossos inimigos.”

O médium e orador espírita, Divaldo Franco, num seminário sobre o perdão e o auto-perdão, disse que “perdoar é dar o direito a cada um de ser como é, e conceder-nos o direito de sermos como estamos”.

E continuou, dizendo:

Se o meu próximo é assim, não irei mudá-lo, mas se eu estou assim, tenho o dever de modificar-me para melhor. Não lhe posso impor que se modifique porque as minhas palavras serão apenas propostas; diretrizes da pedagogia do bem para ele, que se não estiver em sintonia, não as vai aceitar.

Mas eu que estou desejando ser feliz, tenho a psicologia da minha auto-transformação. Então, eu nunca retribuirei mal com mal. Procurarei sempre retribuir com todo o bem.


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