11 novembro 2011

Pinga Fogo com Chico Xavier

O ano é 1971. Chico Xavier é entrevistado pelo programa Pinga Fogo, da TV Tupi, parecido com nosso atual "Roda Viva", onde ele foi sabatinado por entrevistadores e pelo público, ao vivo, durante mais de duas horas. Foi a maior audiência da TV brasileira na época, maior do que a da Copa de 70, e um marco para o espiritismo no Brasil. A partir daí a figura de Chico Xavier ganhou a simpatia e respeito de todos no Brasil (menos do padre Quevedo). Com certeza estes programas foram e são o melhor cartão de visitas que o espiritismo pode oferecer, pois Chico estava assessorado nas respostas por Emmanuel (por mediunidade auditiva), e as perguntas foram todas de alto nível, difíceis de responder "na lata".

Uma delas foi de um repórter da Globo que estava na platéia, e perguntou "se ainda em nossa civilização o homem poderá entrar em contato com civilizações de outros planetas". Chico, intuído por Emmanuel, respondeu:

Se não entrarmos numa guerra de extermínio nos próximos 50 anos, então poderemos esperar realizações extraordinárias da ciência humana, partindo da Lua. Emmanuel lembra que quando Colombo saiu pedindo recursos para achar uma rota mais fácil para as Índias, muita gente considerou o programa dele caro demais e absolutamente inútil para a humanidade, até que ele conseguisse o apoio de Fernando e Isabel. Hoje, quatro séculos depois, sabemos da importância do feito dele. Portanto não podemos acusar nossos irmãos que estão se dirigindo à Lua para pesquisas que devem ser considerada da máxima importância para o nosso progresso futuro, pois as despesas serão naturalmente compensadas com, talvez, a tranqüilidade para uma sociedade mais pacífica na Terra, porque se não entrarmos num conflito de proporções imensas, é possível que o homem construa na Lua cidades de vidro - cidades estufa - onde cientistas possam estabelecer pontos de apoio para observação da nossa galáxia.

Tais cidades não são sonhos da ciência, e com muito sacrifício da humanidade poderão ser feitas, e com elas poderão obter azoto, oxigênio, usinas de alumínio e formações de vidro e matéria plástica na própria Lua, e a água será fornecida pelo próprio solo lunar.

Teremos, quem sabe, a possibilidade de entrar em contato com outras comunidades da nossa galáxia, então vamos definitivamente encerrar o período bélico na evolução dos povos terrestres, pois vamos compreender que fazemos parte de uma grande família universal, pois não somos o único mundo criado por Deus.

Portanto nós precisamos prestigiar a paz nos povos, com a delegação máxima para a ciência, para que possamos auferir esses benefícios num futuro talvez mais próximo do que remoto, se nós fizermos por merecer.

Nesta época o programa espacial norte-americano estava entrando em descrédito. Viagens à Lua já eram comuns, e não davam mais audiência, e seus custos exorbitantes eram constantemente criticados pelos contribuintes (como se a evolução da ciência dependesse de entreter os norte-americanos na frente da TV...). O que Chico falou, nas entrelinhas, foi que, se gastarmos fortunas indo ao espaço, não estaremos gastando em armas, contribuindo assim para a paz e o nosso progresso. Isso provou ser bem verdade não apenas na guerra fria, mas explicitamente na guerra do golfo, onde um dos maiores motivos para a entrada na guerra foi a pressão da indústria de armamentos, que estava estagnada e iria começar a demitir em massa (vejam no documentário Fahrenheit 9/11). Principalmente a McDonnell Douglas, que fabrica caças. Ora, essa empresa era um dos pilares no programa espacial, e se fosse investido grandes recursos em pesquisa aeroespacial, já teríamos um novo ônibus espacial há anos e os astronautas não precisariam usar aqueles modelos ultrapassados - como a lata velha da Discovery - que, pelos planos da NASA, já deveria ter sido aposentado e só não o foi por falta de dinheiro.

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