30 julho 2010

EVOLUÇÃO DA PALAVRA

"Com o exercício incessante e
fácil da palavra, a energia mental
do homem primitivo encontra
insopitável desenvolvimento,
por adquirir gradativamente a
mobilidade e a elasticidade
imprescindíveis à expansão
do pensamento que, então,
paulatinamente se dilata,
estabelecendo no mundo tribal
todo um oceano de energia sutil,
em que as consciências
encarnadas e desencarnadas
se refletem, sem dificuldade,
umas às outras."
André Luiz

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MECANISMO DA PALAVRA - Com o extremo carinho de vagarosa confecção, os Técnicos da Espiritualidade Superior compõem a cartilagem situada em plano inferior, a cricóide, que representa um anel modificado da traquéia, sustentando uma placa na parte superior, sobre a qual, no bordo superior e de ambos os lados da linha média, se apóiam as duas aritenóides, que se permitem, assim, a conjunção ou o afastamento entre si. Cada uma possui na base uma apófise: a interna, vocal, em que está inserida a parte posterior da corda vocal verdadeira do mesmo lado, e a outra, que é externa, muscular. Com a mesma habilidade, os Técnicos tecem a cartilagem localizada na região anterior ou cartilagem tireóide, a destacar-se sob a pele no chamado Pomo de Adão, em suas lâminas verticais que se conjugam na linha mediana, traçando um ângulo diedro que se volta para a retaguarda e onde se fixam as cordas vocais verdadeiras, cartilagem essa que, por baixo, se une com o anel da cricóide e, por cima, com o osso hióide, através de membranas e ligamento, o qual fornece apoio para a implantação do laringe.
Acima das cordas vocais verdadeiras, surgem as cordas vocais falsas a limitarem com a parede os ventrículos laterais de Morgagni.
Todos os músculos que garantem o movimento das cordas são pares, exceto o ari-aritenóideo, assegurando as funções da glote vocal e formando, avançado primor de previsão e eficiência, a abóbada de precioso condicionamento, onde a pressão do ar pode fazer-se com segurança, para separar as cordas vocais em serviço.

LINGUAGEM CONVENCIONAL - Aprende então o homem, com o amparo dos Sábios Tutores que o inspiram, a constituição mecânica das palavras, provindo da mente a força com que aciona os implementos da voz, gerando vibrações nos músculos torácicos, incluindo os pulmões e a traquéia como num fole, e fazendo ressoar o som no laringe e na boca, que exprimem também cavidades supragóticas, para a criação, enfim, da linguagem convencional, com que reforça a linguagem mímica e primitiva, por ele adquirida na longa viagem através do reino animal
A esse modo natural de exprimir-se por gestos e atitudes silenciosas, em que derrama as suas forças acumuladas de afetividade e satisfação, desagrado ou rancor, em descargas fluídico-eletromagnéticas de natureza construtiva ou destrutiva, superpõe a criatura humana os valores do verbo articulado, com que acrisola as manifestações mais íntimas, habilitando-se a recolher, por intermédio de sinalética especial na escala dos sons, a experiência dos irmãos que caminham na vanguarda e aprendendo a educar-se para merecer esse tipo de assistência que lhe outorgará o estado de alegria maior, ante as perspectivas da cultura com que a vida lhe responde às indagações.

PENSAMENTO CONTÍNUO - Com o exercício incessante e fácil da palavra, a energia mental do homem primitivo encontra insopitável desenvolvimento, por adquirir gradativamente a mobilidade e a elasticidade imprescindíveis à expansão do pensamento que, então, paulatinamente se dilata, estabelecendo no mundo tribal todo um oceano de energia sutil, em que as consciências encarnadas e desencarnadas se refletem, sem dificuldade, umas às outras.
Valendo-se dessa instituição de permuta constante, as Inteligências Divinas dosam os recursos da influência e da sugestão e convidam o Espírito terrestre ao justo despertamento na responsabilidade com que lhe cabe conduzir a própria jornada...
Pela compreensão progressiva entre as criaturas, por intermédio da palavra que assegura o pronto intercâmbio, fundamenta-se no cérebro o pensamento contínuo e, por semelhante maravilha da alma, as idéia-relâmpagos ou as idéias fragmentos da crisálida de consciência, no reino animal, se transformam em conceitos e inquirições, traduzindo desejos e idéias de alentada substância íntima.
Começando a fixar o pensamento em si mesmo, fatigando-se para concatená-lo e exprimi-lo, confiou-se o homem a novo tipo de repouso - a meditação compulsória, ante os problemas da própria vida -, passando a exteriorizar, inconscientemente, as próprias idéias e, com isso, a desprender-se do carro denso de carne, desligando as células de seu corpo espiritual das células físicas, durante o sono comum, para receber, em atitude passiva ou de curta movimentação, junto do próprio corpo adormecido, a visita dos Benfeitores Espirituais que o instruem sobre as questões morais.
O continuísmo da idéia consciente acende a luz da memória sobre o pedestal do automatismo.


(Cap. completo em "Evolução em Dois Mundos", X, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

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