De quando em quando, amigos da Terra nos inquirem com respeito aos resultados possíveis da cremação que tenhamos porventura experimentado após o afastamento do corpo denso.
E efetivamente o assunto se reveste de significação e proveito, pelas repercussões do processo crematório no plano espiritual.
Por muito se examine, no mundo, a presença da morte física, conferindo-se-lhe foros de igualdade em quaisquer circunstâncias, o óbito não é idêntico no caminho de todos.
Qual ocorre no berço, quando o renascimento estabelece condições diferentes, do ponto de vista orgânico, para cada um de nós, a separação do veículo terrestre está revestida de características originais para cada indivíduo. Além da existência comum na Terra, nem todas as criaturas se observam imediatamente exoneradas da inquietação e do trauma, da ansiedade ou do apego exagerado a si próprias.
Temos companheiros que, na desencarnação pelo fogo se liberam de improviso de qualquer conexão com os recursos que usufruíram na experiência material. Entretanto, encontramos outros, em vasta maioria, que embora a lenta desencarnação progressiva que atravessaram, se reconhecem singularmente detidos nas impressões e laços da vida material, notadamente nas primeiras cinqüenta horas que se seguem à derradeira parada cardíaca no carro fisiológico. Fácil observar, em vista disso, que o período de espera, no espaço razoável de setenta e duas horas, entre o enrijecimento do corpo físico e a cremação respectiva, é tempo valioso para a generalidade de todos aqueles que se encontram em trânsito de uma vida para outra.
Isso é compreensível porque se muitos irmãos dispensam semelhante cuidado, desde os primeiros instantes de silêncio no cérebro, outros, aos milhares, se observam vinculados aos tecidos inertes de que já se desvencilharam, no anseio, embora vão, de revivescê-los. À face do exposto, nós, os amigos desencarnados, nada poderíamos aventar fundamentalmente contra a cremação. No entanto, entendendo que os nossos amigos - os homens da Esfera Física - ainda não dispõem de instrumento para analisar os graus de extensão e de intensidade do relacionamento entre o espírito recém-desencarnado e os resíduos sólidos que lhes pertenceram no mundo, consideramos justo que se lhes rogue o citado período de repouso, a favor dos chamados mortos, em câmara fria que lhes conserve a dignidade da forma. Depois disso o sepultamento ou a cremação nada mais representam, para a alma, que a desagregação mais lenta ou mais rápida das estruturas entretecidas em agentes físicos, das quais se libertou.
Do livro: Caminhos de Volta
Pelo Espírito: Emmanuel
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
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ResponderExcluirRetirei o comentário para poder corrigí-lo e então publicá-lo,por que não reparei que estava com erros de português deixando a frase sem nexo.
ResponderExcluirÉ assustador, pensar que o espírito não desencarna logo de imediato e que possa ainda estar ligado ao corpo no momento da cremação ou sepultamento, ele deve ficar perdido e sofrendo muito.Isso fez com que um arrepio percorresse todo o meu ser.
Um abraço
17 de Abril de 2009 17:30