14 janeiro 2009

ESPIRITISMO E CIÊNCIA

AS IMPLICAÇÕES PARA A ÉTICA, A TEOLOGIA E A FILOSOFIA
Enquanto iniciamos o século XXI, uma das mudanças mais interessantes observadas na ciência foi o alargamento de suas fronteiras a fim de enquadrar uma série de perguntas tradicionalmente filosóficas. Elas foram inseridas na ciência como resultado direto de seu próprio progresso. Descobertas recentes e os conseqüentes avanços no cuidado médico revelaram uma série de assuntos éticos que antes eram formalmente reservados ao debate filosófico. Muitos sentem agora que o progresso científico, muito embora trazendo benefícios imensuráveis, começou na verdade a ameaçar a santidade da vida humana.
Se fôssemos assumir que aspectos da consciência eram simplesmente produtos de atividade de células_cerebrais, o que isso faria para nosso tecido social?
O que isso faria à noção do livre arbítrio e das afirmações?
O que isso faria aos nossos serviços judiciais? No grande extremo, isso significaria que ninguém poderia ser julgado por suas ações, uma vez que seriam suas células cerebrais e o ambiente que “fariam tudo”. Isso, é claro, não é a realidade da vida em sociedade, e só vamos nos tornar plenamente conscientes disso se jogarmos um tijolo em uma janela do mais reducionista dos neurocientistas! Na verdade, nós temos sim livre arbítrio, e somos responsáveis por nossas ações.
Minha visão é que define tudo, incluindo assuntos que possam ser considerados teológicos e filosóficos, é receptivo ao objetivo da, ciência. Eu reconheço que, se descobrirem que a mente e a consciência possam existir no final da vida e independentes do cérebro, isso iria apoiar o conceito filosófico e teológico de um “pós-vida”, e sugeriria que o velho conceito de “alma” é o mesmo que os cientistas agora chamam de “consciência". Em minha opinião, o termo que usamos não é relevante, mas é importante estudar o processo cientificamente. Se a consciência for descoberta como uma entidade separada semelhante às ondas_ eletromagnéticas, então seria receptiva ao estudo científico. Como sugeriu Elahi, o estudo da consciência, ou “alma”, seria então tratado como ciência com seus próprios axiomas, leis e teoremas. Isto levaria a um estudo objetivo do que comumente é considerado assunto religioso e filosófico, e portanto terminando muitos desacordos e levando, por conseguinte, a uma sociedade muito mais tolerante. Da mesma forma que a ciência revolucionou nossa compreensão do mundo externo ao nosso redor, ela também poderia revolucionar nosso entendimento do mundo subjetivo dentro de nós. Antes da institucionalização da ciência, que começou com cientistas pioneiros como Galileu e Newton, qualquer um poderia afirmar estar certo sobre um determinado assunto. Todo o progresso que fizemos ao descobrir tanto o mundo que nos cerca quanto o intrincado universo interior, deve sua existência ao método objetivo de estudo que se iniciou há quase 500 anos. Acredito que agora devamos aplicar esta mesma objetividade que nossos antecessores, deixar de lado preconceitos filosóficos e pessoais, e começar a conduzir os experimentos quê nos permitiriam potencialmente descobrir a natureza_da_consciência humana.
[100 - página 230] - Dr. Sam Parnia
(Ver pesquisas científicas com: EQMs - Experiência de Quase-Morte)
ESCRITA DIRETA
Seguro urna lousa limpa ou coloco em urna gaveta fechada um pedaço de papel branco, e, depois de alguns segundos, a lousa ou o papel se mostram cobertos de uma escrita inteligível. Direis que isso é fisicamente impossível. Pode ser, mas Como o fato se dá, atestado pelos nossos sentidos e pelo nosso bom-senso, segue-se que ele é espiritual ou psico-fisicamente possível isto é, que não pode ser explicado por renhum processo puramente físico, mecânico ou material conhecido na mais adiantada ciência, ou concebível como independente da alma.
"Terei motivo, disse John Wesley, para negar fatos tão perfeitamente atestados, só porque não posso compreendê-los?"
... Estendemo-nos muito sobre os fatos provados de pneumatografia, porque são os que têm sido e precisam ser experimentalmente bem fintados. Se o fato tem sido rejeitado, é, eu o repito, devido à sua incompatibilidade com os métodos experimentais da Ciência. Eles são uma prova concludente, fornecida em plena luz do dia, da independência da alma e de um organismo visível, da ação de uma força inteligente fora do corpo humano, operando frequentemente à distância de sete ou mais metros, nas mais simples e satisfatórias condições, e sendo isso tão fàcilmente verificável que sòmente a extrema incredulidade que não é senão o equivalente de uma insensata credulidade, pode levar uma pessoa a pôr em dúvida a ocorrência do fenômeno, depois de haver sido testemunhado ou bem apreciado pelo testemunho dado em seu favor. "Uma boa experiência, diz Sir Humphrey Davy, vale mais que a perspicácia de um intelecto como o de Newton."
[97 - página 40] - 1880 - Epes Sargent
Não há ainda exemplo de haver um investigador de algum caráter e autoridade mudado de opinião relativamente à ocorrência não explicada dos fenômenos de escrita direta e clarividência.
[97 - página 153] - 1880 - Epes Sargent
Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; o Espiritismo ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicações úteis.
O Espiritismo não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida;
assim, não apresentou como hipóteses...
a existência e a intervenção dos Espíritos,
nem o perispírito,
nem a reencarnação,
nem qualquer dos princípios da doutrina;
concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios.
Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subseqüentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.
[66 - página 20 item 14]
Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material,
o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do principio espiritual.
Como o princípio espiritual é uma das forças da Natureza, a reagir incessantemente sobre o principio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro.
O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente;...
a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria;
ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação.
O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo quanto surge antes do tempo.
[66 - página 21 item 16]
Os homens, cada vez mais esclarecidos, à medida que novos fatos e novas leis se forem revelando, saberão separar da realidade os sistemas utópicos.
As ciências tornam conhecidas algumas leis;
o Espiritismo revela outras;
todas são indispensáveis à inteligência dos Textos Sagrados de todas as religiões, desde Confúcio e Buda até o Cristianismo.
Quanto à teologia, essa não poderá judiciosamente alegar contradições da Ciência, visto como também ela nem sempre está de acordo consigo mesma.
66 - página 28 item 29]
O estudo...
das propriedades do perispírito, (Ver: Matéria PSI)
dos fluidos espirituais
e dos atributos fisiológicos da alma abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então, por falta de conhecimento da lei que os rege - fenômenos negados pelo materialismo, por se prenderem à espiritualidade, e qualificados como milagres ou sortilégios por outras crenças. Tais são, entre muitos,
os fenômenos da vista dupla,
da visão a distância,
do sonambulismo natural e artificial,
dos efeitos psíquicos da catalepsia e da letargia,
da presciência,
dos pressentimentos,
das aparições,
das transfigurações,
da transmissão do pensamento,
da fascinação,
das curas instantâneas,
das obsessões e possessões, etc.
Demonstrando que esses fenômenos repousam em leis naturais, como os fenômenos elétricos, e em que condições normais se podem reproduzir, o Espiritismo derroca o império do maravilhoso e do sobrenatural e, conseguintemente, a fonte da maior parte das superstições. Se faz se creia na possibilidade de certas coisas consideradas por alguns como quiméricas, também impede que se creia em muitas outras, das quais ele demonstra a impossibilidade e a irracionalidade.
[66 - página 33 item 40]
Um último caráter da revelação espírita, a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, é que, apoiando-se em fatos, tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação. Pela sua substância, alia-se à Ciência que, sendo a exposição das leis da Natureza, com relação a certa ordem de fatos, não pode ser contrária às leis de Deus, autor daquelas leis...
...O Espiritismo não estabelece como princípio absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas e abandonado o domínio da utopia, sem o que ele se suicidaria. Deixando de ser o que é, mentiria à sua origem e ao seu fim providencial. Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.
[66 - página 44 item 55]
Os Espíritos não se manifestam para libertar o homem do estudo e das pesquisas, nem para lhe transmitirem, inteiramente pronta, nenhuma ciência.
Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, os espíritos o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas.
De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas.
[66 - página 48 item 60]
Você pode achar estranho que um cientista descubra, em meio aos seus estudos, a espiritualidade. Em círculos acadêmicos a palavra “espírito” provoca a mesma reação que a palavra “evolução" nos círculos fundamentalistas. Como se sabe, espiritualistas e cientistas têm visões completamente diferentes da vida.
Quando um espiritualista enfrenta problemas, recorre a Deus ou às forças invisíveis para obter ajuda.
Já um cientista, vai até seu laboratório ou consultório e toma medicamentos. Só consegue obter alívio por intermédio das drogas.
Posso afirmar categoricamente que a ciência me levou à espiritualidade, pois as descobertas da física e do mundo das células mostram cada vez mais a existência de um elo entre ciência e espiritualidade, duas áreas completamente distintas desde a época de Descartes, há alguns séculos. Mas tenho certeza de que quando as duas forem novamente reunidas teremos um mundo muito melhor.

[98 - página 221] - Bruce Lipton
O próprio Cristo preside os trabalhos de toda natureza em vias de realização para vos abrir a era de renovação e de aperfeiçoamento, que vos predizem os guias espirituais.
Com efeito, se, fora das manifestações espíritas, lançardes o olhar sobre os acontecimentos contemporâneos, reconhecereis sem hesitação os sinais precursores que provam, de modo irrefragável, que são chegados os tempos preditos.
As comunicações se estabelecem entre todos os povos, derrubadas as barreiras materiais os obstáculos morais que se opunham à sua união, os preconceitos religiosos e políticos apagar-se-ão rapidamente e o reino da fraternidade estabelecer-se-á de maneira sólida e durável. Observai desde já os próprios soberanos levados por mão invisível — coisa inaudita para vós — tomando a iniciativa das reformas. E as reformas que partem do alto e espontaneamente são muito mais rápidas e mais duráveis que as que vêm de baixo e são arrancadas pela força. A despeito dos preconceitos de infância e de educação, a despeito do culto da lembrança eu havia pressentido a época atual. E por isso me sinto feliz e me sinto mais feliz ainda por vos vir dizer: “Irmãos, coragem! trabalhai por vós, pelo futuro dos vossos; trabalhai sobretudo pelo vosso melhoramento pessoal, e gozareis na vossa próxima existência de uma felicidade que vos é tão difícil de compreendê-la quanto a mim de vo-la explicar.”
Ditado pelo espírito CHATEAUBRIAND
Trata-se de François-René (1763 - 1848), Visconde de Chateaubriand.
[17b - Capítulo XXXI parágrafo II] - 1861
O Plano Superior jamais nega recursos aos necessitados de toda ordem e, valendo-se dos mínimos ensejos, auxilia os irmãos de humanidade na restauração de seus patrimônios, seja cooperando com a Natureza ou inspirando a descoberta de novas fontes medicamentosas e reparadoras.
[16a - página 37] - André Luiz - 1943
No futuro, viverá a Humanidade fora desse ambiente de animosidade entre a Ciência e a Religião e julgo mesmo que em nenhuma civilização pode a primeira substituir a segunda. Uma e outra se completam no processo de evolução de todas as almas para o Criador e para a perfeição de sua obra. As suas aparentes antinomias, que derivam, na atualidade, da compreensão deficiente do homem, em face dos problemas transcendentes da vida, serão eliminadas, dentro do estudo, da análise e do raciocínio.
[71 - página 35] - Emmanuel - 1938
Os instrutores dos planos espirituais, em que nos achamos, regozijam-se com todos os triunfos da vossa ciência, porque toda conquista importa em grande e abençoado esforço e, pelo trabalho perseverante, o homem conhecerá todas as leis que lhe presidem ao destino.
[71 - página 143] - Emmanuel - 1938
A ciência infatigável procura, agora, a matéria-padrão, a força-origem, simplificadora, da qual crê emanarem todos os compostos, e é nesse estudo proveitoso que ela própria, afirmando-se atéia, descrente, caminha para o conhecimento de Deus.
Emmanuel - (Emmanuel) [55 - página 72]

(Ver: Teoria das cordas)
O concurso científico é sempre útil, quando oriundo da consciência esclarecida e da sinceridade do coração. Importa considerar, todavia, que a ciência do mundo, se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das características morais do homem.
Emmanuel - (Consolador) [55 - página 43]
Os homens, em verdade, aprenderam a química com a Natureza, copiaram as suas associações, desenvolvendo a sua esfera de estudos, e inventaram uma nomenclatura, reduzindo os valores químicos, sem lhes apreender a origem divina.
Emmanuel - (Consolador) [55 - página 44]
Desde o ponto inicial de suas observações, a Física é obrigada a reconhecer a existência de Deus em seus divinos atributos. Para demonstrar o sistema do mundo, o cientista não recorreu ao chamado "eixo imaginário"? Basta essa incógnita para que o homem seja conduzido a ilações mais altas, no domínio transcendente.
Emmanuel - (Consolador) [55 - página 40]
Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como conseqüência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.
... O futuro pertence ao Espírito!
Emmanuel - (Nos Domínios da Mediunidade) [28a - página 10 ]
A FENOMENOLOGIA ESPÍRITA
A fenomenologia, nos domínios do psiquismo, em vosso século, visa ao ensinamento, à formação da profunda consciência espiritual da Humanidade, constituindo, desse modo, um curso propedêutico para as grandes lições do porvir. É por essa razão que necessitamos de operar ativamente para que a Ciência descubra, nos próprios planos físicos, as afirmações de espiritualidade. (Ver: Imortalidade da Alma )
Pode parecer que o materialismo separou para sempre a Ciência da ; isso, porém, não aconteceu, e o nosso trabalho de agora simboliza o esforço para que os investigadores cheguem a compreender o que o Céu tem revelado em todos os tempos.
[71 - página 183] - Emmanuel - 1938
A ciência legítima é a conquista gradual das forças e operações da Natureza, que se mantinham ocultas à nossa acanhada apreensão. E como somos filhos do Deus Revelador, infinito em grandeza, é de esperar tenhamos sempre à frente ilimitados campos de observação, cujas portas se abrirão ao nosso desejo de conhecimento, à maneira que gradeçam nossos títulos meritórios.
[25 - página 126] - André Luiz
O Espiritismo não é senão uma moral, e não deve sair dos limites da filosofia, absolutamente, se não quiser cair no domínio da curiosidade. Deixai de lado as questões científicas; a missão dos Espíritos não é solucioná-las, poupando-vos o trabalho de pesquisa — mas a de vos tornar melhores, pois é assim que realmente progredireis.
SÃO LUIS
[17b - Capítulo XXXI parágrafo XVII]
Há homens, mesmo entre os intitulados cientistas, que sao tão ofuscados pelas teorias que se tornam impenetráveis ao valor dos fatos Mesmo entre os espíritas, alguns há que não dão apreço aos importantes fenômenos objetivos. Todos os grandes progressos, porém, nos inventos e descobertas humanas, têm-se originado da atenção prestada aos fatos, e alguns destes foram tão pequenos como a queda de uma maçã ou a vibração de uma lâmpada. Desprezar as menores manifestações de origem espiritual, é uma loucura, quer se trate de uma simples pancada, quer de uma mensagem escrita por alguma força desconhecida. Mesmo que se manifeste nisso sòmente a frivolidade do agente oculto, sempre teremos uma lição. Confesso que uma simples experiência de escrita direta é para mim de maior valor que todos os discursos especulativos dos chamados médiuns falantes, onde nenhuma prova objetiva e científica me é fornecida da sua faculdade extra-humana.
Não quero dizer com isso que não ligo importância à mediunidade falante. Há muita razão para o fato, e, quando a infuência a impele, é prudente e razoável escutá-la com proveito.
[97 - página 145] - 1880 - Epes Sargent
Se os fatos da clarividência e escrita direta se dão realmente e são reproduzíveis, tornam-se científicos tanto quanto a neutralização de um ácido por um álcali, ou o aparecimento da aurora boreal.
...
Além do Espiritismo, não existirão outros fatos da Natureza que, manifestando-se aos nossos sentidos, deixem o conhecimento dos métodos fora do seu alcance?
Não se dá o mesmo na cristalização?
Conheceremos já os métodos pelos quais se produzem os cometas e as auroras boreais?
Um fato que demonstra a sua presença em nossos sentidos, já não possui só por isso a qualidade essencial de um fato científico, embora fiquemos ignorando seus métodos de produção e suas causas?
Vêde como negligentemente esses diretores se contradizem!
Em um ponto dizem: "O que principalmente vos embala a mente, é que estais de posse da verdade."
Em outro ponto, eles mesmos asseveram, em relação aos fenômenos espirituais: "O verdadeiro testemunho, sobre o qual buscais estabelecer uma verdade, vos foge em uma hora, e a verdadeira evidência que estais disposto a afirmar com juramento, pode no instante seguinte voltar-se contra vós."
Que poderemos dizer de tão desarrazoada generalização como esta? Se fôsse real, não teríamos verdade alguma sustentável no Espiritismo, e acabaríamos abandonando os nossos fatos, por mais seguros que nos parecessem. Haverá alguém que, tendo chegado inteligentemente à posse desses fatos, se apresente depois negando-os? A construção sobre eles assentada pode modificar-se, mas os fatos, uma vez rigorosamente atestados, são aquisições inalienáveis da alma. Como a seguinte passagem do mesmo discurso resistirá à prova de uma analise critica?
“Têm-se apresentado testemunhos sobre testemunhos, montanhas altas de evidências têm sido empilhadas, e os fatos são incomensuravelmente mais poderosos que a Ciência (isto é, são demasiado grandes para serem compreendidos). Eles estão colocados muito acima do escopo do pensamento científico hodierno, fora do alcance e da capacidade de qualquer escola de ensinamento humano (Não são admitidos tantos fatos acima de qualquer explicação humana?) e pertencem antes à regiâo da superciência, na qual se baseiam as verdades e para a qual levantam suas fortificações. Se esperarmos que a Ciência demonstre o Espiritismo, teremos de ir além do amanhã, pois vemos que essa demonstração irá ficando contemplada entre as omissões de cada século que se for sucedendo. Se a confiarmos aos cientistas, ela será catalogada e colocada no lugar que escolherem em seus laboratórios, isto é, como manifestação sem sentido, corpo sem Espírito, lei sem motivo de existência, e se tornará uma das fases fenomenais do Universo, declarada pelo mundo científico de hoje como não tendo uma razão inteligente de ser.”
[97 - página 147] - 1880 - Epes Sargent
Se os fenômenos espíritas se limitassem ao círculo de seus seguidores, a opinião geral poderia ver neles simples artigos de fé, sem maiores conseqüências de interesse geral. Mas a verdade é que esses fenômenos se multiplicaram, em uma sucessão sempre audaz e desafiadora. O expediente de proibições e excomunhões se tornava ineficaz, desacreditado e ingênuo diante da avalanche de fenômenos variados, como vozes misteriosas, escritas diretas, contato de mãos invisíveis, materializações de espíritos, aparições de espíritos familiares, revelações de uma vida superior e mais bela etc, atestando a inquestionável sobrevivência da alma.
Era natural que, em face do volume de tantos fatos, a sociedade requisitasse o exame consciencioso de seus sábios e cientistas. Estes então, acossados por todos os lados, descruzaram os braços e se puseram a campo para uma investigação rigorosa e fria. A ciência, representada por um grupo de personalidades sérias e refratárias a imposições religiosas, foi chamada a depor e o fez de tal forma que o espiritismo foi, por assim dizer, devidamente fotografado, pesado e medido.

Edvaldo Kulcheski
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/ciencia/a-ciencia-e-o-espiritismo.html
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES OPORTUNAS SOBRE A RELAÇÃO ESPIRITISMO-CIÊNCIA
O verdadeiro trabalho espírita está no aprimoramento do espírito humano em sua bagagem moral, na sublimação dos instintos humanos, vertendo-os em valores divinos, em suma, no progresso moral do mundo. Para isso, sim, o estudo acurado e cauteloso é imprescindível. Também por isso, experimentações científicas detalhadas no campo espírita só podem ser feitas com a expressa colaboração do Plano Espiritual superior que, para isso, exige uma definitiva demonstração desses valores divinos em nós. (Ver No Mundo Maior, de André Luiz, p. 31.)
http://www.geocities.com/Athens/Academy/8482/ademir.html
Ademir L. Xavier Jr.
Darius Syman, de Washington, nos apresenta algumas amostras da capacidade da pseudo-ciência:
“Se, por exemplo, a escrita se produzir numa lousa, por centenas de vezes em circunstâncias que excluam absolutamente o emprego de qualquer processo químico, ou de qualquer agente mecânico, a não ser um lápis comum, o fato não será, na apreciação da Ciência, bastanto para justificar a dedução de ter sido essa escrita produzida por um ser intangível.
Se uma mesa, em parte suspensa no ar, fizer movimentos inteligentes diante de pessoas que para isso não concorreram, nem diretamente, nem pela intervenção de algum mecanismo apreciável aos nossos sentidos, o fato não nos autoriza a presumir a presença de um ser intangível ajudando a suspensão.
Se uma ária bem conhecida for tocada em um piano, sem a intervenção de algum mecanismo distinto do instrumento, de alguma aplicação automática, ou contacto de qualquer objeto de consistência suficiente para ser visível e tangível, a Ciência não pode concluir que ai se ache um ser intangível tocando piano.
Se três pessoas, achando-se a sós em uma sala e na mesma casa, sem ser nenhuma delas ventriloqua, ouvirem uma voz que refira, a cada uma, fatos só por ela conhecidos, o fato, segundo a Ciência, não justifica a conclusão de pertencer essa voz a uma pessoa que já tenha deixado seu corpo tangível, mas a qualquer das três. (Ver: Pneumatofonia)
Essas supostas explicações nos mostram a atitude da Ciência em relação aos alegados fatos do Espiritismo, como são compreendidos pelo Prof. Youmans e o Dr. Carpenter. Nenhum amontoado de testemunhos pode verificar os fatos alegados, nenhuma lógica conhecida basta para se concluir desses fatos a existência ou a intervenção dos Espiritos ou a realidade de um mundo super-sensorial!
A ação de um imã é pelos homens da Ciéncia julgada como uma demonstração da força magnética;
um choque da garrafa de Leyden prova indubitàvelmente a presença de uma força elétrica;
a queda de uma maçã estabelece a realidade da força da gravidade.
Apesar de nenhum sentido humano poder diretamente conhecer a natureza de alguma dessas forças, elas são simplesmente deduzidas dos movimentos dos corpos. Pertencem inteiramente ao mundo super-sensorial, e, apesar disso, pelo fato de serem impessoais, a Ciência lhes dá o selo da sua aprovação.
A Ciência, porém, recusa reconhecer, por serem personalizadas, outras forças igualmente super-sensoriais, reveladas, como a gravidade e o magnetísmo, em casos isolados, pela perturbação do estado normal das substâncias sólidas, provando continuar a existir a inteligência e o afeto humanos, os quais se manifestam por modos ainda não admitidos. Provavelmente receiam que, se a Ciência, por algum testemunho, reconhecer essas forças, o homem descobrirá que sobrevive à morte!"
[97 - página 154] - 1880 - Epes Sargent
Em pleno início do século XXI e dos desenvolvimentos científicos e tecnológicos que nos aguardam neste novo milênio, somos levados a reavaliar a postura do Espiritismo perante a Ciência. Embora Kardec tenha enunciado que “O Espiritismo e a Ciência se completam um pelo outro” eles permanecem separados, sobretudo porque o preconceito científico e sistemático da chamada “Ciência Oficial” (ou acadêmica), mantendo sua postura materialista e céptica, leva à negação a priori dos fenômenos espíritas, tomados como superstição ou fraude e, conseqüentemente, rotulando o Espiritismo como destituído de bases científicas.
O Espiritismo é definido por Kardec como “a ciência que estuda a origem, a natureza e a destinação dos Espíritos, bem como sua relação com o mundo corpóreo. É ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma filosofia de conseqüências morais” .
Artur Mascarenhas
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/ciencia/a-ciencia-e-o-espirito.html
Há outra classe de pessoas que afeta conhecer os métodos científicos, para a qual temos plena certeza de que, se uma forma falante e tangível se apresentasse de súbito em uma sala fechada, onde sòmento os espectadores fôssem admitidos;...
demonstrasse a sua presença aos sentidos da vista e do tato;
conversasse com voz audível sobre tópicos familiares a cada uma das testemunhas,
e repentinamente desaparecesse, elas não veriam, ainda assim, em tais manifestações, a prova da presença de um Espírito.
[97 - página 160] - 1880 - Epes Sargent
"O cientista surpreende as realidades da Sabedoria Divina criadas para a evolução da criatura e revela-lhes a expressão visível ou perceptível ao conhecimento popular." ("Fonte Viva", 57, Apóstolos, F.C. Xavier - Emmanuel - FEB)
Vemos o comentário em Einstein3 ao responder sobre se seria hora da fé ser substituída cada vez mais pelo conhecimento: “Pois o método científico não pode nos ensinar nada mais além de como os fatos se relacionam e são condicionados entre si. (...) O conhecimento objetivo nos oferece poderosos instrumentos para o alcance de certos fins, mas a própria meta máxima e o desejo de alcançá-la devem vir de outra fonte. Aqui nos deparamos, portanto com os limites da concepção puramente racional da nossa existência (...)”. (Ver: A fé de Einstein)
E assim também Einstein3 em sua famosa frase: "A ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega". (pág.144)
O que dizer de um livro como “A Estrutura da Matéria segundo os Espíritos”? Estaria tentando provar a existência da alma? Considero este livro não como uma teoria científica, mas como uma notícia do plano espiritual sobre estudos científicos que estão sendo realizados por um grupo de Espíritos, (demonstrando o adiantamento de seus estudos, é verdade) mas que ao invés de provar a existência da alma está, principalmente, contribuindo para trazer novos argumentos para silenciar os detratores do Espiritismo que se valem da Ciência para conseguir seus objetivos.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/unidual/espirita-e-ciencia.html
Paulo Antonio Ferreira
3 "Einstein viveu aqui" - Abraham Pais - Ed. Nova Fronteira, 1997.
Einstein, um dos maiores Cientistas de todos os tempos, disse:
"A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso, passará pela vida sem ver nada"
"Estamos começando a conceber a relação entre a ciência e a religião de um modo totalmente diferente da concepção clássica. Afirmo com todo o vigor que a religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica".
http://www.geocities.com/jeffersonhpbr/Ciencia-Espiritismo2.html
O Dr. John W. Draper, da Universidade de Nova Iorque, foi citado pelo Prof. Tyndall como boa autoridade científica. Mas, em sua obra "Human Physiology!, referindo-se ao corpo humano, Draper observa: "Dai a essa máquina uma consciência e um princípio imortal, e a alma, na mais clara acepção, cairá sob o domínio da Fisiologia, que se ocupará desse princípio imortal."
Assim, o Dr. Draper claramente reconhece a necessidade da criação de uma ciência psico-fisiológica.
(Ver: Psicobiologia e Psicobiofísica)
[97 - página 214] - 1880 - Epes Sargent
Aquele que crê encontrar no Espiritismo um meio fácil de tudo saber, de tudo descobrir, incorre em um grande erro. Os Espíritos não estão encarregados de nos trazerem a ciência pronta. Seria, com efeito, muito cômodo se nos bastasse perguntar para sermos esclarecidos, poupando-nos assim o trabalho de pesquisa. Deus quer que trabalhemos, que nosso pensamento se exercite, e será a esse preço que adquiriremos a ciência. Os Espíritos não vêm nos livrar dessa necessidade; eles são o que são e o Espiritismo tem por objeto estudá-los, a fim de saber, por analogia, o que seremos um dia e não de nos fazer conhecer o que nos deve estar oculto, ou nos revelar as coisas antes do tempo.
Os Espíritos já não podem ser tidos como ledores de sorte, e quem quer que se iluda de obter deles certos segredos, que se prepare para estranhas decepções por parte dos Espíritos zombeteiros. O Espiritismo é uma ciência de observação e não uma ciência de adivinhação ou de especulação. Estudamo-lo para conhecer o estado das individualidades do mundo invisível, as relações que existem entre elas e nós, sua ação oculta sobre o mundo visível, e não pela utilidade material que dele possamos tirar. Sob esse ponto de vista, não há nenhum Espírito cujo estudo nos seja inútil, pois aprendemos alguma coisa com todos eles; suas imperfeições, seus defeitos, sua incapacidade, e mesmo sua ignorância, são igualmente objetos de observação que nos iniciam no estudo da natureza íntima desse mundo. Quando não são eles que nos instruem pelos seus ensinamentos, somos nós que nos instruímos estudando-os, como o fazemos quando estudamos os costumes de um povo que desconhecemos. Quanto aos Espíritos esclarecidos, eles nos ensinam muito, mas no limites das coisas possíveis, não precisando perguntar-lhes o que eles não podem, ou não devem, nos revelar. É preciso contentar-se com aquilo que nos dizem, pois, ir além é expor-se às mistificações dos Espíritos levianos, sempre prontos para responderem a tudo. A experiência nos ensina a discernir o grau de confiança que lhes podemos dar.
[78 - Diversidade dos Espíritos]
Diante das perplexidades da Ciência e da pressão cada vez maior dos fatos novos, que não cessam de fustigar a inteligência humana e de rumá-la para novas pesquisas e conclusões mais altas, cabe aos espíritas a sublime missão de oferecer aos pesquisadores e estudiosos humanos a contribuição substancial do Espiritismo, de modo a ajudar os cientistas sinceros a orientar-se com segurança na direção das verdadeiras soluções. Mas os espíritas só conseguirão fazer isso, com verdadeiro proveito, se se dedicarem seriamente ao estudo das realidades e dos progressos da Ciência, cotejando tudo, ponto por ponto, com as pesquisas, os conhecimentos e as revelações do Espiritismo, de modo a oferecer contribuições sérias aos pesquisadores e aos homens de pensamento que laboram fora de nossos muros. Alertados para inúmeros aspectos importantes da realidade, que insistem em desdenhar ou simplesmente não conhecem, talvez alguns estudiosos capazes e de boa-fé acertem o passo no sentido de maiúsculas e felizes constatações.
Naturalmente, o trabalho maior dos espíritas-cristãos será sempre o da sua própria melhoria de sentimentos e do bem-fazer. Não temos nenhuma ilusão quanto a vantagens (que sabemos improváveis) em qualquer atitude de proselitismo ou de pernóstica presunção de maior saber. O equilíbrio de atitudes cabe, porém, em toda parte, e não seria justo nos ausentássemos, a título de cultivar a humildade e as virtudes do coração, do esforço comum a prol do progresso humano. Afinal, as novas dimensões do conhecimento, que se abrem no mundo, são as grandes dimensões do Espírito.
... Seria, porém, rematada ingenuidade supor que a Ciência humana terrestre chegará rapidamente à solução definitiva dos seus problemas substanciais, porque precisará realizar, antes disso e para isso, duas conquistas fundamentais:
primeiro, terá de reconhecer, por seus próprios meios, suas averiguações, seus cálculos e suas induções, senão a certeza, pelo menos a probabilidade da existência do Espírito e das dimensões espirituais da Vida;
e segundo, construir novas aparelhagens e sobretudo novos métodos de investigação para penetrar nesses novos domínios.
Neste último caso, as dificuldades a vencer serão imensas, porque somente o Espírito pode ver, identificar e examinar o Espírito. Não se trata, portanto, tão-somente, de aperfeiçoar maquinismos e instrumentos técnicos, mas sim CONSCIÊNCIAS, através do desenvolvimento racional de FACULDADES PSICOFÍSICAS capazes de serem utilizadas para a produção útil de fenômenos investigáveis.
Enquanto, porém, não houver, na Terra, condições morais que justifiquem tão elevado tipo de cooperação aberta e indiscriminada, o Governo Espiritual do Planeta não facilitará condições nem circunstâncias que favoreçam o êxito maior de tentames dessa espécie, além dos limites da educação e do incentivo ao espírito perquiridor dos homens. É fácil de compreender que o intercâmbio livre e permanente com planos e forças superiores da vida não pode ser facultado a seres predadores, de baixo senso ético e ainda espiritualmente irresponsáveis. Por essa razão, a aceitação e a vivência dos princípios morais do Evangelho de Jesus são condições fundamentais a serem cumpridas, a fim de que as Inteligências Superiores outorguem ao Homem Terrestre o diploma de maioridade espiritual que lhe permitirá o ingresso efetivo no mundo de relações com a Comunidade Cósmica a que pertence.
O Homem terá, portanto, de renunciar ao velho vício de tudo utilizar para o mal, para o crime, para a dominação inferior e desmedida, para a destruição, para a insensatez, se quiser entrar na posse do seu principado divino. Cumpre entendermos, de uma vez por todas, que a sabedoria da Eterna Lei simplesmente não permite, por automatismo de sua amorosa justiça, que recursos espirituais de alto nível se desenvolvam, além de certos rígidos limites, em almas ainda não decididamente afeitas ao Bem.
[45 - páginas 23 e 25]

(Ver: Ectoplasma e Partículas de Higgs)
A Psicografia à Luz da Grafoscopia:
http://www.feesp.com.br/divulgacao/pag_semeador_materia3.htm
Bibliografia de Pesquisas Científicas de Fenômenos Espíritas
Uma bibliografia de quase 400 publicações que abrange os fenômenos espíritas, a história de suas descobertas e as pesquisas científicas realizadas com o fim de se entendê-los e se criar uma teoria para explicá-los. Esse catálogo de obras permite ao interessado na investigação científica dos fenômenos espíritas ter contato com os principais trabalhos realizados na área, e visa atender especificamente aos pesquisadores interessados na hipótese do espírito.
Autor: Luiz Otávio Saraiva Ferreira - Campinas - SP - Brasil - Junho de 1995.
http://msohn.sites.uol.com.br/colabora.htm
Quanto mais a ciência se aprofunda nos mistérios do Universo, com telescópios que esquadrinham os confins do espaço e microscópios que vasculham o íntimo da matéria, menos lugar para as teorias religiosas imagina-se existir nos corações e mentes humanas. Em pleno século da tecnologia, porém, o que se vê é o contrário. As mesmas ferramentas inventadas para saciar nossa curiosidade aumentaram o desconhecimento. E Deus nunca esteve tão presente.
Ao longo da história, a fé e a razão alternaram períodos de compreensão mútua e animosidade declarada. A única forma de conciliação possível era cada um ficar na sua.
A ciência se contentaria em responder o que são e como ocorrem os fenômenos naturais,
enquanto a teologia encontraria o conforto espiritual.
No último século, a ciência validou a noção de que vemos apenas uma pequena porção do que existe.
Não enxergamos os elétrons, mas sabemos que são eles e seus campos elétricos que evitam que os objetos se desintegrem.
Também não podemos ver a energia escura, mas sabemos que esse tapete cósmico onde ficam 100 mil galáxias e mais de um bilhão de estrelas ocupa quase 90% do Universo. E aí residem milhões de possibilidades.
“Quanto mais a ciência avança ao propor novas formas de explicação para o Universo, mais o mistério se aprofunda e abre caminho para interpretações”, resume Mário Sérgio Cortella, professor titular de teologia e ciências da religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O progresso científico trouxe luz e conhecimento e pavimentou a estradapara desvendar os mecanismos da . Em comum, ciência e espiritualidadevivem no encalço da verdade. A missão da ciência não é investigar se Deusexiste ou não, mas como a mente percebe as manifestações divinas. Em vez de criar um fosso entre espírito e razão, o que se vê hoje é um ciclo conciliador e paralelo, não sem pedras no caminho. Tanto religiosos quanto pesquisadores procuram respostas para a mesma pergunta: afinal, por que existe algo e não simplesmente o nada? Desvendar esses mistérios seria tarefa para cientistas, filósofos, artistas e religiosos.
Nesse processo de investigação, a neurociência demonstra que a religiosidade está sediada no cérebro. Estudos feitos com monges e freiras em clausura mostram que houve mudanças na química do sangue e nas ondas cerebrais quando eles oravam ou meditavam. “A dicotomia entre espírito e ciência sempre marcou a humanidade. Hoje se juntam a isso modelos biológicos. Se é verdade ou não, não se sabe”, diz o neurologista Getúlio Daré Rabello, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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