14 dezembro 2008

JESUS,O CRISTO

Judeu da Galiléia e fundador do Cristianismo, nascido em Belém, cidade da Judéia meridional, nos últimos anos do reinado de Herodes o Grande, quando Roma dominava a Palestina e Augusto era o imperador. Independente da óptica religiosa, produziu uma das alterações mais profundas na história das civilizações, seja como sua imagem de Filho de Deus ou de moralista sonhador ou de revolucionário. O aparente paradoxo sobre o ano de seu nascimento deve-se a um erro de datação atribuído ao monge Dionísio o Pequeno, encarregado pelo papa, no século V, de organizar um calendário, e o dia 25 de dezembro foi fixado a mais de quatro séculos da nossa era (440) como data do seu nascimento com o fim de cristianizar a festa pagã realizada naquele dia. Por exemplo, o epsódio bíblico da visita dos três Reis Magos, teria ocorrido 8 meses depois de seu nascimento (19/12/06 a. C.), justificando-se inclusive a sinalização da Estrela Divina por uma conjunção planetária justificada por estudos de astronomia. O principal testemunho sobre sua existência são os quatro evangelhos, base da fé cristã, onde estão relatadas suas palavras e obras e as reações de seu povo, escritos originalmente em grego, se bem que o de Mateus pode provir de um texto anterior, em aramaico, aparentemente escritos antes do ano 80, exceto o de João, escrito no final do século I. Esses escritos coincidem entre si e com relatos de historiadores da época, como o judeu Flávio Josefo, historiador da corte romana de Domiciano e o maior dos historiadores romanos, Tácito. Filho de José, carpinteiro de Nazaré, na Galiléia, e sua esposa, a VirgemMaria, nasceu quando seus pais estavam em Belém por causa de um recenseamento. Como a notícia de que teria nascido aquele que seria o rei dos judeus, e como não sabia do seu paradeiro, Herodes ordenou uma matança de todas os meninos de Belém e no seu território, com até dois anos de idade (Mt 2:16), mas ele escapou da matança porque seus pais fugiram para o Egito, onde permaneceram até a morte de Herodes, alguns meses após, quando então José decidiu regressar com sua família e estabeleceu-se em Nazaré, e onde o Salvador passou a maior parte de sua vida trabalhando com o pai nas tarefas de carpintaria. Sua primeira aparição pública, aos 12 anos, segundo Lucas, deu-se quando a família visitava Jerusalém e seus pais o encontraram entre os doutores do Templo, ouvindo-os e interrogando-os. Segundo a tradição, após a morte de José, ELE compreendeu que estava na hora de começar a cumprir sua Divina Missão. Aos trinta anos encontrou-se, na Judéia, com seu primo João Batista, filho de Zacarias, famosa na região do Jordão por pregar o batismo como sacramento de penitência para o perdão dos pecados, sendo também por João batizado. Iniciou a pregação da Boa Nova, o Evangelho para os gregos, ou seja, a realização das profecias sobre o Messias e a instauração do reinado de Deus sobre o mundo a partir de Israel. Seguiu-se então acontecimentos impressionantes como o jejum no deserto, durante quarenta dias e quarenta noites, o episódio das bodas de Caná, primeira manifestação do seu poder divino, a expulsão dos mercadores do templo, a prisão de João Batista e o episódio da mulher samaritana. Iniciando sua pregação itinerante e a realização dos inúmeros milagres, foi da Samaria à Galiléia e, rejeitado em Nazaré, chegou a Cafarnaum, às margens do lago Tiberíades ou mar da Galiléia, onde aconteceu o episódio da pesca milagrosa, e catequizou seus primeiros apóstolos: Simão Pedro, seu irmão André e os filhos de Zebedeu, Tiago e João, mais Filipe e Natanael, ex-discípulos de João Batista. Aos 31 anos completou seus 12 apóstolos, todos eles galileus, realizou o famoso sermão da montanha e pregou suas mais notáveis parábolas, com as quais transmitia sua doutrina ao povo, aos sacerdotes e a seus seguidores. No período de seus 32 anos aconteceu a morte de João Batista por ordem de Herodes Antipas, e os dois grandes milagres: a multiplicação dos pães e dos peixes e a ressurreição de Lázaro. Também neste período ensinou no templo de Jerusalém, estabeleceu o primado de Simão, a quem chamou Pedro, e em presença dele, de Tiago e de João, realizou o prodígio da transfiguração e entrou triunfante em Jerusalém. À época do seu nascimento, a Galiléia era um conhecido foco da resistência judia contra Roma. O povo judaico esperava por um salvador revolucionário e libertador que recuperasse sua independência política perdida desde o exílio da Babilônia, no fim do século VI a. C., e depois de dominados por outros povos, tinham passado ao poder de Roma (63 a.C). Portanto a sua pregação, para muitos judeus, estava longe de ser coerente com a missão divina de ser o rei dos judeus. Aos 33 anos, foi considerado blasfemo e acusado de conspirar contra o César, quando Tibério era o imperador de Roma. Aprisionado no horto de Getsâmani, foi levado até ao pontífice Anás e, ante Caifás, o príncipe dos sacerdotes, com quem se haviam reunido os escribas e os anciões, passou a ser submetido a um processo religioso. Mais tarde, foi conduzido à residência do procurador romano da Judéia, Pôncio Pilatos, que sem entender a revolta da população, o enviou a Herodes Antipas. Por um gesto político de Herodes, foi devolvido a Pilatos, que não achando delito nenhum naquele homem, mas diante à pressão dos chefes de Israel e de uma multidão incitada por eles, ainda propôs uma permuta de prisioneiros. Porém a maior parte da multidão optou pela soltura do prisioneiro político Barrabás quando da opção de troca proposta pelo governo. Então pronunciou a sentença da sua condenação à morte na cruz, depois de declarar-se inocente de seu sangue. De acordo com as leis romanas, foi flagelado e teve que carregar uma cruz até a colina do Calvário, no monte Gólgota. Ali foi crucificado junto com dois malfeitores comuns, no dia 7 de abril (27), dez dias antes de completar 33 anos de idade, segundo cálculos de estudiosos, historiadores e astrônomos.

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