21 dezembro 2008

DOS CONFINS DA PRÉ-HISTÓRIA ÀS SESSÕES DE ECTOPLASMIA

DOS CONFINS DA PRÉ-HISTÓRIA ÀS SESSÕES DE ECTOPLASMIA
Carlos Bernardo LoureiroSalvador - BA
Um indivíduo peludo, com aparência de um grande macaco, se materializa em um grupo de cientistas.
A materialização de um Pithecanthropus, através da faculdade mediúnica de Franek Kluski (pseudônimo de um ilustre poeta polonês) reveste-se num dos mais importantes fatos nos anais das pesquisas espíritas.
A sessão transcorria normalmente quando, em meio a uma nuvem de ectoplasma, que se desprendera do médium, a estranha criatura se apresentou. Era meio humano, meio macaco. Os investigadores presentes reconheceram que estavam diante do Pithecanthropus.
Eis como o Dr. Gustave Geley descreve o episódio:
"Um estranho ser se materializou. Tinha o rosto semelhante ao de um macaco e sua cabeça projetava-se pesadamente para a nuca. Tanto o rosto, quanto o corpo, eram cobertos por uma camada áspera de pêlos. Seus braços eram longos, as mãos grandes e poderosas. Não sabia falar, mas tomava as mãos dos assistentes e lambia-as! como fazem os cães. Era, possivelmente, o Pithecanthropus, e voltou a apresentar-se em outras sessões. Na reunião de 20 de novembro de 1920, um dos membros do nosso grupo tocou a sua cabeça de símio. Era, sem dúvida, a de um ancestral do homem que repousava sobre aqueles ombros pelados".
O professor F.W. Pewlowski, que lecionava anatomia na Universidade de Michigan, USA, presente à sessão, escreveu substancial artigo no "Journal of the American Society for Psychical Research", sobre a materialização do Pithecanthropus do qual extraímos o seguinte trecho:
"Ele passou a ser um assíduo freqüentador dessas sessões, mas foi-me difícil examiná-lo como deveria, pois tudo se passou em plena escuridão. É um indivíduo peludo, como um grande macaco. Também o seu rosto é coberto de pelos. Comporta-se animalescamente em relação aos assistentes, lambendo-lhes o rosto e as mãos. Na maioria das vezes, os freqüentadores terminam por romper a corrente, visto não se sentirem tranqüilos ante o ser primitivo. Eu o vi, ou melhor, o senti, uma vez em que ele veio esfregar-se em mim. E chegou-me às narinas um certo odor, ou antes, um cheiro característico que, no momento, não pude definir, mas que os investigadores habituados a essas manifestações definiram muito bem, chamando-o 'cheiro de molhado'. Nessa circunstância, o Pithecanthropus passou de mim a uma senhora agarrando-lhe a mão e esfregando-a no rosto dele. Como, porém, a dama estava segurando uma das mãos do médium, tal ato provocou a interrupção da corrente mediúnica e, em conseqüência, a desmaterialização do Pithecanthropus. A senhora se assustou e gritou aterrorizada!"
Franek Kluski (cujo nome verdadeiro ninguém conhece), que o Dr. Gustave Geley considerava "um médium universal, o maior entre os seus contemporâneos", possibilitava a materialização de animais e de seres humanos que, muitas vezes, usavam de estranhas linguagens. Diziam que a sua faculdade mediúnica, conquanto fosse um homem culto, fazia transportar para a sala de sessões rugidos e tropéis de criaturas selvagens.
Kluski foi examinado por Charles Richet, o Barão de Schrenck-Notzing e Gustave Geley" testemunhando a força extraordinária de seus dons mediúnicos. Sem nada cobrar, o médium de Varsóvia submetia-se a todos os testes criados à imaginação dos exigentes e desconfiados pesquisadores, nos laboratórios da capital da Polônia e Paris. As portas eram lacradas com adesivos rubricados pelos investigadores e tanto o médium como os assistentes eram encadeados juntos .
Iniciada a sessão, da massa de ectoplasma que se formava e se desprendia do médium, saía, aos poucos crocitando, uma imensa águia, mediando 10 pés, ou, mais ou menos, 3,33 metros, que ia, depois, pousar nos ombros de Franek Kluski, de onde ficava olhando os presentes com os "seus olhos de águia"... Também se materializavam cães, latindo, lambendo as mãos das pessoas. Gatos, esquilos e raposas. Numa noite, que ficou gravada nas mentes de todos os presentes, materializou-se uma forma humana que passeou, entre os assistentes, com um enorme leão... que rugia!
Em 1924, F. Kluski submeteu-se a rigorosas pesquisas com o Dr. F. W. Pewlowski, da Universidade de Michigan, USA, quando aconteceram vários fenômenos, entre os quais o da levitação alguns dos assistentes levitaram até o teto, inclusive o médium. E o mais extraordinário é que, ao término de uma dessas sessões, constatou-se que o médium, apesar de algemado, desaparecera da sala trancada e selada, sendo encontrado, inconsciente, em um cômodo distante. Os adesivos postos pelos pesquisadores na única porta do aposento estavam intactos...
Charles Richet e Gustave Geley, a título de prova, solicitavam às entidades espirituais que mergulhassem as mãos em cera fervente e as desmaterializassem em água fria. Os moldes permaneciam intactos. Os investigadores chegaram à conclusão que nenhum mão poderia ser submetida ao calor intenso da parafina derretida.
Eis o que Richet escreveu. a propósito, no livro `'TRINTA ANOS DE PESQUISAS PSÍQUICAS:
"De certa feita sem que ninguém soubesse Geley e eu colocamos uma pequena quantidade de colesterina na parafina derretida Essa substância é solúvel na parafina sem descobri-la, mas, se acrescentarmos a ela ácido sulfúrico. obtém-se uma tonalidade roxa intensa. Assim podíamos estar certos de que os moldes não eram de antemão preparados pois que no decorrer das sessões Geley e eu segurávamos as mãos do médium o mais firmemente que podíamos. A experiência resultou em urna luva de parafina, porém das mãos de urna criança e, em outra situação de duas mãos apertadas urna contra a outra Depois obtivemos o pé de uma criança As impressões digitais veias e pelos eram sempre visíveis nos moldes''.
Os fenômenos suscitados pela faculdade mediúnica de Franek Kluski, .ainda se encontram até hoje "sub júdice". Charles Richet considerou-os um mistério, que desafiou as inteligências mais argutas que tiveram a oportunidade de apreciá-los.

Pithecânthropus erectus (do plioceno inferior): em 1889 o médico e antropólogo holandês Dubois descobriu uma calota craniana, um fêmur e dois dentes às margens do Rio Solo, em Trinil (Java) . Publicou sua descrição (1894) e denominou o fóssil Pithecanthropus erectus, lembrando, dessa maneira suas características simiescas e humanas , assim como sua posição erecta. Os caracteres simiescos são representados pela fronte quase inexistente, as enormes arcadas superciliares, a face em focinho, o queixo fugaz:; os caracteres de tendência humana são a capacidade craniana muito superior à dos macacos ( 900 cm cúbicos),a estrutura dos dentes, o andar bípede. Cinqüenta anos mais tarde (1937-41) G. Von Koenigswald e F. Wendeireich descobriram em Sangiran, também em Java, uma série de fragmentos fósseis de grande tamanho mas estreitamente aparentados ao Pithecanthropus de Dubois.
As experiências com Charles Richet e Gustave Geley foram realizadas respectivamente no Instituto Metapsíquico de Paris e na Sociedade Polonesa de Pesquisas Psíquicas, em 1920.
Fonte: Revista Internacional de Espiritismo-Setembro 1993.

Nenhum comentário:

Postar um comentário