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24 junho 2012
VIMANAS
O Império Rama existiu há pelo menos 15.000 anos atrás, no norte da Índia. Aparentemente, existiu paralelo à civilização atlante (que, pelos cálculos de Platão, deve ter sido destruída há 12.000 anos atrás). Possuía cidades sofisticadas, muitas ainda a serem encontradas no deserto do Paquistão, norte e nordeste da Índia. Algumas cidades com 5.000 anos já foram encontradas por arqueólogos, e são literalmente inexplicáveis. Numa época em que as pessoas deveriam estar vivendo em tendas (se formos nos basear pelo Egito) essas cidades já possuíam sistema de irrigação, esgoto, largas avenidas e iluminação pública. E o mais fascinante: quanto mais escavam, mais encontram vestígios de outras cidades, ainda mais antigas, e ainda mais modernas! Infelizmente os pesquisadores se defrontaram com um lençol d'água e não podem cavar mais.
Quando a cidade de Mohenjo-Daro foi escavada por arqueologistas no século 19, eles acharam esqueletos estirados nas ruas, alguns deles de mãos dadas, como se estivessem esperando a morte. Estes esqueletos estão entre os mais radioativos já encontrados, similares aos de Hiroshima e Nagasaki.
As sete grandes capitais do Império Rama são conhecidas nos textos Védicos como As sete cidades Rishi.
De acordo com os textos, esse povo utilizava-se de máquinas voadoras que eram chamadas de Vimanas. Ele voava na "velocidade do vento" e produzia um "som melodioso". Decolavam verticalmente e podiam pairar no ar, como um helicóptero. Havia pelo menos quatro tipos diferentes de Vimanas: Um dos tipos é descrito exatamente como imaginamos um disco voador "clássico": circular, com portinholas e um domo. Outros em forma de pires, e outros ainda como um longo cilindro (em forma de cigarro). Todos batem exatamente com descrições de discos voadores feitas no mundo todo, por pessoas que com certeza desconhecem os Vedas.
De acordo com os textos, esse povo utilizava-se de máquinas voadoras que eram chamadas de Vimanas. Ele voava na "velocidade do vento" e produzia um "som melodioso". Decolavam verticalmente e podiam pairar no ar, como um helicóptero. Havia pelo menos quatro tipos diferentes de Vimanas: Um dos tipos é descrito exatamente como imaginamos um disco voador "clássico": circular, com portinholas e um domo. Outros em forma de pires, e outros ainda como um longo cilindro (em forma de cigarro). Todos batem exatamente com descrições de discos voadores feitas no mundo todo, por pessoas que com certeza desconhecem os Vedas.
Os textos antigos sobre os Vimanas são muitos, e envolvem desde a construção de um Vimana até manuais de vôo dos vários tipos de naves, alguns dos quais foram traduzidos para o inglês.
O Samara Sutradhara é um tratado científico lidando com todos os aspectos possíveis dos Vimanas. São 230 tópicos lidando com construção, decolagem, vôos cruzeiros, aterrissagem normal, forçada, e até mesmo a possibilidade de colisão com pássaros (!)
Em 1875 foram redescobertos manuscritos do século 4 a.C. escritos por Bharadvajy, "o sábio",que utilizou textos ainda mais antigos como base. Chama-seVymaanika-Shaastra, e lida com a forma de pilotar os Vimanas, precauções com vôos longo, proteção contra tempestades e relâmpagos, e como voar com a energia solar. Possui 8 capítulos com diagramas que mostram os tipos de naves, incluindo aparatos que nunca quebravam ou se incendiavam. Também menciona 16 materiais que absorvem luz e calor, essenciais para a construção dos Vimanas. Este documento foi traduzido para o inglês com o nomeVYMAANIDASHAASTRA AERONAUTICS, por Maharishi Bharadwaaja, impresso e publicado por Mr. G. R. Josyer, Mysore, India, em 1979.
O Ahnihotra-Vimana possuía dois motores, enquanto o Vimana-elefante possuía mais (outros tipos levavam nomes de outros animais, como o Íbis). A propulsão dos Vimanas é envolta em controvérsia. Em uns textos diz ser movida por um líquido amarelo-esbranquiçado (gasolina?), e algumas vezes por um tipo de composto de mercúrio. Em outro ainda é movida por pulsos (vibração).
Interessante notar que os nazistas desenvolveram motores baseados em pulsos para as suas bombas V-8. Hitler era especialmente interessado na Índia, e mandava expedições para lá e para o Tibet, ainda nos anos 30. Diz-se, inclusive, que eles conseguiram reproduzir o Vimana e fugiram com ele para a Antártida, para formar o 4º Reich (pessoalmente não acredito nisso, mas que eles estavam tentando fazer, estavam. Tem inclusive com fotos dos esquemas alemães de construção que foram capturados pelos aliados).
De acordo com o Dronaparva e o Ramayana, partes do gigantesco épico Mahabarata, um Vimana é descrito como uma esfera que se movia à grande velocidade, em todas as direções, impulsionada por um "vento poderoso" gerado por mercúrio. No Samar, outro texto Hindu, os Vimanas são "máquinas de aço sem emendas, com uma descarga de mercúrio que saía da traseira na forma de uma forte labareda."
Curiosamente, cientistas soviéticos descobriram o que eles chamam de "antigos instrumentos de navegação para veículos cósmicos" em cavernas no Turquistão e no deserto de Gobi. Os aparelhos são objetos esféricos de vidro ou porcelana, que terminam num cone com um pingo de mercúrio dentro.
Acredita-se que o povo Hindu voou nesses veículos por toda a Ásia, Atlântida e - aparentemente - para a América do Sul. Escritos achados em Mohenjodaro, no Paquistão (presumivelmente uma das "7 cidades Rishi do Império Rama") e ainda não decifrados, também foram encontrados em outro lugar do mundo: Ilha de Páscoa!! Essa escrita, chamada de Rongo-Rongo (também não-decifrada) é incrivelmente similar à de Mohenjodaro.
Voar nessas máquinas não era uma exclusividade dos Hindus: O Hakatha (Leis dos Babilônicos) atesta que "o privilégio de operar uma máquina voadora é grande. O conhecimento do vôo é uma das nossas heranças mais antigas. Um presente dos que vieram do alto. Nós o recebemos como um meio para salvar muitas vidas."
Infelizmente todo conhecimento é sempre usado para a guerra. Os Atlantes, de acordo com os textos Hindus, usaram suas máquinas voadoras, chamadas deVailixi, para subjugar o mundo. Eram conhecidos como Asvins e aparentemente eram mais avançados tecnologicamente que os Hindus, e certamente mais bélicos.
"Gurkha, voando a bordo de um Vimana de grande potência, lançou sobre a tríplice cidade um projétil único, carregado com a potência do Universo. Uma coluna incandescente de fumaça e fogo semelhante a 10 mil sóis se elevou em seu esplendor. Era uma arma desconhecida, o Raio de ferro, um gigantesco mensageiro da morte,que reduziu a cinzas toda a raça dos Vrishnis e dos Andhakas. Os corpos ficaram tão queimados que se tornaram irreconhecíveis;
Os cabelos e unhas dos que sobreviveram caíram; A cerâmica quebrou sem causa aparente, e os pássaros ficaram brancos;
...Após algumas horas todos os alimentos estavam infectados...
...para escapar do fogo os soldados se jogaram nos rios,para lavarem-se e aos equipamentos."
Os cabelos e unhas dos que sobreviveram caíram; A cerâmica quebrou sem causa aparente, e os pássaros ficaram brancos;
...Após algumas horas todos os alimentos estavam infectados...
...para escapar do fogo os soldados se jogaram nos rios,para lavarem-se e aos equipamentos."
Quando a cidade de Mohenjo-Daro foi escavada por arqueologistas no século 19, eles acharam esqueletos estirados nas ruas, alguns deles de mãos dadas, como se estivessem esperando a morte. Estes esqueletos estão entre os mais radioativos já encontrados, similares aos de Hiroshima e Nagasaki.
Cidades antigas, cujos muros e calçadas foram literalmente vitrificados podem ser encontradas na Índia, Irlanda, Escócia, França e Turquia. Não há explicação lógica para isso, pois é necessário um intenso calor, semelhante ao de um ataque atômico, para derreter e vitrificar esses blocos de pedra.
Mas Mohenjo-Daro - que foi projetada em quarteirões e com um sistema de encanamento superior aos usados na Índia e Paquistão atualmente - possuía espalhado nas ruas várias "formas negras de vidro". Descobriu-se depois que essas formas nada mais eram do que potes de argila que derreteram e vitrificaram sob intenso calor!
É interessante notar que, quando Alexandre "O Grande" invadiu a Índia (há mais de 2000 anos atrás) seus historiadores relatam que, num certo ponto da batalha foram atacados por "brilhantes escudos voadores" que mergulharam contra o seu exército e assustaram a cavalaria.
Outras armas fantásticas, presentes no Mahabharata, são o Dardo de Indra, operado através de um "refletor" circular. Quando ligado, produzia uma "coluna de luz" que consumia tudo o que tocava. É o que hoje nós conhecemos por "laser" (Isso me lembra Austin Powers 2!). Em outro trecho do poema o herói (Krishna) está perseguindo seu inimigo, Salva, no céu, quando o Vimana de Salva fica invisível (assim como os UFOs fazem hoje em dia). Krishna imediatamente usa mão de uma arma especial: "Eu rapidamente disparei uma flecha incandescente, que matava guiando-se pelo som". (James Bond não faria melhor... e isso foi escrito há mais de 6.500 anos!)
Fonte:
Vedic Theories of Creation - Vimanas (Traduzido e adaptado)
Vedic Theories of Creation - Vimanas (Traduzido e adaptado)
23 junho 2012
22 junho 2012
21 junho 2012
Ação Espírita na Transformação do Mundo
Autor: J. Herculano Pires
Três são os elementos fundamentais de que o Espiritismo se serve para transformar o nosso mundo num mundo melhor e mais belo:
Amor
Trabalho,
Solidariedade.
1 - O Amor abrange a compreensão e a tolerância, pois quem ama compreende o ser amado e sabe tolerá-lo em todas as circunstâncias. Abrange também a Verdade, pois quem ama sabe que o alvo supremo do Amor é a Verdade. Ninguém ama a mentira, pois mesmo os mentirosos apenas a suportam na falta da verdade, O amor egoísta do homem por si mesmo expande-se no desenvolvimento psicobiológico como, segundo já vimos, em amor altruísta, amor pelos outros, a partir do núcleo familial até à Sociedade, à Pátria e à Humanidade. Alguns espíritas dizem que os espíritas não têm pátria, pois sabem que todos podemos renascer em várias nações. Isso é uma incongruência, pois então não poderíamos também amar pai e mãe, que variam nas encarnações sucessivas. O Amor não tem limites, mas nós, os homens, somos criaturas limitadas e estamos condicionados, em cada existência, pelas limitações da condição humana. Amamos de maneira especial aqueles que estão ligados a nós nesta vida ou se ligaram a nós em vidas anteriores. Amamos a todos os seres e a todas as coisas na proporção do nosso alcance mental de compreensão da realidade. E amamos a nossa Terra, o pedaço do mundo em que nascemos e vivemos e a parte populacional a que pertencemos, no recorte da população mundial que corresponde à população da nossa terra. E amamos os que estão além da Terra, nas zonas planetárias espirituais, como amamos, por intuição mental e afetiva, a todos os seres e coisas de todo o Universo. O ilimitado do Amor se impõe aos limites temporários da nossa condição imediata. E é esse o nosso primeiro degrau para a transcendência espiritual. Na proporção em que a nossa capacidade infinita de amar se concretiza na realidade afetiva (nascida dos sentimentos profundos e verdadeiros do amor) sentimo-nos elevados a planos superiores de afetividade intelecto-moral, respeitando progressivamente todas as expressões da vida e da beleza em todo o Universo. O Amor não é gosto, nem preferência, nem desejo — é afeição, ou seja, afetividade em ação, fluxo permanente de vibrações espirituais do ser que se expandem em todas as direções da realidade. Foi por isso que Francisco de Assis amou com a mesma ternura e o mesmo afeto, chamando-os de irmãos, aos minerais, aos vegetais, aos animais, aos homens e aos astros no Infinito. As ondas do Amor atingem a todas as distâncias, elevações e profundidades, não podendo ser medidas, como fazemos com as ondas hertezianas do rádio. Depois de ultrapassar os limites possíveis da Criação, o Amor atinge o seu alvo principal, que é Deus, e Nele se transfunde.
O Espiritismo aprofunda o conhecimento da Realidade Universal e não pretende modificar o Mundo em que vivemos através de mudanças superficiais de estruturas. Essa é a posição dos homens diante dos desequilíbrios e injustiças sociais. Mas o homem-espírita vê mais longe e mais fundo, buscando as causas dos efeitos visíveis. Se queremos apagar uma lâmpada elétrica não adianta assoprá-la, é necessário apertar a chave que detém o fluxo de eletricidade. Se queremos mudar a Sociedade, não adianta modificar a sua estrutura feita pelos homens, mas modificar os homens que modificam as estruturas sociais. O homem egoísta produz o mundo egoísta, o homem altruísta produzirá o mundo generoso, bom e belo que todos desejamos. Não podemos fazer um bom plantio com más sementes. Temos de melhorar as sementes.
As relações humanas se baseiam na afetividade humana. Não há afetos entre corações insensíveis. Por isso a dor campeia no mundo, pois só ela pode abalar os corações de pedra. Mas o Espiritismo nos mostra que o coração de pedra é duro por falta de compreensão da realidade, de tradições negativas que o homem desenvolveu em tempos selvagens e brutais. Essas relações se modificam quando oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritos. que. na sua maioria, se deixem levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo deformado pela influência de formações religiosas anteriores. Precisamos restabelecer a visão espírita em sua inteireza, afastando os resíduos de um passado de ilusões e mentiras prejudiciais. Se compreenderem a necessidade urgente de se aprofundarem no conhecimento da doutrina, de maneira a fornecerem uma sólida e esclarecida doutrina espírita. Poderão realmente contribuir para a modificação do mundo em que vivemos. Gerações e gerações de espíritas passaram pela Terra, de Kardec até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de educação espírita, de formação doutrinária sistemática. Aprenderam apenas alguns hábitos espíritas. ouviram aulas inócuas de catecismo igrejeiro, tornaram-se. às vezes, ardorosos na adolescência e na juventude (porque o Espiritismo é oposição a tudo quanto de envelhecido e caduco existe no mundo), mas ao se defrontarem com a cultura universitária incluíram a doutrina no rol das coisas peremptas por não terem a menor visão da sua grandeza. Pais ignorantes e filhos ignorantes. na sucessão das encarnações inúteis, nada mais fizeram do que transformar a grande doutrina numa seita de papalvos. Duras são e têm de ser as palavras.porque ineptas e criminosos foram as ações condenadas A preguiça mental de ler e pensar, a pretensão de saber tudo por intuição, de receber dos guias a verdade feita, o brilhareco inútil e vaidoso dos tribunos, as mistificações aceitas de mão beijada como bênçãos divinas e assim por diante, num rol infindável de tolices e burrices fizeram do movimento doutrinário um charco de crendices que impediu a volta prevista de Kardec para continuar seu trabalho..Em compensação, surgiram os reformadores e adulterados, as mistificações deslumbrantes e vazias e até mesmo as séries ridículas de reencarnações do mestre por contraditores incultos de suas mais valiosas afirmações doutrinárias.
Este amargo panorama afastou do meio espírita muitas criaturas dotadas de excelentes condições para ajudarem o movimento a se organizar num plano superior de cultura. Isso é tanto mais grave quanto o nosso tempo que não justifica o que aconteceu com o Cristianismo deformado totalmente num tempo de ignorância e atraso cultural. Pelo contrário, o Espiritismo surgiu numa fase de acelerado desenvolvimento cultural e espiritual, em que os espíritas contaram e contam com os maiores recursos de conhecimento e progresso de que a humanidade terrena já dispôs. Todos os grandes esforços culturais em favor da doutrina foram negligenciados e continuam a sê-lo pela grande maioria dos espíritas de caramujo, que se encolhem em suas carapaças e em seus redutos fantásticos. Falta o amor pela doutrina, de que falava Urbano de Assis Xavier: falta o amor pelos companheiros que se dedicam é seara com abnegação de si mesmos e de suas próprias condições profissionais e intelectuais; falta o amor pelo povo faminto de esclarecimentos precisos e seguros; falta o amor pela Verdade, que continua sufocada pelas mentiras das trevas.
Os médiuns de grandes possibilidades se vêem cercados de multidões interesseiras, que os levam quase sempre ao fracasso ou ao esgotamento precoce. Só os interessados os procuram: os que pretendem aproveitar suas produções em proveito próprio; os que desejam apenas dizer-se íntimos do médium; os que procuram consolação passageira em sua presença; os que buscam sugar-lhes os benefícios fluídicos e assim por diante. Os próprios médiuns acabam muitas vezes entregando-se ao desânimo e desviando-se para outros campos de atividade onde, pelo menos, poderio gozar de convivências menos penosas.
A exploração inconsciente e consciente dos médiuns pelos próprios adeptos da doutrina é um dos fatores mais negativos para o desenvolvimento do Espiritismo em nosso país e no mundo. A contribuição que eles poderiam dar para a execução das metas doutrinárias perde-se na miudalha das consultas pessoais e nas mensagens cotidianas de sentido religioso-confessional, mais tocadas de emoção embaladora do que de raciocínio e esclarecimento. E isso o que todos pedem, como crianças choramingas acostumadas a dormir ao embalo das cantigas de ninar. Até mesmo um médium como Arigó, dotado de temperamento agressivo como João Batista e assistido por uma entidade positiva como Fritz, acabou envolvido numa rede de interesses contraditórios que o envolveram através de manobras que o aturdiram, misturadas a calúnias e campanhas difamatórias que o levaram, na sua ignorância do roceiro inculto, a precipitar-se, sem querer, na sua destruição precoce. As grandes teses da Doutrina Espírita não foram suficientes para mobilizar os espíritas em f avor do médium, resguardando-o e facilitando, pelo menos, a investigação dos cientistas norte-americanos, de diversas Universidades e da NASA, que tentaram desesperadamente colocar o problema em termos de equação científica, O que devia ter sido uma vitória da Verdade em plano universal, reverteu-se em mesquinho episódio de disputas profissionais acirradas por clérigos e médicos de visão rasteira. E tudo isso por que estranho motivo? Porque os espíritas não foram capazes de sair de suas tocas, empunhando as armas poderosas da doutrina, para enfrentar o conluio miserável das ambições absorventes e vorazes.
Cada espírita, ao aceitar e compreender a grandeza da causa doutrinária e sua finalidade suprema — que é a transformação moral, social, cultural e espiritual do nosso mundo — assume um grave compromisso com a sua própria consciência, O aparecimento de um médium como Chico Xavier ou Arigó não tem mais o sentido restrito do aparecimento de uma pitonisa ou um oráculo no passado, mas o do aparecimento de um João Batista ou de um Cristo na fase crítica da queda do mundo clássico greco-romano, da trágica agonia da civilização mitológica. Mas após um século da semeadura evangélica, na hora certa e precisa da colheita, vemos de novo o povo eleito enrolado em intrigas na Porta do Monturo, enquanto os romanos crucificam entre ladrões os que se imolaram em reencarnações providenciais.
Essa mentalidade de corujas agoureiras, e troianos que não ouvem Cassandra, decorre do egoísmo (essa lepra do coração humano, segundo a expressão Kardeciana) do comodismo e da preguiça mental. A falta de estudo sério e sistemático da dou-
trina, que permite a infiltração de elementos estranhos no corpo doutrinário, causando-lhe deformações rebarbativas e fantasiada de novidades, avilta a consciência espírita com a marca de Caim nos grupos de traidores. Esses traidores não traem apenas a doutrina, ao Cristo e a Kardec, mas também à Humanidade e ao Futuro. Onde fica o principio do Amor em tudo isso? Quem revelou amor à Verdade? Quem provou amar e respeitar a doutrina? Quem mostrou amar ao seu semelhante e por isso querer realmente ajudá-lo, orientá-lo, esclarecê-lo? A esse fim superior sobrepõe-se o interesse falso e mesquinho de fazer bonito aos olhos que necessitam de luz, bancar saberetas para os que nada sabem, impor a criaturas ingênuas a sua maneira mentirosa de ver o ensino puro e claro de Kardec.
O amor não está nos que se acumpliciam, se comprometem reciprocamente na trapaça, enleando-se na solidariedade da profanação consciente ou inconsciente. O amor está nos que repelem a farsa e condenam o gesto egoísta dos escamoteadores da verdade em proveito próprio, levando multidões ingênuas e desprevenidas à deturpação da doutrina esclarecedora, O amor, nesse caso, pode parecer impiedade, mas é piedade, pode assemelhar-se à injúria e agressão, mas é socorro e salvação. As condenações violentas de Jesus a escribas e fariseus não foram ditadas pelo ódio, mas pela indignação justa, necessária, indispensável do Mestre, que sacudia aquelas almas impuras para livrá-las da impureza com que aviltavam o simples. Quem não tiver condições para compreender isso deve ter pelo menos a humildade de André Luiz, o médico lançado às zonas umbralinas, de contentar-se com trabalhos de limpeza e lavagem nos hospitais dos planos superiores para aprender a grandeza da humildade, a nobreza dos pequeninos, ao invés de rebelar-se contra as leis divinas da busca da Verdade. Nosso movimento espírita, como todo o negro panorama religioso da Terra, está cheio de ignorantes revestidos ou não de graus universitários, que se julgam mestres iluminados e são apenas os cegos do Evangelho que levam outros cegos ao barranco. Impedi-los de cometer esse crime de vaidade afrontosa é O dever dos que sabem realmente amar e servir. "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!" advertiu Jesus, não para condená-los ao fogo do inferno, mas para salvá-los do inferno de si mesmos.
2 — O Trabalho é exigência do princípio de transcendência. O homem trabalha por necessidade, como querem os teóricos da Dialética Materialista, mas não apenas para suprir as suas necessidades físicas de subsistência e sobrevivência. Não só, como querem os teóricos da vontade de potência, para adquirir poder. E nem só, também, como pretendem Bentham e os teóricos da ambição, para acumular posses que representam poder. A busca das causas, nesse campo, morreria no plano das causas secundárias. Mas a Filosofia Existencial, em nosso tempo, descobrindo o conceito de existência e definindo o homem como o existente (aquele ser que existe, sabe que existe e luta para existir cada vez mais e melhor), mostrou e provou que a natureza humana é subjetiva e não objetiva (extema e material) e que a mola do mundo não está nos braços e nas mãos, mas na consciência. Confirmou-se assim, no plano geral da Cultura, o tantas vezes rejeitado e ridicularizado conceito espírita do trabalho. No Livro dos Espíritos temos a afirmação de que tudo trabalha na Natureza Essa tese espírita antecipou a tese de John Dewey sobre a natureza universal da experiência. Em todo o Universo há forças em ação, inteligentemente dirigidas segundo planos determinados. Nada se fez ao acaso. Em termos atuais de eletrônica podemos dizer que o universo que é uma programação gigantesca de computadores em incessante atividade rigorosamente controlada. De um grão de areia a uma constelação estelar, de um fio de cabelo e de um vírus isolado até às maiores aglomerações humanas dos grandes parques industriais do mundo, tudo trabalha. O próprio repouso é uma forma de diversificação do trabalho para recuperações e reajustes nos organismos materiais e nas estruturas psicomentais do homem. As criaturas humanas que só trabalham para si mesmas ainda não superaram a condição animal. Vivem e trabalham, mas não existem. Porque existir é uma forma superior de viver, que inclui em seu conceito plena consciência das atividades desenvolvidas com finalidade transcendentes.
No próprio desenvolvimento da Civilização o trabalho individual se abre, progressivamente, nos processos de distribuição, para o plano superior do trabalho coletivo. Por isso, é no trabalho e através do trabalho que o homem se realiza como ser, desenvolvendo suas potencialidades. A extrema especialização da Era Tecnológica nasceu nas selvas, quando dos primeiros dás o homem se incumbiu da guerra, da caça e da pesca, e a mulher da criação, alimentação e orientação dos filhos. A Revolução Industrial na Inglaterra marcou um momento decisivo da evolução humana para a consciência da solidariedade. É no esforço comum e conjugado das relações de trabalho que se desenvolve o senso da comunidade, provando a necessidade do principio espírita de solidariedade e tolerância para o maior rendimento, maior estimulo e maior aperfeiçoamento das técnicas de produção. A concorrência de mercado, que estimula a ganância e a voracidade dos indivíduos e dos grupos, das empresas e dos sistemas de produção, opõe-se a conjugação das consciências, na solidariedade do trabalho comum, com vistas ao bem-estar de todos. Os teóricos que condenam as comunidades de trabalho voltadas para o interesse da maioria reduzem a finalidade superior do trabalho a interesses mesquinhos de enriquecimento individual e de grupos. A própria realidade os contesta com o espetáculo gigantesco do trabalho da Natureza, voltado para a grandeza do todo. Remy Chauvin considera os insetos sociais como expressões de sistemas coletivos de trabalho e de vida em que o egoísmo individualista e grupal (sociocentrismo) não impediu o desenvolvimento normal da solidariedade. A Natureza inteira é um exemplo que o homem rejeita em nome de seu egoísmo, da sua vaidade e das suas ambições desmedidas. Esses três elementos funcionaram na espécie humana como pontos hipnóticos que impediram o livre fluxo das energias livres do trabalho, condensando-as em formas institucionais absorventes. As tentativas de romper essas formas por métodos violentos representam uma reação instintiva que leva fatalmente, como o demonstra o panorama histórico atual, a novas formas de condensação. Esse círculo vicioso só pode ser rompido por uma profunda e geral compreensão do verdadeiro sentido do trabalho, que não leva a lutas e dissençóes, mas à conjugação e harmonização de todas as fontes e todos os recursos do trabalho, nos mais diferenciados setores de atividade. A proposição espírita nesse sentido, como foi em seu tempo a proposição cristã original, encarna os mais altos ideais da espécie, voltados para o trabalho comunitário em ação e fins.
Hegel observou, em seus estudos de Estética, que a dialética do trabalho se revela nos remos da Natureza. O mineral é a matéria-prima das elaborações futuras, apresentando-se Como concentração de energias que formam as reservas básicas; o vegetal é a doação em que as forças do mineral se abrem para a floração e os frutos da vida; o animal é a vida em expansão dinâmica, síntese das elaborações dos dois remos anteriores, endereçando esses resultados ao futuro, à síntese superior do Homem, no qual as contradições se resolvem na harmonia psicofísica e espiritual da criatura humana, dotada de consciência. Cabe agora a essa consciência elaborar a grandeza da Terra dos Homens (segundo a expressão de Saint-Exupéry). Por sinal que Exupéry, aviador, poeta e profeta, representa o arquétipo atual da evolução humana, na busca do Infinito. Por isso, Simone de Beauvoir considerou a Humanidade, não como a espécie a que nos referimos por alegoria com os planos inferiores, mas como um devir, um processo de mutações constantes na direção do futuro. Hoje somos ainda projeções dos primatas obtusos e violentos, antropófagos (segundo Tagore) devoradores de si mesmos e dos semelhantes, escameadores e aviltadores da condição humana. Mas amanhã seremos homens, criaturas humanas que encarnarão as forças naturais sob o domínio da Razão e da Consciência. Teremos então a República dos Espíritos, formada pela solidariedade de consciências de que trata René Hubert em sua Pedagogia Generale.
Como vemos através desses dados, a Doutrina Espírita não nos oferece uma visão utópica do amanhã, mas uma precognição do homem em sua condição espiritual, sem as deformações teológicas e religiosas da visão comum, calcada em superstições e idealizações rebarbativas. Tendo penetrado objetivamente no mundo das causas, um século antes que as Ciências Materiais o fizessem, a Ciência Espírita, experimental e indutiva — e que tem agora todos os seus princípios fundamentais endossados por aquelas, em pesquisas de laboratório e tecnológicas —não formulou uma estrutura dogmática de pressupostos para figurar o homem de após a morte e o homem do futuro. A imagem que nos deu do homem novo há um século está hoje plenamente confirmada pelos fatos. A controvertida questão da sobrevivência espiritual foi resolvida tecnologicamente de maneira positiva, comprovando a tese espírita. Falta pouco para romper-se, nas mãos já trêmulas dos teólogos, a Túnica de Nessus da dogmática religiosa, que gerou por toda a parte angústias e desesperos. Estamos agora em condições de pensar tranqüilamente num futuro melhor para a Humanidade em fases melhores da sua evolução. Podemos agora nos integrar conscientemente na gigantesca oficina de trabalhos da Terra, preparando o caminho das gerações vindouras. As revelações não nos chegam mais de mão beijada, pois, como ensina kardec, brotam dos esforços conjugados do homem esclarecido com os espíritos conscientes. Os dois mundos em que nos movemos, o espiritual e o material, abriram as suas comportas para que as suas águas se encontrem no esplendor de uma nova aurora. E o Sol que acende essa aurora não é mais uma chama solitária na escuridão total dos espaços vazios, mas apenas uma tocha olímpica entre milhões de tochas que balizam as conquistas futuras do homem na escalada semfim. Prometeu não será mais sacrificado por querer roubar o fogo celeste de Zeus, pois esse fogo é o mesmo que resplandece no corpo espiritual da ressurreição, que brilha na alma humana e define a sua natureza divina. Basta-nos continuar em nossos trabalhos para termos a nossa parte assegurada na Herança de Deus, pois como ensinou o Apóstolo Paulo, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. O conhecimento é a nossa fé, que não se funda em palavras, sacramentos e Ídolos mortos, mas na certeza das verificações positivas e nas conquistas do trabalho humano, gerador constante de novas formas de energia para a escalada humana da transcendência.
3 - A Solidariedade Espírita se manifesta particulamiente no campo da assistência à pobreza, aos doentes e desvalidos. O grande impulso nesse sentido foi dado1 desde o início do movimento doutrinário da França, pelo livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que trabalhou em silêncio na elaboração dessa obra, sem nada dizer a ninguém. Selecionou numerosas mensagens psicografadas, procedentes de diversos países em que o Espiritismo já florescia. Sua intenção era oferecer aos espíritas um roteiro para a prática religiosa, baseado no que ele chamava de essência do ensino moral do Cristo. Conhecendo profundamente a História do Cristianismo e as dificuldades com que os originais do Evangelho haviam sido escritos, em épocas e locais diferentes, bem como o problema dos evangelhos apócrifos e das interferências mitológicas nos textos canônicos e as interpolações ocorridas nestes, afastou todos esses elementos espúrios para oferecer aos espíritas uma obra pura, despojada de todos os acessórios comprometedores. Seu trabalho solitário e abnegado deu-nos uma obra-prima, que conta com milhões de exemplares incessantemente reeditados no mundo. Essa obra foi ameaçada com a tentativa de adulteração. Foi o maior atentado que a obra de Kardec já sofreu no mundo, pior que a queima de seus livros em Barcelona pela Inquisição Espanhola. Muito pior, porque foi um atentado provindo dos próprios espíritas, através de uma instituição doutrinária que tem, por obrigação estatutária, defender, preservar e divulgar a Doutrina Espírita codificada por Kardec. A conseqüência mais grave desse fato lamentável foi a quebra da solidariedade espírita, a desconfiança e a mágua provocadas entre velhos companheiros. O ataque das Trevas à vaidade e à ignorância de algum espíritas invigilantes produziu os efeitos necessários. Sirva o exemplo doloroso para todos os que assumem encargos doutrináriOs. julgando receber prebendas e consagração. A vaidade excitada leva monges de pedra a se julgarem poderosos na aridez e na solidão dos desertos.
A solidariedade espírita não é apenas interna, entre os adeptos e companheiros. Projeta-se pelo menos em três dimensões:
no plano social geral da comunidade espírita, além dos grupinhos domésticos e das instituições fechadas;
envolve todas as criaturas vivas, protegendo-as, amparando-as, estimulando-as em suas lutas pela transcendência, procurando ajudá-las sem nada pedir em troca, nem mesmo a simpatia doutrinária, pois quem ajuda não tem o direito de impor coisa alguma;
eleva-se aos planos superiores para ligar-se a Kandec e sua obra, a todos os espíritos esclarecidos que lutam pela propagação do Espiritismo no mundo e a Deus e a Jesus na Solidariedade cósmica dos mundos solidários.
Nessas três dimensões a Solidariedade Espírita realiza, como que apoiada em três poderosas alavancas, o esforço supremo de elevação do mundo, estimulando a transcendência humana. As mentes que ainda não atingiram a compreensão desse processo podem fechar-se em grupos e instituições de tipo igrejeiro, isolando-se em seus ambientes de furna, onde os espíritos mistificadores e embusteiros se acoitam facilmente. Mas na proporção em que os adeptos assim isolados, ou pelo menos alguns deles, procurarem realmente compreender a doutrina, a situação se modificará, despertando os indolentes para atividades maiores.
Todo trabalho espírita é exigente e penoso, porque faz parte de uma grande batalha — a da Redenção do Mundo, iniciada pelo jovem carpinteiro Jesus, filho de Maria e José. Essa batalha não é a de Deus contra o Diabo, o estranho anjo de luz que se revoltou para fundar o inferno. Essa ingênua concepção das civilizações agrárias e pastoris teve o seu tempo e sua função, o seu efeito de controle em fases de barbárie, mas não passa de uma alegoria inadequada ao nosso tempo. Tudo no Evangelho, como Kardec demonstrou, desde que afastado do clima mitológico, torna-se claro e demonstra a posição evidentemente racional do Cristo. O jovem carpinteiro não pertencia à Era Mitológica e encerrou essa era com a sua passagem pela Terra e a propagado seu ensino. O mito vingou-se dele,pois o transformou também em mito. Por muito tempo, até aos nossos dias, a figura humana de Jesus figurou na nova mitologia, na fase romana do Renascimento Mitológico, em que se destacou a figura do Imperador Juliano, o Apóstata, que depois de aceitar o Cristianismo apostatou-se e empenhou-se na salvação dos seus deuses antigos. Os resíduos da mentalidade mitológica das civilizações arcaicas, particularmente a Grega e a Romana, reagiram, como era natural, contra o racionalismo cristão. Dessa maneira, na mente das populações bárbaras do Império Romano decadente, Jesus foi transformado num mito da Era Agrária. Os padres e bispos do Cristianismo nascente, todos impregnados pela carga mitológica de um longo passado de ignorância e superstições, não foram capazes de compreender o racionalismo das proposições cristãs. Pelo contrário, cheios de temor e de espanto, contribuíram para a deformação do Cristianismo. Antes e depois da queda do Império, os cristãos fizeram concessões necessárias aos povos bárbaros para absorvê-los no seio da Religião Redentora. Onde quer que os cristãos se impusessem pela força do número e das armas, as igrejas pagãs eram transformadas em templos cristãos, conservando-se cautelosamente as tradições mitológicas mais arraigadas. O exemplo clássico e mais conhecido dessa tática romana é a Catedral de Notre Dame, em Paris, que ainda guarda nos seus subterrâneos os restos do templo pagão da Deusa Lutécia. A Deusa pagã foi conservada no templo, mas com o nome de Nossa Senhora, para que o povo ingênuo aceitasse assim o culto cristão a Maria sob o prestigio secular da deusa pagã. Navatsky lembra que a Deusa Céres, divindade da fecundação e em muitas regiões, mais especificamente, deusa dos cereais, forneceu ao Cristianismo nascente uma das mais conhecidas imagens de Nossa Senhora, em que ela é representada com o manto estrelado do Céu, em pé sobre o globo terreno: Céres cobrindo a Terra com seu manto celeste para fecundá-la. Esse mesmo processo de transposição ocorre hoje no Sincretismo Religioso AfroBrasileiro e nas formas de sincretismo de outros países da América, onde os ritos e as figuras dos deuses ou santos católicos são absorvidos pelas religiões africanas transplantadas pelo tráfico negreiro de escravos ao novo continente. Jesus virou Oxalá, Nossa Senhora virou Iemanjá, São Jorge virou Ogum (deus da guerra), São Sebastião virou Oxum (deus da caça, e assim por diante).
Basta lermos o Livro de Atos dos Apóstolos no Evangelho, e as epístolas de Paulo (anteriores aos Evangelhos) para termos a confirmação dessa verdade histórica. Na primeira epístola de Paulo ao Corintos, no tópico referente aos Dons Espirituais, temos uma descrição viva do chamado culto pneumático (do Grego: Pneuma, sopro, espírito), as sessões mediúnicas realizadas pelos primeiros cristãos e nas quais, segundo as pesquisas históricas modernas, que confirmam os dados da Tradição, manifestavam-se espíritos inferiores cheios de ódio a Cristo. Essas manifestações assustadoras foram consideradas como diabólicas, reforçando a imagem tradicional do Diabo na mente ingênua dos adeptos.
A luta entre o Bem e o Mal é simplesmente o processo dialético da evolução. O Mal é a ignorância, o atraso, a superstição. O Bem é o conhecimento, o progresso, a adequação da mente à realidade. Essa é a grande luta das coisas e dos seres, figurada na revolta absurda de Luzbel, o anjo de luz que se entregou à inveja e converteu-se em adversário de Deus. Esses símbolos de um passado bárbaro e longínquo ainda prevalecem na Terra como resíduos míticos que o tempo desgasta na proporção em que a Cultura se desenvolve. A Ciência incumbiu-se de ajustar a mente humana à realidade terrena, mas os homens se envaideceram e negaram-se a si mesmos nas idéias materialistas, colocando-se abaixo de tudo quanto existe. Duro castigo que o orgulho humano ainda não reconheceu. A Ciência afirma que nada se perde na Natureza, tudo se transforma. O homem aprova isso com entusiasmo e sorri de si mesmo (sem perceber), pois só ele não subsiste, só ele é pó que reverte ao pó. Essa é a verdadeira queda do homem, que se rebaixa ao pó num mundo em que tudo se eleva incessantemente na direção dos planos superiores. A tentação simbólica de Jesus no deserto assemelha-se à tentação de Buda na floresta. É a tentação dos homens pelas fascinações dos bens terrenos. Quando o homem se apega à terra (com t minúsculo, porque a terra que pisamos e não o Globo Terreno), ele se nega evoluir e é castigado pelas forças da evolução, que o impelem a sair da sua toca de bicho para atingir a condição existencial da espécie. A lei da existência não é o pó, mas a transcendência. Pode o homem andar de joelhos pelas ruas e as estradas, jejuar, mortificar-se, ciliciar-se quanto quiser, mas com isso não se tomará melhor. Voltará às reencarnações difíceis e dolorosas para aprender, no sofrimento e na decepção, que não se busca Deus rastejando, mas elevando-se no amor e na dedicação aos outros. As práticas religiosas de purificação são egoístas, aumentam a miséria humana e o apego do homem a si mesmo. As tentações que sofremos não vêm do Diabo, mas de nós mesmos, da nossa ignorância e do nosso apego hipnótico aos bens perecíveis da vida terrena. O Diabo é o Bicho-Papão dos adultos, o espantalho dos supersticiosos. Giovanni Papini, escritor católico italiano, contemporâneo, em seu livro IL DIA VOLO, escandalizou o Vaticano, pregando a conversão do Diabo. Não conseguia admitir esse mito impiedoso em sua teologia. O Padre Teilhard de Chardin, em seus estudos teológicos, negou a condenação eterna do Diabo. O Espiritismo se limita a mostrar a natureza mitológica do Diabo e a demonstrar, prática e logicamente, a impossibilidade da queda do Anjo Luzbel. A evolução espiritual é irreversível. O espírito que se elevou ao plano angélico não pode regredir, não pode ter inveja e outros sentimentos humanos. O anjo-mau é uma contradição em si mesmo, pois a Angelitude é a condição divina que o espírito busca e atinge na existência. A luta do homem para transformar o mundo é a luta do homem consigo mesmo, pois é ele quem faz o mundo, e o faz à sua imagem e semelhança. Deus criou a Terra e todos os mundos do espaço, mas deu cada mundo aos homens que os habitam, para que eles aprendam o seu ofício paterno de Criador, tentando criar o mundo humano que lhes compete. É evidente que existe o mundo físico, material, em que nascemos, vivemos e morremos. E é também inegável que, sobre esse mundo físico e com os seus materiais, os homens construíram um mundo diferente, feito de artifícios humanos. O mundo material e sua contraparte espiritual (que os cientistas começam a descobrir como antimatéria) constituem o mundo natural. Mas sobre ambas as partes desse mundo natural os homens constroem os seus mundos factícios. Cada Civilização é um mundo imaginário que o homem constrói com o seu trabalho, modelando em argila e pedra os seus sonhos e as suas ilusões. Esses mundos artificiais são o reflexo das ideações humanas na matéria Nós os criamos, alimentamos, desenvolvemos, dirigimos e matamos. Os mundos bárbaros criados na Terra eram ingênuos; os mundos civilizados apresentam uma gradação que reflete a evolução humana, indo das civilizações agrárias, fantasiosas e alegóricas, até às grandes civilizações orientais, massivas e arrogantes e às Civilizações Teocráticas, míticas e supersticiosas; chegando às Civilizações Científicas, politeístas e pretensiosas, que se transformam em Civilizações Tecnológicas, materialistas e conflitivas, que morrerão para dar lugar à Civilização do Espírito, na busca cultural da Transcendência. Segundo Toynbee, mais de vinte grandes civilizações já existiram na Terra. Agora está surgindo aos nossos olhos e sob nossos pés uma Nova Civilização — a do Espírito —que podemos chamar de Cósmica ou Espiritual. E para preparar o advento dessa Civilização do Espírito que o Espiritismo surgiu. Não adianta querermos fazer do Espiritismo uma religião dogmática, carregada de misticismo tolo ou de materialismo alienante. As novas gerações que se encarnam para realizá-la não temem a Deus nem ao Diabo, simplesmente confiam nos planos irreversíveis do Deus, que se executam segundo as leis da consciência humana em relação telepática permanente com as entidades angélicas a serviço de Deus. O Espiritismo é a Plataforma de Deus, aprovada pelos Espíritos Superiores para a transformação e elevação da Terra.
Livro: Curso Dinâmico de Espiritismo
Autor: J. Herculano Pires
Três são os elementos fundamentais de que o Espiritismo se serve para transformar o nosso mundo num mundo melhor e mais belo:
Amor
Trabalho,
Solidariedade.
1 - O Amor abrange a compreensão e a tolerância, pois quem ama compreende o ser amado e sabe tolerá-lo em todas as circunstâncias. Abrange também a Verdade, pois quem ama sabe que o alvo supremo do Amor é a Verdade. Ninguém ama a mentira, pois mesmo os mentirosos apenas a suportam na falta da verdade, O amor egoísta do homem por si mesmo expande-se no desenvolvimento psicobiológico como, segundo já vimos, em amor altruísta, amor pelos outros, a partir do núcleo familial até à Sociedade, à Pátria e à Humanidade. Alguns espíritas dizem que os espíritas não têm pátria, pois sabem que todos podemos renascer em várias nações. Isso é uma incongruência, pois então não poderíamos também amar pai e mãe, que variam nas encarnações sucessivas. O Amor não tem limites, mas nós, os homens, somos criaturas limitadas e estamos condicionados, em cada existência, pelas limitações da condição humana. Amamos de maneira especial aqueles que estão ligados a nós nesta vida ou se ligaram a nós em vidas anteriores. Amamos a todos os seres e a todas as coisas na proporção do nosso alcance mental de compreensão da realidade. E amamos a nossa Terra, o pedaço do mundo em que nascemos e vivemos e a parte populacional a que pertencemos, no recorte da população mundial que corresponde à população da nossa terra. E amamos os que estão além da Terra, nas zonas planetárias espirituais, como amamos, por intuição mental e afetiva, a todos os seres e coisas de todo o Universo. O ilimitado do Amor se impõe aos limites temporários da nossa condição imediata. E é esse o nosso primeiro degrau para a transcendência espiritual. Na proporção em que a nossa capacidade infinita de amar se concretiza na realidade afetiva (nascida dos sentimentos profundos e verdadeiros do amor) sentimo-nos elevados a planos superiores de afetividade intelecto-moral, respeitando progressivamente todas as expressões da vida e da beleza em todo o Universo. O Amor não é gosto, nem preferência, nem desejo — é afeição, ou seja, afetividade em ação, fluxo permanente de vibrações espirituais do ser que se expandem em todas as direções da realidade. Foi por isso que Francisco de Assis amou com a mesma ternura e o mesmo afeto, chamando-os de irmãos, aos minerais, aos vegetais, aos animais, aos homens e aos astros no Infinito. As ondas do Amor atingem a todas as distâncias, elevações e profundidades, não podendo ser medidas, como fazemos com as ondas hertezianas do rádio. Depois de ultrapassar os limites possíveis da Criação, o Amor atinge o seu alvo principal, que é Deus, e Nele se transfunde.
O Espiritismo aprofunda o conhecimento da Realidade Universal e não pretende modificar o Mundo em que vivemos através de mudanças superficiais de estruturas. Essa é a posição dos homens diante dos desequilíbrios e injustiças sociais. Mas o homem-espírita vê mais longe e mais fundo, buscando as causas dos efeitos visíveis. Se queremos apagar uma lâmpada elétrica não adianta assoprá-la, é necessário apertar a chave que detém o fluxo de eletricidade. Se queremos mudar a Sociedade, não adianta modificar a sua estrutura feita pelos homens, mas modificar os homens que modificam as estruturas sociais. O homem egoísta produz o mundo egoísta, o homem altruísta produzirá o mundo generoso, bom e belo que todos desejamos. Não podemos fazer um bom plantio com más sementes. Temos de melhorar as sementes.
As relações humanas se baseiam na afetividade humana. Não há afetos entre corações insensíveis. Por isso a dor campeia no mundo, pois só ela pode abalar os corações de pedra. Mas o Espiritismo nos mostra que o coração de pedra é duro por falta de compreensão da realidade, de tradições negativas que o homem desenvolveu em tempos selvagens e brutais. Essas relações se modificam quando oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritos. que. na sua maioria, se deixem levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo deformado pela influência de formações religiosas anteriores. Precisamos restabelecer a visão espírita em sua inteireza, afastando os resíduos de um passado de ilusões e mentiras prejudiciais. Se compreenderem a necessidade urgente de se aprofundarem no conhecimento da doutrina, de maneira a fornecerem uma sólida e esclarecida doutrina espírita. Poderão realmente contribuir para a modificação do mundo em que vivemos. Gerações e gerações de espíritas passaram pela Terra, de Kardec até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de educação espírita, de formação doutrinária sistemática. Aprenderam apenas alguns hábitos espíritas. ouviram aulas inócuas de catecismo igrejeiro, tornaram-se. às vezes, ardorosos na adolescência e na juventude (porque o Espiritismo é oposição a tudo quanto de envelhecido e caduco existe no mundo), mas ao se defrontarem com a cultura universitária incluíram a doutrina no rol das coisas peremptas por não terem a menor visão da sua grandeza. Pais ignorantes e filhos ignorantes. na sucessão das encarnações inúteis, nada mais fizeram do que transformar a grande doutrina numa seita de papalvos. Duras são e têm de ser as palavras.porque ineptas e criminosos foram as ações condenadas A preguiça mental de ler e pensar, a pretensão de saber tudo por intuição, de receber dos guias a verdade feita, o brilhareco inútil e vaidoso dos tribunos, as mistificações aceitas de mão beijada como bênçãos divinas e assim por diante, num rol infindável de tolices e burrices fizeram do movimento doutrinário um charco de crendices que impediu a volta prevista de Kardec para continuar seu trabalho..Em compensação, surgiram os reformadores e adulterados, as mistificações deslumbrantes e vazias e até mesmo as séries ridículas de reencarnações do mestre por contraditores incultos de suas mais valiosas afirmações doutrinárias.
Este amargo panorama afastou do meio espírita muitas criaturas dotadas de excelentes condições para ajudarem o movimento a se organizar num plano superior de cultura. Isso é tanto mais grave quanto o nosso tempo que não justifica o que aconteceu com o Cristianismo deformado totalmente num tempo de ignorância e atraso cultural. Pelo contrário, o Espiritismo surgiu numa fase de acelerado desenvolvimento cultural e espiritual, em que os espíritas contaram e contam com os maiores recursos de conhecimento e progresso de que a humanidade terrena já dispôs. Todos os grandes esforços culturais em favor da doutrina foram negligenciados e continuam a sê-lo pela grande maioria dos espíritas de caramujo, que se encolhem em suas carapaças e em seus redutos fantásticos. Falta o amor pela doutrina, de que falava Urbano de Assis Xavier: falta o amor pelos companheiros que se dedicam é seara com abnegação de si mesmos e de suas próprias condições profissionais e intelectuais; falta o amor pelo povo faminto de esclarecimentos precisos e seguros; falta o amor pela Verdade, que continua sufocada pelas mentiras das trevas.
Os médiuns de grandes possibilidades se vêem cercados de multidões interesseiras, que os levam quase sempre ao fracasso ou ao esgotamento precoce. Só os interessados os procuram: os que pretendem aproveitar suas produções em proveito próprio; os que desejam apenas dizer-se íntimos do médium; os que procuram consolação passageira em sua presença; os que buscam sugar-lhes os benefícios fluídicos e assim por diante. Os próprios médiuns acabam muitas vezes entregando-se ao desânimo e desviando-se para outros campos de atividade onde, pelo menos, poderio gozar de convivências menos penosas.
A exploração inconsciente e consciente dos médiuns pelos próprios adeptos da doutrina é um dos fatores mais negativos para o desenvolvimento do Espiritismo em nosso país e no mundo. A contribuição que eles poderiam dar para a execução das metas doutrinárias perde-se na miudalha das consultas pessoais e nas mensagens cotidianas de sentido religioso-confessional, mais tocadas de emoção embaladora do que de raciocínio e esclarecimento. E isso o que todos pedem, como crianças choramingas acostumadas a dormir ao embalo das cantigas de ninar. Até mesmo um médium como Arigó, dotado de temperamento agressivo como João Batista e assistido por uma entidade positiva como Fritz, acabou envolvido numa rede de interesses contraditórios que o envolveram através de manobras que o aturdiram, misturadas a calúnias e campanhas difamatórias que o levaram, na sua ignorância do roceiro inculto, a precipitar-se, sem querer, na sua destruição precoce. As grandes teses da Doutrina Espírita não foram suficientes para mobilizar os espíritas em f avor do médium, resguardando-o e facilitando, pelo menos, a investigação dos cientistas norte-americanos, de diversas Universidades e da NASA, que tentaram desesperadamente colocar o problema em termos de equação científica, O que devia ter sido uma vitória da Verdade em plano universal, reverteu-se em mesquinho episódio de disputas profissionais acirradas por clérigos e médicos de visão rasteira. E tudo isso por que estranho motivo? Porque os espíritas não foram capazes de sair de suas tocas, empunhando as armas poderosas da doutrina, para enfrentar o conluio miserável das ambições absorventes e vorazes.
Cada espírita, ao aceitar e compreender a grandeza da causa doutrinária e sua finalidade suprema — que é a transformação moral, social, cultural e espiritual do nosso mundo — assume um grave compromisso com a sua própria consciência, O aparecimento de um médium como Chico Xavier ou Arigó não tem mais o sentido restrito do aparecimento de uma pitonisa ou um oráculo no passado, mas o do aparecimento de um João Batista ou de um Cristo na fase crítica da queda do mundo clássico greco-romano, da trágica agonia da civilização mitológica. Mas após um século da semeadura evangélica, na hora certa e precisa da colheita, vemos de novo o povo eleito enrolado em intrigas na Porta do Monturo, enquanto os romanos crucificam entre ladrões os que se imolaram em reencarnações providenciais.
Essa mentalidade de corujas agoureiras, e troianos que não ouvem Cassandra, decorre do egoísmo (essa lepra do coração humano, segundo a expressão Kardeciana) do comodismo e da preguiça mental. A falta de estudo sério e sistemático da dou-
trina, que permite a infiltração de elementos estranhos no corpo doutrinário, causando-lhe deformações rebarbativas e fantasiada de novidades, avilta a consciência espírita com a marca de Caim nos grupos de traidores. Esses traidores não traem apenas a doutrina, ao Cristo e a Kardec, mas também à Humanidade e ao Futuro. Onde fica o principio do Amor em tudo isso? Quem revelou amor à Verdade? Quem provou amar e respeitar a doutrina? Quem mostrou amar ao seu semelhante e por isso querer realmente ajudá-lo, orientá-lo, esclarecê-lo? A esse fim superior sobrepõe-se o interesse falso e mesquinho de fazer bonito aos olhos que necessitam de luz, bancar saberetas para os que nada sabem, impor a criaturas ingênuas a sua maneira mentirosa de ver o ensino puro e claro de Kardec.
O amor não está nos que se acumpliciam, se comprometem reciprocamente na trapaça, enleando-se na solidariedade da profanação consciente ou inconsciente. O amor está nos que repelem a farsa e condenam o gesto egoísta dos escamoteadores da verdade em proveito próprio, levando multidões ingênuas e desprevenidas à deturpação da doutrina esclarecedora, O amor, nesse caso, pode parecer impiedade, mas é piedade, pode assemelhar-se à injúria e agressão, mas é socorro e salvação. As condenações violentas de Jesus a escribas e fariseus não foram ditadas pelo ódio, mas pela indignação justa, necessária, indispensável do Mestre, que sacudia aquelas almas impuras para livrá-las da impureza com que aviltavam o simples. Quem não tiver condições para compreender isso deve ter pelo menos a humildade de André Luiz, o médico lançado às zonas umbralinas, de contentar-se com trabalhos de limpeza e lavagem nos hospitais dos planos superiores para aprender a grandeza da humildade, a nobreza dos pequeninos, ao invés de rebelar-se contra as leis divinas da busca da Verdade. Nosso movimento espírita, como todo o negro panorama religioso da Terra, está cheio de ignorantes revestidos ou não de graus universitários, que se julgam mestres iluminados e são apenas os cegos do Evangelho que levam outros cegos ao barranco. Impedi-los de cometer esse crime de vaidade afrontosa é O dever dos que sabem realmente amar e servir. "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!" advertiu Jesus, não para condená-los ao fogo do inferno, mas para salvá-los do inferno de si mesmos.
2 — O Trabalho é exigência do princípio de transcendência. O homem trabalha por necessidade, como querem os teóricos da Dialética Materialista, mas não apenas para suprir as suas necessidades físicas de subsistência e sobrevivência. Não só, como querem os teóricos da vontade de potência, para adquirir poder. E nem só, também, como pretendem Bentham e os teóricos da ambição, para acumular posses que representam poder. A busca das causas, nesse campo, morreria no plano das causas secundárias. Mas a Filosofia Existencial, em nosso tempo, descobrindo o conceito de existência e definindo o homem como o existente (aquele ser que existe, sabe que existe e luta para existir cada vez mais e melhor), mostrou e provou que a natureza humana é subjetiva e não objetiva (extema e material) e que a mola do mundo não está nos braços e nas mãos, mas na consciência. Confirmou-se assim, no plano geral da Cultura, o tantas vezes rejeitado e ridicularizado conceito espírita do trabalho. No Livro dos Espíritos temos a afirmação de que tudo trabalha na Natureza Essa tese espírita antecipou a tese de John Dewey sobre a natureza universal da experiência. Em todo o Universo há forças em ação, inteligentemente dirigidas segundo planos determinados. Nada se fez ao acaso. Em termos atuais de eletrônica podemos dizer que o universo que é uma programação gigantesca de computadores em incessante atividade rigorosamente controlada. De um grão de areia a uma constelação estelar, de um fio de cabelo e de um vírus isolado até às maiores aglomerações humanas dos grandes parques industriais do mundo, tudo trabalha. O próprio repouso é uma forma de diversificação do trabalho para recuperações e reajustes nos organismos materiais e nas estruturas psicomentais do homem. As criaturas humanas que só trabalham para si mesmas ainda não superaram a condição animal. Vivem e trabalham, mas não existem. Porque existir é uma forma superior de viver, que inclui em seu conceito plena consciência das atividades desenvolvidas com finalidade transcendentes.
No próprio desenvolvimento da Civilização o trabalho individual se abre, progressivamente, nos processos de distribuição, para o plano superior do trabalho coletivo. Por isso, é no trabalho e através do trabalho que o homem se realiza como ser, desenvolvendo suas potencialidades. A extrema especialização da Era Tecnológica nasceu nas selvas, quando dos primeiros dás o homem se incumbiu da guerra, da caça e da pesca, e a mulher da criação, alimentação e orientação dos filhos. A Revolução Industrial na Inglaterra marcou um momento decisivo da evolução humana para a consciência da solidariedade. É no esforço comum e conjugado das relações de trabalho que se desenvolve o senso da comunidade, provando a necessidade do principio espírita de solidariedade e tolerância para o maior rendimento, maior estimulo e maior aperfeiçoamento das técnicas de produção. A concorrência de mercado, que estimula a ganância e a voracidade dos indivíduos e dos grupos, das empresas e dos sistemas de produção, opõe-se a conjugação das consciências, na solidariedade do trabalho comum, com vistas ao bem-estar de todos. Os teóricos que condenam as comunidades de trabalho voltadas para o interesse da maioria reduzem a finalidade superior do trabalho a interesses mesquinhos de enriquecimento individual e de grupos. A própria realidade os contesta com o espetáculo gigantesco do trabalho da Natureza, voltado para a grandeza do todo. Remy Chauvin considera os insetos sociais como expressões de sistemas coletivos de trabalho e de vida em que o egoísmo individualista e grupal (sociocentrismo) não impediu o desenvolvimento normal da solidariedade. A Natureza inteira é um exemplo que o homem rejeita em nome de seu egoísmo, da sua vaidade e das suas ambições desmedidas. Esses três elementos funcionaram na espécie humana como pontos hipnóticos que impediram o livre fluxo das energias livres do trabalho, condensando-as em formas institucionais absorventes. As tentativas de romper essas formas por métodos violentos representam uma reação instintiva que leva fatalmente, como o demonstra o panorama histórico atual, a novas formas de condensação. Esse círculo vicioso só pode ser rompido por uma profunda e geral compreensão do verdadeiro sentido do trabalho, que não leva a lutas e dissençóes, mas à conjugação e harmonização de todas as fontes e todos os recursos do trabalho, nos mais diferenciados setores de atividade. A proposição espírita nesse sentido, como foi em seu tempo a proposição cristã original, encarna os mais altos ideais da espécie, voltados para o trabalho comunitário em ação e fins.
Hegel observou, em seus estudos de Estética, que a dialética do trabalho se revela nos remos da Natureza. O mineral é a matéria-prima das elaborações futuras, apresentando-se Como concentração de energias que formam as reservas básicas; o vegetal é a doação em que as forças do mineral se abrem para a floração e os frutos da vida; o animal é a vida em expansão dinâmica, síntese das elaborações dos dois remos anteriores, endereçando esses resultados ao futuro, à síntese superior do Homem, no qual as contradições se resolvem na harmonia psicofísica e espiritual da criatura humana, dotada de consciência. Cabe agora a essa consciência elaborar a grandeza da Terra dos Homens (segundo a expressão de Saint-Exupéry). Por sinal que Exupéry, aviador, poeta e profeta, representa o arquétipo atual da evolução humana, na busca do Infinito. Por isso, Simone de Beauvoir considerou a Humanidade, não como a espécie a que nos referimos por alegoria com os planos inferiores, mas como um devir, um processo de mutações constantes na direção do futuro. Hoje somos ainda projeções dos primatas obtusos e violentos, antropófagos (segundo Tagore) devoradores de si mesmos e dos semelhantes, escameadores e aviltadores da condição humana. Mas amanhã seremos homens, criaturas humanas que encarnarão as forças naturais sob o domínio da Razão e da Consciência. Teremos então a República dos Espíritos, formada pela solidariedade de consciências de que trata René Hubert em sua Pedagogia Generale.
Como vemos através desses dados, a Doutrina Espírita não nos oferece uma visão utópica do amanhã, mas uma precognição do homem em sua condição espiritual, sem as deformações teológicas e religiosas da visão comum, calcada em superstições e idealizações rebarbativas. Tendo penetrado objetivamente no mundo das causas, um século antes que as Ciências Materiais o fizessem, a Ciência Espírita, experimental e indutiva — e que tem agora todos os seus princípios fundamentais endossados por aquelas, em pesquisas de laboratório e tecnológicas —não formulou uma estrutura dogmática de pressupostos para figurar o homem de após a morte e o homem do futuro. A imagem que nos deu do homem novo há um século está hoje plenamente confirmada pelos fatos. A controvertida questão da sobrevivência espiritual foi resolvida tecnologicamente de maneira positiva, comprovando a tese espírita. Falta pouco para romper-se, nas mãos já trêmulas dos teólogos, a Túnica de Nessus da dogmática religiosa, que gerou por toda a parte angústias e desesperos. Estamos agora em condições de pensar tranqüilamente num futuro melhor para a Humanidade em fases melhores da sua evolução. Podemos agora nos integrar conscientemente na gigantesca oficina de trabalhos da Terra, preparando o caminho das gerações vindouras. As revelações não nos chegam mais de mão beijada, pois, como ensina kardec, brotam dos esforços conjugados do homem esclarecido com os espíritos conscientes. Os dois mundos em que nos movemos, o espiritual e o material, abriram as suas comportas para que as suas águas se encontrem no esplendor de uma nova aurora. E o Sol que acende essa aurora não é mais uma chama solitária na escuridão total dos espaços vazios, mas apenas uma tocha olímpica entre milhões de tochas que balizam as conquistas futuras do homem na escalada semfim. Prometeu não será mais sacrificado por querer roubar o fogo celeste de Zeus, pois esse fogo é o mesmo que resplandece no corpo espiritual da ressurreição, que brilha na alma humana e define a sua natureza divina. Basta-nos continuar em nossos trabalhos para termos a nossa parte assegurada na Herança de Deus, pois como ensinou o Apóstolo Paulo, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. O conhecimento é a nossa fé, que não se funda em palavras, sacramentos e Ídolos mortos, mas na certeza das verificações positivas e nas conquistas do trabalho humano, gerador constante de novas formas de energia para a escalada humana da transcendência.
3 - A Solidariedade Espírita se manifesta particulamiente no campo da assistência à pobreza, aos doentes e desvalidos. O grande impulso nesse sentido foi dado1 desde o início do movimento doutrinário da França, pelo livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que trabalhou em silêncio na elaboração dessa obra, sem nada dizer a ninguém. Selecionou numerosas mensagens psicografadas, procedentes de diversos países em que o Espiritismo já florescia. Sua intenção era oferecer aos espíritas um roteiro para a prática religiosa, baseado no que ele chamava de essência do ensino moral do Cristo. Conhecendo profundamente a História do Cristianismo e as dificuldades com que os originais do Evangelho haviam sido escritos, em épocas e locais diferentes, bem como o problema dos evangelhos apócrifos e das interferências mitológicas nos textos canônicos e as interpolações ocorridas nestes, afastou todos esses elementos espúrios para oferecer aos espíritas uma obra pura, despojada de todos os acessórios comprometedores. Seu trabalho solitário e abnegado deu-nos uma obra-prima, que conta com milhões de exemplares incessantemente reeditados no mundo. Essa obra foi ameaçada com a tentativa de adulteração. Foi o maior atentado que a obra de Kardec já sofreu no mundo, pior que a queima de seus livros em Barcelona pela Inquisição Espanhola. Muito pior, porque foi um atentado provindo dos próprios espíritas, através de uma instituição doutrinária que tem, por obrigação estatutária, defender, preservar e divulgar a Doutrina Espírita codificada por Kardec. A conseqüência mais grave desse fato lamentável foi a quebra da solidariedade espírita, a desconfiança e a mágua provocadas entre velhos companheiros. O ataque das Trevas à vaidade e à ignorância de algum espíritas invigilantes produziu os efeitos necessários. Sirva o exemplo doloroso para todos os que assumem encargos doutrináriOs. julgando receber prebendas e consagração. A vaidade excitada leva monges de pedra a se julgarem poderosos na aridez e na solidão dos desertos.
A solidariedade espírita não é apenas interna, entre os adeptos e companheiros. Projeta-se pelo menos em três dimensões:
no plano social geral da comunidade espírita, além dos grupinhos domésticos e das instituições fechadas;
envolve todas as criaturas vivas, protegendo-as, amparando-as, estimulando-as em suas lutas pela transcendência, procurando ajudá-las sem nada pedir em troca, nem mesmo a simpatia doutrinária, pois quem ajuda não tem o direito de impor coisa alguma;
eleva-se aos planos superiores para ligar-se a Kandec e sua obra, a todos os espíritos esclarecidos que lutam pela propagação do Espiritismo no mundo e a Deus e a Jesus na Solidariedade cósmica dos mundos solidários.
Nessas três dimensões a Solidariedade Espírita realiza, como que apoiada em três poderosas alavancas, o esforço supremo de elevação do mundo, estimulando a transcendência humana. As mentes que ainda não atingiram a compreensão desse processo podem fechar-se em grupos e instituições de tipo igrejeiro, isolando-se em seus ambientes de furna, onde os espíritos mistificadores e embusteiros se acoitam facilmente. Mas na proporção em que os adeptos assim isolados, ou pelo menos alguns deles, procurarem realmente compreender a doutrina, a situação se modificará, despertando os indolentes para atividades maiores.
Todo trabalho espírita é exigente e penoso, porque faz parte de uma grande batalha — a da Redenção do Mundo, iniciada pelo jovem carpinteiro Jesus, filho de Maria e José. Essa batalha não é a de Deus contra o Diabo, o estranho anjo de luz que se revoltou para fundar o inferno. Essa ingênua concepção das civilizações agrárias e pastoris teve o seu tempo e sua função, o seu efeito de controle em fases de barbárie, mas não passa de uma alegoria inadequada ao nosso tempo. Tudo no Evangelho, como Kardec demonstrou, desde que afastado do clima mitológico, torna-se claro e demonstra a posição evidentemente racional do Cristo. O jovem carpinteiro não pertencia à Era Mitológica e encerrou essa era com a sua passagem pela Terra e a propagado seu ensino. O mito vingou-se dele,pois o transformou também em mito. Por muito tempo, até aos nossos dias, a figura humana de Jesus figurou na nova mitologia, na fase romana do Renascimento Mitológico, em que se destacou a figura do Imperador Juliano, o Apóstata, que depois de aceitar o Cristianismo apostatou-se e empenhou-se na salvação dos seus deuses antigos. Os resíduos da mentalidade mitológica das civilizações arcaicas, particularmente a Grega e a Romana, reagiram, como era natural, contra o racionalismo cristão. Dessa maneira, na mente das populações bárbaras do Império Romano decadente, Jesus foi transformado num mito da Era Agrária. Os padres e bispos do Cristianismo nascente, todos impregnados pela carga mitológica de um longo passado de ignorância e superstições, não foram capazes de compreender o racionalismo das proposições cristãs. Pelo contrário, cheios de temor e de espanto, contribuíram para a deformação do Cristianismo. Antes e depois da queda do Império, os cristãos fizeram concessões necessárias aos povos bárbaros para absorvê-los no seio da Religião Redentora. Onde quer que os cristãos se impusessem pela força do número e das armas, as igrejas pagãs eram transformadas em templos cristãos, conservando-se cautelosamente as tradições mitológicas mais arraigadas. O exemplo clássico e mais conhecido dessa tática romana é a Catedral de Notre Dame, em Paris, que ainda guarda nos seus subterrâneos os restos do templo pagão da Deusa Lutécia. A Deusa pagã foi conservada no templo, mas com o nome de Nossa Senhora, para que o povo ingênuo aceitasse assim o culto cristão a Maria sob o prestigio secular da deusa pagã. Navatsky lembra que a Deusa Céres, divindade da fecundação e em muitas regiões, mais especificamente, deusa dos cereais, forneceu ao Cristianismo nascente uma das mais conhecidas imagens de Nossa Senhora, em que ela é representada com o manto estrelado do Céu, em pé sobre o globo terreno: Céres cobrindo a Terra com seu manto celeste para fecundá-la. Esse mesmo processo de transposição ocorre hoje no Sincretismo Religioso AfroBrasileiro e nas formas de sincretismo de outros países da América, onde os ritos e as figuras dos deuses ou santos católicos são absorvidos pelas religiões africanas transplantadas pelo tráfico negreiro de escravos ao novo continente. Jesus virou Oxalá, Nossa Senhora virou Iemanjá, São Jorge virou Ogum (deus da guerra), São Sebastião virou Oxum (deus da caça, e assim por diante).
Basta lermos o Livro de Atos dos Apóstolos no Evangelho, e as epístolas de Paulo (anteriores aos Evangelhos) para termos a confirmação dessa verdade histórica. Na primeira epístola de Paulo ao Corintos, no tópico referente aos Dons Espirituais, temos uma descrição viva do chamado culto pneumático (do Grego: Pneuma, sopro, espírito), as sessões mediúnicas realizadas pelos primeiros cristãos e nas quais, segundo as pesquisas históricas modernas, que confirmam os dados da Tradição, manifestavam-se espíritos inferiores cheios de ódio a Cristo. Essas manifestações assustadoras foram consideradas como diabólicas, reforçando a imagem tradicional do Diabo na mente ingênua dos adeptos.
A luta entre o Bem e o Mal é simplesmente o processo dialético da evolução. O Mal é a ignorância, o atraso, a superstição. O Bem é o conhecimento, o progresso, a adequação da mente à realidade. Essa é a grande luta das coisas e dos seres, figurada na revolta absurda de Luzbel, o anjo de luz que se entregou à inveja e converteu-se em adversário de Deus. Esses símbolos de um passado bárbaro e longínquo ainda prevalecem na Terra como resíduos míticos que o tempo desgasta na proporção em que a Cultura se desenvolve. A Ciência incumbiu-se de ajustar a mente humana à realidade terrena, mas os homens se envaideceram e negaram-se a si mesmos nas idéias materialistas, colocando-se abaixo de tudo quanto existe. Duro castigo que o orgulho humano ainda não reconheceu. A Ciência afirma que nada se perde na Natureza, tudo se transforma. O homem aprova isso com entusiasmo e sorri de si mesmo (sem perceber), pois só ele não subsiste, só ele é pó que reverte ao pó. Essa é a verdadeira queda do homem, que se rebaixa ao pó num mundo em que tudo se eleva incessantemente na direção dos planos superiores. A tentação simbólica de Jesus no deserto assemelha-se à tentação de Buda na floresta. É a tentação dos homens pelas fascinações dos bens terrenos. Quando o homem se apega à terra (com t minúsculo, porque a terra que pisamos e não o Globo Terreno), ele se nega evoluir e é castigado pelas forças da evolução, que o impelem a sair da sua toca de bicho para atingir a condição existencial da espécie. A lei da existência não é o pó, mas a transcendência. Pode o homem andar de joelhos pelas ruas e as estradas, jejuar, mortificar-se, ciliciar-se quanto quiser, mas com isso não se tomará melhor. Voltará às reencarnações difíceis e dolorosas para aprender, no sofrimento e na decepção, que não se busca Deus rastejando, mas elevando-se no amor e na dedicação aos outros. As práticas religiosas de purificação são egoístas, aumentam a miséria humana e o apego do homem a si mesmo. As tentações que sofremos não vêm do Diabo, mas de nós mesmos, da nossa ignorância e do nosso apego hipnótico aos bens perecíveis da vida terrena. O Diabo é o Bicho-Papão dos adultos, o espantalho dos supersticiosos. Giovanni Papini, escritor católico italiano, contemporâneo, em seu livro IL DIA VOLO, escandalizou o Vaticano, pregando a conversão do Diabo. Não conseguia admitir esse mito impiedoso em sua teologia. O Padre Teilhard de Chardin, em seus estudos teológicos, negou a condenação eterna do Diabo. O Espiritismo se limita a mostrar a natureza mitológica do Diabo e a demonstrar, prática e logicamente, a impossibilidade da queda do Anjo Luzbel. A evolução espiritual é irreversível. O espírito que se elevou ao plano angélico não pode regredir, não pode ter inveja e outros sentimentos humanos. O anjo-mau é uma contradição em si mesmo, pois a Angelitude é a condição divina que o espírito busca e atinge na existência. A luta do homem para transformar o mundo é a luta do homem consigo mesmo, pois é ele quem faz o mundo, e o faz à sua imagem e semelhança. Deus criou a Terra e todos os mundos do espaço, mas deu cada mundo aos homens que os habitam, para que eles aprendam o seu ofício paterno de Criador, tentando criar o mundo humano que lhes compete. É evidente que existe o mundo físico, material, em que nascemos, vivemos e morremos. E é também inegável que, sobre esse mundo físico e com os seus materiais, os homens construíram um mundo diferente, feito de artifícios humanos. O mundo material e sua contraparte espiritual (que os cientistas começam a descobrir como antimatéria) constituem o mundo natural. Mas sobre ambas as partes desse mundo natural os homens constroem os seus mundos factícios. Cada Civilização é um mundo imaginário que o homem constrói com o seu trabalho, modelando em argila e pedra os seus sonhos e as suas ilusões. Esses mundos artificiais são o reflexo das ideações humanas na matéria Nós os criamos, alimentamos, desenvolvemos, dirigimos e matamos. Os mundos bárbaros criados na Terra eram ingênuos; os mundos civilizados apresentam uma gradação que reflete a evolução humana, indo das civilizações agrárias, fantasiosas e alegóricas, até às grandes civilizações orientais, massivas e arrogantes e às Civilizações Teocráticas, míticas e supersticiosas; chegando às Civilizações Científicas, politeístas e pretensiosas, que se transformam em Civilizações Tecnológicas, materialistas e conflitivas, que morrerão para dar lugar à Civilização do Espírito, na busca cultural da Transcendência. Segundo Toynbee, mais de vinte grandes civilizações já existiram na Terra. Agora está surgindo aos nossos olhos e sob nossos pés uma Nova Civilização — a do Espírito —que podemos chamar de Cósmica ou Espiritual. E para preparar o advento dessa Civilização do Espírito que o Espiritismo surgiu. Não adianta querermos fazer do Espiritismo uma religião dogmática, carregada de misticismo tolo ou de materialismo alienante. As novas gerações que se encarnam para realizá-la não temem a Deus nem ao Diabo, simplesmente confiam nos planos irreversíveis do Deus, que se executam segundo as leis da consciência humana em relação telepática permanente com as entidades angélicas a serviço de Deus. O Espiritismo é a Plataforma de Deus, aprovada pelos Espíritos Superiores para a transformação e elevação da Terra.
Livro: Curso Dinâmico de Espiritismo
FÍSICA QUÂNTICA E ESPIRITISMO
Os fenômenos ao nível quântico apresentam características completamente diferentes das que observamos no nosso cotidiano. No entanto, é prematuro crer que eles sejam causados por agentes de ordem divinos ou espirituais.
Na matéria anterior[¹], apresentamos um alerta a respeito de algumas afirmativas envolvendo idéias da Física Quântica e idéias espíritas ou espiritualistas. Pretendemos aqui comentar por que os paradoxos oriundos dos fenômenos quânticos geram a idéia de que Deus ou algo espiritual sejam a causa ou a origem de tais fenômenos. Pretendemos, também, discutir a respeito de uma proposta espiritualista feita pelo professor de Física Quântica, Prof. Dr. Amit Goswami, em seu livro “O Universo Auto-Consciente”[²], para solucionar esses paradoxos. O Prof. Goswami foi um dos convidados internacionais no IV Congresso Nacional da Associação Médico Espírita do Brasil ocorrido em São Paulo, entre os dias 19 e 20 de junho de 2003.
Um dos fenômenos de natureza quântica que desperta exclamação nas pessoas leigas em geral é o chamado Salto Quântico, onde uma partícula “desaparece” da posição (ou estado) em que está e “aparece” em outra posição (ou estado) sem viajar através das posições (ou estados) intermediários entre o ponto (estado) inicial e final. Esse fenômeno sugere o pensamento de que a partícula se desmaterializa na posição inicial e se materializa, em seguida, na posição final. Assim, surge a idéia de se comparar esse fenômeno com o que a Doutrina Espírita descreve como sendo o efeito físico de materialização de objetos. O erro ocorre, primeiramente, porque partículas isoladas não são comparáveis a objetos macroscópicos. Pensar que “a partícula é desmaterializada aqui e materializada ali” é uma forma “clássica” de se pensar, isto é, é uma forma de pensar de acordo com o nosso costume de analisar os movimentos dos objetos macroscópicos. Não existe suficiente informação para concluir se o fenômeno de materialização ou desmaterialização de objetos macroscópicos ocorre da mesma forma como descrito com um salto quântico. Vale lembrar que os mecanismos do salto quântico são ainda uma incógnita para a Ciência.
Outra característica interessante é a chamada dualidade onda-partícula onde um objeto quântico, apresenta características ora de partícula, ora de onda, dependendo de como “olhamos” para ela, isto é, de como o experimento é feito para detectá-la. O aspecto que chama a atenção é o caráter subjetivo do resultado do experimento: ele depende da nossa escolha. Voltaremos a esse ponto adiante.
Existe um postulado da Mecânica Quântica chamado colapso da função de onda. Por função de onda, entende-se uma função matemática associada às propriedades físicas de uma dada partícula ou sistema formado por um conjunto delas. Segundo a Mecânica Quântica, o estado de uma partícula, antes de se fazer uma medida, é representado por uma superposição de todas as situações possíveis. Apenas após a medição é que algum dentre os possíveis valores de uma dada grandeza física se manifesta. É dito, então, que a função de onda colapsou para o estado representado pelo valor da grandeza medida. A partir daí, dependendo da propriedade física, se não houverem interferências externas, a partícula se caracterizará por possuir o mesmo valor que foi medido para a tal propriedade. Aqui, como no caso da dualidade onda-partícula, o observador tem um papel decisivo na caracterização das propriedades das partículas.
Um outro fenômeno que foi constatado experimentalmente é o chamado fenômeno de não-localidade. Num arranjo experimental conhecido como “experiência de Einstein-Podolsky-Rosen” verificou-se ser possível o envio de uma informação de modo instantâneo de um ponto a outro do espaço. O salto quântico e o colapso da função de onda seriam, também, exemplos de fenômenos não-locais.
Não é preciso citar outros exemplos para percebermos que esses fenômenos que acontecem com as partículas da matéria são completamente diferentes daquilo que vemos ao nível macroscópico. Esse caráter estranho e misterioso que tais fenômenos apresentam têm levado alguns irmãos nossos do movimento espírita a formularem extrapolações de ordem espiritualista para explicá-los. Apesar da intenção nobre de verificar o acordo entre o Espiritismo e os avanços da Ciência, tais estudos precisam ser feitos com um rigor ainda maior do que aquele que caracteriza um trabalho usual de pesquisa científica, pois a responsabilidade de divulgar uma idéia espírita ligada à Ciência é muito grande. Imagine o leitor o que pensará um cientista ao ler alguma interpretação errada de algum conceito científico. Poderemos afastar o seu interesse no Espiritismo por causa de uma idéia ou colocação errada.
Desejamos comentar algo a respeito do trabalho do Prof. Dr. Amit Goswami que propõe a chamada Filosofia Idealista como solução para os paradoxos que apresentamos anteriormente. Segundo Goswami[²] uma solução seria postular-se a existência de uma consciência maior ou consciência cósmica que seria onipresente (para resolver o problema da não-localidade) e estaria ligada a cada ser humano (para resolver o problema do colapso da função de onda).
Esta proposta é interessante do ponto de vista espiritualista e, ao nosso ver, se constitui na primeira proposta espiritualista mais séria envolvendo questões de ordem científica. Note que utilizamos a palavra espiritualista e não espírita. A razão para isso é que, em nossa análise, apesar da proposta do Prof. Goswami introduzir a existência de uma consciência que poderia ser considerada, em princípio, como o Criador, ela não resolve o problema do Espírito. Segundo a sua proposta, a nossa consciência individual não existiria de forma independente do corpo físico. Isso está em franco desacordo com a Doutrina Espírita que afirma que somos a “individualização do princípio inteligente”[³] (questão 79 de O Livro dos Espíritos), e que o princípio inteligente independe da matéria.
Como o Prof. Goswami foi um convidado especial no MEDINESP 2003, é preciso reafirmar o alerta que fizemos na matéria anterior[¹] de modo a orientar o leitor a receber as suas idéias e opiniões com precaução. Faço minhas as palavras do espírito de Erasto (Revista Espírita [4]): é preferível “rejeitar 10 verdades do que aceitar uma só mentira”(grifos nossos).
Aproveitamos, ainda, esta oportunidade para convidar o leitor amigo ao exercício da ponderação quando ler ou ouvir dizer, mesmo dentro do movimento espírita, que disciplinas científicas como a Física, a Química ou a Biologia estão provando as idéias espíritas. Devemos ter cuidado com o material divulgado que leva o adjetivo de espírita. Mesmo as pesquisas mais sérias, como é o caso da proposta do Prof. Goswami, não podem ser tomadas como verdades resolvidas. Seria interessante consultar vários profissionais da área de Física, Química ou Biologia antes de se dar crédito a essa ou aquela proposta ou teoria. Seria de grande importância que os autores e escritores que divulgam trabalhos espíritas nesses campos que publiquem a explicação completa dos mecanismos de suas propostas. Isso nos ajuda a fazer uma análise crítica de cada idéia. Uma afirmativa não tem valor científico só porque está ligada a um tema científico. Mesmo autores que são profissionais em Ciência devem ser questionados já que isso não é garantia de que suas idéias são verdadeiras.
Ainda sobre os paradoxos da Mecânica Quântica, vale lembrar que para a comunidade científica eles ainda não foram completamente pesquisados e esclarecidos. A atitude mais prudente é esperar pelo desenvolvimento dessas pesquisas de modo a termos mais certezas e seguranças sobre o assunto.
Como físico, posso dizer que, apesar de não conhecermos ainda os seus mecanismos mais profundos, os fenômenos descobertos pela Física Moderna não estão em desacordo com os princípios básicos da Doutrina Espírita. E o que considero, particularmente, importantíssimo: eles (os fenômenos da Física Moderna) não sugerem que ela (a Doutrina Espírita) precise ser atualizada.
Referências
[¹] A. F. da Fonseca, Jornal Alavanca n. 485, p. 5, (2003) & Boletim Geae Número 465 de 4 de Novembro de 2003.
[²] A. Goswami, O Universo Autoconsciente, Editora Rosa dos Tempos, 4a. Edição (2001).
[³] A. Kardec, O Livro dos Espíritos, FEB, 76a. Edição (1995).
[4] A. Kardec, Revista Espírita 8, p.257, (1861).
Fonte: Boletim GEAE Nº 468 – nov/2003
AMOR EM GREGO
Para descrever o amor
O grego antigo usava
Quatro palavras diferentes
Cada uma tinha seu valor
Uma qualidade destacava
Todas elas bem prementes.
Philia uma palavra linda
Realçava o carinho amigo
União e muita sinceridade
Que devemos cultivar ainda
A philia era o mote antigo
Para descrever a amizade.
Storgé descrevia um laço
Que devido ao nascimento
Uma família estava unindo
Porém hoje passo a passo
Quase caído no esquecimento
Storgé familiar está sumindo.
Eros era o deus do amor
Mas a palavra Eros porém,
Envolvia o inteiro ser
Os sentimentos e o calor
Envolvia o coração também
Dum homem e duma mulher.
Ágape era o mais altruísta
Tudo dar sem nada receber
Tal amor devemos cultivar
Amor ágape jamais é egoísta
Em toda relação devemos ter
Este modo tão especial de amar.
Nota:
Na Bíblia em 1 João 4:8 diz: "DEUS É AMOR".
A palavra grega para amor neste texto é ÁGAPE.
20 junho 2012
19 junho 2012
A CONFUSÃO
Pergunta:
Kryon, reverencio a sua presença e o seu Amor, e reconheço os sentimentos de o ter comigo aqui e agora,
como sempre aliás. Dado que você fez com que eu quisesse saber mais sobre a forma como as coisas funcionam, farei várias perguntas multifacetadas... tal como você, no passado, tem dado muitas respostas multifacetadas. Permita-me começar com um pergunta bem básica:
Outro dia, visitei uma loja metafísica e fiquei perplexo com a aparente aglomeração de sistemas e métodos diferentes, todos eles a olhar para mim desde as prateleiras. Para nomear alguns, havia livros e objectos
de pronúncias (e aparência) muito estranhas de yoguis e mestres. Havia livros e métodos de Astrologia, Tarot,
renascimento, regressão a vidas passadas, cirurgia espiritual e OVNIS... todos na mesma prateleira! À venda,
havia cristais e gemas, com o objectivo de curar. Havia Runas e livros a explicar o seu significado. Havia mé-
todos de cura pelas cores, pelos sons, aroma e toque. Havia livros de padrões e cores que, supostamente,
tinham significado. Havia histórias de estrelas, mapas de estrelas, mapas de estrelas fixas, mapas solares,
mapas das fases da lua. Havia informações sobre auras, chacras, métodos de meditação e até sexo humano
espiritual. Engoli em seco, realmente, quando me deparei com a «secção de canalizações». Parecia haver
uma infinidade de entidades a fazer exactamente o que estou a fazer agora, com livros em série. E mais livros sobre os antigos da Terra, e livros dos Índios Americanos, e livros até do espaço!
O que significa tudo isto? Como podemos seguir o nosso caminho dentro desta aparentemente confusa e
competitiva informação? Qual é a correcta? Como podemos escolher?
Resposta: Saudações! Estou de volta para falar com todos vós, agora com uma voz ainda mais clara do que
antes, devido à experiência adquirida pelo meu colaborador, através da regularidade do meu trabalho com
ele.
Nestas repostas, lerão sobre um tema recorrente: a vossa cultura, a vossa «programação» e as afirmações
que reflectem o vosso modo de pensar. Em escritos passados falei da religião terrena, de como ela foi temperada e tomou forma para servir à necessidade de controlar os homens. Não há melhor exemplo disso do que o
tema da sua pergunta.
Todos vocês foram ensinados, desde o nascimento, a colocar Deus no lugar do vosso poder, a tornarem-se
submissos e subservientes. Veneram inclinando-se, deitando-se em temor e ajoelhando-se ante uma imagem
de Deus, devido ao desmerecimento que resolveram aprender enquanto Humanos. Continuam a procurar por
um Deus único, um único sistema, ou a doutrina única que, para vossa satisfação, explique tudo. Esta doutrina em geral acaba por ser um grupo de regras ou métodos para ganhar o favor de Deus, ou para explicar claramente uma simples relação de causa/efeito, quer para o castigo, quer para o prémio.
Meu caro, quando esteve pela livraria, quem o informou de que deveria ir à estante escolher uma religião?
A livraria não era um lugar de doutrinas em competição, querendo que «escolhesse» uma, ou que abraçasse
uma crença. Deixe-me perguntar uma coisa: quando estava na escola, ainda jovem, em que assunto «acreditava»? Qual deles aceitou, deixando os outros de lado? Foi a Ciência, ou História, foram as aulas de Comércio,
ou Línguas? Esta é uma pergunta tola (poderá você dizer)... e é mesmo! Você esteve na escola como um ansioso, um jovem Humano apto, pronto para aprender sobre o mundo e o seu funcionamento, sobre o treino
para fazer isto e aquilo. Nunca lhe passou pela cabeça escolher um tema, ser subjugado por ele e largar os
demais.
E assim acontece, agora, espiritualmente. Deixe-me ser bem claro: a livraria onde esteve é a «loja de ferramentas» dos caminhos físicos universais das coisas. Ali, pode encontrar partes e fragmentos de todo o conhecimento que os Humanos acumularam acerca de como as coisas funcionam, para que um capacitado
«fragmento de Deus» possa caminhar neste planeta. Vocês são os capacitados, aqueles de quem estou ao
serviço. Não há entidades maiores do que as que estão em aprendizagem! Acredite! Todos os demais estão
aqui para servir e facilitar a vossa estadia. Este conhecimento não está disponível para vocês, está escondido
na vossa ilusão da realidade. Mas, no entanto, é a verdade.
A duplicidade do plano da Terra é vossa área de descobertas.
As prateleiras recheadas são as vossas enciclopédias de conhecimento. Todas as coisas que referiu têm
propriedade... todas elas! Sim, há cura nas pedras, nas cores, nos sons, e nos padrões. Como informei antes,o poder real será daqueles que, finalmente, juntarem tudo! Por enquanto, mesmo separados, todos esses
sistemas são válidos. Seres Humanos estão a ser curados com eles? A resposta é SIM. Há propriedade na Astrologia, que é o estudo do alinhamento magnético da programação impressa no nascimento. Há um valor real
na aprendizagem dos métodos do Tarot e das Runas. Eles são os termómetros do seu crescimento actual e, de
facto, impulsionam para um nível mais alto, quando são usados e interpretados correctamente. Há muito
para aprender, se assim desejar, sobre o equilíbrio físico do seu corpo; daí o estudo das auras e dos chacras e
até do sexo espiritual Humano. O sexo não vos foi dado como um simples caminho biológico de procriação;
também significa uma ponte espiritual entre o macho e a fêmea e, simultaneamente, o provedor das funções
biológicas necessárias.
Nunca lhe ocorreu que os livros dos antigos, dos yoguis e xamãs, são cápsulas de tempo de vocês mesmos
para vocês mesmos? Talvez esta ideia lhe dê uma nova perspectiva da história. Qual foi o papel que você
desempenhou nela? Um desses seres, presente em livro na prateleira dos «antigos», acaso não poderia ter
sido você?
Com certeza achará tudo isto intrigante... uma sensação que eu não posso experimentar enquanto Kryon!
Mas tudo é exclusivamente seu, e está a ser revelado na sua verdade. Enterradas nas suas expressões passadas, estão pistas excelentes das razões que o levam, hoje, a ser o que é... tal como a personalidade de hoje
afectará a próxima encarnação. São os mecanismos complexos, mas admiráveis, das suas lições cármicas,
algo sobre o qual deveria aumentar o seu conhecimento, porque lhe servirá de imediato.
Sobre a variedade de autores: dado que a verdade é a verdade, encontrará princípios coerentes a cada
passo, mesmo que as culturas e línguas difiram.
E sobre os livros de canalização? Sei que fará mais perguntas sobre o assunto, mas dir-lhe-ei já que a maioria deles são reais. Alguns, porém, não são. A sua própria intuição lhe dirá a verdade. Os que são reais foram
canalizados desde o mais alto nível, por uma vastidão de diferentes entidades ao serviço do ensinamento; é
por isso que a informação é tão diversa. Não é necessariamente contrária, apenas diferem as perspectivas.
Voltarei a falar sobre este assunto mais tarde, mas, como já referi antes, as predições canalizadas no passado não são totalmente certas, devido à mudança da Terra nos últimos anos.
Podem ter sido correctas no tempo em que foram escritas, mas não necessariamente agora. Entretanto,
algumas delas, com mais de 1000 anos, depois de terem sido invalidadas devido à acção humana, voltaram a
ser oportunas recentemente. Isto surpreende-o? Lembre-se que os Humanos têm um tempo linear limitado, e
o Universo não. Toda a informação canalizada real é sempre dada em perfeita energia amorosa. Acaso tenho
que explicar como o futuro será afectado pelo que estou a dizer neste momento?
Sendo uma canalização do espaço... o que acha que isto é?
Também informei sobre os OVNIS, nos últimos escritos. Há alguma dúvida de que eles têm um importante
papel na Metafísica? Lembre-se da advertência:
Coisas não compreendidas não são necessariamente malignas, assustadoras ou misteriosas;
são, apenas, coisas ainda não compreendidas.
Dê espaço e tolerância a estes temas, tal como todos fariam se, de repente, descobrissem um novo ramo
da nova lei da Física (o que, a propósito, farão). Oiçam todos: a próxima vez que forem a estas lojas, façamno com Amor e tolerância. Depois, notem como se sentem. Que livros folhearam? Acerca do que querem saber mais? Enquanto entidades de origem divina, que estão no planeta em aprendizagem, o que querem saber?
Depois, estudem a matéria apropriada. O vosso discernimento é especialmente apurado na Nova Energia. Não
levará muito tempo até que, nas prateleiras destas lojas, os grãos bons sejam separados dos ruins.
Fonte: http://www.kryon.org/
O QUANTO HÁ DE VERDADE NESTE TEXTO ?
O PROBLEMA DA VERDADEIRA RELIGIÃO - LEONARDO DE S. PAULO
Faculdade Arquidiocesana de Feira de Santana
Disciplina: Filosofia da Religião
Docente: Prof. Pe Paolo
Discente: Leonardo de S. Paulo
O Cristianismo é a verdadeira religião?
Análise da teoria de Joseph Ratzinger.
Introdução
O tema da verdade é típico do âmbito religioso. Isto, porque a religião lida com a verdade. Para afirmar que o cristianismo é a verdadeira religião, J. Ratzinger elabora uma reflexão filo-teológica embasando-se na obra “Cidade de Deus” de Santo Agostinho. Tendo em vista responder a esta questão Agostinho utilizou-se da abordagem teórica do filósofo latino Marcos TerêncioVarrone ( 116-27 a. C), que por sua vez, analisou as teologias presentes em sua época classificando-as da seguinte forma: teologia mítica, teologia civil e teologia natural.
A teologia mítica tem por conteúdo as fábulas (p. ex. fábulas de Isópo). Os teólogos dessa forma de expressão do sagrado são os poetas, são os cantores de Deus (p. ex. Homero, Hesíodo, Sófocles, Esquilo etc). Essa teologia se realiza no teatro onde se apresentam as grandes tragédias gregas, onde são declamados os poemas de Esquilo, Homero, outros. Xenofonte, Sócrates e uma série de filósofos cristãos como Justino de Roma, Tertuliano e Orígenes criticaram a teologia mítica provocando uma cisão radical entre o pensamento cristão e a mitologia. Contudo estudiosos do fenômeno religioso como Mircea Eliade, Umberto Galimberti e Levis Strauss perceberam que o mito tem uma grande importância em toda religião, mesmo que essa seja predominantemente racional, como é o caso do cristianismo, o mito assume o papel de comunicar a verdade absoluta de um povo através de uma narração de caráter simbólico. “Os mitos revelam, portanto, sua atividade criadora e desvendam a sacralidade ou simplesmente a sobrenaturalidade de suas obras” (Mircea Eliade, 2004, p. 11). Papel esse que a razão não pode desempenhar sozinha, o que se torna evidente em campo filosófico, quando Platão não conseguia demonstrar através da razão uma realidade profundamente metafísica ele recorria a artifício somente encontrado na linguagem simbólica do mito (p. ex. o mito da caverna e do tártaro).
Os conteúdos da teologia civil é o culto, que tem uma estreita ligação com a política. Nesse caso os teólogos são os povos que tecem homenagens literárias e sacrifícios aos deuses do Olimpo. Os lugares de exercício desse tipo de teologia são as praças, a ágora e os lugares públicos de modo geral.
A teologia natural por sua vez tem por conteúdo e ao mesmo tempo objetivo responder ao questionamento: Quem são os deuses? Essa pergunta tem como consequência a desmitologização e o avanço da razão (logos) que destroça o mito. Daí em diante culto e razão são separados e passam a divergir. Quem elaborou a teologia física foram os filósofos da natureza. O espaço da teologia natural é o cosmo.
Para Agostinho, o cristianismo se identifica com a teologia natural. Pois tem sua base fundante na racionalidade filosófica e não nas religiões. O cristianismo não se baseia em fábulas e mitos, mas na referência ao divino que pode ser captado através da análise racional da realidade. Agostinho relaciona o monoteísmo bíblico com a ideia filosófica de arché. Por isso ele cita At 18 para provar que o cristianismo não uma religião anímica e mitológica, mas racional. Os cristãos adoram aquele ser que está no fundamento de tudo que existe (arché). No cristianismo a racionalidade se tornou religião. De fato no princípio a razão era Deus. Assim o cristianismo pode ser compreendido como a vitória do conhecimento da verdade que não se sustenta sobre poesias, fábulas ou mitos.
O cristianismo realizou duas correções importantes na imagem de Deus. A primeira correção consiste na destruição da identificação panteísta de Deus com a natureza; Deus é Deus por sua natureza, mas a natureza em si não é Deus. Cria-se, então, uma separação entre a natureza universal e o Ser que a fundamenta. Só então a física e a metafísica alcançam uma clara distinção uma da outra. Só o verdadeiro Deus que podemos reconhecer na natureza através do pensamento, é objeto de adoração. A segunda correção na imagem consiste no fato de que Deus não sendo natureza não é silencioso: Ele entrou na história e veio ao encontro do homem. A racionalidade pode tornar-se religião, porque Deus mesmo entrou na religião. As duas dimensões da religião, que sempre foram separadas entre elas, a natureza no seu reinado eterno e a necessidade da salvação do homem que sofre e que luta, foram religadas entre elas.
Além do dado da racionalidade que proporcionou a vitória do cristianismo sobre a religião pública e as demais religiões pagãs, o cristianismo também apresentava uma grande seriedade moral. Aquilo que a Lei entende e aquilo que Deus exige dos homens coincide com aquilo que o homem tem escrito no coração e, desta maneira, o reconhece como Bem.
Fé, Verdade e Tolerância – o Cristianismo e as Religiões do Mundo
A vitória do cristianismo sobre as religiões pagãs não foi realizada através de guerras, mas foi a vitória de uma proposta. No cristianismo o Deus pensado se deixa encontrar pelo Deus vivente. Daí nasce a grande novidade de uma síntese perfeita entre fé, razão (logos), caridade (ou ágape) e verdade (aletheia). Isto que levou o cristianismo a ser captado como verdadeira religião (religio vera).
Atualmente, a síntese cristã de racionalidade e religião não funciona mais; pode-se constatar que as duas realidades são tidas como antagônicas. Hoje está de volta a mentalidade neoplatônica de Porfírio e Símaco que repassaram a teoria pagã, segundo a qual se dizia que a verdade está escondida e somente existem opiniões. Símaco afirmava que não é possível alcançar um mistério tão grande como a verdade, através de uma única via.
A partir do séc. XVII se gera uma nova forma de racionalidade – a científica, que por sua vez relativiza tudo e separa radicalmente racionalidade e religião. Essa reviravolta sócio-política, econômica, filosófica, religiosa etc, provocou profundos impactos filo-teológicos em âmbito católico. Dentre as influências na teologia católica destacam-se: o pluralismo religioso que é sustentado pela teologia da libertação por meio do qual se afirma que Jesus é um dos mediadores da salvação. Isso tem por consequência o relativismo, consequências essas que se desdobram na missiologia, eclesiologia, hermenêutica bíblica e na sacramentária. Na dimensão missiológica passa se a gerar o seguinte conflito ocasionado pela pergunta: Se Cristo não é o único mediador ou salvador, para que a missão? A nível eclesiológico, considera-se que a Igreja não é necessária a salvação. Quanto à interpretação da Bíblia, sobre a sua letra é aplicada diretamente o método sociológico francês: ver, julgar e agir, que se contrapõem ao método bíblico que consiste na escuta (shemá) da Palavra. Outra distorção que acontece é que o centro da vida eclesial da CEBs não é a eucaristia, mas a Palavra. O relativismo em campo teológico também leva a abolir a cristologia. E abolir a cristologia conduz cada um a mudar a liturgia a seu bel-prazer.
Por causa das profundas e radicais diferenças de pensamento advindas deste contexto iluminista, pós-metafisico e laico se espalhou um eco de tolerância em todo o Ocidente. De acordo com essa concepção de tolerância em cada indivíduo há um fragmento da verdade. Diante desse contexto marcado pelo relativismo é importante destacar que no Cristianismo o primado do Logos e do amor se revelam idênticos. A razão verdadeira é o amor e o amor é a razão verdadeira. Nessa unidade se encontra o verdadeiro fundamento da realidade. Isso o iluminismo não pode oferecer, pois quando sua teoria evolucionista avança em campo ético somente pode oferecer indicações ligadas a seleção da espécie, que são bastante cruéis.
Segundo K. Ranner, como cristãos não podemos renunciar o cristianismo como a verdadeira religião. Assim, como modelo para continuar a dialogar com as culturas e religiões J. Ratzinger apresenta o pentecostes em que as culturas não são eliminadas, mas recapituladas em Cristo por meio da ação do Espírito Santo. Aí ele resgata a teoria das “sementes do Verbo” (Justino de Roma). Por isso no atual momento histórico nenhuma denominação religiosa pode dar a última palavra, porque a perspectiva não é o absorvimento de uma religião por outra, porém faz-se necessário um encontro entre as religiões que se acentue as diferenças plurais.
Neste contexto, a tolerância não deve ser entendida como uma equidade das verdades, pois Jesus não é um avatar de Deus, ele é o próprio Deus, a verdade, o ser. A fim de que a tolerância seja levada realmente a sério é preciso definir claramente alguns critérios:
· A universalidade do espírito humano – a ideia de liberdade e igualdade, por exemplo, são presentes no espírito humano em qualquer lugar ou cultura;
· Quando a Igreja entra em contato com as outras culturas não deve calar o âmago de sua fé;
· O paradigma de saída de cada cultura rumo a outras é um sair do particularismo já assinalado por Abraão.
Conclusão
Diante de um contexto social profundamente marcado por uma mentalidade: relativista, niilista, ateísta, pluralista que por sua vez exercesse profunda influência em campos – religioso, moral e ético, é importante conhecer as verdades que fundamentam a verdadeira religião, não com pretexto de combater apologeticamente as heresias como outrora fizeram Justino de Roma, Irineu de Lião, Agostinho e outros Padres mais. O objetivo de aprofundar esses conteúdos é entrar em contato com as outras culturas assumindo uma postura de autêntica tolerância; isso é dialogar com as culturas sem calar o âmago da sua fé.
CONQUISTADORES DO INÚTIL
Assim chamados todos aqueles que veem nas conquistas materias seu único objetivo. o espíritismo não faz apologia a pobreza , mas nos mostra a verdadeira riqueza que deve ser cultivada e desenvolvida dia a dia. Existe porém muita dificuldade neste caminho espiritual
18 junho 2012
ESPIRITISMO NO BRASIL
No século XIX, encontramos diferentes relatos sobre pessoas que, sem conter nenhum conhecimento médio específico, indicavam receitas médicas para pessoas adoentadas. Conhecidos como “médins receitistas” ou “médiuns curadores” esses indivíduos tinham uma função diferente dos conhecidos curandeiros. Declarando contar com o auxílio de poderosas entidades espirituais, desvencilhadas de outras religiões, essas pessoas alegavam a presença de espíritos que intervinham no mundo material.
Tal manifestação religiosa tinha grande proximidade com a obra do francês Allan Kardec, que, em 1857, sistematizou o conhecimento da doutrina espírita em sua obra “O livro dos espíritos”. Em pouco tempo, já na década seguinte, os primeiros exemplares desta obra apareceram em solo brasileiro. Concomitantemente, os primeiros grupos espíritas brasileiros tomavam forma.
Um dos primeiros e mais famosos entusiastas da nova prática religiosa foi Bezerra de Menezes, que ao converter-se à nova crença acreditava estar vivenciando o ápice da fé cristã. Essa figura histórica do espiritismo brasileiro abraçou a nova religião influenciada pela vivência com o médium João Gonçalves do Nascimento, que praticava curas na cidade do Rio de Janeiro.
A grande aceitação da prática espírita se deve à sua capacidade de articular elementos cultos e populares, na qual uma pessoa de origem simples poderia incorporar figuras de prestígio. Muitos dos adeptos daquela época insistiam em assinalar como a nova religião andava em acordo com os princípios liberais e científicos em voga no período. Um exemplo claro dessa associação pode ser visto no fato de muitos republicanos e abolicionistas simpatizarem com o espiritismo.
No entanto, a nova religião sofreu grande oposição em um contexto histórico no qual o catolicismo tinha grande presença. Nos códigos de lei da época e no receituário de alguns psiquiatras, o espiritismo era considerado uma manifestação de insanidade mental. A forte oposição sofrida foi combatida no momento em que, em 1884, foi criada a Federação Espírita Brasileira. O trabalho de reconhecimento feito pela FEB tratava de sistematizar as práticas e doutrinas arraigadas pela nova confissão religiosa.
O crescimento da doutrina espírita no Brasil ganhou novo fôlego, principalmente com o surgimento de uma figura emblemática dessa religião: o médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier. Por meio de suas obras psicografadas, passou a popularizar ainda mais o espiritismo. Entre suas obras, podemos destacar “Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, em que ele narra a intervenção dos espíritos em diferentes acontecimentos da história nacional.
Um desdobramento religioso do espiritismo é a umbanda, considerada uma crença de origem brasileira. Mesmo não tendo os mesmos referenciais e práticas do espiritismo kardecista, alguns documentos da Federação Espírita de Umbanda constam a citação de obras do líder francês. As diferenciações entre as duas crenças acabaram gerando um amplo debate no interior das entidades espíritas, que preferiam estabelecer claramente as singularidades da umbanda e do espiritismo.
Ao longo do tempo, o espiritismo foi ganhando maior prestígio junto a diferentes classes e instituições. Em contrapartida, muitos dos cultos afro-brasileiros ainda sofreriam bastante com a desconfiança de órgãos de polícia. Um dos itens para explicar a maior aceitação do espiritismo se dá pela sua política assistencialista. A caridade, sendo ponto fundamental do espiritismo, acabou trazendo uma visão positiva sobre essa fé aproximada da razão.
Nas últimas décadas, o papel do Brasil frente aos rumos tomados pela doutrina espírita foi notório. Uma das mais interessantes afirmações desse papel central pode ser visto no fato de que pessoas de outras denominações simpatizam com o espiritismo. Talvez com isso possamos compreender o porquê de o Brasil ter maior contingente de praticantes do espiritismo e de denominações apáticas a essa mesma crença.
Por Rainer Sousa
Equipe Brasil Escola
QUEM É KRYON
KRYON é um ser angelical responsável pelas alterações no campo magnético da Terra, "mecanismo" esse que possibilita a evolução planetária. KRYON é também "uma" presença divina para iluminar e orientar a alma humana. KRYON vem, através de canalizações, trazer-nos informações e orientações sobre a Nova Terra e o Novo Ser da Nova Terra. Em 1987, durante a Convergência Harmónica, foi feita uma medição do nível vibracional do planeta Terra e o resultado mostrava que o lindo planeta azul estava apto a passar à sua próxima etapa evolutiva. Com isto todas as profecias apocalípticas ficaram desabilitadas. O potencial energético de destruição que havia na época destas predições foi alterado, principalmente nos últimos 50 anos, devido ao despertar espiritual colectivo da humanidade, ficando assim este tipo de predições sem efeito. Com o novo potencial da Terra, em 1989, KRYON, um ser cósmico, chega até as consciências encarnadas através de canalizações realizadas por Lee Carrol, um engenheiro americano de fisionomia céptica, até então. Nessas canalizações são passadas informações sobre a transição, sobre a nova energia que entra no planeta e sobre a nova consciência humana (seres divinos), com o intuito de nos tornarmos conscientes e co-criadores da nova Terra. O processo iniciou-se em 11/01/1992, evento que ficou conhecido como 11:11 ou Abertura dos Portais, e estender-se-á até 2012, uma data prevista pelo Calendário Cósmico dos Maias. O primeiro ciclo de 11 anos de ajuste terminou no final de 2000, para dar lugar a outro ciclo de 11 anos de preparação que se concluirá em finais de 2012, ano de mudança de Era para a Humanidade (vaticinado por culturas tão antigas como a Maia). A chave 11:11 enfrenta o nosso ego e faz-nos ver a inutilidade do confronto com os nossos semelhantes. A chave 11:11 envolve mudanças ao nível emocional, compreensão espiritual e, finalmente, solidariedade, irmandade, transcendência e, principalmente, ASCENSÃO. O "mecanismo" que facilita esta evolução planetária é o ajuste do campo magnético do planeta. Este campo funciona como um escudo e mantém o nível vibracional do planeta dentro de um determinado parâmetro. Com a diminuição do campo há um aumento da frequência vibratória do planeta, que se dá no nível físico através da colisão de partículas de alta energia presentes nos ventos solares e outras fontes cósmicas como os raios gama. KRYON tem feito questão de frisar que todo este processo só é possível através do despertar da consciência humana, que, segundo ele, é capaz de alterar as actividades solares e muito mais. A movimentação do campo magnético do planeta afecta directamente a consciência humana e a Física, bem como o DNA humano. KRYON esclarece acerca do novo padrão de DNA e a sua ligação com a Terra e o processo de despertar espiritual. Segundo KRYON, além das 2 espirais químicas de DNA, existem outras 10, de natureza electromagnética e interdimensional. A própria Física aceita a teoria das "supercordas", que propõe a existência de 11 dimensões para que se possa explicar o comportamento atómico. KRYON traz-nos informações práticas sobre a "nova energia" e o "novo ser humano". São informações amorosas, acolhedoras e sábias de quem sabe que o Amor é o maior poder do Universo. Em cada mensagem "ele" literalmente lava os nossos conceitos com um banho de energia amorosa dizendo sempre que nós, os seres humanos, somos Anjos transformadores e transportamos connosco a centelha divina no nosso coração. O trabalho de KRYON está a ter repercussões, tanto sobre a vida terrestre em geral como sobre a vida humana, posto que nos ajuda a entrar numa frequência de Luz mais elevada. Com efeito, a energia de KRYON é puro Amor Unificador, que "ele" sustenta para que alcancemos o crescimento espiritual e uma melhor conexão com os nossos Guias Espirituais, que sustentam o processo de purificação e elevação de todos os seres humanos. Os contactos de KRYON ajudam-nos a receber indicações sobre a nossa evolução, assim como nos transmitem conselhos e sugestões sobre a vida e sobre como viver de modo correcto nesta época de mudanças sociais e espirituais. KRYON dá-nos as chaves para compreendermos como interactuar energeticamente de modo correcto com tudo o que existe, para obter um equilíbrio e uma harmonia estáveis connosco e com os demais. Através de suas palavras sábias e amorosas, responde às dúvidas de cada interrogante que se lhe apresente, deixando assombradas as pessoas pela qualidade e precisão das suas respostas, as quais estão isentas de todo tipo de juízo ou conotação ideológica-religiosa e contêem muitos estímulos para a compreensão da vida, posto que desta compreensão, cada qual pode encontrar respostas adequadas às próprias exigências. Grupos de Kryon Editado pela última vez por AlexandreMiguel em Qui Nov 29, 2007
UFOLOGIA E ESPIRITISMO
Antes de expor a intrínseca relação existente entre a ufologia e o espiritismo, é necessário informar aos ufólogos que o espiritismo não é apenas religião,como também filosofia e CIÊNCIA. Portanto, a fé espírita não impede, limita e nem ameaça o progresso das pesquisas Ufológicas.
No livro dos espíritos,livro base do Pentateuco que constitui a doutrina espírita,Kardec é muito claro ao advertir sobre a pluralidade dos mundos habitados, obviamente confirmando a nossa insignificância perante ao universo, bem como a presença de inúmeras civilizações inteligentes em outros planetas.Acontece que alguns espíritas se bitolaram em reconhecer apenas a presença de espíritos ao redor da terra, e como kardec não deu maiores detalhes sobre a pluralidade das existências, encaram a ufologia como uma ficção, um produto da imaginação de algumas pessoas loucas e sensacionalistas.Isto é um grande erro, e uma ofensa ao próprio espiritismo porque além de contradizer à doutrina, dogmatiza conhecimentos que vieram justamente para nos libertar dos dogmas que aprisionam,estacionam, e alienam a mente das pessoas.Alguns outros espíritas que tentam analisar a ufologia com mais atenção, apontam para o fato de que, se a ufologia merecesse credibilidade, kardec haveria de ter se estendido sobre o assunto, e mais uma vez se equivocam,logo, ignoram que as revelações sobre a existência de entidades não materiais já eram um tanto quanto assustadoras para a humanidade na época,o que gerou muitas censuras e mistificações, imagine se as pessoas naquele tempo fossem informadas que a terra é constantemente visitadas por seres de natureza desconhecida....Seria um pânico geral, que poderia até ter barrado a propagação do espiritismo.Com certeza, o mérito dos espíritos que contribuíram para a formação da doutrina, juntamente com Kardec(que não foi o autor dos livros, apenas sistematizou as revelações), é incontestável, pois tinham ciência do nível de compreensão dos seres humanos no século XVIII, e seguiram aquela máxima que diz:’’Tudo a seu tempo’’.Infelizmente, uma considerável parte dos espíritas ainda não se dá conta de que o espiritismo é um alicerce da ufologia. Mas, por outro lado, outros espíritas (como meu caso partícular) investigam a ufologia no sentido de filtrá-la, a fim de encontrar uma parte do espiritismo omitida convenientemente por Kardec,
(apesar de já existir a descrição da vida em outros mundos em livros psicografados por Chico Xavier, por exemplo), e sobretudo gozar do privilégio de entrar em contato com informações estritamente especializadas e sem direcionamento ideológico.
Um espírita que realmente absorve as revelações dos espíritos superiores, sabe que existem mundos bem mais adiantados do que o nosso, tanto em nível espiritual quanto tecnológico.É importante ressaltar que evolução espiritual e tecnológica nem sempre se harmonizam.É necessário também lembrar que muitos fenômenos(em especial os que envolvem muita luminosidade) não precisam ser obrigatoriamente causados por Óvnis, podem ser simplesmente manifestações de espíritos de luz, já que estes possuem uma maior
flexibilidade quanto às formas que podem assumir.E por último, é preciso que a Ufologia deixe de encarar seres de outros planetas como se eles fossem criaturas bizarras.Nós não somos ‘’terráqueos’’.Somos seres universais, e como os ‘’ets’’, temos cabeça, tronco e membros.Essa estrutura é universal,e as diferenciações são apenas adaptações inerentes ás particularidades das condições físicas do mundo de origem de cada ser inteligente.Somos todos irmãos, e nossas diferenças se limitam aos nossos respectivos graus de adiantamento e níveis de compreensão.São justamente por esses motivos que encarnamos em mundos diferentes, em galáxias diferentes, em civilizações distintas.
As contribuições que a ufologia e o espiritismo podem mutuamente efetuar são fantásticas.Ufologia e Espiritismo são campos do conhecimento que se completam.Lógico, como a Ufologia é bem mais recente , é às vezes abordada através de preceitos errôneos ou de seriedade duvidosa,por isso é preciso ser criterioso e seletivo com muita coisa.Contudo, a riqueza do campo ufológico é bastante útil aos espíritas que desejam elevar seu conhecimento e sua compreensão,entendendo que a doutrina espírita é apenas um caminho a ser seguido, entre muitos, e que, como dizia Sócrates: O conhecimento liberta, e a ignorância escraviza.
Israel Paz, espírita, ufólogo,acadêmico de direito(CEUT) e jornalista(UFPI)
Fonte: http://www.upupi.com.br/artigoisrael1.htm
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