Um blog onde se respeita a diversidade religiosa,
o livre pensamento e o direito à expressão.
30 março 2011
28 março 2011
DOZE CONSELHOS PARA TER UM INFARTO FELIZ
Dr. Ernesto Artur - Cardiologista
Quando publiquei estes conselhos 'amigos-da-onça' em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta, pois muitos estavam adotando esse tipo de vida inconscientemente.
1 Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.
2 Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.
3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.
4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.
5 Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes..
7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro
8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro. (e ferro , enferruja!!. rs)
9 Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado..
Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.
10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo.
11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.
12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.
Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens.
Duvido que voce não tenha um belo infarto se seguir os conselhos acima!!!
IMPORTANTE:
OS ATAQUES DE CORAÇÃO
Uma nota importante sobre os ataques cardíacos..
Há outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço esquerdo(direito). Há também, como sintomas vulgares, uma dor intensa no queixo, assim como náuseas e suores abundantes.
Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam, não se levantaram... Mas a dor no peito, pode acordá-lo dum sono profundo.
Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as com um bocadinho de água. Ligue para Emergência (192, 193 ou 190) e diga ''ataque cardíaco'' e que tomou 2 Aspirinas. Sente-se numa cadeira ou sofá e force uma tosse, sim forçar a tosse pois ela fará o coração pegar no tranco; tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro.. NÃO SE DEITE !!!!
Um cardiologista disse que, se cada pessoa que receber este e-mail, o enviar a 10 pessoas, pode ter a certeza de que se salvará pelo menos uma vida !
25 março 2011
VISÃO DE SAI BABA SOBRE 2012
"Ouviu falar de 2012 como um ano em que algo ocorrerá?
Bem, por um lado existem várias profecias que
indicam esta data como um momento importante da história da
humanidade, mas a mais significativa é o término do calendário Maya,
cujo conteúdo foi interpretado de várias formas. Os mais negativos
pensam que nesse ano o mundo termina, mas isto não é real, pois
sabemos que neste ano começa a Era de Aquário.
Na verdade, este planeta está sempre mudando a sua
vibração e estas mudanças intensificaram-se desde 1898, levando a um
período de 20 anos de alterações dos pólos magnéticos que não ocorriam
há milhares de anos.Quando ocorre uma mudança do magnetismo da terra,
surge também uma mudança consciencial, assim como uma adaptação física
à nova vibração. Estas alterações não acontecem apenas no nosso
planeta, mas em todo o universo, como a ciência atual tem comprovado.
Informe-se sobre as mudanças das tempestades solares
(que são tempestades magnéticas) e perceberá que os cientistas estão a
par destes assuntos. Ou pergunte a um piloto aviador sobre o
deslocamento dos pólos magnéticos, já que todos os aeroportos foram
obrigados a modificar os seus instrumentos nos últimos anos.
Esta alteração magnética se manifesta como um
aumento da luz, um aumento da vibração planetária.
Para entender mais facilmente esta questão é
preciso saber que a vibração planetária é afetada e intensificada pela
consciência de todos os seres humanos. Cada pensamento, cada emoção,
cada ser que desperta para a consciência de Deus, eleva a vibração do
planeta. Isto pode parecer um paradoxo, uma vez que vemos tanto ódio e
miséria ao nosso redor.
Cada um escolhe onde colocar a sua atenção. Só vê a escuridão
consegue ver o avanço espiritual da humanidade não tem colocado a sua
atenção nesse aspecto.
Porém se liberar sua mente do negativo, abrirá um
espaço onde sua essência divina pode manifestar-se e isto certamente
trará o foco para o que ocorre de fato neste momento com o planeta e a
humanidade.
Estamos elevando a nossa consciência como jamais o
fizemos. Dirão: Como assim? Não percebe a escuridão?
Vejo-a sim, mas não me identifico com ela, não a
temo. Como posso temer a escuridão se vejo a luz tão claramente?
lugar onde apenas via o mal. E por esta razão, sinto amor por tudo
isso.
A escuridão não é uma força que obriga a viver com
mais ruindade ou com mais ódio. Não é uma força que se opõe à luz. É
ausência da luz. Não é possível invadir a luz com a escuridão, porque
não é assim que o principio da luz funciona. O medo, o drama, a
injustiça, o ódio, a infelicidade, só existem em estados de penumbra,
porque não podemos ver o contexto total da nossa vida. A única forma
de ver a partir da luz é por meio da fé. Assim que aumentamos a nossa
freqüência vibracional (estado de consciência), podemos olhar para a
escuridão e entender plenamente o que vivemos.
Mas como afirmar tudo isso, se no mundo existe
cada vez mais maldade?
Não há mais maldade, o que há é mais luz, e é sobre
isso que falo agora.
Imagine que você tem um quarto, ou uma despensa,
onde guarda suas coisas, iluminado por uma lâmpada de 40W. Se trocar
para uma lâmpada de 100W, verá muita desordem e um tipo de sujeira que
você nem imaginava que tinha naquele local.
A sociedade está mais iluminada. Isto é o que está
acontecendo e faz com que muitas pessoas que lêem estas
afirmações as considerem loucura.
Percebeu que hoje em dia as mentiras e ilusões são
percebidas cada vez mais rapidamente? Bom, também está mais rápido
alcançar o entendimento de Deus e compreender a forma como a vida se
organiza.
Esta nova vibração do planeta tem tornado as pessoas
nervosas, depressivas e doentes. Isto porque, para poder receber mais
luz, as pessoas precisam mudar física e mentalmente. Devem organizar
seus quartos de despejo porque sua consciência cada dia receberá mais
luz. E por mais que desejem evitar, precisarão arregaçar as mangas e
começar a limpeza ou terão que viver no meio da sujeira.
Esta mudança pode provocar dores físicas nos ossos, que os
médicos não conseguem resolver, já que não provêm de uma doença que
possa ser diagnosticada.
Dirão que é causado pelo estresse. No entanto, isto não é
real. São apenas emoções negativas acumuladas, medos e angústias, todo
o pó e sujeira de anos, que agora precisa ser limpo.
Algumas noites as pessoas acordarão e não conseguirão dormir
está assimilando a nova vibração planetária. No dia seguinte seu sono
ficará normal, não sentirá insônia.
Se não entender este processo, pode ser que as dores
se tornem mais intensas e você acabe com um diagnóstico de
fibromialgia, um nome que a medicina deu para o tipo de dor que não
tem causa visível. Para isto não existe tratamento específico, apenas
antidepressivos que farão com que você perca a oportunidade de mudar
sua vida.
Uma vez mais, cada um de nós precisa escolher que
tipo de realidade deseja experimentar, porém, sabendo que desta vez os
dramas serão sentidos com mais intensidade, assim como o amor. Quando
aumentamos a intensidade da luz, também aumentamos a intensidade da
escuridão, o que explica o aumento de violência irracional nos últimos
anos.
Estamos vivendo a melhor época da humanidade desde
todos os tempos. Seremos testemunhas e agentes da maior transformação
de consciência jamais imaginada.
Informe-se, desperte sua vontade de conhecer estas
questões. A ciência sabe que algo está acontecendo, você sabe que algo
está acontecendo. Seja um participante ativo. Que estes acontecimentos
não o deixem assustado, por não saber do que se trata."
23 março 2011
TESE DE DOUTORADO SOBRE MEDIUNIDADE
Acompanhando as pesquisas que dizem respeito a mediunidade, encontramos nos registros da USP, a Tese de Doutorado do médico psiquiatra Alexander Moreira de Almeida, defendida no dia 22/fevereiro/2005.
Médiuns têm perfil diferente daquele apresentado na literatura científica
Estudo com 115 médiuns kardecistas de São Paulo indica que a maioria possui alto nível sócio educacional, perfil que se enquadra no último censo do IBGE. Segundo a pesquisa, eles não apresentam problemas mentais.
Na literatura científica, muitas vezes os médiuns (que se comunicam com espíritos) são descritos como pessoas de baixa escolaridade e renda. Sua mediunidade deve ser entendida como um "mecanismo de defesa contra as opressões sociais", ou como manifestação de algum quadro dissociativo ou psicótico.
No entanto, um estudo realizado pelo médico psiquiatra Alexander Moreira de Almeida com médiuns espíritas da cidade de São Paulo mostrou um perfil diferente: os médiuns apresentaram um alto nível socioeducacional e uma prevalência de transtornos mentais menor do que a encontrada na população em geral.
Dr. Almeida constatou que:
46,5% das pessoas tinham curso superior,
76,5% eram mulheres,
menos de 3% estavam desempregados,
e a idade média era de 48 anos.
A maioria era espírita há mais de 16 anos, vieram de famílias não-espíritas e as vivências mediúnicas começaram na infância.
"Esse perfil sociodemográfico se encaixa no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra um crescimento da proporção de espíritas conforme aumenta a escolaridade da população", comenta o psiquiatra, que apresentou sua tese de doutorado à Faculdade de Medicina (FMUSP), com orientação do professor Francisco Lotufo Neto.
Os participantes do estudo atuam em nove centros espíritas kardecistas da Capital, pertencentes à Aliança Espírita Evangélica. O médico aplicou um questionário sóciodemográfico a 115 médiuns antes e depois das sessões espíritas. Eles também responderam a questões referentes à atividade mediúnica. Dr. Almeida ainda utilizou os questionários SRQ (Self-ReportPsychiatric Screening Questionnaire), que rastreia a presença de transtornos mentais, e o EAS (Escala de Adequação Social), que mostra como a pessoa se relaciona em sociedade.
A partir dos resultados foram selecionados 24 médiuns. Eles foram analisados pelo SCAN (Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry), um tipo de entrevista psiquiátrica padrão e pelo DDIS (Dissociative Disorders Interview Schedule), um questionário que detecta transtornos dissociativos (quando uma parte da mente funciona de forma independente). "É nessa categoria que os transes mediúnicos são habitualmente encaixados", explica o médico.
Transes X esquizofrenia
A escala DDIS investiga a presença de 11 sintomas de primeira ordem para o diagnóstico de esquizofrenia - vozes dialogando na sua cabeça, vozes comentando as suas ações, ter suas ações produzidas ou controladas por alguém ou algo fora de você, entre outros. "Os médiuns apresentaram, em média, quatro deles, mas a presença dos sintomas não indicou a existência de nenhuma doença mental", afirma. "Além disso, eles também apresentaram uma boa adequação social e demonstraram ter uma saúde mental melhor que a da população em geral". Não houve correlação entre freqüência de atividade mediúnica e problemas mentais ou desajuste social.
O médico ressalva que os resultados da pesquisa se referem especificamente a médiuns em atividades regulares em centros espíritas. "Para eles trabalharem nos centros são necessários dois anos de cursos, além da participação semanal nas reuniões mediúnicas", afirma.
Dr. Almeida é membro do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos (Neper) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP. O núcleo tem como objetivo estudar as questões religiosas e espirituais segundo o enfoque científico, sem vínculo com nenhuma corrente filosófica ou religiosa.
"Durante muito tempo a Psiquiatria encarou a mediunidade como um transtorno mental", conta. "Só a partir das décadas de 50 e 60 é que houve uma mudança de mentalidade, e essas manifestações passaram a ser vistas como sendo não-patológicas quando vivenciadas dentro de uma religião." De acordo com Dr. Almeida, o último censo do IBGE mostrou que o espiritismo ocupa a quarta posição entre as religiões praticadas no Brasil, país com a maior população espírita do mundo. A tese está disponível para consultas no Portal Conhecimento.
21 março 2011
TAOÍSMO E CONFUNCIOISMO
Falando a respeito do Senhor Jesus Cristo: "Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles." Hebreus 1:1-4
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15 março 2011
AUTODESCOBRIMENTO
Muito antes da valiosa contribuição dos psiquiatras e psicólogos humanistas e transpessoais, quais Jubler Ross, Grof, Raymond Moody Júnior, Maslow, Tart, Viktor Frankl, Coleman e outros, que colocaram a alma como base dos fenômenos humanos, a psicologia espírita demonstrou que, sem uma visão espiritual da existência física, a própria vida permaneceria sem sentido ou significado.
O reducionismo, em psicologia, torna o ser humano um amontoado de células sob o comando do sistema nervoso central, vitimado pelos fatores da hereditariedade e pelos caprichos aberrantes do acaso.
A saúde e a doença, a felicidade e a desdita, a genialidade e as patologias mentais, limitadoras e cruéis, não passam de ocorrências estúpidas da eventualidade genética.
Assim considerado, o ser humano começaria na concepção e anular-se-ia na morte, um período muito breve para o trabalho que a Natureza aplicou mais de dois bilhões de anos, aglutinando e aprimorando moléculas, que se transformaram em um código biológico fatalista...
Por outro lado, a engenharia genética atual, aliando-se à biologia molecular, começa a detectar a energia como fator causal para a construção do indivíduo, que passa a ser herdeiro de si mesmo, nos avançados processos das experiências da evolução.
Os conceitos materialistas, desse modo, aferrados ao mecanismo fatalista, cedem lugar a uma concepção espiritualista para a criatura humana, libertando-a das paixões animais e dos atavismos que ainda lhe são predominantes.
Inegavelmente, Freud e Jung ensejaram uma visão mais profunda do ser humano com a descoberta e estudo do inconsciente, assim como dos arquéticos, respectivamente, constatando a realidade do Espírito, como explicação para os comportamentos variados dos diferentes indivíduos que, procedentes da mesma árvore genética, apresentam-se fisiológica e psicologicamente opostos, bem e mal dotados, com equipamentos de saúde e de desconcerto.
Não nos atrevemos a negar os fatores hereditários, sociais e familiares na formação da personalidade da criança. No entanto, adimos que eles decorrem de necessidades da evolução, que impõem a reencarnação no lugar adequado, entre aqueles que propiciam os recursos compatíveis para o trabalho de auto-iluminação, de crescimento interior.
O lar exerce, sem qualquer dúvida, como ocorre com o ambiente social, significativa influência no ser, cujos ônus serão o equilíbrio ou a desordem moral, a harmonia física ou psíquica correspondente ao estágio evolutivo no qual se encontra.
A necessidade, portanto, do auto descobrimento, em uma panorâmica racional torna-se inadiável, a fim de favorecer a recuperação, quando em estado de desarmonia, ou o crescimento, se portador de valores intrínsecos latentes. Enquanto não se conscientize das próprias possibilidades, o indivíduo aturde-se em conflitos de natureza destrutiva, ou foge espetacularmente para estados depressivos, mergulhando em psicoses de vária ordem, que o dominam e inviabilizam a sua evolução, pelo menos momentaneamente.
A experiência do auto descobrimento faculta-lhe identificar os limites e as dependências, as aspirações verdadeiras e as falsas, os embustes do ego e as imposturas da ilusão.
Remanescem-lhe no comportamento, como herança dos patamares já vencidos pela evolução, a dualidade do negativismo e do positivismo diante das decisões a tomar.
Não identificado com os propósitos da finalidade superior da Vida, quando convidado à libertação dos vícios e paixões perturbadores, das aflições e tendências destrutivas, essa dualidade do negativo e do positivo desenha-se-lhe no pensamento, dificultando-lhe a decisão.
É comum, então, o assalto mental pela dúvida: Isto ou aquilo? A definição faz-se com insegurança e o investimento para a execução do propósito novo diminui ou desaparece face às contínuas incertezas.
Fazem-se imprescindíveis alguns requisitos para que seja logrado o auto descobrimento com a finalidade de bem-estar e de logros plenos, a saber: insatisfação pelo que se é, ou se possui, ou como se encontra; desejo sincero de mudança; persistência no tentame; disposição para aceitar-se e vencer-se; capacidade para crescer emocionalmente.
Porque se desconhece, vitimado por heranças ancestrais - de outras reencarnações -, de castrações domésticas, de fobias que prevalecem da infância, pela falta de amadurecimento psicológico e outros, o indivíduo permanece fragilizado, suscetível aos estímulos negativos, por falta de auto-estima, do auto-respeito, dominado pelos complexos de inferioridade e pela timidez, refugiando-se na insegurança e padecendo aflições perfeitamente superáveis, que lhe cumpre ultrapassar mediante cuidadoso programa de discernimento dos objetivos da vida e pelo empenho em vivenciá-lo.
Inadvertidamente ou por comodidade, a maioria das pessoas aceita e submete-se ao que poderia mudar a benefício próprio, auto punindo-se, e acreditando merecer o sofrimento e a infelicidade com que se vê a braços, quando o propósito da Divindade para com as suas criaturas é a plenitude, é a perfeição.
Dominado pela conduta infantil dos prêmios e dos castigos, o indivíduo não amadurece o eu profundo, continuando sob o jugo dos caprichos do ego, confundindo resignação com indiferença pela própria realização da ocorrência - dor sem revolta, porém atuando para erradicá-la.
Liberando-se das imagens errôneas a respeito da vida, o ser deve assumir a realidade do processo da evolução e vencer-se, superando os fatores de perturbação e de destruição.
Ao apresentarmos o nosso livro aos interessados na decifração de si mesmos, tentamos colocar pontes entre os mecanismos das psicologias humanista e transpessoal com a Doutrina Espírita, que as ilumina e completa, assim cooperando de alguma forma com aqueles que se empenham na busca interior, no auto descobrimento.
Não nos facultamos a ilusão de considerar o nosso trabalho mais do que um simples ensaio sobre o assunto, com um elenco amplo de temas coligidos no pensamento dos eméritos da alma e com a nossa contribuição pessoal.
Uma fagulha pode atear um incêndio.
Um fascículo de luz abre brecha na treva.
Uma gota de bálsamo suaviza a aflição.
Uma palavra sábia guia uma vida.
Um gesto de amor inspira esperança e doa paz.
Esta é uma pequena contribuição que dirigimos aos que sinceramente se buscam, tendo Jesus como Modelo e Terapeuta Superior para os problemas do corpo, da mente e do espírito.
Rogando escusas pela sua singeleza, permanecemos confiantes nos resultados felizes daqueles que tentarem o auto descobrimento, avançando em paz.
Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
Salvador, 30 de novembro de 1994.
Livro: Autodescobrimento: uma busca interior. Psicografia do médium Divaldo Franco
13 março 2011
SARTRE, O PENSADOR DA ANGÚSTIA
Sartre com relação à experiência negativa, à duvida, à experiência da náusea, ao vazio
existencial ou o nada do ser.
Introdução
Sartre é, talvez entre os filósofos contemporâneos, o que melhor soube exprimir
perplexidade e os anseios do homem do nosso tempo, de uma civilização que, marcada por
dois conflitos mundiais, vive ainda as consequências funestas de uma desordem e de um
desastre, do qual o homem é, em grande parte, culpado.
Sartre, em seus romances, em suas peças de teatro e, em suas obras filosóficas, de
modo especial em O ser e o nada, onde expõe sua ontologia fenomenológica, soube expressar
com o talento que lhe era inerente, ainda que de maneira radical, a experiência do desengano e
de fracasso vivido pelo ser humano, que se vê abandonado em um mundo hostil e
contraditório, e que não encontra apoio senão em si mesmo e em sua liberdade, a qual, não
obstante, lhe escapa continuamente de suas próprias mãos.
O homem vive, assim, sua própria existência num mundo adverso, no qual ele é
atirado e o qual lhe surge diante dos olhos qual bloco opaco e maciço que não possui
nenhuma fresta que esteja a possibilitar a passagem de uma nesga de luz para iluminar a
1 Especialista em “Brasil, Estado e Sociedade” pela UFJF. Professor de Geografia do Centro Educacional
Aprendiz. email: franciscoladeira@bol.com.br
própria existência e que lhe abra a possibilidade de ascender a uma realidade verdadeiramente
transcendente.
Voltando-se para o interior de si mesmo a fim de encontrar aí a razão e o remédio para
os seus mais íntimos anseios, a existência humana não encontra, senão, o vazio e o nada do
ser. Eis que experimenta seu próprio ser como algo a fugir-lhe continuamente, na medida em
que se esforça por conhecer-se e experimentar-se como existência.
A negação, a dúvida, a náusea e o nada do ser
A experiência negativa pode processar-se dentro de duas posturas básicas. Numa, o
indivíduo se entrega a um comportamento passivo, limitando-se a assistir ao que lhe acontece.
Esta passividade, por sua vez, pode-se dar em um plano intelectual ou em um plano
existencial.
Na outra postura, o indivíduo acede a um comportamento ativo, fazendo da negação o
objetivo de sua conquista. Aqui também, esta conquista pode processar-se dentro de uma
modalidade tanto intelectual, como existencial.
Obviamente, esta classificação não pretende uma divisão em compartimentos
estanques; trata-se muito mais de predominância em um sentido passivo ou ativo, existencial
ou intelectual.
Passemos à análise destas posturas. A experiência negativa apresenta-se como
passividade intelectual na consciência da própria ignorância. Não se trata da ignorância em si
mesma, mas da ignorância que se sabe ignorante. Esta experiência consiste, portanto, em não
conhecer a realidade em viver dentro de uma realidade que lhe permanece alheia, estranha.
Quando o homem toma consciência deste estranho da realidade, rompe-se, em certa medida, a
sua postura dogmática, pois esta tomada de consciência provoca um sentimento de separação,
de isolamento. Encontramos aqui uma modalidade de experiência negativa, porque o
sentimento do real – das coisas ou de mim mesmo – como que se esfuma dando origem a um
sentimento de perda de si dentro da realidade. O homem não sabe ou sabe apenas que é
ignorante.
Através de um exemplo poderemos compreender melhor esta experiência. A eficiência
de um operário depende de uma certa familiaridade com o instrumento de seu trabalho, a
ponto de poder reduzir o seu comportamento a um certo automatismo. Sua eficiência deriva,
pois, da segurança do seu agir. Se o seu instrumento, contudo, vier a falhar a sua segurança
fica comprometida. Deverá interromper o seu trabalho e deter-se em seu instrumento. Neste
deter-se talvez descubra que não domina algo em seu instrumento, que este lhe esconde
qualquer coisa. Se isto acontecer, o operário passa de um estado de ignorância à consciência
da ignorância, fazendo com o que desapareça sua familiaridade com o instrumento.
Na experiência da ignorância o homem se descobre fundamentalmente passivo, no
sentido de que a sofre, podendo ou não reagir contra ela. Porém existe uma modalidade de
experiência negativa intelectual que é ativa: a dúvida.
A dúvida em um sentido não niilista, nós a encontramos em Husserl. Se a tese geral
supõe um homem perdido no mundo dos objetos, a filosofia deve, segundo Husserl, salvar o
homem desta perda, iniciativa que só processa através de uma dúvida.
Suspende-se a existência do mundo, não o negando, mas pondo-o “entre parênteses”,
com a finalidade de fazer com que o homem se volte para si através de uma reflexão radical.
Assim, o “objetivismo” da postura dogmática desaparece, é abandonado, instaurando-se a
filosofia, pois o caminho que leva à perda do mundo é invertido e orientado para a
subjetividade do sujeito. O processo de redução permite voltar ao fundamento subjetivo de
todas as coisas.
Por mais diversas que sejam as modalidades de dúvida, há um traço comum que as
aparenta: em algum sentido se verifica um desligamento do mundo e uma queda em si do
sujeito, reduzindo-se a realidade (de modo provisório ou não) a um eu voltado de costas para
o real.
A experiência negativa pode dar-se num comportamento de passividade existencial, na
qual o sentido da realidade se esvai como que a despeito do homem, independente de seu
querer: ele sofre a perda do mundo. Verifica-se uma espécie de passividade, na qual o
indivíduo se torna apático e até mesmo abúlico com uma intensidade maior ou menor. Todo o
comportamento do homem tende a perder a sua razão de ser, na medida em que a realidade
perde sentido.
“[...] Se nada me impede de salvar a minha vida, nada me impedirá de precipitar-me
para o abismo” (SARTRE, 1983, p. 97), diz Sartre. E continua: “[...] o suicídio fará cessar a
angústia” (SARTRE, 1983, p. 99).
Qual a causa – próxima ao menos – deste estado de prostração existência? Em certos
casos ela pode ser reconhecida. Um estado de desespero é provocado, por exemplo, por uma
doença grave ou incurável, ou pelo descontrole que pode acompanhar a perda de um ente
querido: a saúde ou a pessoa amada davam à existência uma dimensão que ela agora veio a
perder.
A própria consciência da morte ou, simplesmente, da brutalidade da condição humana
podem estar na raiz de um comportamento de recusa, de desilusão ou de um conformismo que
esconde a face do desespero.
Outras vezes, a causa deste estado negativo não chega a ser tão claramente
reconhecida, e lucidez é substituída pela vivência da agressividade sofrida, por um sentir-se
roubado em sua razão de ser, cujas raízes escapam à consciência. De qualquer maneira, o
negativo avassala o homem independentemente de sua vontade.
Jean-Paul Sartre, em seu romance A Náusea, descreveu com um requinte excepcional
a experiência da náusea – umas das modalidades de experiência negativa existencial passiva.
Inicialmente, o personagem do romance, Roquentin, vive em um mundo pleno de
sentido, mas fundamentalmente dogmático. Retira-se para uma pequena cidade de província a
fim de dedicar-se ao estudo biográfico de um político de estatura menor.
Toma essa atitude porque o seu trabalho e todos os seus pressupostos tem sentido: a
história humana tem sentido.
Em determinada altura, contudo, sem que ele saiba porque, é invadido pela
experiência da náusea. A princípio sente-a de maneira fraca e pouco considerável, mal
atingindo as suas pesquisas. Mas, aos poucos, estas experiências, repetindo-se, tomam vulto,
chegando a abalar profundamente, totalmente, o mundo dogmático em que até então
Roquentin vivera. A náusea termina por invadir sua própria substância, motivando a
instauração nele de uma nova visão da realidade.
Em certo momento o personagem tem uma “iluminação” e escreve:
Gostaria tanto de me abandonar, me esquecer, dormir. Mas não posso, eu
sufoco: a existência me penetra de todos os lados, pelos olhos, pelo nariz,
pela boca... E de repente, num instante, o véu se rasga, eu compreendi, eu vi.
Não posso dizer que me sinta aliviado ou contente; ao contrário, isso me
esmaga. Mas minha finalidade foi atingida: eu sei o que queria saber; tudo o
que me aconteceu depois do mês de janeiro, eu compreendi. A náusea não
me abandonou e não creio que me abandone tão cedo; mas já não sofro, não
é mais uma doença ou uma febre passageira, eu sou a náusea. (SARTRE,
1958, p. 159).
A náusea sempre é sofrida; mas no início ela acontece sem ser compreendida, para, em
certa altura, tornar-se lúcida, uma espécie de revelação: a náusea como sendo o próprio do
homem, embora não seja exclusividade sua, pois além da existência humana, invade também
a história e o próprio mundo exterior, da natureza.
Éramos um monte de existente constrangidos, embaraçados de nós mesmos,
sem a mínima razão de estarmos aí, nem uns nem os outros, cada existente,
confuso e vagamente inquieto sentia-se demais em relação aos outros.
Demais: esta é a única relação que posso estabelecer entre estas árvores,
estas grades, estes seixos. [...] e eu – frouxo, enfraquecido, obsceno,
digerindo, agitando mornos pensamentos – eu também era demais
(SARTRE, 1958, p. 161-162).
Donde também o absurdo:
E sem nada formular com clareza; compreendi que tinha encontrado a chave
da existência, a chave de minhas náuseas, de minha própria vida. Em
verdade, tudo que passei a aprender se reduz a esta absurdidade fundamental.
[...] Mas eu, há pouco, fiz a experiência do absoluto, do absoluto ou do
absurdo. (SARTRE, 1958, p. 190-191).
E sobre a história afirma: “A história fala do que existiu – jamais um existente pode
justificar a existência de outro existente”. Assim, tudo se transforma em náusea, e eu estou na
náusea, ela se identifica com meu próprio ser. A realidade toda, portanto, perde o seu sentido,
e eu mesmo me perco dentro deste sem-sentido, restando apenas a amargura do meu próprio
vazio, a compreensão de que eu sou contingência radical, um nada de ser. Com as palavras do
próprio Sartre:
“O essencial é a contingência. Quero dizer que, por definição, a existência não é uma
necessidade” (SARTRE, 1958, p. 193). A óbvia conclusão é que “todo existente nasce sem
razão, se prolonga por fraqueza e morre por acaso” (SARTRE, 1958, p. 228). E assim o
absurdo é o ponto final da realidade.
Conclusão
O importante a observar em experiências como a da náusea ou a da angústia é
precisamente esta perda de sentido do real, que faz com que o próprio homem sofra como que
uma diminuição, destruindo a tese geral da existência dogmática. O sentido de familiaridade é
substituído pela experiência da separação, da ruptura.
A nosso ver, a passividade existencial negativa pode ser transcendida por dois
itinerários básicos.
No primeiro, o homem pode entregar-se e sucumbir diante da experiência negativa
adotando, então, uma visão pessimista da realidade ou assumindo, simplesmente, a
indiferença, a neutralidade diante de tudo e de todos.
Mas o homem também pode enveredar pelo itinerário oposto, isto é, buscar a
superação da experiência negativa na medida em que isto depender de suas forças. E nesta
superação, ou bem ele volta ao mundo familiar e dogmático, ao mundo das sombras,
neutralizando o efeito daquela experiência radical; ou então, contrariamente, emprenha-se
naquela experiência buscando extrair de sua dimensão existencial todo o significado humano
que possa oferecer.
A angústia e náusea são sofridas pelo homem a despeito de si, pois o homem prefere o
mundo em que vive, e por isso estas experiências se tornam insuportáveis. No mais, o homem
não pode controlá-las ou pode-o somente em parte.
Há ainda outra modalidade de experiência negativa, também existência, na qual nós
encontramos um homem, não dominado e passivo, mas ativo e lúcido: trata-se do “homem
revoltado”.
Realmente o “homem revoltado”, não sofre apenas a perda do mundo; porém, muito
mais, ele não quer o mundo, recusa-o, revolta-se contra o mundo, combate-o. O
comportamento, neste caso, não se reduz somente a um sentir-se isolado, mas a um querer-se
isolado, a uma espécie de teimosia na separação, que implica, em última análise, numa
vontade de destruição, de “nadificar e de ser nadificado”, “sartreamente” falando.
Enfim, a consciência do homem revoltado supõe o mesmo processo básico das demais
experiências negativas já descritas. O homem vive em um mundo feito, suficiente em sua
organização e fundamentalmente adaptado à ela, até que um dia se ergue o “por que?”, donde
pode decorrer um sentimento de dissonância com este mundo, a vivência de uma ruptura, a
rebeldia que traz como consequência o isolamento, a separação, a até mesmo a experiência do
absurdo, da perda de sentido da realidade.
Francisco Fernandes Ladeira
REFEFÊNCIAS
SARTRE, Jean-Paul. El Ser e La Nada: Ensayo de Onotología Fenomenológica. Traducción
de Juan Valmar. 7. ed. Editorial Losada S.A: Buenos Aires, 1983.
SARTRE, Jean-Paul. La Nausée. Paris. Gallimard. 1958. Tradução Thiago Adão Lara.
08 março 2011
"TENHO AINDA MUITO QUE VOS DIZER, MAS NÃO O PODEIS SUPORTAR AGORA."
No tempo de Jesus, os homens não estavam à altura de compreender a verdade espiritual – O Mestre prometeu e, no momento oportuno, enviou ao mundo o Consolador – Como a história se repete. “Jesus Cristo disse: Enviarei o Consolador. E ele já veio, mas o mundo ainda não o sabe!” Estas palavras foram proferidas por um dos mais notáveis escritores contemporâneos, sir Arthur Conan Doyle, na sessão de abertura do Congresso Espírita Internacional, realizado em Londres, de 7 a 12 de setembro de 1928. O que é esse Consolador, prometido por Jesus? É aquele Espírito de esclarecimento e de justiça, que viria lembrar o que Jesus ensinara, completar o seu ensino e guiar o homem “a toda a verdade”. E quem disse essas coisas a seu respeito, senão o próprio Mestre, como vemos em João, 14 e 16? Há quem afirme que Jesus ensinou tudo e nada deixou para outros ensinarem. Mas, quem pode ter autoridade para desmentir o Mestre, uma vez que foi ele mesmo quem afirmou: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas não o podeis suportar agora; quando vier, porém, aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará a toda a verdade”. (João, 16:12-13). Quem disse, pois, que não havia completado o seu ensino, foi o próprio Senhor. E fez mais, prometendo o Espírito de Verdade, para o completar. Os teólogos explicam, por várias maneiras, esta passagem, ajustando-as a seus diversos sistemas. Mas Kardec acentua, no capítulo sexto de O Evangelho segundo o Espiritismo, com simplicidade e clareza: “Se o Espírito de Verdade deve vir mais tarde, para ensinar todas as coisas, é que nem tudo foi dito por Jesus Cristo; e se vem recordar o que Ele disse, é porque isso foi esquecido ou mal compreendido”. Em João 16:12, a razão da vinda do Espírito da Verdade está bem esclarecida. Jesus afirma que os homens do sem tempo ainda não podiam suportar a verdade em sua plenitude. Isso é tão claro como a luz meridiana. E a história nos mostra que assim era, de fato, pois os homens acabaram misturando os ensinos de Jesus com religiões e filosofias pagãs, para construírem sistemas de cultos e de teologia que não foram ensinados pelo Mestre. A Reforma Protestante foi um grande esforço para libertar o Cristianismo dos enxertos pagãos. E foi também o primeiro sinal do Espírito de Verdade, que viria logo mais, fora das igrejas e das organizações sacerdotais, exatamente como acontecera na vinda de Jesus, para lembrar aos homens a essência dos ensinos do Mestre e dar-lhes a explicação exata do processo da vida. Compreende-se, assim, a expressão de Conan Doyle. O grande escritor lamentava a incompreensão da maioria dos homens, que repetem em nossos dias a mesma atitude dos judeus no tempo de Jesus. O Espírito da Verdade veio ao mundo na hora precisa. E é ainda Kardec quem melhor o esclarece, no seu livro A gênese. Porque foi necessário que os homens trabalhassem durante quase dois milênios, aprimorando seus conhecimentos e elevando o seu mental, para se tornarem capazes de o compreender. Quem ensina, pois, através do Espiritismo, não é Kardec, nem são os kardecistas, mas o Espírito de Verdade, entidade angélica, superior, enviada do Cristo, seguida por uma grande falange de Espíritos do Senhor. A promessa de cumpriu, e felizes os que têm olhos para ver a sua realização na terra! O mais curioso, porém, em tudo isso, é que as acusações formuladas a Jesus, aos seus discípulos e à sua doutrina, por judeus, gregos e romanos, são repetidas hoje, por cristãos e não-cristãos, ao Espírito de Verdade e seus servidores. O Espiritismo é acusado, inclusive, de não possuir um sistema ético, quando esse sistema é o do próprio Cristo. A moral espírita não é outra senão a moral evangélica, como qualquer pessoa desapaixonada pode ver, na simples leitura de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho segundo o Espiritismo. Os espíritas são acusados de bruxos, de feiticeiros, como os cristãos primitivos o foram. E nega-se a filosofia espírita, da mesma maneira por que os estóicos, os epicuristas e os céticos negavam a filosofia cristã, e os sacerdotes judeus e pagãos negavam valor filosófico a Jesus e aos seus seguidores. Graças a Deus, os espíritas estão aprendendo a sua doutrina, penetrando mais a fundo na essência poderosa do Evangelho de Jesus, que os ajuda a se transformarem, e assim já não aceitam esses desafios antifraternos. Preferem manter-se firmes em seus princípios, confiantes na força da verdade, e responder às agressões com esclarecimentos. Não consideramos as interpretações evangélicas dos outros, as formas religiosas alheias, como simples formas de divertimento. Aprendemos, no Evangelho, a respeitar os sentimentos e as convicções dos demais. Aquele que nos ensinou o amor como base da vida espiritual, e nos mandou amar até os inimigos, não aprovaria, certamente, nossas agressões sectárias a irmãos de outras crenças. Esta seção não tem finalidade polêmica. É uma porta aberta ao público leitor, para conhecimentos da doutrina espírita, como as seções católicas e protestantes o são, com referência às respectivas doutrinas. Mas, quando irmãos de outras crenças vêm bater, ansiosos e aflitos, à nossa porta, não podemos recusar-lhes a hospitalidade. Que Jesus nos ampare, a fim de não nos desviarmos, nunca, do nosso objetivo, que é revelar, a todos os que se interessam pela verdade, aquilo que o Espírito de Verdade nos Ensinou, através da doutrina consoladora do Espiritismo
Trecho do livro O mistério do bem e do mal (J. Herculano Pires)
04 março 2011
FALTA DE FORMAÇÃO DOUTRINÁRIA
Depois de Denis, foi o dilúvio. A Revista Espírita virou um saco de gatos. A sociedade Parisiense naufragou em águas turvas. A Ciência e a Filosofia Espíritas ficaram esquecidas. O aspecto religioso da Doutrina transviou-se na ignorância e no fanatismo. Os sucessores de Kardec fracassaram inteiramente na manutenção da chama espírita, na França. E, quando a Arvore do Evangelho foi transplantada para o Brasil, segundo a expressão de Humberto de Campos, veio carregada de parasitas mortais que, ao invés de extirpar, tratamos de cultivar e aumentar com as pragas da terra.
Tudo isso por quê? Por falta pura e simples de formação doutrinária. A prova está aí, bem visível, no fluidismo e no obscurantismo que dominam o nosso movimento no Brasil e no Mundo. Os poucos estudiosos, que se aprofudaram no estudo de Kardec, vivem como náufragos num mar tempestuoso, lutando, sem cessar, com os mesmos destroços de sempre. Não há estudo sistemático e sério da Doutrina. E o que é mais grave, há evidente sintoma de fascinação das trevas, em vastos setores representativos que, por incrível que pareça, combatem por todos os meios o desenvolvimento da cultura espírita.
Enquanto não compreendermos que Espiritismo é cultura, as tentativas de unificação do nosso movimento não darão resultados reais. Darão aproximações arrepiadas de conflitos, aumento quantitativo de adeptos ineptos, estimulação perigosa de messianismos individuais e de grupos. Flamarion, que nunca entendeu realmente a posição de Kardec, e chegou a dizer que ele fez obra um tanto pessoal, como se vê no seu famoso discurso ao pé do túmulo, teve, entretanto, uma intuição feliz quando o chamou de bom senso encarnado.
Esse bom senso é que nos falta. Parece haver se desencarnado com Kardec, e volatizado com Denis. Hoje, estamos na era do contra-senso. Os mesmos órgãos de divulgação doutrinária que pregam o obscurantismo, exibem pavoneios de erudição personalista, em nome de uma cultura inexistente. Porque cultura não é erudição, livros empilhados nas estantes, fichário em ordem para consultas ocasionais. Cultura è assimilação de conhecimentos e bom senso em ação.
O que fazer diante dessa situação? Cuidar da formação espírita das novas gerações, sem esquecer a alfabetização de adultos. Mobral: esse o recurso. Temos de organizar o Mobral do Espírito. E começar tudo de novo, pelas primeiras letras. Mas, isso em conjunto, agrupando elementos capazes, de mente arejada e coração aberto. Foi por isso que propus a criação das Escolas de Espiritismo, em nível universitário, dotadas de amplos currículos de formação cultural espírita.
Podem dizer que há contradições entre Mobral e nível universitário. Mas, nota-se, que falamos de Mobral do Espírito. A Cultura Espírita é o desenvolvimento da cultura acadêmica, é o seguimento natural da cultura atual, em que se misturam elementos cristãos, pagãos e ateus. Para iniciar-se na cultura espírita, o estudante deve possuir as bases da cultura anterior. "Tudo se encadeia no Universo", como ensina, repetidamente, O Livro dos Espíritos. Quem não compreende esse encadeamento, tem de iniciar pelo Mobral. Não há outra forma de adaptá-lo às novas exigências da nova cultura.
A verdade nua e crua é que ninguém conhece Espiritismo. Ninguém, mesmo, no Brasil e no Mundo. Estamos todos aprendendo, ainda, de maneira canhestra.
E se me permito escrever isto, é porque aprendi, a duras penas, a conhecer a minha própria indigência. No Espiritismo, como já se dava no Cristianismo e na própria filosofia grega, o que vale é o método socrático.
Temos, antes de tudo, de compreender que nada sabemos. Então, estaremos, pelo menos, conscientes de nossa ignorância e capazes de aprender.
Mas, aprender com quem? Sozinhos, como autodidatas, tirando nossas próprias lições dos textos, confiantes nas luzes da nossa ignorância? Recebendo lições de outros que tateiam como nós, mas que estufam o peito de auto-suficiência e pretensão? Claro que não. Ao menos isso devemos saber. Temos de trabalhar em conjunto, reunindo companheiros sensatos, bem intencionados, não fascinados por mistificações grosseiras e evidentes, capazes de humildade real, provada por atos e atitudes. Assim conjugados, poderemos aprender de Kardec, estudando suas obras, mergulhando em seus textos, lembrando-nos de que foi ele e só ele o incumbido de nos transmitir o legado do Espírito da Verdade.
Kardec é a nossa pedra de toque. Não por ser Kardec, mas por ser o intérprete humilde que foi, o homem sincero e puro a serviço dos Espíritos Instrutores.
É o que devemos ter nas Escolas de Espiritismo.
Não Faculdades, nem Academias, mas, simplesmente, Escolas. O sistema universitário implica pesquisas, colaboração entre professores e alunos, trabalho conjugado e sem presunção de superioridade de parte de ninguém. O simpósio e o seminário, o livre-debate, enfim, é que resolvem, e não o magister do passado. O espírito universitário, por isso mesmo, é o que melhor corresponde à escola espírita. Num ambiente assim, os Espíritos Instrutores disporão de meios para auxiliar os estudantes sinceros e despretensiosos.
A formação espírita exige ensino metódico mas, ao mesmo tempo, livre. Foi o que os Espíritos deram a Kardec: um ensino de que ele mesmo participava, interrogando os mestres e discutindo com eles. Por isso, não houve infiltração de mistificadores na obra inteiriça, nesse bloco de lógica e bom senso, que abrange os cinco livros fundamentais de Codificação, os volumes introdutórios e os volumes da Revista Espírita, redigidos por ele durante quase doze anos de trabalho incessante.
Essa obra gigantesca é a plataforma do futuro, o alicerce e o plano de um novo mundo, de uma nova civilização. Seria absurdo pensar que podemos dominar esse vasto acervo de conhecimentos novos, de conceitos revolucionários, através de simples leituras individuais, sem método e sem pesquisa. Nosso papel, no Espiritismo, tem sido o de macacos em loja de louças. E incrível a leviandade com que oradores e articulistas espíritas tratam de certos temas, com uma falsa suficiência de arrepiar, lançando confusões ridículas no meio doutrinário. Temos de compreender que isso não pode continuar. Chega de arengas melífluas nos Centros, de oratória descabelada, de auditórios basbaques, batendo palmas e palavreado pomposo. Nada disso é Espiritismo. Os conferencistas espíritas precisam ensinar Espiritismo - que ninguém conhece - mas para isso precisam, primeiro aprendê-lo.
Precisamos de expositores didáticos, servidos por bom conhecimento doutrinário, arduamente adquirido em estudos e pesquisas. Expor os temas fundamentais da Doutrina, não é falar bonito, com tropos pretensamente literários, que só servem para estufar vaidade, à maneira da oratória bacharelesca do século passado.
Esse palavrório vazio e presunçoso não constrói nada e só serve para ridicularizar o Espiritismo ante a mentalidade positiva e analítica do nosso tempo.
Estamos numa fase avançada da evolução terrena.
Nossa cultura cresceu espantosamente nos últimos anos e já está chegando à confluência dos princípios espíritas em todos os campos. A nossa falta de formação cultural espírita não nos permite enfrentar a barreira dos preconceitos para demonstrar ao mundo que Espiritismo, como escreveu Humberto Mariotti, é uma estrela de amor que espera no horizonte do mundo o avanço das ciências. E curiosa e ridícula a nossa situação.
Temos o futuro nas mãos e ficamos encravados no passado mitológico e nas querelas medievais.
Mas, para superar essa situação, temos de aprender com Kardec. Os que pretendem superar Kardec, não o conhecem. Se o conhecessem, não assumiriam a posição ridícula de críticos e inovadores do que, na verdade, ignoram. Chegamos a uma hora de definições.
Precisamos definir a posição cultural espírita perante a nova cultura dos tempos novos. E só faremos isso através de organismos culturais bem estruturados, funcionais, dotados de recursos escolares capazes de fornecer, aos mais aptos e mais sinceros, a formação cultural de que todos necessitamos, com urgência.
Texto retirado do livro O Mistério do Bem e do Mal ( J. Herculano Pires)
02 março 2011
TESTAMENTO NATURAL
Alguém pode, sem dúvida, retirar-se da atividade cotidiana com o pretexto de garantir-se contra os erros do mundo, mas enquanto respira no mundo, ainda que o não deseje, prossegue consumindo os recursos dele para viver.
Qualquer pessoa, dessa forma, deixa ao desencarnar, a herança que lhe é própria.
No que se refere às posses materiais, há no mundo testamentos privados, públicos, conjuntivos, nuncupativos, entretanto, as leis divinas escrituram igualmente aqueles de que as leis humanas não cogitam, os testamentos naturais que o espírito reencarnado lega aos seus contemporâneos através dos exemplos. Aliás, é preciso recordar que não se sabe, a rigor, de nenhum testamento dos miliardários do passado que ficasse no respeito e na memória do povo, enquanto que determinados gestos de criaturas desconsideradas em seu tempo são religiosamente guardados na lembrança comum.
Apesar do caráter semilendário que lhes marcam as personalidades, vale anotar que ninguém sabe onde teriam ido os tesouros de Creso, o rei, ao passo que as fábulas de Esopo, o escravo, são relidas até hoje, com encantamento e interesse, quase trinta séculos depois de ideadas.
A terra que mudou de dono várias vezes não é conhecida pelos inventários que lhe assinalaram a partilha e sim pelas searas que produz.
Ninguém pode esquecer, notadamente o espírita, que, pela morte do corpo, toda criatura deixa a herança do que fez na coletividade em que viveu, herança que, em algumas circunstâncias, se expressa por amargas obsessões e débitos constringentes para o futuro.
Viva cada um, de tal maneira que os dias porvindouros lhe bendigam a passagem.
Queira ou não queira, cada criatura reencarnada, nasceu entre dois corações que se encontram por sua vez ligados à certa família – família que é célula da comunidade.
Cada um de nós responde, mecanicamente, pelo que fez à Humanidade na pessoa dos outros.
Melhoremos tudo aquilo que possamos melhorar em nós e fora de nós.
Nosso testamento fica sempre e sempre que o mal lhe orienta os caracteres é imperioso recomeçar o trabalho a fim de corrigi-lo.
Ninguém procure sonegar a realidade, dizendo que os homens são como as areias da praia, uniformes e impessoais, agitados pelo vento do destino.
A comunidade existe sempre e a pessoa humana é uma consciência atuante dentro dela.
Até Jesus obedeceu a semelhante dispositivo da vida.
Espírito identificado com o Universo, quando no mundo, nasceu na Palestina e na Palestina teve a pátria de onde nos legou o Evangelho por Testamento Divino.
Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Chico Xavier.