29 janeiro 2012

A DEPRESSÃO NA VISÃO ESPÍRITA

Nossa formação acadêmica e experiência profissional não nos credencia a abordar o assunto tema dessa nossa reunião de estudo pelo lado profissional.

Mas nossa experiência com o atendimento fraterno e com o tratamento de saúde na Casa Espírita ao longo de alguns anos, nossos estudos pessoais (através das obras de autores como Joanna de Ângelis, Miramez, Divaldo P. Franco, Dr. Izaias Claro, Dr. Jason de Camargo, Dr. Milton Menezes, Dr. José Carlos Frutuoso, por exemplo) e por meio de participação em palestras com profissionais na área de Psicologia e Psiquiatria, nos dão condições, como espírita cristão que somos, de abordar perfeitamente os temas psicológicos que Jesus abordou... Afinal, o Evangelho de Jesus é público e está ao alcance de todos.

Jesus foi e prossegue sendo um psicoterapeuta por excelência. O que aconteceu ao longo da história é que o homem envolveu e atribuiu muitas vezes a uma mística e a uma pregação exclusivamente evangélica a mensagem de Jesus... Colocando-a muitas vezes alienada e longe das aflições humanas, inclusive nesse aspecto em particular que falamos hoje, ou seja a depressão.

Mas todos aqueles que fizerem uma releitura do Evangelho à luz da Psicologia moderna, perceberão que Jesus na realidade antecipou-se à própria Psicologia.


Significados no Dicionário

Melancolia

1- Estado mórbido de tristeza e depressão. Estado de languidez e tristeza indefinida.

2- Afecção mental caracterizada por depressão em grau variável, sensação de incapacidade, perda de interesse pela vida... Podendo evoluir para ansiedade, insônia, delírio de auto-acusação e até a tendência ao suicídio. Lembramos aqui Judas Iscariotes que suicidou-se devido ao sentimento de culpa por ter denunciado Jesus e por não ter estrutura psicológica para reerguer-se dessa culpa.

Depressão

Distúrbio mental caracterizado por adinamia, desânimo, sensação de cansaço e cujo quadro muitas vezes inclui ansiedade em maior ou menor grau.

Adinamia

Estado de prostração física e/ou moral.


Breve Histórico sobre a Depressão

No século passado, a depressão era chamada de “melancolia” e também de “doença da afetividade”. A pessoa perde a afetividade pelos entes queridos.

Até então se acreditava que o ser humano pensava pelo fígado e amava com o coração (hoje, nós espíritas já sabemos que o espírito é quem governa o corpo e não o contrário).

Por isso é que o mal humor era encarado como um estado físico e se aproximava das chamadas “coisas do pensamento”.

Naqueles tempos, pensava-se que o fígado dos melancólicos estava saturado de fluidos doentes aos quais dava-se o nome de bílis negra, que era segregada pelo fígado devido aos maus pensamentos.

Até hoje usamos a expressão “preciso desopilar meu fígado” (ou seja, botar pra fora o mau humor, rir um pouco, etc.). Isso é uma prova do que ficou da cultura daquela época.

Acreditava-se que para o excesso de bílis-negra, a terapêutica indicada era a sangria, a ingestão de laxantes e de vomitórios... O que gerava alto índice de desidratação chegando a ser mortal... E também não trazia nenhum resultado confiável (vemos isso nos filmes de capa e espada).

Paralelamente, a vaso-constrição (que é o aperto ou relaxamento... agradável ou desagradável) que se sente quando temos boas ou más emoções... Era confundida com os sentimentos de amor e raiva... Um aperto no coração... Daí porque acreditava-se que “o coração era a sede do amor”.

Esses fatos, idéias e pensamentos se deram na Idade Média, até a metade do Século 16, após o início do pensamento renascentista (na época, Michelangelo pintava o teto da Capela Cistina e ele já dava claras mostras de sofrer de melancolia).

Mas no século 16, pela 1ª vez se usa a palavra Depressão.

A pessoa de Shakespeare, naquela época, era famosa também pela sua melancolia (vide a peça Hamlet).


Levando o Cérebro em Consideração

Mas no Século 17, começou-se a estudar e a se levar em consideração o cérebro humano... E desde aí o enfoque dado à depressão começou a mudar muito.

Um psiquiatra americano descobre que a qualidade de irrigação dos vasos sanguíneos dos neurônios cerebrais é responsável também pelos distúrbios neuróticos, pela esquizofrenia e por outras manifestações psicóticas.

No Século 19, temos personalidades famosas e depressivas como Leon Tolstoi e Schuman (músico famosíssimo que suicidou-se em plena crise depressiva).

No século 20, a Psiquiatria classifica depressão como Unipolar e Bipolar:

Unipolar - tristeza, desinteresse pela vida, prostração;
Bipolar - delírios, alucinações visuais e auditivas, síndrome de super-homem, etc.

Em 1940, descobre-se que o ser humano possui cerca de 5 bilhôes de neurônios. A expectativa de vida era de 40 anos de idade, e com 50 anos a pessoa já era considerada velha, praticamente incapaz de aprender.

Em 1950, com a invenção do microscópio eletrônico, descobre-se que o homem possui cerca de 50 bilhões de neurônios e dos quais morrem 15.000 por dia. A espectativa de vida sobe para 50 anos, e para 60 anos a chamada “velhice”.

Em 1970, descobre-se que o ser humano possui não 50, mas 70 bilhôes de neurônios, e a Neurofisiologia conclui que por mais neurônios que percamos temos uma reserva técnica para mais 2 vidas cerebrais!

No entanto, nos dias atuais constata-se claramente que não existe a chamada “terceira idade”, mas sim a “melhor idade”, como diz com alegria Divaldo P. Franco numa de suas palestras.

No século 20, comprovamos isso, lembrando alguns exemplos de nomes tais como: Chico Xavier, Madre Tereza de Calcutá, Golda Meyer, Charles de Gaulle e tantos outros... Mas, certamente, os irmãos vão se lembrar de outros irmãos bem pertinho da gente que são exemplos de pessoas que vivem de bem com a vida...

Só é velho quem se considera velho, afirmam os bons espíritos... Ser velho é um “estado de espírito”... Confiram isso nas bibliotecas e nas livrarias das nossas Casas Espíritas...

Entre 1990 e 2000, descobre-se que o homem possui de 75 a 100 bilhôes de neurônios (Divaldo brinca que os homens possuem alguns bilhôes a mais... Mas que não servem para nada).

Conforme o Dr. Izaias Claro, as mulheres possuem fatores mais específicos do que o homem e que a predispõe à depressão... Numa abordagem muito simplista, são fatores psicológicos, fisiológicos, hormonais, emocionais...

Existe uma proporção registrada de cerca de 5 mulheres com depressão para cada homem. Mas esse número é muito relativo... Pois tem-se que considerar que as mulheres extravasam mais suas emoções, enquanto que os homens maquiam muito mais as suas próprias emoções...

Por questões sócio-culturais e outras, o homem busca compensações que mascaram a sua realidade emocional... Bares, futebol, esquinas, etc...

As mulheres buscam ajuda mais rápido... Os homens nem tanto... Os números falados e registrados são esses... Mas bem que poderiam ser outros...


A Inteligência

A inteligência nos foi dada por Deus para que pudessemos evoluir nos planos material e espiritual.

Toda essa tecnologia que estamos vendo no mundo é produto da inteligência do homem... E inteligência, nós espíritas já sabemos, é uma propriedade que pertence ao espírito e não ao corpo.

Não faz sentido evoluir somente na tecnologia e no plano material, porque isso limita a perspectiva do homem e da vida.


Um Pouco sobre os Neurônios

As teorias bioquímicas mostram o substrato bioquímico da depressão. Há hoje no mercado os antidepressivos que agem na recaptação da serotonina, por exemplo, e ela, mantendo um nível de ação mais prolongado sobre os neurônios em determinada área cerebral, equilibra o depressivo.

Por isso, vê-se por aí as pessoas falando sobre problemas cerebrais e neurônios, querendo justificar a depressão exclusivamente sob esse ângulo, colocando somente no cérebro físico a responsabilidade sobre a causa dessa doença.

Mas, no fundo, o estado bioquímico do indivíduo, é apenas reflexo da alma, reflexo de ações desta vida, ou de outras vidas, por causas diversas, como por exemplo, sentimentos de culpa, sentimentos de menos valia, covardia perante as lutas, suicídios passados, orgulho ferido, medo de enfrentar as provas, etc...

Se há alteração neuro-bioquímica, há necessidade de assistência médica especializada e de medicação, mas também de uma grande dose de esforço e vontade, para a alma voltar ao equilíbrio.

Com a medicação, temos a ação do medicamento agindo sobre o efeito que se manifesta no corpo... Mas com a perseverança da vontade, com o estudo, com a fé em Deus, com o trabalho no bem, se estará agindo sobre verdadeira causa, que está no espírito... Aí o equilíbrio retornará, o equilíbrio físico/psíquico.

A depressão, como vimos, tem a ver com humor, melancolia, emoções, sentimentos, afetos, tristeza, amor, desamor... E isso não é sentido no/e pelo cérebro... Esses sentimentos e sensações são território de domínio do espírito, e portanto requer uma revisão na conduta da pessoa e uma reforma íntima de atitudes diante da vida...

Conclusão: A Inteligência, portanto, não está no cérebro e se não está nele também não está nos neurônios em si!

Os estudos dos neurônios e das redes sinápticas (rede de conexão entre neurônios vizinhos) tem levado os cientistas a descobertas surpreendentes no conhecimento químico cerebral, chamando a atenção para os elementos neuroquímicos, porque é através deles que veiculam as mensagens não somente dentro do cérebro, mas também por todo o corpo humano!

Determinados distúrbios de comportamento são originados pelo excesso ou pela falta dessa ou daquela substância química no cérebro. Muitíssimo bem... Mas então qual o fator que determina esse excesso e a falta de substâncias químicas? O que dispara isso? Onde está o gatilho do disparo ou o freio da contenção? Quem é o sujeito que providencia excesso ou falta?

Exemplo:

Em 1984, na Universidade de Iowa nos Eua, um psiquiatra descobriu que no cérebro dos esquizofrênicos existe deficiência na metabolização (processamento) do aminoácido serina (que é encontrado na maioria dos alimentos que possuem proteínas).

Essa serina é a substância que equilibra a glicina, que regula o nível da dopamina.

A dopamina então acaba sendo produzida em excesso e surge então esquizofrenia.

Mas por que existe a essa deficiência da metabolização? A Ciência busca sempre, e cada vez mais, explicação para os fatos... E é por isso que:

- já existe a ABRAPE – Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas;
- já existe a AME – Associação Médico Espírita;
- o aumento de número de médicos e outros doutores na ciência que aderem a Ciência Espírita;
- já houve a fundação da UniEspírito – Universidade Internacional de Ciências do Espírito (www.uniespirito.com.br), que busca os pontos de encontro entre Filosofia, Ciência e Religião, abordando o homem de uma forma integral, ou seja, bio-psico-socio-espiritual, fundada em 25 de janeiro de 2004;
- já existem cerca de 100 hospitais espíritas no Brasil;
- o ESDE já é feito até pela Internet, e até em espanhol (www.espiritismo.cc);
- a partícula Deus já está em discussão (Boson de Higgs – átomo, elétrons, prótons, nêutrons e outras).

As provas estão aí... O Homem já começa a esbarrar fortemente com o perispírito e o espírito nas pesquisas científicas.


-> Ler parte do Livro Além da Matéria – Robson Pinheiro / Joseph Gleber


Necessidade do Tratamento Médico na Depressão

Enfatizamos com veemência que depressão requer cuidados médicos especializados... Existe necessidade de uma medicação bem dosada e muitas vezes combinada, controlada invidualmente pelos médicos para cada caso, visando a regularização do processo bioquímico do cérebro... Exigindo acompanhamento psicoterápico... Mas também requer cuidados espirituais...

Não somos só corpo... Somos espírito também... Já sabemos que o espírito comanda o corpo e que, por ser imortal, é preciso mudar pensamentos e atitudes para manter o equilíbrio da vida orgânica... Se algo estiver desequilibrado nela...

E é bom lembrar que a depressão também não está vinculada exclusivamente a quadros de influenciação externa obsessiva... (obsessão). Mas que, sem dúvida, podem e vão facilitar esse fato pelo estado de desequilíbrio vibracional em que pode ficar o paciente.


Sentimentos e Emoções

O cérebro é o veículo de expressão da mente... Ele transmite as ordens ao corpo material... Mas não é a própria mente.

Entre expressar e ser existe uma distância incomensurável.

Como sabemos, os neurocientistas vêm localizando no cérebro as regiões correspondentes à fala, à audição, à visão, ao paladar, ao controle dos movimentos, etc...

Já conseguiram descobrir o percurso até de algumas emoções, bem como o trabalho dos neurônios no comando dos agentes psíquicos resultantes dessa energética em movimento.

Descobriram também que dependendo da emoção ou do sentimento, o cérebro atua na produção de certos hormônios e substâncias químicas correspondentes ao tipo de função psíquica exercitada naquele momento.


-> Ler parte do Livro Educação dos Sentimentos (Jason de Camargo)


Força de Vontade

Essa é a mola propulsora de toda essa tecnologia que vemos no mundo, de todos os avanços médicos, informática, mecânica, espacial, eletrônica...

Ela provém do “estado de espírito”, que tanto se fala por aí... O ser humano é efetivamente o que pensa...

Vejamos o exemplo de Júlio Iglesias que há 30 anos atrás sofreu um acidente no Canadá e ficou completamente paralítico... E que hoje canta e encanta o mundo com sua voz e sua música... (força de vontade).

O mesmo aconteceu com o cantor brasileiro do Grupo "Os Paralamas do Sucesso", Herbert Vianna, cuja esposa veio a fazer seu retorno a pátria espiritual... (força de vontade).

Aliás, cada um de nós deve ter conhecimento de casos semelhantes espalhados pelo mundo... E muitas vezes tão perto da gente... Seja com vizinhos, conhecidos, amigos, parentes... (força de vontade).

Queremos deixar bem claro que quando nos referimos ao “estado do espírito” falamos de sintonia vibracional desse espírito... Quanto ao seu positivismo ou não diante da vida... Do seu otimismo ou não diante dos problemas que o afligem... Da qualidade das suas ondas cerebrais costumeiras... Qualidade dos seus hábitos... Do respeito pelo corpo e pela vida... Do seu cuidado com sua evolução espiritual... Somos carne e espírito... Não podemos relegar nenhum dos dois... Tá lá no Evangelho...

Ítens para Reflexão

Neste ponto gostaríamos de deixar, naturalmente para reflexão de todos os presentes, encarnados e desencarnados, algumas questões:

- Estamos seguindo as prescrições do maior maior tratado de psicoterapia do mundo, que é o Evangelho de Jesus?

- Que parceiros espirituais temos tido ao nosso lado, devido as nossas atitudes e pensamentos?

- Que parceiros espirituais temos sido para os outros, através de palavras e ações?

- Como estamos lidando com o próximo? Estamos fazendo a eles aquilo que gostaríamos que nos fizessem?

- Como estamos lidando com o rancor e com a mágoa? Estamos perdoando?

- Como amigos, temos emprestado o ombro para o choro de um irmão de jornada? Temos apaziguado corações?

- Estamos ajudando materialmente também a alguém?

- Como vai nossa paciência e tolerância? Temos praticado ambas?

- Precisamos policiar mais nossa maledicência?

- Temos confortado alguém doente?

- Como temos lidado com o nosso próximo mais próximo, que são os nossos familiares? Sabemos, como espíritas, que o acaso não existe, e se renascemos naquela família bom motivo há de haver...

- Temos elevado nossos pensamentos ao alto, através de prece e meditação, buscando sintonia com Jesus e com Deus?

Reinaldo M. Macedo

Fonte: Esperitismo.net

23 janeiro 2012

ESTUDAR KARDEC PARA DISCERNIMENTO DOUTRINÁRIO

Há muitas confusões, feitas intencionalmente ou não, entre o Espiritismo e numerosas formas de crendice popular, inclusive as formas de sincretismo religioso afro-brasileiro, hoje largamente difundidas. adversários da doutrina espírita costumam fazer intencionalmente essas confusões, com o fim de afastar do Espiritismo as pessoas cultas. Por outro lado, alguns espíritas mal-orientados, que não conhecem a própria doutrina, colaboram nesse trabalho de confusão, admitindo como doutrinárias as mais estranhas manifestações mediúnicas e as mais evidentes mistificações.

Alguns leitores se mostram justamente alarmados com a larga aceitação que vem tendo, em certos meios doutrinários, práticas de Umbanda e comunicações de Ramatis. E nos escrevem a respeito, pedindo uma palavra nossa sobre esses assuntos. Na verdade, já escreve­mos numerosas crônicas tratando da necessidade de vigilância nos meios espíritas, de maior e mais seguro conhecimento dos nossos princípios, e apontando os perigos decorrentes do entusiasmo fácil, da aceitação apressada de certas inovações. Mas, para atender às solicitações, voltaremos hoje ao assunto.

Kardec dizia, com muita razão, que os adeptos demasiado entusiastas são mais perigosos para a doutrina do que os próprios adversários. Porque estes, com­batendo o que não conhecem, evidenciam a própria fraqueza e contribuem para o esclarecimento do povo, enquanto os adeptos de entusiasmo fácil comprometem a causa. O que estamos vendo hoje, no meio espírita brasileiro, não é mais do que a confirmação dessa assertiva do codificador. Espíritas demasiado entusiastas estão sempre prontos a receber qualquer “nova revelação” que lhes seja oferecida, e a divulgá-la sofregadamente, como verdades incontestáveis. Que diferença entre o equilíbrio e a ponderação de Kardec e essa afoiteza inútil e prejudicial!

No tocante à Umbanda, já dissemos aqui, numerosas vezes, que se trata de uma forma de sincretismo religioso, ou seja, de mistura de religiões e cultos, com a qual o Espiritismo nada tem a ver. As formas de sincretismo religioso são, praticamente, as nebulosas sociais de que nascem as novas religiões. A Umbanda já superou a fase inicial de nebulosa, estando agora em plena fase de condensação. E por isso que ela se difunde com mais intensidade. Já se pode dizer que é uma nova religião, formada com elementos das crenças africanas e indígenas, misturados a crenças e formas de culto do catolicismo e do islamismo em franco desenvolvimento entre nós. O Espiritismo não participou da sua formação, embora os nossos sociólogos, em geral, exatamente por desconhecerem o Espiritismo, digam o contrário, pois confundem o mediunismo primitivo, de origem africana e indígena, com os princípios de uma doutrina moderna. Nós, espíritas, devemos respeitar na Umbanda uma religião nascente, mas não pode­mos admitir confusões entre as suas práticas sincréticas e as práticas espíritas.

Quanto às mensagens de Ramatis, também já tive­mos ocasião de declarar que se trata de mensagens mediúnicas a serem examinadas. De nossa parte, consideramo-las como mensagens confusas, dogmáticas, vaza­das na linguagem típica dos espíritos pseudo-sábios, a que Kardec se refere na escala espírita de O Livro dos Espíritos. Cheias de afirmações absurdas, e até mesmo contraditórias, essas mensagens revelam uma fonte que devia ser encarada com menos entusiasmo e com mais cautela pelos espíritas. Em geral, nossos confrades se entusiasmam com “as novas revelações” aparentemente contidas nas mesmas, esquecendo-se de passá-las, como aconselhava Kardec, pelo crivo da razão.

O que temos de aconselhar a todos, pelo menos a todos os que nos consultam a respeito, é mais leitura e mais estudo de Kardec, e menos atenção a espíritos que tudo sabem e a tudo respondem com tanta facilidade, usando sempre uma linguagem envolvente, em que nem todos sabem dividir a verdade do erro. “O Espiritismo”, dizia Cairbar Schutel, “é uma questão de bom-senso”. Procuremos andar de maneira sensata, na aceitação de mensagens mediúnicas.

Autor: J. Herculano Pires

19 janeiro 2012

CARNAVAL


Plenamente cientes de que a encarnação na Terra não é uma colônia de férias, mas um estágio de aprendizado e crescimento espiritual, os Espíritos Superiores, em diversas oportunidades, tem revelado a real face do carnaval.

Mostram eles que, apesar de ser uma festa popular, presente ainda, embora de forma declinante, na cultura brasileira, o carnaval, nem por isso, deixa de ser um poderoso gerador de energias deletérias, capazes de contaminar até mesmo os que nele tomam parte sem sentido outro que não o da simples diversão. Os Espíritos amigos mostram também como os dias de Momo atraem, das regiões mais obscuras do mundo espiritual, entidades enfermas, vinculadas à sexolatria e a diversos outros tipos de desequilíbrio, as quais vêm à Terra na ânsia de vampirizar os que se deixam envolver por suas sugestões inferiores.

Entre algumas dessas mensagens amigas vale destacar aqui, como exemplo, uma de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier em julho de 1939, publicada na revista “Reformador”, da Federação Espírita Brasileira, de fevereiro de 1987:

“Nenhum espírito equilibrado em face do bom-senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências nas festas carnavalescas”.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos na assistência social aos necessitados de pão e de carinho.

Ao lado dos mascarados da pseudoalegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem?

Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloquente atestado de sua miséria moral.”



Revista SEI 2174

12 janeiro 2012

EMMANUEL E ANDRE LUIZ


Emmanuel foi o inesquecível guia de Chico Xavier, durante o seu longo apostolado mediúnico. Mostrou-se, em seu primeiro contato, dentro de raios luminosos em forma de cruz e com a aparência de um bondoso ancião. Mais tarde, captado por tintas mediúnicas, Emmanuel revelou-se um belo homem, ainda jovem, de porte atlético (vide imagem de materialização, em Fotografias e Lembranças), andar elegante e olhar encantador. Instado a revelar sua identidade, esquivou-se repetidas vezes, alegando razões particulares e respeitáveis, afirmando, porém, ter sido, na sua última passagem pelo Planeta, padre católico (Manuel da Nóbrega), desencarnado no Brasil. (Chico Xavier, in "Emmanuel", 1938).
Veja mais sobre Nóbrega aqui.
Embora Chico Xavier tenha se iniciado no Espiritismo aos 17 anos, em 7 de maio de 1927 (fonte: FEB), apenas a partir de 1931 Emmanuel passou a guiar as suas mãos, sendo para este, segundo suas próprias palavras, um "viajante muito educado procurando domar um animal freado e irrequieto, afim de realizar uma longa excursão". (Pinga-Fogo, Edicel).
Apesar de apontamentos seguidos sobre a rígida disciplina aplicada por Emmanuel sobre Chico Xavier, este apenas teve sempre, sobre seu mentor, palavras de carinho e gratidão. E uma profunda admiração também, perceptível nesta declaração: "Solicitado para se pronunciar sobre esta ou aquela questão, notei-lhe sempre o mais alto grau de tolerância, afabilidade e doçura, tratando todos os problemas com o máximo respeito pela liberdade e pelas idéias dos outros." Ou então: "Emmanuel tem sido para mim um verdadeiro pai na Vida Espiritual, pelo carinho com que tolera as falhas, e pela bondade com que repete as lições que devo aprender. Em todos estes anos de convívio estreito, quase diário, ele me traçou programas e horários de estudo, nos quais a princípio até inclui datilografia e gramática, procurando desenvolver os meus singelos conhecimentos de curso primário, em Pedro Leopoldo, o único que fiz agora, no terreno da instrução oficial."
Emmanuel permaneceu ao lado de Chico até suas derradeiras horas no Planeta. O médium morreu na noite de domingo, 30 de junho, aos 92 anos, de parada cardíaca, na cidade de Uberaba, MG, e onde passou grande parte de sua vida.
É impossível falar em Espiritismo ou em Chico Xavier, principalmente, sem recordar este grande Espírito que ao longo de várias e laboriosas décadas, consolidou a Doutrina Espírita no Brasil. Foi através de múltiplos ensinamentos e mensagens, que Emmanuel popularizou a Terceira Revelação sobre o solo brasileiro. Suas preciosas lições e incansáveis recomendações ecoam até hoje, através de livros e lembranças, a perpetuar um trabalho de imensurável valor e que se desenvolveu, certamente, sob a direção direta do Cristo.
O ano de 1944 marca a estréia de André Luiz no mercado editorial espírita brasileiro, revolucionando, de certo modo, a concepção geral acerca da vida pós-túmulo. "Nosso Lar" descreve as atividades de uma cidade espiritual próxima à Terra, e transforma-se em objeto de estudo, discussão e deslumbramento nos círculos espíritas do país.
Portas até então cerradas se abrem de par em par, revelando vida e trabalho, continuidade e justiça onde imperavam dúvidas e suposições.
Todos querem saber mais sobre o autor.
André Luiz não é o seu verdadeiro nome.
Dele sabe-se apenas que foi médico sanitarista, no século iniciante, e que exerceu sua profissão no Rio de Janeiro, Brasil. Segundo suas próprias palavras, optou pelo anonimato, quando da decisão de enviar notícias do além-túmulo, por compreender que "a existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade".
Declara Emmanuel, no prefácio de "Nosso Lar", que ele, "por trazer valiosas impressões aos companheiros do mundo, necessitou despojar-se de todas as convenções, inclusive a do próprio nome, para não ferir corações amados, envolvidos ainda nos velhos mantos da ilusão."
Imensa curiosidade cerca a personalidade do benfeitor e aventam-se hipóteses, sem que se chegue à sua real identidade.
André Luiz, no entanto, fiel ao desejo de servir sem láureas, e atento ao compromisso com a verdade, prossegue derramando bênçãos em forma de livros, sem curvar-se à curiosidade geral.
Importa o que tem a dizer, de espírito à espírito.
A vaidade do nome ou sagrações passadas já não encontram eco em seu coração lúcido e enobrecido.
André Luiz foi, positivamente, dentre todos os Benfeitores que escreveram aos encarnados o que manteve fidelidade maior aos postulados espíritas, notadamente à Allan Kardec. O seu trabalho, no que concerne à forma e ao fundo, notabiliza-se em tudo pelo respeito e lealdade mantidos, ao longo do tempo, ao Codificador e à Codificação.
Por mais de quatro décadas, André Luiz trabalhou ativamente junto a Seara Espírita, lhe exornando a excelência e clarificando caminhos.
Chico Xavier, o médium que serviu de "ponte", hoje desencarnado, não pode mais oferecer mão segura à transmissão de seus ensinamentos luminosos.
Não sabemos se André Luiz retornará pela mão de outro médium.
Deste modo, resta apenas, aos espíritas e admiradores, o estudo de sua obra magnífica, calando interrogações para ater-se às lições ministradas, de mente despojada e coração agradecido.
Como ele, certamente, aguarda seja feito.

07 janeiro 2012

REFLEXÕES QUÂNTICAS PARA 2012

Retornando de viagem e nos reconectando ao mundo virtual, eis que já nos encontramos em pleno 2012, o ano que em função das Profecias Maia e de outros povos, muito se espera em termos de acontecimentos fantásticos e até mesmo catastróficos.
Astronomicamente falando, o que sabemos é que o nosso planeta vem recebendo luz de alta freqüência na cor azul, já há alguns anos, proveniente da estrela Alcione que faz parte da Constelação das Plêiades, e que atingirá o seu ápice no final de dezembro de 2012.

Particularmente, não acreditamos que o mundo irá acabar, pois muito ainda temos que aprender por aqui. No entanto, já há algum tempo que testemunhamos os efeitos das mudanças climáticas e muitas situações catastróficas que não eram comuns no nosso planeta até pouco tempo atrás.

Por outro lado, enxergamos o ápice de uma crise planetária multidimensional. O nosso planeta, com grande parte das suas terras dilapidadas, mal cuidadas e muitas vezes envenenadas, já respira com dificuldade. O ser humano civilizado, responsável pela lógica da tecnologia e da ciência predominante nos últimos 400 anos, apesar das grandes realizações e descobertas, está cada dia mais doente e dependente de drogas químicas que o distanciam ainda mais de um verdadeiro estado de saúde e bem estar.

Confiamos que esse mundo interior em desarmonia, responsável pelo mundo exterior em desarmonia, está tendo uma grande oportunidade de reconciliação. O fim do mundo que alguns acreditam que será em 2012, estaria então associado ao fim de um ciclo, de uma forma de ver o mundo que oportunizou a crise gigantesca pela qual passa a humanidade.

Fomos educados de modo a cuidarmos mal da terra e a maltratarmos o nosso corpo. Ignoramos o poder dos nossos pensamentos, não sabemos lidar com as nossas emoções e agimos, muitas vezes, a ignorar as leis invisíveis que regem o mundo espiritual. Desse modo, ciclicamente seguimos passando pelos mesmos problemas e desafios.

Já há algum tempo defendemos que o Paradigma Quântico – Relativístico - Holográfico, oferece uma base científica sólida capaz de contemplar o hemisfério esquerdo cerebral (racional, objetivo e analítico), bem como do hemisfério direito (holístico, intuitivo e sintético).

Temos um conhecimento capaz de integrar a ciência com uma espiritualidade genuína. Tal conhecimento nos permite acessar a sofisticada tecnologia do ser interior, capaz de proporcionar o tão esperado salto quântico de transformação que nos conduza a ser mais felizes e mais saudáveis, em todas as dimensões: física, mental, emocional e espiritual.

Quando falamos em Saúde Quântica, estamos nos referindo a essa saúde multidimensional, na qual TUDO É ALIMENTO. O que muda é apenas a freqüência desse aspecto vibracional da existência, como nos ensina a Teoria Quântica.
Atentos a essa dimensão energética e informacional (vibracional) da existência, estaremos prontos para o anunciado fim do mundo que acontecerá no decorrer desse ano de 2012.

Começaremos, assim, pelo cuidado com o nosso planeta, a nossa Mãe Terra. Buscando nos alimentar de produtos agroecológicos e reduzindo o consumo de industrializados, estaremos valorizando aqueles que lidam com a terra com o devido respeito, sem envenená-la e respeitando as suas leis próprias.

A seguir, vem o cuidado com o nosso templo, o qual é o nosso corpo, que os hindus chamam de corpo de alimento, POIS O QUE COMEMOS SE TRANSFORMA EM NOSSO CORPO.
Bilhões de anos foram necessários para desenvolver essa rara tecnologia e cuja melodia única precisa estar em harmonia com os sons genuínos da natureza.
Por isso, a atenção na qualidade do que comemos e bebemos é fundamental para o corpo expressar a sua música interior de saúde e bem estar.
Infelizmente, grande parte da humanidade se rendeu aos vícios alimentares que fazem com que adoeçamos em rítmo acelerado.

Outro alimento fundamental para a saúde do nosso corpo é a qualidade do que pensamos e do que sentimos.
As recentes descobertas da
Psiconeuroimunologia nos avisa que não há como pensar e sentir sem afetar o corpo.
Por isso, de agora em diante devíamos nos referir ao corpo-mente, quando falamos do nosso corpo.
Daí é que os velhos programas, os velhos softwares, capazes de nos colocar para baixo e de negar o nosso poder pessoal, precisam ser substituídos.

O mundo exterior não vai ficar uma maravilha de uma hora para a outra sem que acessemos novos programas, estimulando, assim, novas redes neuronais capazes de afetar positivamente as nossas crenças limitantes.
O fim do mundo estará bem próximo quando soubermos utilizar o imenso manancial do nosso corpo-mente e resgatar conscientemente o papel de criadores do nosso próprio mundo.

Desse modo, abrimos caminho para dimensão espiritual, que nada mais é do que compreender que leis invisíveis, regidas por uma ética cósmica fazem parte da construção da nossa realidade a cada instante.
Todos os nossos pensamentos, sentimentos e emoções são a matéria prima para a construção dessa realidade.
AS NOSSAS AÇÕES SEMPRE VOLTAM PARA NÓS MESMOS.
Fazemos parte da melodia que estamos compondo e não há como fechar os ouvidos e deixá-la de ouvir também. Na verdade, compomos a música da existência, sobretudo para nós mesmos. Daí que a imensidão de acordes que se tornarão em novas e harmônicas melodias são as possibilidades que temos de afinar o nosso instrumento interior cada vez melhor para nos inserir na grande sinfonia cósmica do Universo, mais felizes e mais saudáveis.

Sendo assim, devemos estar atentos aos inimigos externos que desejarem sabotar e desvalorizar a nossa criação, mas sobretudo devemos estar atentos aos inimigos internos, as nossas crenças limitantes, que construíram a maioria dos nossos obstáculos. Estes são implacáveis e não há nem como se distanciar deles, pois nos acompanham 24 horas por dia até quando estamos dormindo. Um dos nossos maiores inimigos é o julgamento, pois quando julgamos construímos um obstáculo futuro para nós mesmos.

O exercício do perdão, da gratidão e, sobretudo, do amor é o nosso maior aliado para a alquimia da transformação do nosso mundo interior.

Que 2012 seja o ano em que todos nós ousemos acessar os melhores acordes para cantar a canção de um novo mundo, resultado da nossa mais nova criação.

Para aqueles que tenham interesse em iniciar 2012 com o intuito de transformar qualitativamente a sua realidade atual, estaremos realizando o Seminário Teórico-vivencial "Transforme a sua Realidade Quanticamente", nos dias 28 e 29 de janeiro, em Recife-PE.

Informações e inscrições pelo site: www.saudequantum.com
Um Feliz e Saudável 2012 para todos (as)!!!
Wallace Liimaa

05 janeiro 2012

CADEIAS DA ALMA

Você se considera uma pessoa livre?
Mas, afinal de contas, o que é ter liberdade?
Se pensamos que somos livres só pelo fato de não estar atrás das grades, podemos até nos dizer livres.
Mas, será que realmente somos?
Se você diz ter liberdade plena, mas se irrita quando os outros querem; se veste conforme os modistas determinam; sente ódio quando as circunstâncias pedem; usa a marca que a sociedade estabelece como sendo a melhor, e se submete a outras tantas cadeias psicológicas, você pode até dizer-se livre, mas é um encarcerado da alma.
O homem verdadeiramente livre é senhor de si, dos seus atos, da sua vontade.
Quem é livre não se submete aos vícios, nem às convenções sociais descabidas, nem cai em armadilhas preparadas para os descuidados.
A verdadeira liberdade é a liberdade da alma.
Gandhi, o homem que soube lutar pela paz, apesar de ficar detido atrás das grades muitas vezes, era um homem livre, pois ninguém conseguia aprisionar-lhe a alma.
Paulo, o Apóstolo, mesmo jogado numa cela fétida e úmida, manteve-se sereno e senhor da sua liberdade moral.
Os homens podiam impedir que ele andasse livremente, mas jamais conseguiram deter sua liberdade de pensar e sentir.
Quando um homem é livre, não se importa com o que pensam dele nem com o que falam a seu respeito, mas sim do que fala sua própria consciência.
Os pais e mães modernos nem sempre estão dispostos a educar os filhos para que sejam livres pois estabelecem, desde a infância, uma série de situações que tendem a fazer com que pensem pela cabeça dos outros.
Não os deixam ter as experiências de que necessitam para ser livres e por isso os fazem seus dependentes.
Dependem da mãe para escolher a roupa e o calçado que irão usar, para arrumar sua cama, para pôr ordem em seus brinquedos e, às vezes, até para fazer as lições da escola.
Sim, há pais que fazem pelos filhos as tarefas que os professores lhes solicitam.
Pensando em ajudar, negam ao filho a oportunidade de se fazer verdadeiramente livre.
Outros pais fazem dos filhos cópias perfeitas dos seus ídolos da TV. Compram roupas, bolsas, calçados e outros adereços dos personagens que a mídia produz, como se fossem modelos saudáveis a serem seguidos.
Não se dão conta, esses pais, que estão criando um condicionamento negativo, impedindo que as crianças desenvolvam o senso crítico.
Importante que pensemos com seriedade a esse respeito, buscando a nossa liberdade moral e ajudando os filhos a conquistar sua própria libertação.
Libertação física pela limitação dos apetites, não se deixando governar pelos instintos.
Libertação intelectual pela conquista da verdade, mantendo a mente sempre aberta.
E libertação moral pela procura da virtude.
Somente quando soubermos governar a nós mesmos com sabedoria é que poderemos nos dizer verdadeiramente livres.
* * *
O limite da liberdade encontra-se inscrito na consciência de cada pessoa, que gera para si mesma o cárcere de sombra e dor, ou as asas de luz para a perene harmonia.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.
Em 11.10.2010.