O Espírito Erasto, na mensagem Os conflitos1, cita palavras do Espírito São Luiz, um dos responsáveis pela Codificação Espírita, referindo-se a uma verdadeira Torre de Babel no que diz respeito aos prejuízos do orgulho e da exaltação do amor-próprio nos médiuns. Citando espíritos pseudo-sábios, falsos grandes homens, falsos religiosos e falsos irmãos da erraticidade, em meio a essa multidão de médiuns por eles fanatizados, aos quais ditam teses mentirosas e perigosas, na construção de autênticos andaimes erigidos pela ambição e a inveja, solicita aos espíritas sinceros que não se amedrontem com o caos momentâneo.
Embora a mensagem seja de 1863, verifica-se sua atualidade nas lutas do movimento espírita diante de tantas insinuações, tentativas de novidades dispensáveis e disputas próprias da exaltação do orgulho ou do amor-próprio ainda vigentes em nossa condição humana.
Por isso, indica o nobre Erasto:
“(...) Assim, pois, meus amigos, tendes que vos defender, não só contra os ataques e calúnias dos adversários vivos, mas, também, contras as manobras, ainda mais perigosas, dos adversários da erraticidade. Fortificai-vos, pois, em estudos sadios e, sobretudo, pela prática do amor e da caridade, e retemperai-vos na prece. Deus sempre ilumina os que se consagram à propagação da verdade, quando estão de boa fé e desprovidos de toda ambição pessoal. (...)”.
Pela grandeza da mensagem que ora estamos nos referindo, elaboramos também outra abordagem com o título "Que vos importam os médiuns?", que o leitor encontrará fácil pela internet, de vez que ambas foram elaboradas e liberadas simultaneamente para divulgação. Optamos por duas abordagens ao invés de uma matéria mais longa. Naquela abordagem, baseada na pergunta do próprio Erasto, ele mesmo nos dá a óbvia resposta: os médiuns não passam de instrumentos.
Por isso, nomes pomposos ou famosos nada significam. Como indica o espírito “(...) O que deveis considerar é o valor, é o alcance dos ensinamentos que vos são dados; é a pureza da moral que vos é ensinada; é a clareza, é a precisão das verdades que vos são reveladas; é, enfim, ver se as instruções que vos dão correspondem às legítimas aspirações das almas de escol e se são conformes às leis gerais e imutáveis da lógica e da harmonia universal. (...)”.
Uma vez mais, a precisa orientação de não nos impressionarmos pelos nomes que assinam as psicografias. O que vale e deve ser analisado é o conteúdo antes que o entusiasmo fácil nos encante pelo nome assinado. Por isso continua Erasto:
“(...) Os Espíritos imperfeitos, que representam um papel de apóstolo junto a seus obsedados, bem sabeis, não têm o menor escrúpulo em enfeitar-se com os mais venerados nomes (...); Assim, repetirei incessantemente o que dizia a meu médium, há dois anos: ´Jamais julgueis uma comunicação mediúnica pelo nome que a assina, mas apenas por seu conteúdo intrínseco´(...)”.
E a advertência vital: “(...) É urgente que vos ponhais em guarda contra todas publicações de origem suspeita, que parecem, ou vão parecer contrárias a todas as que não tivessem uma atitude franca e clara, e tende por certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do mundo visível ou invisível, visando a lançar entre vós os fachos da discórdia (...)”. Afinal, “(...) tende igualmente como certo que todo Espírito que a si mesmo se anuncia como um ser superior e, sobretudo, como de uma infalibilidade a toda a prova, ao contrário, é o oposto do que se anuncia tão pomposamente. (...)”.
Valiosas considerações, não é mesmo, leitores?
Estamos convidados ao uso do raciocínio, do bom senso, da lógica, mas também da bondade. Não estamos convidados à crueldade da discriminação, mas à lucidez da orientação correta e coerente com o que ensina o Espiritismo. Melhor a firmeza do conhecimento do que a ingenuidade da distorção...
Autor: Orson Peter Carrara
1 –Recebida em 25/02/1863 e constante do livro A Obsessão, páginas 209 a 215 da 6ª. edição Editora O Clarim.
Um blog onde se respeita a diversidade religiosa,
o livre pensamento e o direito à expressão.
29 dezembro 2010
24 dezembro 2010
O VERDADEIRO ESPÍRITA
“O espírita é reconhecido pelo esforço que faz para sua transformação moral e para vencer suas tendências para o mal.” – Allan Kardec
O verdadeiro espírita é aquele que aceita os princípios básicos da Doutrina Espírita. Quando se pergunta ao praticante: Você é espírita? Comumente ele responde: “Estou tentando”. Na verdade, a resposta deveria ser sem hesitação: Sou espírita!!! Quanto ao fato de ser perfeito ou qualquer qualificação moral é outro assunto, que não exime o profitente de ser incisivo na sua resposta. Nesse ponto, o praticante não tem que hesitar na sua definição, porquanto Allan Kardec foi claro no seu esclarecimento ao afirmar que se reconhece o espírita pelo seu esforço, pela sua transformação, e não pelas suas virtudes ou pretensas qualidades, raras nos habitantes deste Planeta.
O que acontece com freqüência, seja iniciante ou mesmo com os mais antigos, é que, será mais cômodo não assumir uma postura mais responsável ou permanecer com um pé na canoa e outro na terra. Admite-se até, em determinadas ocasiões que se queira dar uma demonstração de modéstia, mas, que não se justifica sob o ponto de vista de definição pessoal.
A propósito, lembro-me de ter ouvido em uma emissora de rádio da Capital um pronunciamento de um padre católico, ao referir-se aos católicos, que freqüentam os Centros Espíritas para os habituais Passes e a “aguinha fluidificada” e passam a vida sem ter a mínima noção do que representa o Passe e a água. Para esses meio-cá-meio-lá, o mencionado reverendo denominou-se de “catóritas”. Engraçado, não!?
Como chamar os espíritas que se dedicam aos trabalhos nos Centros Espíritas, mas que continuam batizando os filhos, sob o pretexto de que quando maiores escolherão sua própria religião, casam os filhos na Igreja com as pompas e as cerimônias habituais, fazem a Primeira Comunhão com as tradições da Igreja Católica, etc?
Quando os Centros Espíritas se organizarem verdadeiramente, proporcionando aos seus freqüentadores uma contundente orientação doutrinário, além do Passe e da Água Fluidificada, para maior compreensão dos princípios básicos que devem nortear o aprendiz e os trabalhadores na Seara Espírita, certamente, o verdadeiro espírita terá uma nova postura na sociedade, mais convincente, porque passará a distinguir o que é ser espírita, segundo a analogia explicitada por Allan Kardec nas obras básicas organizadas pelo codificador sob a orientação dos Benfeitores Espirituais.
“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.” – Bezerra de Menezes
Autor: Jamil Salomão
(Publicado no Jornal A Voz do Espírito - Edição 92: Dezembro de 1998)
O verdadeiro espírita é aquele que aceita os princípios básicos da Doutrina Espírita. Quando se pergunta ao praticante: Você é espírita? Comumente ele responde: “Estou tentando”. Na verdade, a resposta deveria ser sem hesitação: Sou espírita!!! Quanto ao fato de ser perfeito ou qualquer qualificação moral é outro assunto, que não exime o profitente de ser incisivo na sua resposta. Nesse ponto, o praticante não tem que hesitar na sua definição, porquanto Allan Kardec foi claro no seu esclarecimento ao afirmar que se reconhece o espírita pelo seu esforço, pela sua transformação, e não pelas suas virtudes ou pretensas qualidades, raras nos habitantes deste Planeta.
O que acontece com freqüência, seja iniciante ou mesmo com os mais antigos, é que, será mais cômodo não assumir uma postura mais responsável ou permanecer com um pé na canoa e outro na terra. Admite-se até, em determinadas ocasiões que se queira dar uma demonstração de modéstia, mas, que não se justifica sob o ponto de vista de definição pessoal.
A propósito, lembro-me de ter ouvido em uma emissora de rádio da Capital um pronunciamento de um padre católico, ao referir-se aos católicos, que freqüentam os Centros Espíritas para os habituais Passes e a “aguinha fluidificada” e passam a vida sem ter a mínima noção do que representa o Passe e a água. Para esses meio-cá-meio-lá, o mencionado reverendo denominou-se de “catóritas”. Engraçado, não!?
Como chamar os espíritas que se dedicam aos trabalhos nos Centros Espíritas, mas que continuam batizando os filhos, sob o pretexto de que quando maiores escolherão sua própria religião, casam os filhos na Igreja com as pompas e as cerimônias habituais, fazem a Primeira Comunhão com as tradições da Igreja Católica, etc?
Quando os Centros Espíritas se organizarem verdadeiramente, proporcionando aos seus freqüentadores uma contundente orientação doutrinário, além do Passe e da Água Fluidificada, para maior compreensão dos princípios básicos que devem nortear o aprendiz e os trabalhadores na Seara Espírita, certamente, o verdadeiro espírita terá uma nova postura na sociedade, mais convincente, porque passará a distinguir o que é ser espírita, segundo a analogia explicitada por Allan Kardec nas obras básicas organizadas pelo codificador sob a orientação dos Benfeitores Espirituais.
“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.” – Bezerra de Menezes
Autor: Jamil Salomão
(Publicado no Jornal A Voz do Espírito - Edição 92: Dezembro de 1998)
18 dezembro 2010
AUTO-AFIRMAÇÃO
Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
As raízes da auto-afirmação do indivíduo encontram-se na sua infância, quando os movimentos automáticos do corpo são substituídos pelas palavras, particularmente quando é usada a negativa. Ao recusar qualquer coisa, mediante gestos, a criança demonstra que ainda não se instalaram os pródromos da sua identidade. No entanto, a recusa verbal, peremptória, a qualquer coisa, mesmo àquelas que são agradáveis, denotam que está sendo elaborada a auto-afirmação, que decorre da capacidade de escolha daquilo que interessa, ou simplesmente se trata de uma forma utilizada para chamar a atenção para a sua existência, para a sua realidade.
Trata-se de um senso de identificação infantil, sem dúvida, no qual a criança, ainda incapaz de discernir e entender, procura conseguir o espaço que lhe pertence, dessa maneira informando que já existe, que solicita e merece reconhecimento por parte das demais pessoas que a cercam.
Quando a criança concorda, afirmando a aceitação de algo, age apenas mecanicamente e por instinto, enquanto que se utilizando da negativa, também denominada conceito do não, dá início à descoberta do senso de si mesma, do seu Self, passando, a partir desse momento, a exteriorizá-lo, afirmando o NÃO, mesmo quando sem necessidade de fazê-lo. E a sua maneira de auto-identificação que, não raro, parece estranho aos adultos menos conhecedores dos mecanismos da mente infantil.
Quando ocorre a inibição da negativa — o que émuito comum — esse fenômeno dará surgimento a alguém que, no futuro, não saberá exatamente o que deseja da vida, experimentando uma existência sem objetivo, que o leva a ser indiferente a quaisquer resultados, e, por cuja razão, evita expressar-se negativamente, deixando-se arrastar indiferente aos acontecimentos, assim desvelando o estado íntimo de inibição, de timidez e de recusa de si mesmo. Com o tempo essa situação se agrava, levando-o a um estado de amorfia psicológica.
O Self, por sua vez, se estrutura e se fixa através do sentimento, e quando este se encontra confuso, sem delineamento, a auto-afirmação se enfraquece e a capacidade de dizer NÃO perde a sua força, o seu sentido.
A auto-afirmação se expressa especialmente no desejo de algo, mediante duas atitudes que, paradoxalmente se opõem: o que se deseja e o que se rejeita.
Em um desenvolvimento saudável da personalidade, sabe-se o que se quer e como consegui-lo, o que se torna decorrência inevitável da capacidade de escolha. Quando tal não ocorre, há surgimento de uma expressão esquizóide, na qual o paciente foge para atitudes de submissão receosa e de revolta interior. Silencia e afasta-se do grupo social que passa a ser visto com hostilidade, por haver-se negado a penetrá-lo, alegando, no entanto, que foi barrado... A sua óptica distorcida da realidade, trabalha em favor de mecanismos de transferência de culpa e de responsabilidade.
Mediante essa conduta, o enfermo se nega a liberação dos conflitos, mantendo-se em atitude cerrada, por falta do senso de auto-afirmação. O seu é o conceito falso de que não é bem-vindo ao grupo que ele acredita não o aceitar, quando, em verdade, é ele quem o evita e se afasta do mesmo.
À medida que vão sendo liberados os sentimentos perturbadores e negativos que se encontram em repressão, os desejos de afetividade, de expressão, de harmonia, manifestam-se, direcionando-o para valiosas conquistas.
Com o desenvolvimento da capacidade de julgar valores, surgem as oportunidades de auto-afirmação, face à necessidade de escolhas acertadas, a fim de atender aos desejos de progresso, de crescimento ético-moral e de realização interior.
Por meio de exercícios mentais, nos quais se encontrem presentes as aspirações elevadas e de enobrecimento, bem como através de movimentos respiratórios e físicos outros, para liberar o corpo da couraça dos conflitos que o tornam rígido, a auto-afirmação se fixa, propiciando um bom relaxamento, que se faz compatível com o bem-estar que se deseja.
Com o desenvolvimento intelecto-moral da criança, passando pela adolescência e firmando os propósitos de autoconquista, mais bem delineadas surgem as linhas de segurança da personalidade que enfrenta os desafios com tranqüilidade e esperanças renovadas.
Nesse particular, a vontade desempenha importante papel, trabalhando em favor de conquistas incessantes, que contribuem para o amadurecimento psicológico, característica vigorosa da saúde mental e moral.
Em cada vitória alcançada através da vontade que se faz firme cada vez mais, o ser encontra estímulos para novos combates, ascendendo interiormente e afirmando-se como conquistador que se não contenta em estacionar nos primeiros patamares defrontados durante a escalada de ascensão. Desejando as alturas, não interrompe a marcha, prosseguindo impertérrito no rumo das cumeadas.
Esta é a finalidade precípua do desenvolvimento emocional, estabelecendo diretrizes que definam a realidade do ser, que se afirma mediante esforço próprio. Em tal cometimento, não podem ficar esquecidos o contributo dos pais, da família, da sociedade, e as possibilidades inatas, que remanescem do seu passado espiritual.
Estando, na Terra, o Espírito, para aprender, reparar e evoluir, nele permanecem as matrizes da conduta anterior, facultando-lhe possibilidades de triunfo ou impondo-lhe naturais empecilhos que lhe cumpre superar.
Quando a auto-afirmação não se estabelece, apresentando indivíduos psicologicamente dissociados da própria realidade, tem-se a medida dos seus compromissos anteriores fracassados e da concessão que a Vida lhe propicia por segunda vez para regularizá-los.
Cumpre, portanto, ao psicoterapeuta, o desenvolvimento de uma visão profunda do Self, de forma especial, em relação ao ser eterno que transita no corpo em marcha evolutiva.
Somente assim, se poderá entender racionalmente o porquê de determinados indivíduos iniciarem a auto-afirmação nos primeiros meses da infância, enquanto outros já se apresentam fanados, incapazes de lutar em favor da sua realidade, no meio onde passará a experienciar a vida.
A sociedade marcha inexoravelmente para a compreensão do Espírito eterno que o homem é, do seu processo paulatino de evolução através dos renascimentos, herdeiro de si mesmo, que transfere de uma para outra etapa as realizações efetuadas, felizes ou equivocadas, qual aluno que soma experiências educacionais, promovendo-se ou retendo-se na repetição das lições não gravadas, com vistas à conclusão do curso.
A Terra assume sua condição de escola que é, trabalhando os educandos que nela se encontram e propiciando-lhes iguais oportunidades de evolução e de paz.
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Amor, Imbatível Amor.
As raízes da auto-afirmação do indivíduo encontram-se na sua infância, quando os movimentos automáticos do corpo são substituídos pelas palavras, particularmente quando é usada a negativa. Ao recusar qualquer coisa, mediante gestos, a criança demonstra que ainda não se instalaram os pródromos da sua identidade. No entanto, a recusa verbal, peremptória, a qualquer coisa, mesmo àquelas que são agradáveis, denotam que está sendo elaborada a auto-afirmação, que decorre da capacidade de escolha daquilo que interessa, ou simplesmente se trata de uma forma utilizada para chamar a atenção para a sua existência, para a sua realidade.
Trata-se de um senso de identificação infantil, sem dúvida, no qual a criança, ainda incapaz de discernir e entender, procura conseguir o espaço que lhe pertence, dessa maneira informando que já existe, que solicita e merece reconhecimento por parte das demais pessoas que a cercam.
Quando a criança concorda, afirmando a aceitação de algo, age apenas mecanicamente e por instinto, enquanto que se utilizando da negativa, também denominada conceito do não, dá início à descoberta do senso de si mesma, do seu Self, passando, a partir desse momento, a exteriorizá-lo, afirmando o NÃO, mesmo quando sem necessidade de fazê-lo. E a sua maneira de auto-identificação que, não raro, parece estranho aos adultos menos conhecedores dos mecanismos da mente infantil.
Quando ocorre a inibição da negativa — o que émuito comum — esse fenômeno dará surgimento a alguém que, no futuro, não saberá exatamente o que deseja da vida, experimentando uma existência sem objetivo, que o leva a ser indiferente a quaisquer resultados, e, por cuja razão, evita expressar-se negativamente, deixando-se arrastar indiferente aos acontecimentos, assim desvelando o estado íntimo de inibição, de timidez e de recusa de si mesmo. Com o tempo essa situação se agrava, levando-o a um estado de amorfia psicológica.
O Self, por sua vez, se estrutura e se fixa através do sentimento, e quando este se encontra confuso, sem delineamento, a auto-afirmação se enfraquece e a capacidade de dizer NÃO perde a sua força, o seu sentido.
A auto-afirmação se expressa especialmente no desejo de algo, mediante duas atitudes que, paradoxalmente se opõem: o que se deseja e o que se rejeita.
Em um desenvolvimento saudável da personalidade, sabe-se o que se quer e como consegui-lo, o que se torna decorrência inevitável da capacidade de escolha. Quando tal não ocorre, há surgimento de uma expressão esquizóide, na qual o paciente foge para atitudes de submissão receosa e de revolta interior. Silencia e afasta-se do grupo social que passa a ser visto com hostilidade, por haver-se negado a penetrá-lo, alegando, no entanto, que foi barrado... A sua óptica distorcida da realidade, trabalha em favor de mecanismos de transferência de culpa e de responsabilidade.
Mediante essa conduta, o enfermo se nega a liberação dos conflitos, mantendo-se em atitude cerrada, por falta do senso de auto-afirmação. O seu é o conceito falso de que não é bem-vindo ao grupo que ele acredita não o aceitar, quando, em verdade, é ele quem o evita e se afasta do mesmo.
À medida que vão sendo liberados os sentimentos perturbadores e negativos que se encontram em repressão, os desejos de afetividade, de expressão, de harmonia, manifestam-se, direcionando-o para valiosas conquistas.
Com o desenvolvimento da capacidade de julgar valores, surgem as oportunidades de auto-afirmação, face à necessidade de escolhas acertadas, a fim de atender aos desejos de progresso, de crescimento ético-moral e de realização interior.
Por meio de exercícios mentais, nos quais se encontrem presentes as aspirações elevadas e de enobrecimento, bem como através de movimentos respiratórios e físicos outros, para liberar o corpo da couraça dos conflitos que o tornam rígido, a auto-afirmação se fixa, propiciando um bom relaxamento, que se faz compatível com o bem-estar que se deseja.
Com o desenvolvimento intelecto-moral da criança, passando pela adolescência e firmando os propósitos de autoconquista, mais bem delineadas surgem as linhas de segurança da personalidade que enfrenta os desafios com tranqüilidade e esperanças renovadas.
Nesse particular, a vontade desempenha importante papel, trabalhando em favor de conquistas incessantes, que contribuem para o amadurecimento psicológico, característica vigorosa da saúde mental e moral.
Em cada vitória alcançada através da vontade que se faz firme cada vez mais, o ser encontra estímulos para novos combates, ascendendo interiormente e afirmando-se como conquistador que se não contenta em estacionar nos primeiros patamares defrontados durante a escalada de ascensão. Desejando as alturas, não interrompe a marcha, prosseguindo impertérrito no rumo das cumeadas.
Esta é a finalidade precípua do desenvolvimento emocional, estabelecendo diretrizes que definam a realidade do ser, que se afirma mediante esforço próprio. Em tal cometimento, não podem ficar esquecidos o contributo dos pais, da família, da sociedade, e as possibilidades inatas, que remanescem do seu passado espiritual.
Estando, na Terra, o Espírito, para aprender, reparar e evoluir, nele permanecem as matrizes da conduta anterior, facultando-lhe possibilidades de triunfo ou impondo-lhe naturais empecilhos que lhe cumpre superar.
Quando a auto-afirmação não se estabelece, apresentando indivíduos psicologicamente dissociados da própria realidade, tem-se a medida dos seus compromissos anteriores fracassados e da concessão que a Vida lhe propicia por segunda vez para regularizá-los.
Cumpre, portanto, ao psicoterapeuta, o desenvolvimento de uma visão profunda do Self, de forma especial, em relação ao ser eterno que transita no corpo em marcha evolutiva.
Somente assim, se poderá entender racionalmente o porquê de determinados indivíduos iniciarem a auto-afirmação nos primeiros meses da infância, enquanto outros já se apresentam fanados, incapazes de lutar em favor da sua realidade, no meio onde passará a experienciar a vida.
A sociedade marcha inexoravelmente para a compreensão do Espírito eterno que o homem é, do seu processo paulatino de evolução através dos renascimentos, herdeiro de si mesmo, que transfere de uma para outra etapa as realizações efetuadas, felizes ou equivocadas, qual aluno que soma experiências educacionais, promovendo-se ou retendo-se na repetição das lições não gravadas, com vistas à conclusão do curso.
A Terra assume sua condição de escola que é, trabalhando os educandos que nela se encontram e propiciando-lhes iguais oportunidades de evolução e de paz.
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Amor, Imbatível Amor.
16 dezembro 2010
RESGUARDA-TE EM PAZ
"Não te permeies com os fluidos deletérios dos enfermos psíquicos, ingratos e perniciosos, que vivem contigo e te buscam perturbar.
Tem-nos na conta em que se encontram e exercita paciência para com eles.
Não te aflijas face às acusações insensatas e despeitadas que outros te fazem, ante a impossibilidade de alcançarem-te e caminharem ao teu lado.
A tua vitória não pode ser perturbada pelas insignificâncias do caminho.
Não revides as agressões mentais com que investem contra ti.
Permanece em calma e amortece o dardo que dispararam, fazendo-o desagregar-se ao atingir o algodão da tua sensibilidade.
Não reivindiques compreensão nunca.
Quem alcança as alturas vê melhor e tem o dever de desculpar aqueles que ainda estão no vale em sombras.
A tua paz é de relevância, e para mantê-la investe os teus valores mais altos.
Paz é conquista interior.
Paz é iluminação interna.
Paz é presença divina no indivíduo.
Resguarda-te, pois, em paz e deixa o tempo transcorrer, porquanto ele conseguirá fazer amanhã o que hoje te parece impossível conseguir.
Jesus, na montanha das Bem-aventuranças, ou no Getsémani, ou no Gólgota, manteve a mesma paz, em razão da certeza de saber que Deus estava com Ele, e, por conseqüência, Ele estava com Deus.
Paz é Deus na mente e no coração."
Autor: Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Franco
Tem-nos na conta em que se encontram e exercita paciência para com eles.
Não te aflijas face às acusações insensatas e despeitadas que outros te fazem, ante a impossibilidade de alcançarem-te e caminharem ao teu lado.
A tua vitória não pode ser perturbada pelas insignificâncias do caminho.
Não revides as agressões mentais com que investem contra ti.
Permanece em calma e amortece o dardo que dispararam, fazendo-o desagregar-se ao atingir o algodão da tua sensibilidade.
Não reivindiques compreensão nunca.
Quem alcança as alturas vê melhor e tem o dever de desculpar aqueles que ainda estão no vale em sombras.
A tua paz é de relevância, e para mantê-la investe os teus valores mais altos.
Paz é conquista interior.
Paz é iluminação interna.
Paz é presença divina no indivíduo.
Resguarda-te, pois, em paz e deixa o tempo transcorrer, porquanto ele conseguirá fazer amanhã o que hoje te parece impossível conseguir.
Jesus, na montanha das Bem-aventuranças, ou no Getsémani, ou no Gólgota, manteve a mesma paz, em razão da certeza de saber que Deus estava com Ele, e, por conseqüência, Ele estava com Deus.
Paz é Deus na mente e no coração."
Autor: Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Franco
02 dezembro 2010
MENSAGENS DE SAI BABA
"Mãos que servem são mais santas que lábios que oram."
Primeiramente, é necessário compreender o ciclo de ação e reação que rege a natureza. Cada ato, gesto, palavra e pensamento gerado pelo indivíduo, é uma causa que terá o seu respectivo efeito. O nosso futuro é consequência de nossos pensamentos, palavras e ações no presente.
"Ajudar, sempre. Ferir, nunca."
Quando efetivamente nos tornamos conscientes desse fluxo, naturalmente ajustamos nosso comportamento e buscamos praticar somente boas ações - agir com gentileza, cortesia, respeito, consideração, sempre visando o bem do próximo. Esse salto quântico na consciência e no comportamento corresponde ao desabrochar da espiritualidade no indivíduo.
"Ame a todos. Sirva a todos."
Praticar o bem é trilhar o caminho da espiritualidade. O destino desse caminho é a purificação, a plenitude, a Suprema Bem-Aventurança, a Felicidade Absoluta - quando cessa a dualidade e experimentamos Deus integralmente.
"Um coração compassivo é a marca da verdadeira educação."
A Ignorância
"Não há espaço para a violência onde há Amor."
O Homem na atualidade acredita numa imagem muito inferior e negativa de si mesmo. Sem refletir, está sempre buscando satisfação a curto prazo, e pratica más ações porque lhe falta a verdadeira educação ou conhecimento de si mesmo.
"A incapacidade de contentar-se faz agonizar o homem de nossos dias."
Hoje em dia, "os fins justificam os meios", e esses fins são egoístas e materialistas. Agindo assim, o Homem demonstra um comportamento ignorante. Enquanto está orgulhoso de suas conquistas, está cego para o real significado de suas ações.
"Ambição leva à tristeza e ao desespero."
O Homem se vê como pecador, e como separado daquilo que o cerca. Podemos chamar essa ignorância de ilusão, ou o véu que encobre a Realidade. A ignorância é a raiz de todo o sofrimento do Homem.
"Não há doença pior que o desejo; nem inimigo mais feroz que o apego; nem fogo tão devorador quanto o ódio. Não há melhor aliado que a sabedoria."
A Verdade
"O homem que perdeu sua verdadeira natureza perdeu sua hominitude."
Jesus disse: "A Verdade vos libertará."
Sathya significa Verdade.
A Verdade é a Luz, o Conhecimento Superior, a Sabedoria que remove a ignorância e torna o Homem consciente de quem ele realmente é.
Muitos proclamam a onipresença de Deus, mas ignoram a presença de Deus em si mesmos.
Nas palavras de Sai Baba:
"Eu sou Deus. Você é Deus também."
"Não há necessidade de se extenuarem buscando Deus. Ele está aí, como manteiga no leite, como a criança no óvulo; está em cada átomo da criação. Ele não provém de um lugar nem vai a outro. Ele é encontrado aqui, lá, em todas as partes. Desde o átomo ao cosmo, do microcosmo ao macrocosmo. Ele é tudo."
"Nada há a não ser Deus."
"Deus é a estrela mais longínqua e também a folha de grama sob seus pés."
Em suma: tudo é Deus. Inclusive todos nós. Inclusive eu e você. O Homem é um ser Divino - é um templo móvel, no qual habita a Divindade. Se o indivíduo não manifesta sua divindade inerente ou não percebe a divindade onipresente, isto se deve a uma falha em sua educação, ou conhecimento de si mesmo.
Há muitos ensinamentos de Sai Baba indicando o que se deve fazer a fim de obter a purificação da própria mente e assim adquirir esse conhecimento e essa experiência suprema, de que tudo é Deus.
"Deus não está em religiões, mas em sua mente e em seu coração."
Deus é ilimitado. É possível colocar limites em Deus? Portanto, Deus não está confinado a nenhum grupo ou instituição específicos.
"Os ateístas são como botões de flores e os teístas, as flores que desabrocharam. A flor desabrochada oferece fragrância a muitos. Os botões retém dentro de si sua fragrância. Mais dia menos dia os botões podem desabrochar ou igualmente podem cair antes de desabrochar. Aqueles que espalham a felicidade do Divino no mundo foram descritos como teístas o os que não o fazem são tidos por ateístas."
A verdadeira marca de uma pessoa sábia e amorosa não é a roupa que veste ou os títulos que recebeu, mas sim a sua pureza interior, independente de credo, classe, sexo ou cor.
"Os que dizem 'Deus não existe' devem ter diante deles uma ideia preconcebida de Deus para que lhe possam negar a existência. Na penumbra da noite, uma corda pode ser tomada, por engano, como uma cobra, mas no momento em que a luz se faz, a corda é reconhecida como sendo o que ela é. Da mesma forma, o homem sábio reconhece Deus, pois se acha livre da Ilusão."
Os Valores Humanos
"Definitivamente, nenhuma alegria pode se igualar à alegria de servir aos outros."
Assim como a natureza do Sol é aquecer e iluminar, a natureza da Chuva é molhar e vivificar, e a natureza da Flor é perfumar e embelezar - a verdadeira natureza do Ser Humano é Verdade, Retidão, Paz, Amor e Não-Violência.
Um Ser Humano que não manifesta essas qualidades, é como um Sol sem calor nem luz, como uma "Chuva que não molha". Não está sendo verdadeiramente humano.
Sai Baba vem anunciar com grande ênfase à Humanidade que o Ser Humano é Divino. Não devemos nos vitimizar com pensamentos mesquinhos e pequenos sobre nós mesmos.
"O homem vive na terra para aprender, antes de tudo, a arte de ser homem, e depois a arte de ser divino. Vista assim, a vida é uma aventura, onde cada ação, cada pensamento e cada palavra do homem pode manifestar a divindade que está latente. O egoísmo do homem é a causa de todos os seus males."
Se o Ser Humano abriga o próprio Deus dentro de si, porque sofre? O que é o egoísmo?
"Conhecer Deus é o empreendimento mais importante da vida. O homem deve conhecer Deus, sentir Deus, falar com Deus. Isto é realização. Isto é religião. De nada vale conhecer todas as outras coisas quando se desconhece Deus."
Assim sendo, está claro que a grande aventura do jogo da vida consiste em descobrir a si mesmo, ou seja, remover a capa de egoísmo que envolve a nossa própria essência divina. O mundo exterior é apenas o cenário dessa aventura.
A fonte da verdadeira felicidade não é meramente a conquista material, mas a conquista do próprio universo interior. Ao nos estabelecermos firmemente nessa fonte interior, manifestamos a paz e o amor que queremos para o mundo.
Como alcançar a vitória nesse empreendimento? Assim como temos que quebrar a casca do côco para saboreá-lo, como podemos "quebrar a casca do ego" para saborear a "divindade interior"? Isso é mesmo possível? Sim. É possível.
"Da mesma forma como duas asas são essenciais para um pássaro alçar vôo ao céu, e duas rodas são necessárias para uma carroça mover-se, dois tipos de educação, material e espiritual, são necessárias para que o homem atinja seu objetivo na vida. A espiritual destina-se à vida, enquanto a material a um meio de vida. É só quando o homem é equipado com estes dois aspectos da educação que torna-se merecedor de respeito e amor por parte da sociedade."
A necessidade de educação espiritual é urgente. Uma educação onde os Valores Humanos estão ausentes contribui hoje para a construção de uma sociedade egoísta e competitiva onde, apesar do progresso tecnológico, nunca se viu tanta injustiça e violência. As pessoas vivem com medo, ansiedade, depressão e outros distúrbios mentais, sem o menor conhecimento de suas causas e, menos ainda, de sua cura.
O sistema educacional moderno prepara consumidores de informação, e peças para a engrenagem do mercado de trabalho. E o caráter dos estudantes? O que fazer com toda essa informação? A educação do coração costuma ser ignorada.
Enquanto se ensina como resolver equações do segundo grau, será que não se poderia ensinar também que "quanto mais pessoas você faz feliz, mais feliz você fica"?
Serviço
"Fazer serviço sem o pensamento em si mesmo é o primeiro passo para o progresso espiritual do homem."
A receita para "quebrar a casca do ego" é a prática do serviço.
"Servir aos homens ajudará o desabrochar da Divindade em vocês. O serviço alegrará os seus corações e os fará sentir que suas vidas têm sido proveitosas. Serviço ao homem é serviço a Deus, pois que Ele está em cada homem, em cada ser vivo, em cada pedra e em cada árvore. Ofereçam seus talentos aos pés de Deus. Que cada ato possa ser como uma flor, livre dos vermes rastejantes da inveja e do egoísmo, mas com a fragrância do amor e do sacrifício."
Sathya Sai Baba estimula e recomenda práticas espirituais como a meditação, mas a nenhuma delas atribui tanta importância e dá tanta ênfase quanto ao serviço social.
"O amor é inerente no homem, mas igual a uma semente, que deve ser nutrida pelo adubo e pela água, o amor no homem tem de ser cultivado pelo serviço dedicado."
Sai Baba aprofunda o tema do serviço em muitas ocasiões. O mais importante é a atitude interna, o espírito no qual se dedica o serviço. A qualidade dessa disposição interior é que determina o benefício espiritual obtido. O serviço oferecido sem visar a ganho ou recompensa constitui a prática mais eficaz para remover o ego e, consequentemente, desobstruir a manifestação das qualidades divinas inerentes ao indivíduo.
"Nenhuma pessoa pode se proclamar religiosa, quando se limita apenas a observar regras e praticar os sacramentos, mas não vive a reta conduta e a compaixão."
Unidade das Religiões
Intolerância não é característica de nenhuma religião. Conforme Sai Baba:
"Todas as religiões enfatizam as mesmas verdades nos seus ensinamentos básicos. No entanto, poucas pessoas tentam compreender o significado interno das religiões. Partindo de um mesquinho sentimento de que sua religião é superior e as outras inferiores, membros de religiões diferentes estão desenvolvendo ódio contra os membros de outras fés e agindo como demônios. Ideias tão intolerantes devem ser imediatamente abandonadas."
Ele também afirma:
"Quando você ataca uma outra religião realmente está se tornando culpado de agressão à sua própria religião."
E explica:
"Felicidade é a meta de todas as religiões. Os caminhos podem ser muitos, mas o objetivo é um, exatamente como as jóias são muitas, mas o ouro um; embora sejam muitas as vacas, o leite é o mesmo. Portanto, você não pode criticar nenhuma religião."
Toda religião, em sua pureza original, enfatiza o valor da vida ética e promove a contemplação de Deus.
"Todas as religiões proclamam a unidade da divindade e pregam o cultivo do amor universal sem levar em conta casta, credo, país e cor. Aqueles que recusam esta verdade básica desenvolvem orgulho e ego por conta de sua religião particular. Tais pessoas estão produzindo grande confusão e caos, fragmentando a divindade. Confinar e dividir o divino infinito em tais estreitos compartimentos é traição contra Deus."
De forma simples e clara, Sathya Sai Baba esclarece o tema:
"Todos devem se dar conta de que, embora diferentes nos nomes e nas formas, a verdade essencial de todas as religiões é uma só."
Deus
Deus é Amor. Amor é Deus.
"O 'Princípio Supremo' paira além do alcance do cérebro. Estando em pé sobre uma pedra, você não poderá ergue-la. Parado sobre a ilusão, como se encontra, na ignorância da realidade, não lhe é possível descartá-la."
A verdadeira espiritualidade envolve simplicidade, gentileza, compaixão. O intelecto é de fato uma ferramenta maravilhosa, porém o Divino encontra-se além de seu alcance. A divindade só pode ser compreendida através do amor.
"Todo ser humano é uma manifestação de Deus. Todo objeto manifesta o Divino. Nada há no mundo que não seja uma manifestação de Deus. Não tenham nenhuma dúvida de que o Cosmos é permeado por Deus e de que tudo está contido nEle. Não há sequer um átomo no Universo que não seja permeado pelo Divino."
Conforme Sai Baba, o sagrado é Deus, e o profano também é Deus.
"Tentamos descobrir Deus buscando-O por todo o Universo, mas deixamos de investigar Sua existência em nosso interior, como a própria essência e princípio básico de nosso ser. Com a descoberta de nós mesmos, de nosso Ser, toda a lamentação cessa e atingimos a felicidade suprema. Este é o verdadeiro autoconhecimento."
Primeiramente, é necessário compreender o ciclo de ação e reação que rege a natureza. Cada ato, gesto, palavra e pensamento gerado pelo indivíduo, é uma causa que terá o seu respectivo efeito. O nosso futuro é consequência de nossos pensamentos, palavras e ações no presente.
"Ajudar, sempre. Ferir, nunca."
Quando efetivamente nos tornamos conscientes desse fluxo, naturalmente ajustamos nosso comportamento e buscamos praticar somente boas ações - agir com gentileza, cortesia, respeito, consideração, sempre visando o bem do próximo. Esse salto quântico na consciência e no comportamento corresponde ao desabrochar da espiritualidade no indivíduo.
"Ame a todos. Sirva a todos."
Praticar o bem é trilhar o caminho da espiritualidade. O destino desse caminho é a purificação, a plenitude, a Suprema Bem-Aventurança, a Felicidade Absoluta - quando cessa a dualidade e experimentamos Deus integralmente.
"Um coração compassivo é a marca da verdadeira educação."
A Ignorância
"Não há espaço para a violência onde há Amor."
O Homem na atualidade acredita numa imagem muito inferior e negativa de si mesmo. Sem refletir, está sempre buscando satisfação a curto prazo, e pratica más ações porque lhe falta a verdadeira educação ou conhecimento de si mesmo.
"A incapacidade de contentar-se faz agonizar o homem de nossos dias."
Hoje em dia, "os fins justificam os meios", e esses fins são egoístas e materialistas. Agindo assim, o Homem demonstra um comportamento ignorante. Enquanto está orgulhoso de suas conquistas, está cego para o real significado de suas ações.
"Ambição leva à tristeza e ao desespero."
O Homem se vê como pecador, e como separado daquilo que o cerca. Podemos chamar essa ignorância de ilusão, ou o véu que encobre a Realidade. A ignorância é a raiz de todo o sofrimento do Homem.
"Não há doença pior que o desejo; nem inimigo mais feroz que o apego; nem fogo tão devorador quanto o ódio. Não há melhor aliado que a sabedoria."
A Verdade
"O homem que perdeu sua verdadeira natureza perdeu sua hominitude."
Jesus disse: "A Verdade vos libertará."
Sathya significa Verdade.
A Verdade é a Luz, o Conhecimento Superior, a Sabedoria que remove a ignorância e torna o Homem consciente de quem ele realmente é.
Muitos proclamam a onipresença de Deus, mas ignoram a presença de Deus em si mesmos.
Nas palavras de Sai Baba:
"Eu sou Deus. Você é Deus também."
"Não há necessidade de se extenuarem buscando Deus. Ele está aí, como manteiga no leite, como a criança no óvulo; está em cada átomo da criação. Ele não provém de um lugar nem vai a outro. Ele é encontrado aqui, lá, em todas as partes. Desde o átomo ao cosmo, do microcosmo ao macrocosmo. Ele é tudo."
"Nada há a não ser Deus."
"Deus é a estrela mais longínqua e também a folha de grama sob seus pés."
Em suma: tudo é Deus. Inclusive todos nós. Inclusive eu e você. O Homem é um ser Divino - é um templo móvel, no qual habita a Divindade. Se o indivíduo não manifesta sua divindade inerente ou não percebe a divindade onipresente, isto se deve a uma falha em sua educação, ou conhecimento de si mesmo.
Há muitos ensinamentos de Sai Baba indicando o que se deve fazer a fim de obter a purificação da própria mente e assim adquirir esse conhecimento e essa experiência suprema, de que tudo é Deus.
"Deus não está em religiões, mas em sua mente e em seu coração."
Deus é ilimitado. É possível colocar limites em Deus? Portanto, Deus não está confinado a nenhum grupo ou instituição específicos.
"Os ateístas são como botões de flores e os teístas, as flores que desabrocharam. A flor desabrochada oferece fragrância a muitos. Os botões retém dentro de si sua fragrância. Mais dia menos dia os botões podem desabrochar ou igualmente podem cair antes de desabrochar. Aqueles que espalham a felicidade do Divino no mundo foram descritos como teístas o os que não o fazem são tidos por ateístas."
A verdadeira marca de uma pessoa sábia e amorosa não é a roupa que veste ou os títulos que recebeu, mas sim a sua pureza interior, independente de credo, classe, sexo ou cor.
"Os que dizem 'Deus não existe' devem ter diante deles uma ideia preconcebida de Deus para que lhe possam negar a existência. Na penumbra da noite, uma corda pode ser tomada, por engano, como uma cobra, mas no momento em que a luz se faz, a corda é reconhecida como sendo o que ela é. Da mesma forma, o homem sábio reconhece Deus, pois se acha livre da Ilusão."
Os Valores Humanos
"Definitivamente, nenhuma alegria pode se igualar à alegria de servir aos outros."
Assim como a natureza do Sol é aquecer e iluminar, a natureza da Chuva é molhar e vivificar, e a natureza da Flor é perfumar e embelezar - a verdadeira natureza do Ser Humano é Verdade, Retidão, Paz, Amor e Não-Violência.
Um Ser Humano que não manifesta essas qualidades, é como um Sol sem calor nem luz, como uma "Chuva que não molha". Não está sendo verdadeiramente humano.
Sai Baba vem anunciar com grande ênfase à Humanidade que o Ser Humano é Divino. Não devemos nos vitimizar com pensamentos mesquinhos e pequenos sobre nós mesmos.
"O homem vive na terra para aprender, antes de tudo, a arte de ser homem, e depois a arte de ser divino. Vista assim, a vida é uma aventura, onde cada ação, cada pensamento e cada palavra do homem pode manifestar a divindade que está latente. O egoísmo do homem é a causa de todos os seus males."
Se o Ser Humano abriga o próprio Deus dentro de si, porque sofre? O que é o egoísmo?
"Conhecer Deus é o empreendimento mais importante da vida. O homem deve conhecer Deus, sentir Deus, falar com Deus. Isto é realização. Isto é religião. De nada vale conhecer todas as outras coisas quando se desconhece Deus."
Assim sendo, está claro que a grande aventura do jogo da vida consiste em descobrir a si mesmo, ou seja, remover a capa de egoísmo que envolve a nossa própria essência divina. O mundo exterior é apenas o cenário dessa aventura.
A fonte da verdadeira felicidade não é meramente a conquista material, mas a conquista do próprio universo interior. Ao nos estabelecermos firmemente nessa fonte interior, manifestamos a paz e o amor que queremos para o mundo.
Como alcançar a vitória nesse empreendimento? Assim como temos que quebrar a casca do côco para saboreá-lo, como podemos "quebrar a casca do ego" para saborear a "divindade interior"? Isso é mesmo possível? Sim. É possível.
"Da mesma forma como duas asas são essenciais para um pássaro alçar vôo ao céu, e duas rodas são necessárias para uma carroça mover-se, dois tipos de educação, material e espiritual, são necessárias para que o homem atinja seu objetivo na vida. A espiritual destina-se à vida, enquanto a material a um meio de vida. É só quando o homem é equipado com estes dois aspectos da educação que torna-se merecedor de respeito e amor por parte da sociedade."
A necessidade de educação espiritual é urgente. Uma educação onde os Valores Humanos estão ausentes contribui hoje para a construção de uma sociedade egoísta e competitiva onde, apesar do progresso tecnológico, nunca se viu tanta injustiça e violência. As pessoas vivem com medo, ansiedade, depressão e outros distúrbios mentais, sem o menor conhecimento de suas causas e, menos ainda, de sua cura.
O sistema educacional moderno prepara consumidores de informação, e peças para a engrenagem do mercado de trabalho. E o caráter dos estudantes? O que fazer com toda essa informação? A educação do coração costuma ser ignorada.
Enquanto se ensina como resolver equações do segundo grau, será que não se poderia ensinar também que "quanto mais pessoas você faz feliz, mais feliz você fica"?
Serviço
"Fazer serviço sem o pensamento em si mesmo é o primeiro passo para o progresso espiritual do homem."
A receita para "quebrar a casca do ego" é a prática do serviço.
"Servir aos homens ajudará o desabrochar da Divindade em vocês. O serviço alegrará os seus corações e os fará sentir que suas vidas têm sido proveitosas. Serviço ao homem é serviço a Deus, pois que Ele está em cada homem, em cada ser vivo, em cada pedra e em cada árvore. Ofereçam seus talentos aos pés de Deus. Que cada ato possa ser como uma flor, livre dos vermes rastejantes da inveja e do egoísmo, mas com a fragrância do amor e do sacrifício."
Sathya Sai Baba estimula e recomenda práticas espirituais como a meditação, mas a nenhuma delas atribui tanta importância e dá tanta ênfase quanto ao serviço social.
"O amor é inerente no homem, mas igual a uma semente, que deve ser nutrida pelo adubo e pela água, o amor no homem tem de ser cultivado pelo serviço dedicado."
Sai Baba aprofunda o tema do serviço em muitas ocasiões. O mais importante é a atitude interna, o espírito no qual se dedica o serviço. A qualidade dessa disposição interior é que determina o benefício espiritual obtido. O serviço oferecido sem visar a ganho ou recompensa constitui a prática mais eficaz para remover o ego e, consequentemente, desobstruir a manifestação das qualidades divinas inerentes ao indivíduo.
"Nenhuma pessoa pode se proclamar religiosa, quando se limita apenas a observar regras e praticar os sacramentos, mas não vive a reta conduta e a compaixão."
Unidade das Religiões
Intolerância não é característica de nenhuma religião. Conforme Sai Baba:
"Todas as religiões enfatizam as mesmas verdades nos seus ensinamentos básicos. No entanto, poucas pessoas tentam compreender o significado interno das religiões. Partindo de um mesquinho sentimento de que sua religião é superior e as outras inferiores, membros de religiões diferentes estão desenvolvendo ódio contra os membros de outras fés e agindo como demônios. Ideias tão intolerantes devem ser imediatamente abandonadas."
Ele também afirma:
"Quando você ataca uma outra religião realmente está se tornando culpado de agressão à sua própria religião."
E explica:
"Felicidade é a meta de todas as religiões. Os caminhos podem ser muitos, mas o objetivo é um, exatamente como as jóias são muitas, mas o ouro um; embora sejam muitas as vacas, o leite é o mesmo. Portanto, você não pode criticar nenhuma religião."
Toda religião, em sua pureza original, enfatiza o valor da vida ética e promove a contemplação de Deus.
"Todas as religiões proclamam a unidade da divindade e pregam o cultivo do amor universal sem levar em conta casta, credo, país e cor. Aqueles que recusam esta verdade básica desenvolvem orgulho e ego por conta de sua religião particular. Tais pessoas estão produzindo grande confusão e caos, fragmentando a divindade. Confinar e dividir o divino infinito em tais estreitos compartimentos é traição contra Deus."
De forma simples e clara, Sathya Sai Baba esclarece o tema:
"Todos devem se dar conta de que, embora diferentes nos nomes e nas formas, a verdade essencial de todas as religiões é uma só."
Deus
Deus é Amor. Amor é Deus.
"O 'Princípio Supremo' paira além do alcance do cérebro. Estando em pé sobre uma pedra, você não poderá ergue-la. Parado sobre a ilusão, como se encontra, na ignorância da realidade, não lhe é possível descartá-la."
A verdadeira espiritualidade envolve simplicidade, gentileza, compaixão. O intelecto é de fato uma ferramenta maravilhosa, porém o Divino encontra-se além de seu alcance. A divindade só pode ser compreendida através do amor.
"Todo ser humano é uma manifestação de Deus. Todo objeto manifesta o Divino. Nada há no mundo que não seja uma manifestação de Deus. Não tenham nenhuma dúvida de que o Cosmos é permeado por Deus e de que tudo está contido nEle. Não há sequer um átomo no Universo que não seja permeado pelo Divino."
Conforme Sai Baba, o sagrado é Deus, e o profano também é Deus.
"Tentamos descobrir Deus buscando-O por todo o Universo, mas deixamos de investigar Sua existência em nosso interior, como a própria essência e princípio básico de nosso ser. Com a descoberta de nós mesmos, de nosso Ser, toda a lamentação cessa e atingimos a felicidade suprema. Este é o verdadeiro autoconhecimento."